MUNDO
Dezembro vermelho: acolhimento é palavra-chave no tratamento e prevenção ao HIV/Aids
PUBLICADO
2 horas atrásem
Um mundo em que a Aids deixe de ser uma ameaça à saúde pública não é só possível como está no horizonte. É o que aponta o novo relatório da UNAids, programa conjunto da Organização das Nações Unidas (ONU) criado na década de 1990 com objetivo de liderar e coordenar a resposta global à epidemia de HIV/AIDS.
No documento, publicado na terça-feira (26), destaque para a possibilidade de alcançar essa realidade até 2030. Mas há uma condicionante: para isso, as lideranças precisam proteger os direitos humanos de todas as pessoas que vivem com HIV e daquelas mais expostas ao risco de infecção pelo vírus.
A expectativa pela superação da Aids enquanto ameaça à saúde pública, contudo, não significa que haja pouco trabalho pela frente. Segundo o mesmo relatório, o cenário está ainda longe do ideal: globalmente, das 39,9 milhões de pessoas vivendo com HIV, cerca de 23% (9,3 milhões) não acessam o tratamento antirretroviral – que impede a manifestação sintomática do vírus, além de evitar sua transmissão.
Dados apurados pela UNAids indicam ainda que, em 2023, 630 mil pessoas morreram por doenças relacionadas à Aids, e 1,3 milhão de pessoas em todo o mundo testaram positivo para o HIV. Além disso, em 28 países, o número de novas infecções está aumentando.
O Brasil, por sua vez, alcançou, com dois anos de antecedência, duas das três metas propostas pela ONU visando a eliminação da Aids como problema de saúde pública. São elas: ter 95% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas; ter 95% dessas pessoas em tratamento antirretroviral; e, dessas em tratamento, ter 95% em supressão viral, ou seja, com HIV intransmissível. Hoje, em números gerais, o Brasil possui, respectivamente, 96%, 82% e 95% de alcance.
Em 2023, o Ministério da Saúde já havia anunciado o cumprimento da meta de pessoas com carga viral controlada. Agora, novos dados do relatório da UNAids mostram que, no ano passado, o Brasil subiu seis pontos percentuais na meta de diagnóstico de pessoas estimadas a serem infectadas por HIV e que não sabiam da condição sorológica, passando de 90% em 2022 para 96% em 2023.
É nesse contexto que o Ministério da Saúde lança a nova campanha de conscientização, com o tema “HIV. É sobre viver, conviver e respeitar. Teste e trate. Previna-se”. Uma sensível mudança de abordagem em relação ao tom adotado no passado, que se impregnou no imaginário popular, quando o enfrentamento à Aids era pautado pelo medo, não pelo acolhimento.
Desta vez, aliás, de forma inédita e alinhada a esse novo viés, o governo federal vai lançar campanhas de conscientização indicando que “i é igual a zero”, ou seja, quando o HIV fica indetectável, há zero risco de transmissão.
Especialista indica que acolhimento é o caminho
A série de anúncios foi feita pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, na quinta-feira (28), durante a reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT). O tom das medidas anunciadas estão em sintonia com apontamentos de estudiosos do tema, como o médico infectologista Unaí Tupinambás, professor titular do departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (FM/UFMG).
Para o profissional da saúde, entre os principais desafios enfrentados por pessoas vivendo com HIV em termos de saúde física e mental estão os persistentes estigmas e preconceitos sociais que recaem sobre elas.
A falta de acolhimento, diz, impacta na adesão, retenção e vinculação destas pessoas ao cuidado, sendo uma das principais causas de abandono do tratamento. “Lembro que no Brasil a grande maioria das PVHIV (sigla para Pessoas Vivendo com HIV) com que estão em uso dos medicamentos antirretrovirais apresentam ótima resposta, ficando com carga viral indetectável, o que significa que, além de não ter sintomas, elas não transmitem o vírus”, reforça.
