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Diante do Starlink de Elon Musk, Europa terá sua constelação Iris²

Diante do Starlink de Elon Musk, Europa terá sua constelação Iris²

Prioridade à soberania europeia. Após o lançamento do sistema de radionavegação Galileo, em serviço por 2016, e tornando-se assim autónoma do GPS americano, a Europa pretende adquirir rapidamente uma constelação de satélites que forneçam Internet de alta velocidade. O objetivo, desta vez, é não depender das redes dos dois bilionários americanos, Starlink de Elon Musk, e em breve Kuiper de Jeff Bezos.

Por isso o lançamento há dois anos, em novembro de 2022, do projeto Iris²um acrónimo para infraestruturas de resiliência e interligação segura por satélite, por iniciativa de Thierry Breton, então Comissário Europeu da Indústria. Está estimado um investimento de cerca de 10 mil milhões de euros para este projeto no qual participarão todos os principais players espaciais do continente.

Um passo foi dado na quarta-feira, 30 de outubro, com a adjudicação do contrato de concessão ao consórcio SpaceRISE, formado por três operadores de satélites: a francesa Eutelsat, a SES luxemburguesa e a espanhola Hispasat. Este grupo terá como parceiros os fabricantes de satélites Thales Alenia Space, OHB, Airbus Defence and Space; os grupos de telecomunicações Telespazio, Deutsche Telekom, Orange, Hisdesat e, finalmente, Thales SIX, especializados em sistemas de informação seguros para defesa.

A assinatura do contrato de concessão está prevista para o final de dezembro. Esta parceria público-privada proporciona, segundo a Comissão, “adquirir um sistema composto por mais de 290 satélites em diferentes órbitas e o segmento terrestre associado para fornecer serviços governamentais até 2030, permitindo ao mesmo tempo serviços comerciais”.

Diferenças franco-alemãs

Como Starlink demonstrou, desde a eclosão da invasão russa na Ucrânia, 24 de fevereiro de 2022ter uma ferramenta de comunicação espacial é vital em caso de falha de ligações terrestres, mas também de ataque cibernético. Os Vinte e Sete deverão, portanto, ter ligações seguras, principalmente para uso militar, e a futura constelação também fornecerá Internet de alta velocidade em áreas brancas, desprovidas de ligação.

Porém, Iris² difere de Starlink ou Kuiper pelo baixo número de satélites, algumas centenas em comparação com os milhares dos demais, pois não se trata de multiplicar esses objetos do tamanho de uma caixa de sapatos em órbita baixa e desordenar um pouco o espaço mais de 300 a 1.200 quilômetros. A constelação será capaz de passar da órbita baixa até a geoestacionária, a 36 mil quilômetros da Terra.

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