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Dia das Crianças: ex-atores mirins falam sobre fama – 12/10/2024 – Celebridades

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André Aram

Rio de Janeiro

Eles conheceram a fama ainda crianças, nos anos 1980 e 1990, e desde cedo aprenderam a ter grandes responsabilidades. O cotidiano era atípico: as brincadeiras de infância muitas vezes deram lugar aos compromissos nos palcos ou estúdios de TV.

Embora tenham escolhido esse caminho, as outrora estrelas mirins nem sempre foram felizes quando eram pequenas. O F5 conversou com algumas celebridades infantis do passado sobre o sucesso precoce e os impactos que ele pode ter trazido às suas vidas.

Nos anos 1980, o cabelo espetado e os mullets de Patrick de Oliveira, 43, viraram mania entre os meninos. Ele começou na publicidade —”Garoto esperto! Sete anos de praia!”, dizia, num comercial de filtro solar. Foi nesta idade que passou a comandar o programa Cometa Alegria, na extinta TV Manchete.

Logo depois vieram as novelas globais. Patrick também se dedicou à dublagem de animações como “O Rei Leão”. Apesar de ter trabalhado bastante, ele discorda que tenha perdido algo: “Levava meus brinquedos para o estúdio, os meus amigos eram a equipe, não tive esse sentimento de perda da infância”.

Eduardo Caldas, 40, já foi considerado o ‘Macaulay Culkin brasileiro’, e figura como o ator infantil que mais fez novelas no país. Durante dez anos atuou intensamente, mas decidiu dar um tempo no início da adolescência. Nascido em uma família musical, filho do guitarrista e compositor Robertinho de Recife e da cantora Emilia Caldas [integrante do grupo Afrodite Se Quiser], ele despontou para o sucesso aos sete anos na novela “Felicidade” (1991), seguida por inúmeras outras aparições.

Indagado sobre a fama precoce, comentou: “Eu não podia, por exemplo, ir à praia, pois se pegasse sol ia estragar a continuidade de cena, faltava às festas, fora que as outras crianças se sentem desprestigiadas pela atenção que você recebe e acabam te excluindo, fazendo bullying”, diz. “Mas houve ganhos também”, pondera.

No ano passado, Caldas dirigiu um projeto documental sobre a notoriedade infantil e suas implicações. “Entrevistei mais de 65 ex-atores mirins dos anos 1970 e 2000 sobre o que significou ter sido sujeitado tão cedo a tanta responsabilidade e exposição” conta.

Aos 14 anos, a atriz Flávia Monteiro, 52, conquistou reconhecimento nacional ao protagonizar o polêmico filme “A Menina do Lado”, em 1987. Para a veterana artista, é preciso haver um equilíbrio entre a vida profissional e pessoal quando se inicia cedo: “Trabalhei muito, abri mão do lazer e do descanso muitas vezes em prol da minha profissão. Hoje já repenso. Equalizar isso é importante para não ter perdas significativas no ambiente sócio-emocional do adolescente”.

O lado B da fama

O carinho do público foi apontado como o principal aspecto positivo do sucesso prematuro, contudo, o “lado B” também existe. Aline Menezes, 41, iniciou a carreira aos cinco anos, e aos oito estreou em “Felicidade”. Desde então, foram vários trabalhos, e apesar de achar “divertida” a rotina de gravações, ela admitiu também as perdas.

“Perdi a liberdade de poder brincar na rua, de ter tempo de ir em festinhas… Mas para mim os estúdios eram um parque de diversões”, diz. Flávia compartilha de opinião semelhante. “Como toda escolha tem ganhos e perdas, e foi opção minha ser atriz e estava feliz ali, não tenho lacunas dentro de mim”.

No início dos anos 1980, Luciano Nassyn era uma das crianças mais famosas do país com o grupo Trem da Alegria. Apesar da agenda de shows na época, ele garante que não deixou de viver sua infância. “Meus pais me incentivavam a brincar na rua e estudar, mas é claro que as responsabilidades eram imensas, devo ter perdido algumas coisas, mas não sei mensurar quais”.

Caldas também falou sobre os ônus e os bônus de ser um astro infantil: “Cresci no meio dos mais brilhantes artistas do país, sendo exposto ao meu ‘Eu artista’ muito cedo. Viajei muito e pude assegurar uma vida financeira ainda mais tranquila. Dá pra ver o lado bom e o ruim, mas isso é uma questão de visão de mundo”.