Unaí Tupinambás defende que, além das campanhas de conscientização nas mídias, o estigma associado ao HIV deve ser combatido com educação desde o ensino fundamental. “Temos uma ferramenta importantíssima para este combate que é o Programa Saúde na Escola, uma parceria das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e as Escolas dentro do território desta UBS que deveria ser ativada de forma efetiva por todos os governantes”, explica.
Em outra frente, pensando no suporte a PVHIV, ele sustenta que são necessários investimentos e recursos adequados para as políticas do Sistema Único de Saúde (SUS), ampliando o acesso aos cuidados de saúde, eliminando as barreiras programáticas e não programáticas de acesso, qualificando e atualizando as equipes de saúde. O médico ainda destaca que, hoje, no país, todas as pessoas que vivem com HIV são tratadas com esquema de um ou dois comprimidos ao dia, que são fornecidos pelo SUS. “Este tratamento é altamente eficaz e com ótima tolerância. Ou seja, apresenta poucos eventos adversos”, assinala.
O mandala da prevenção
Quando o tema é prevenção a novas infecções pelo HIV, Unaí Tupinambás lembra que, hoje, fala-se na “Mandala de Prevenção” ou “Prevenção Combinada”, método que inclui vários tipos de intervenção. “Esta abordagem é o conjunto de ações de prevenção ao HIV e também a outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). E esta nova abordagem abre um leque de escolhas para as pessoas”, descreve.
Além do incentivo ao uso de preservativo, há, por exemplo, a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), destinada a pessoas que têm um risco aumentado para a infecção pelo HIV, chamadas de população chave, conforme explica o infectologista.
Ele detalha que o método pode ser contínuo, com o indivíduo tomando um comprimido por dia, ou sob demanda, quando os comprimidos são tomados apenas no período em que a pessoa vai manter relação sexual. “O método é seguro e também eficaz na prevenção ao HIV”, detalha, lembrando que desde novembro, o PrEP está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde do SUS em Belo Horizonte.
Já em relação a PEP ela é usada após exposição de risco, por exemplo, em casos de estupro ou quando a camisinha rompe ou mesmo após acidente profissional com material biológico.
Segundo o Ministério da Saúde, aliás, o aumento do diagnóstico das pessoas estimadas de serem infectadas por HIV que não sabiam da condição sorológica só foi possível graças à expansão da oferta da PrEP , uma vez que para iniciar a profilaxia, é necessário fazer o teste.
Com isso, mais pessoas com infecção pelo HIV foram detectadas e incluídas imediatamente em terapia antirretroviral. O desafio agora, indica a pasta, é revincular as pessoas que interromperam o tratamento ou foram abandonadas, muitas delas no último governo, bem como disponibilizar o tratamento para todas as pessoas recém diagnosticadas para que tenham melhor qualidade de vida.
DEPOIMENTO
Sóstenes Reis, 36, doutorando em comunicação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que usa o PrEP desde janeiro de 2023
Eu tomo PrEP há quase dois anos, desde janeiro de 2023. Na verdade, me cadastrei para receber os comprimidos em 2022, porque tinha ficado solteiro e achei seguro aderir a profilaxia prévia. Mas, na época, a fila do SUS em BH estava grande e precisei esperar sete meses por uma ligação de um número desconhecido até ser chamado.
Logo no começo, já me adequei bem. Não tive nenhum efeito colateral e gostei da rotina de monitoramento associada ao uso do PrEP. Os exames são realizados no início, quando você faz uso no primeiro mês, e depois, com um acompanhamento que prevê exames a cada quatro meses. Além disso, ao retirar os comprimidos, recebemos também autotestes de HIV para serem feitos em casa mensalmente, a partir de amostras da saliva.
A PreP funciona como um método prévio de profilaxia que te protege do contato com o vírus do HIV – e somente deste vírus. Porém, essa rotina de exames envolvendo todas outras ISTs acaba te protegendo, ainda que a PreP te proteja só do HIV. Eu gosto muito disso. Eu gosto desses esquema porque me sinto seguro na minha vida sexual e afetiva, sinto que, ao me proteger, estou protegendo o outro.
Eu faço o tratamento no Hospital Eduardo de Menezes, no Barreiro. E ali tem uma equipe muito boa, atenta e acolhedora, que monitora seus exames de fígado, sangue, urina, fezes… Lá, eu me sinto bem, me sinto acolhido. E não só lá. Nos Centros de Testagem (CTAs) da Prefeitura de Belo Horizonte, que estão espalhados pela cidade, eu também recebo um atendimento acolhedor, com profissionais muito preparados, que desmistificam e naturalizam as práticas sexuais e as possíveis contaminações que essas pessoas podem vir a ter.
A PreP pode ser tomar diariamente ou sob demanda. No período que fiquei em BH, eu tomava os comprimidos todos os dias. E, atualmente, como estou morando em Salvador, estou tomando sob demanda. A diferença é: você toma a PrEP diariamente quando não sabe exatamente quando vai ter atividade sexual, enquanto o uso sob demanda é indicado quando a atividade sexual está menos intensa. Nesse caso, tenho ingerido os comprimidos mais no fim de semana ou próximo de uma situação em que vou ter uma relação. É interessante falar sobre isso porque a PrEP age 24 horas antes de qualquer atividade sexual. Então, se pode acontecer algo no fim de semana, por exemplo, começo a tomar na quinta e vou parar no domingo.
E usar a profilaxia prévia não quer dizer que eu não use preservativo. A questão é que acho muito complicado, quando a gente fica falando de proteção, ficarmos restritos a apenas um método. Afinal, a gente precisa se proteger, mas há uma série de práticas sexuais em que não temos hábito de usar preservativo, como no sexo oral. Eu conheço pouquíssimas pessoas, ou talvez nenhuma, que usa preservativo no sexo oral. Inclusive, fico muito preocupado por amigas heterossexuais que nunca fazem nenhum teste (relacionado a ISTs) e deixam de usar preservativo por pensarem que essa é uma questão gay, uma questão LGBT.
Hoje, eu acho mais seguro transar com uma pessoa que tem HIV e faz tratamento, ficando com o vírus indetectável e, portanto, não transmissível, ou com uma pessoa que usa a PrEP, porque você sabe que essas pessoas estão em tratamento e se protegendo continuamente. Eu, aliás, já tive conversas assim com pessoas que me relacionei, com pessoas que já fiquei ou que fico, e foi tranquilo. Acho que o caminho, para lidar com qualquer tipo de questão sexual e afetiva, é mesmo o diálogo.
A grande questão atual, na minha opinião, passa pela necessidade de que, tanto a PrEP quanto outras políticas públicas de saúde sexual do SUS, cheguem a mais pessoas, cheguem às populações de classe C, D e E, porque a impressão que tenho, das conversas que tenho com amigos e com profissionais de saúde que atendem nos CTAs, é que a profilaxia prévia, por exemplo, chega muito mais na classe média LGBT.
Relacionado
VOCÊ PODE GOSTAR
O principal tribunal do mundo inicia audiências climáticas sobre litígios – DW – 12/02/2024
O fim da Claro, OI, TIM e outras? Starlink de Elon Musk pode acabar com operadoras de internet móvel e revolucionar conectividade mundial
Amigas com deficiência visual e auditiva superam dificuldades, se formam em pedagogia e incentivam jovens
MUNDO
O principal tribunal do mundo inicia audiências climáticas sobre litígios – DW – 12/02/2024
PUBLICADO
3 minutos atrásem
2 de dezembro de 2024As comunidades das ilhas do Pacífico outrora viviam em harmonia com o oceano, mas agora as suas casas estão ameaçadas pela subida do nível do mar. Causada em grande parte pelo aquecimento das temperaturas globais ligadas à queima de combustíveis fósseis para produção e transporte de energia.