Perguntado se acha que a notoriedade infantil pode prejudicar a construção da personalidade, Caldas diz considerar que a fama e o sucesso podem ser “problemáticos” a formação de um indivíduo. “São conceitos ilusórios, cheios de armadilhas. Você entende a existência do seu ego mais cedo; o que geralmente acarreta cobranças e ilusões de grandeza”.

Para Flávia, que se tornou ídolo infantil por “Chiquititas” [1997-2001], ter uma base é fundamental. “Você precisa de uma estrutura familiar muito forte, para que a fama e nem o fracasso destruam aquele jovem sem preparo nenhum emocional”.

Apesar de ser lembrado até hoje pelo personagem Cabeção, de “Malhação”, Sergio Hondjakoff, 40, começou muito antes. Ainda criança, integrou o grupo musical Terra Encantada e logo depois foi para a televisão. Sobre as dores e as delícias de ser uma celebridade, ele apontou o senso de responsabilidade ainda cedo, mas também ressaltou os danos ao abdicar, muitas vezes, do lado pessoal.

“Era adepto da cannabis aos 17 anos, fazia uso diariamente em casa para dormir, me relaxava, estudava os textos sob efeito, no começo era funcional, mas após um tempo fiquei com uma predisposição”.

Em seguida ele faz uma longa pausa e continua: “Com esse lance da fama, minha frustração de não ter tempo para vida pessoal, de estar sempre trabalhando, e com meu TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade), acho que não fui tão eficiente na conduta da minha psique em função do ofício”..

Planos para os filhos

A lista de astros infantis é longa. Os ídolos do passado hoje são pais, com o perdão do clichê, a pergunta é inevitável —incentivariam os filhos a seguirem o mesmo caminho? Pai de Benjamin, de quatro anos, Hondjakoff não vê problemas, embora deduza que ele será um gamer: “Se meu filho tomar gosto pela arte, vou apoiá-lo”, disse.

Caldas tem outro ponto de vista a respeito. “Eu não incentivaria a trabalhar como ator ou qualquer outra coisa. A única ‘profissão’ possível a uma criança deveria ser a de estudante”, afirmou ele, que não tem filhos —nem pretende ter.

Nassyn, pai de Lorenzo Gabriel, 6, concorda com o ator. “Não tenho a menor vontade, nem a mãe dele, de incentivar uma carreira predefinida, como aconteceu comigo”. Para Patrick, o interesse deve partir sempre da criança. “O ‘querer’ é o grande diferencial nessa situação, tem que ser uma vontade dele”.

E eles cresceram

A maioria dos entrevistados não é nostálgica, diz preferir viver o presente. Há 12 anos, Luciano Nassyn se dedica às terapias holísticas e faz shows com a sua banda. Atualmente, Patrick e a esposa [a ex-paquita Thalita Ribeiro] têm uma empresa de gestão de carreira de atletas esportivos, e são pais do pequeno Théo, de cinco anos. Recentemente, Hondjakoff investiu na política, mas não foi eleito vereador no Rio.

Flávia Monteiro segue atuante, conciliando cinema e teatro, além de ser mãe de Sophia, de nove anos. Ainda sem previsão de estreia, Eduardo Caldas adianta que seu projeto “Atormentados” dará origem a uma série de podcast e um documentário.

Ele explica do que se trata: “Vou revelar pela primeira vez os motivos que me fizeram largar tudo aos 14 anos, por que eu quis fugir do olhar público. Resolvi falar agora, 25 anos depois, sobre isso”. Indagado sobre uma possível saudade do passado, ele reflete: “Não tenho. Meu olhar sempre foi o futuro”.



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Vídeo: O silêncio das feministas diante do genocídio em Gaza

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Vídeo: O silêncio das feministas diante do genocídio em Gaza

Os movimentos feministas ocidentais se mobilizaram para os direitos das mulheres em todo o mundo – exceto quando se trata da Palestina.⁣



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Panamarenko e suas invenções comemoradas na Bélgica

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Panamarenko e suas invenções comemoradas na Bélgica

«Bing do Ferro Lusto X» (1997), Remortalidade D'Henri Van, também conhecido por Panamarenko, Au Mussee d'Ar Contemporine d'Averse (Mhka) e Belgique.

No momento em que os cartões de identidade belga eram feitos de papel e mencionavam a profissão, ele tinha o termo “aeronauta” apareceu por conta própria. Ao longo de sua vida, Henri Van Herwegen, também conhecido como Panamarenko (1940-2019)terá o desejo de escapar da gravidade e, além, de se libertar de qualquer forma de restrição.

Com som Aeromodeller (1969-1971), o dirigível de 27 metros que ele sonhava em pousar no jardim de Brigitte Bardot, ela Avião (1969), uma máquina de pedal (supostamente) voando 16 metros, ou seu CocotaxiEstrutura articulada com a aparência de um pássaro de dinossauros, esse requintado louco flamengo, na realidade, quase nunca decolará. O que isso importa: o que esse criador que queria ser um artista que era engenheiro não estava procurando não era o vôo, mas a estética de suas criações e a emoção que eles gerariam.

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Os eleitores alemães precisam escolher? – DW – 02/11/2025

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Os eleitores alemães precisam escolher? - DW - 02/11/2025

Empregos, renda e Alemanha economia de sinalização são focos principais para os partidos políticos do país antes de Eleições este mês, com muitos mirando medidas de proteção climática.

Friedrich Merz -O líder da União Democrática Cristã Central-direita (CDU) e amplamente inclinada para ser o próximo chanceler do país-disse que acabaria com as usinas de carvão e gás apenas se não danificasse a indústria alemã.

Até as partes ativas em questões climáticas são menos vocais sobre o assunto do que durante 2021 eleição.

Isso deixou alguns especialistas preocupados com o fato de a economia estar tendo precedência sobre o clima, embora pesquisas da Aliança Climática, uma coalizão alemã de grupos da sociedade civil, encontrou a maior parte da população gostaria de ver mais ações climáticas.

“Já é evidente que, no período que antecedeu as eleições federais, o clima e a economia estão novamente sendo jogados um com o outro”, disse Claudia Kemfert, economista e especialista em energia do Instituto de Pesquisa Econômica (DIW).

Um carro elétrico da Volkswagen
A icônica indústria automobilística da Alemanha está enfrentando perdas de empregos e lucros diminuindoImagem: Robert Michael/DPA/Picture Alliance

A ação climática é culpada pelos problemas econômicos da Alemanha?

Pela primeira vez em décadas, a economia da Alemanha, a maior da Europa, diminuiu por dois anos consecutivos.

Sua economia industrial orientada para a exportação foi atingida por altos preços de energia, bem como uma demanda doméstica lenta e o fraco comércio global. Ao mesmo tempo, sua indústria automobilística – a espinha dorsal icônica de sua economia – anunciou demissões em massa e diminuindo de vendas e lucros.

A política de mitigação de mudança climática não está impulsionando essa queda econômica, disse Gunnar Luderer, cientista que se concentra na transição energética no Instituto de Pesquisa de Impacto Climático de Potsdam. “Os problemas da economia alemã são de natureza estrutural e são mais profundos”.

Ele disse que um problema importante tem sido a dependência da Alemanha no gás da Rússia, que era caro para fazer a transição após a invasão da Ucrânia por Moscou, e que os altos preços da energia impactaram a economia, aumentando os custos de produção para indústrias intensivas em energia, como aço e produtos químicos, e ao elevar as contas para indivíduos.

Indústria ajudando o meio ambiente – fabricado

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O modelo econômico da Alemanha também se mostrou vulnerável à concorrência internacional e à pressão da expansão da China em novos mercados, como a mobilidade eletrônica, de acordo com Luderer. “Os fabricantes de carros alemães eram bastante lentos e, na verdade, tarde demais para se mudarem para essa nova tendência”, disse ele, acrescentando que o país está pagando agora.

Embora a Europa e os EUA tenham visto as vendas diminuindo de veículos elétricos, na China estão crescendo, representando quase 50% de todos os carros vendidos.

Empregos e oportunidades negligenciadas

“A alegação geral de que as medidas de proteção climática na Alemanha têm um impacto negativo na economia não é verdadeira”, disse Kemfert, que argumenta que medidas inteligentes de proteção climática criam enormes vantagens econômicas que geralmente são subestimadas.

Expandindo renováveis, Eletromobilidade, renovação com eficiência energética e eficiência energética no setor industrial são todas as medidas que exigem investimentos, que criam “valor e empregos”, disse Kemfert.