“Aumento do nível do mar é um grande problema para os pequenos estados insulares com terras limitadas para as pessoas viverem”, disse Jule Schnakenberg, diretor executivo da Juventude Mundial pela Justiça Climática, acrescentando que também limita o acesso das pessoas à água doce para beber, cultivar alimentos e cozinhar com.
Os activistas dizem que foram violações dos direitos humanos como estas que os motivaram a pressionar os governos para que tomassem medidas legais. Esses começos culminaram em um Assembleia Geral das Nações Unidas decisão de solicitar ao seu mais alto tribunal, o Corte Internacional de Justiça (CIJ)para um parecer jurídico sobre as obrigações dos Estados em relação às alterações climáticas.
Liderados pela Ilha do Pacífico de Vanuatu, 98 países de todo o mundo e 12 organizações internacionais estão preparadas para prestar declarações orais ao TIJ durante as próximas duas semanas. Os juízes do tribunal emitirão um parecer consultivo sobre a questão – e as consequências jurídicas para os governos que não agirem ou que tomarem medidas que prejudicam significativamente o ambiente.
“Para muitos de nós, esta é uma jornada que nos levou cinco anos e reconhecemos este marco não como um objetivo, mas sim como um ponto de verificação, um ponto de verificação porque este é mais um passo na direção certa nesta luta pela justiça climática, “, disse Siosiua Veikune, ativista do grupo Estudantes das Ilhas do Pacífico que Combatem as Mudanças Climáticas.
Escondendo-se atrás do Acordo de Paris
Quer sejam secas, inundações ou tempestades, as consequências de um mundo mais quente estão a ser sentidas em todo o planeta. Mas é a subida do nível do mar que tem um impacto significativo nos pequenos estados insulares como os do Pacífico. Lá, os níveis de água são subindo quase duas vezes mais rápido como a média global, com aumentos de 10 a 15 centímetros (4 a 6 polegadas) no Pacífico ocidental desde 1993, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial.
Avaliações da ONU colocadas metas atuais de redução de emissões prometido pelas nações no âmbito do Acordo Internacional de Paris, no caminho certo para uma temperatura global aumento de até 2,9 graus Celsius. Isso está bem acima do limite declarado do acordo de 2 graus, com esforços para manter o aquecimento em 1,5 Celsius (2,7 Fahrenheit).
“Há uma lacuna tão injustificada entre onde as políticas estatais precisam estar e onde elas estão e o que a justiça e a ciência exigem que seja necessário (a ser feito) para evitar a catástrofe climática”, Joie Chowdhury, advogada sênior do Centro de Direito Ambiental Internacional (CIEL), disse à DW.
Especialistas jurídicos dizem que o parecer consultivo esclarecerá as obrigações dos Estados sob a legislação já existente e irá além do âmbito do Acordo de Paris.
“Esses grandes poluidores estão tentando se esconder atrás de Paris, basicamente dizendo que isso é tudo que existe”, disse à DW Margaretha Wewerinke-Singh, que representa Vanuatu nas audiências climáticas da CIJ. Ela diz que a verdadeira questão é se o tribunal “confirmará que há mais do que Paris e que estas outras obrigações também se aplicam em paralelo.”
A CIJ é um dos três tribunais solicitados a emitir um parecer consultivo sobre as obrigações dos Estados em relação às alterações climáticas.
Em maio, o Tribunal Internacional do Direito do Mar foi o primeiro a emitir o seu parecer consultivo reconhecendo os gases com efeito de estufa como uma forma de poluição marinha. Destacou as obrigações dos Estados ao abrigo do direito do mar como adicionais às do Acordo de Paris.
Após audiências no início deste ano, o Corte Interamericana de Direitos Humanos espera-se que emita o seu parecer sobre as obrigações dos Estados de proteger os direitos humanos no que diz respeito às alterações climáticas antes de o TIJ emitir o seu parecer.
Além de levar em conta os dois pareceres consultivos anteriores, os especialistas dizem que a CIJ também considerará outros julgamentos climáticos significativos, como o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos decidir que a Suíça violou os direitos humanos dos seus cidadãos ao não cumprir metas anteriores de redução de emissões.
“Queremos avançar para uma espécie de acção climática baseada em direitos, para que as pessoas saibam que têm um direito humano ou muitos direitos humanos, e que os seus estados têm de tomar todas as medidas necessárias (…) e fazê-lo com base no melhor ciência disponível (…) e se os estados não o fizerem, você tem o direito legal de responsabilizar o seu governo ou as suas empresas”, disse Schnakenberg.
Um modelo para litígios climáticos
Embora os pareceres consultivos do TIJ não sejam juridicamente vinculativos, têm significado político e jurídico.
Em Outubro, o governo da Irlanda decidiu suspender unilateralmente o comércio com Israel sobre produtos provenientes da Cisjordânia ocupada, na sequência de um parecer consultivo do TIJ sobre a violação dos direitos do povo palestiniano.
Especialistas jurídicos afirmam que o parecer consultivo da CIJ sobre mudanças climáticas poderia ter ramificações políticas semelhantes – especialmente à medida que os países se preparam para apresentar novas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa na preparação para a próxima cimeira climática das Nações Unidas, em novembro de 2025.
“Esse seria provavelmente o resultado ideal, que o tribunal apenas fornecesse a correção de rumo necessária para as negociações em si, para que a ambição aumentasse”, disse Wewerinke-Singh.
Se esse não for o resultado, Chowdhury disse que o parecer poderia fornecer um “modelo jurídico” para o direito internacional que se aplica a mudanças climáticas para possíveis litígios através de tribunais nacionais e internacionais.
Atualmente, existem mais de 2.000 casos climáticos ocorrendo globalmente contra Estados e empresas.
“Claro, você terá que provar a causalidade e isso dependerá de caso a caso, mas o que o tribunal pode fazer é estabelecer que o princípio jurídico para reparação e reparação existe sob o direito internacional. “, acrescentou Chowdhury.
Depois de anos de luta e finalmente de chegar às audiências do TIJ em Haia, Schakenberg diz que ela e os activistas com quem trabalha no Pacífico e em todo o mundo estão esperançosos.
“Ao longo desta campanha, sempre dissemos que somos optimistas teimosos e penso que só temos de acreditar que a mudança é possível”, disse ela.
Editado por: Tamsin Walker
Caso histórico sobre clima será aberto no mais alto tribunal da ONU
Para ver este vídeo, ative o JavaScript e considere atualizar para um navegador que suporta vídeo HTML5
Relacionado
MUNDO
O fim da Claro, OI, TIM e outras? Starlink de Elon Musk pode acabar com operadoras de internet móvel e revolucionar conectividade mundial
PUBLICADO
5 minutos atrásem
2 de dezembro de 2024 Publicado em
01/12/2024 às 10:24
Atualizado em
02/12/2024 às 04:48
Imagine um mundo onde a internet chega a qualquer canto do planeta, desde a Amazônia até o sertão, sem depender de antenas, torres ou infraestrutura terrestre.
Uma verdadeira revolução que parece coisa de ficção científica, mas já está em andamento e pode transformar radicalmente a conectividade global.
Por trás desse cenário inovador, está ninguém menos que Elon Musk, o bilionário visionário que comanda a Starlink, um projeto audacioso que promete deixar as operadoras tradicionais em alerta.
O que é a Starlink e como ela pode mudar a conectividade global?
A Starlink, iniciativa da SpaceX liderada por Elon Musk, busca democratizar a internet ao conectar celulares comuns diretamente a satélites.