Uma empresa produzindo painéis solares na Alemanha
Os empregos alemães em energia solar aumentaram acentuadamente nos últimos anosImagem: Martin Schutt/DPA/Picture Alliance

O setor de energia renovável é reponsível para quase 400.000 novos empregos na Alemanha, acrescentou. O emprego no setor aumentou quase 15% entre 2021 e 2022, com o solar e setores de bomba de calor, expandindo o mais rápido.

“Se a Alemanha reproduz a economia contra o clima, há um risco de perda de empregos, perda de competitividade e altos custos de combustível fóssil”, disse Kemfert.

Dada a força da economia alemã na fabricação, máquinas e setor automotivo, há muitas oportunidades econômicas para se tornar um jogador principal em tecnologias verdes – como energia eólica, bombas de calor, Mobilidade eletrônica, ou tecnologia de controle inteligente para aumentar a flexibilidade nas demandas de energia, disse Luderer.

A Federação da Indústria Alemã (BDI), uma associação que conta com empresas químicas, de engenharia e elétrica entre seus membros, manifestou apoio às políticas climáticas, argumentando que as tecnologias verdes serão fundamentais para o futuro sucesso industrial da Alemanha.

Energia eólica na Alemanha
As tecnologias verdes são essenciais para o futuro sucesso econômico da Alemanha, dizem especialistasImagem: Jens Büttner/DPA/Picture Alliance

Os especialistas também dizem que a presença de renováveis ​​no mix de energia significou que o preço da eletricidade não aumentou tão acentuadamente quanto seria esperado, dados os preços recentes do gás.

Niklas Höhne, cientista e fundador do NewClimate Institute, sem fins lucrativos de pesquisa alemão, explica que os preços da eletricidade são empurrados pela fonte de energia mais cara do mix de energia, que geralmente são usinas a gás, enquanto as energias renováveis ​​continuam a cair em todo o mundo.

“Portanto, é realmente nossa dependência de combustíveis fósseis que aumenta os preços da eletricidade, em vez da expansão de renováveis”, disse ele.

Bomba de calor na Alemanha
Renovação com eficiência energética, como a instalação de bombas de calor, pode criar empregos, como especialistasImagem: Bosch

Os custos de incerteza e inação

Vários partidos políticos declararam que reverteriam Lei controversa de energia de construção da Alemanha Para eliminar os sistemas de aquecimento de combustíveis fósseis, que entraram em vigor no início do ano passado, além de desafiar a proibição Novos carros de motor de combustão na UE até 2035.

Essa incerteza política está impedindo a segurança do planejamento para as empresas, disse Stefanie Langkamp, ​​diretora executiva de política da Climate Alliance. “Sempre que você fala com a indústria, sempre que você fala com os sindicatos, eles dizem que essa é uma das coisas mais importantes para eles estabelecerem seus caminhos para o futuro”.

Ela destaca a indústria da bomba de calorque já contratou e treinou novos trabalhadores qualificados, bem como recursos adquiridos para aumentar sua capacidade.

“Se você não investe em ação climática hoje, enfrenta consequências realmente enormes, tanto em relação à economia quanto ao custo das mudanças climáticas”, disse Langkamp.

Rua inundada na Alemanha
O clima extremo como as inundações do ano passado já está custando bilhões de euros na Alemanha anualmenteImagem: Armin Weigel/DPA/Picture Alliance

Os danos econômicos causados ​​globalmente pelas mudanças climáticas são estimadas em seis vezes mais do que o dinheiro necessário para investir em medidas para cortar emissões e manter o aquecimento global abaixo de 2C (3,6f) acima dos níveis pré-industriais, De acordo com um estudo Publicado na revista científica Natureza. Na Alemanha, estima -se que o clima extremo, como tempestades e inundações, causasse danos em 2024 em 2024.

O mundo está mudando para uma economia neutra em clima nas próximas décadas, e muitos avanços em renováveis, bombas de calor e veículos elétricos já foram feitos, disse Langkamp.

“Pode haver ritmos diferentes em alguns países ou em alguns setores, mas ainda assim é um movimento mundial, e não vai parar. Portanto, é por isso que se você não investir em ação climática agora, terá problemas de competitividade mais tarde”.

“A única opção para a economia alemã é realmente adotar proativamente os desafios e oportunidades da transição verde”, disse Luderer. “Não há caminho de volta. E o maior risco para a economia alemã é desacelerar a transição ou confiar demais em modelos de negócios antigos que não são mais viáveis”.

Editado por: Jennifer Collins e Tamsin Walker



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