A proposta elimina a necessidade de equipamentos especializados e promete velocidades de 100 a 200 Mbps com uma latência de apenas 20ms.
Essa tecnologia se torna possível graças a uma rede de mais de 7.500 satélites já em órbita, com planos para expandir para até 40.000 nos próximos anos.
Enquanto iniciativas anteriores, como o projeto Iridium dos anos 1990, fracassaram devido a custos altos e limitações técnicas, a Starlink utiliza avanços tecnológicos inéditos para superar essas barreiras.
O resultado? Uma conectividade mais rápida, acessível e abrangente, mesmo nos locais mais remotos.
O impacto no Brasil: a inclusão digital no sertão e na Amazônia
No Brasil, as possibilidades são promissoras, especialmente para regiões como a Amazônia e o sertão, que sofrem com a falta de conectividade.
Com a tecnologia da Starlink, essas áreas poderiam finalmente se integrar ao mundo digital, garantindo acesso a serviços essenciais como telemedicina, educação à distância e iniciativas que estimulem a economia local.
Segundo especialistas, essa inclusão pode ser um divisor de águas no desenvolvimento socioeconômico, permitindo a conexão de milhões de brasileiros que vivem à margem do universo digital.
O potencial de transformação é tão significativo que governos e empresas já começam a observar atentamente os desdobramentos do projeto.
Como funciona a integração com celulares comuns?
Diferente de sistemas anteriores, que exigiam dispositivos caros e complexos, a Starlink aposta em uma solução prática e acessível.
A tecnologia conecta smartphones diretamente aos satélites, utilizando uma rede robusta em baixa órbita que proporciona alta velocidade e estabilidade.
De acordo com a SpaceX, a infraestrutura terrestre passa a ser dispensável, o que reduz custos operacionais e amplia significativamente a cobertura em áreas remotas.
Essa inovação pode representar uma ameaça direta às operadoras de telecomunicações, como Claro, TIM e Oi, que dependem de torres e antenas para fornecer serviço.
Os desafios para a Starlink
Embora a Starlink represente um avanço significativo, sua implementação não será fácil. Entre os principais desafios estão:
Custos elevados: A instalação e manutenção da rede de satélites requerem investimentos bilionários.
Regulamentações globais: Para operar em diversos países, a empresa precisa lidar com regulações e obter autorizações, um processo que pode ser longo e burocrático.
Concorrência acirrada: Gigantes como Amazon e OneWeb também estão desenvolvendo tecnologias semelhantes, o que pode dificultar a hegemonia da Starlink no mercado.
Uma nova era para a telecomunicação global
Além de expandir a conectividade em áreas isoladas, a Starlink pode redefinir o conceito de comunicação universal.
O projeto não só elimina barreiras geográficas, mas também estabelece novos padrões de qualidade para a internet global.
Se bem-sucedida, a iniciativa pode provocar uma verdadeira revolução no setor, colocando as operadoras tradicionais em uma posição de vulnerabilidade.
Afinal, quem vai querer pagar caro por um serviço limitado quando pode acessar a internet de alta velocidade em qualquer lugar?
Elon Musk está prestes a ditar o futuro da internet?
A pergunta que fica é: será que as operadoras tradicionais estão preparadas para enfrentar uma tecnologia tão disruptiva?
Com o avanço da Starlink, a competição promete acirrar, e os consumidores serão os maiores beneficiados. O que você acha dessa revolução? Deixe sua opinião nos comentários!
!function(f,b,e,v,n,t,s)
{if(f.fbq)return;n=f.fbq=function(){n.callMethod?
n.callMethod.apply(n,arguments):n.queue.push(arguments)};
if(!f._fbq)f._fbq=n;n.push=n;n.loaded=!0;n.version=’2.0′;
n.queue=[];t=b.createElement(e);t.async=!0;
t.src=v;s=b.getElementsByTagName(e)[0];
s.parentNode.insertBefore(t,s)}(window, document,’script’,
‘https://connect.facebook.net/en_US/fbevents.js’);
fbq(‘init’, ‘5536651029690406’);
fbq(‘track’, ‘PageView’);
Relacionado
MUNDO
Mercado financeiro eleva previsão da inflação de 4,63% para 4,71%
PUBLICADO
10 minutos atrásem
2 de dezembro de 2024 Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil
A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – passou de 4,63% para 4,71% este ano. A estimativa está no Boletim Focus desta segunda-feira (2), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.
Para 2025, a projeção da inflação também subiu de 4,34% para 4,4%. Para 2026 e 2027, as previsões são de 3,81% e 3,5%, respectivamente.
A estimativa para 2024 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior 4,5%.
A partir de 2025, entrará em vigor o sistema de meta contínua e, assim, o CMN não precisará mais definir uma meta de inflação a cada ano. O colegiado fixou o centro da meta contínua em 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Em outubro, puxada principalmente pelos gastos com habitação e com alimentos, a inflação no país foi de 0,56%, após o IPCA ter registrado 0,44% em setembro. De acordo com o IBGE, em 12 meses o IPCA acumula 4,76%. A inflação de novembro será divulgada pelo instituto no próximo dia 10.
Juros básicos
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 11,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A alta recente do dólar e as incertezas em torno da inflação e da economia global fizeram o colegiado aumentar o ritmo de alta dos juros na última reunião, no início deste mês.
A alta consolida um ciclo de contração na política monetária. Após passar um ano em 13,75% ao ano, entre agosto de 2022 e agosto de 2023, a taxa teve seis cortes de 0,5 ponto e um corte de 0,25 ponto entre agosto do ano passado e maio deste ano. Nas reuniões de junho e julho, o Copom decidiu manter a taxa em 10,5% ao ano, começando a aumentar a Selic na reunião de setembro, quando a taxa subiu 0,25 ponto.
A próxima reunião do Copom está marcada para 10 e 11 de dezembro, quando os analistas esperam novo aumento da taxa básica. Para o mercado financeiro, a Selic deve encerrar 2024 em 11,75% ao ano.
Para o fim de 2025, a estimativa é que a taxa básica suba para 12,63% ao ano. Para 2026 e 2027, a previsão é que ela seja reduzida para 10,5% ao ano e 9,5% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Assim, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Quando a taxa Selic é reduzida, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.
PIB e câmbio
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira este ano está subiu de 3,17% para 3,22%. No segundo trimestre do ano, o Produto Interno Bruto (PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no país) surpreendeu e subiu 1,4% em comparação com o primeiro trimestre. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na comparação com o segundo trimestre de 2023, a alta foi de 3,3%.
Para 2025, a expectativa para o PIB é de crescimento de 1,95%. Para 2026 e 2027, o mercado financeiro estima expansão do PIB também em 2% para os dois anos.
Em 2023, também superando as projeções, a economia brasileira cresceu 2,9%, com valor total de R$ 10,9 trilhões, de acordo com o IBGE. Em 2022, a taxa de crescimento havia sido de 3%.
A previsão de cotação do dólar está em R$ 5,70 para o fim deste ano. No fim de 2025, estima-se que a moeda norte-americana fique em R$ 5,60.
Relacionado
PESQUISE AQUI
MAIS LIDAS
- MUNDO5 dias ago
Patrocínio da Rheinmetall atormenta torcedores do Borussia Dortmund – DW – 27/11/2024
- SOB INVESTIGAÇÃO7 dias ago
Tarauacá: MPAC e Vigilância Sanitária apreendem, em restaurante, mais de meia tonelada de carne destinada a presos
- CRISE6 dias ago
Moradores de Rio Branco devem ficar com abastecimento de água reduzido por mais de um mês
- MUNDO6 dias ago
11 curiosidades sobre o beijo – DW – 26/11/2024
You must be logged in to post a comment Login