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Diretores de ‘Os Quatro da Candelária’ explicam ra…

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Estreia na Netflix nesta quarta-feira, 30, Os Quatro da Candelária, minissérie que imagina a vida interrompida de quatro vítimas da chacina da Candelária, crime que abalou o Brasil em 1993, quando policiais militares atiraram contra mais de 40 jovens que dormiam na escadaria da Igreja da Candelária, no centro do Rio de Janeiro, matando seis crianças e dois jovens adultos.
Com liberdade criativa, o roteirista Luis Lomenha – que também divide a direção com Márcia Faria – buscou humanizar as crianças, retratadas apenas como estatísticas em reportagens e outras produções. Em entrevista a VEJA, a dupla de diretores explicou a necessidade de reviver o crime, entre outras decisões criativas. Confira:
Luis, como roteirista do projeto e homem negro, por que acha tão importante revisitar esse capítulo trágico da história brasileira?
Luis: Eu sempre digo que eu tinha mais ou menos a idade de alguns dos sobreviventes em 1993, então eu lembro bem do ocorrido, foi uma coisa que marcou bastante na memória, porque eu me identificava com eles. Naquela época eu vivia na periferia e acompanhava muito o caso, mas, em 2005, eu fui fazer um documentário com mulheres que perderam o filho para a violência policial, e dentre elas havia mulheres que tinham ligação com a chacina da Candelária. Eram vítimas ou irmãs e parentes que perderam seus entes queridos. Depois fiz uma série documental, que contava com alguns sobreviventes também. Enfim, o que me incomodava é que muitos dos conteúdos produzidos sobre a chacina eram muito factuais e repletas de julgamento, nada tinha o ponto de vista dessas crianças, sobre como era a vida delas. Meu objetivo era mudar isso, era humanizar aquelas crianças, devolver a infância a elas de certa forma.
Márcia, como foi o processo de trazer sua perspectiva a essa história que é distante da sua realidade?
Márcia: O Luis me convidou para fazer essa série e, quando eu li os roteiros, imediatamente soube que tinha que fazer parte desse projeto de alguma maneira, porque ele tem uma importância imensa. Estamos falando de uma tragédia carioca, de um assassinato brutal, e eu queria poder contribuir com isso. Acho que o meu ponto de vista como mulher seria útil também, poderia trazer um acolhimento em relação às crianças, aos atores mirins, para que pudéssemos construir laços no set, o que foi o que aconteceu.
A minissérie fez consultoria com alguns sobreviventes. Como foi esse trabalho exatamente?
Luis: A Patrícia Oliveira é irmã de um dos sobreviventes. Eu já tinha trabalhado com ela no documentário, nos tornamos próximos, e ela é uma das maiores ativistas de direitos humanos do Rio de Janeiro. Sempre mantivemos contato, então, ela contribuiu bastante para o projeto, assim como outras pessoas, que nos ajudaram no processo de mostrar a realidade desse caso.
Os personagens da minissérie são baseados em vítimas reais, mas não existiram. Por quê?
Luiz: A realidade é muito mais dura do que a ficção. Tem muitos fatos reais ali, mas percebemos que a fantasia era importante. Inventamos bastante coisa dos imaginários de alguns deles. Há na minissérie, por exemplo, uma relação das crianças com os chocolates que é inventada. Porque o objetivo era devolver a humanidade e a infância a eles e mostrar a perspectiva dos sonhos que cada um tinha, porque é algo inerente a todo ser humano.
Márcia: E dar visibilidade, sair da estatística. Porque sabemos quantos morreram, quantos sobreviveram, mas queríamos mostrar que elas tinham sonhos, que foram interrompidos naquela noite. Também é importante mostrar que ali eram crianças antes de tudo.
Como lidar com a realidade atual, em que uma parcela da sociedade defende que outras chacinas da Candelária precisam acontecer?
Luis: A série se passa em 1993, mas tem muitos elementos que são atemporais ali, e isso serve para mostrar que de fato as coisas não melhoraram, elas pioraram. O número de mães no movimento do direitos humanos e de combate à violência aumentou de 1993 para cá. E naquela época, um tempo pós-Ditadura Militar, a sociedade estava muito sedenta por democracia, por transformação, o governo era progressista, tinha um secretário de polícia progressista, que buscaram uma resposta rápida. Mas, hoje em dia, a gente vê que passaram a desumanizar ainda mais as pessoas marginalizadas. É o que aconteceu com as novas chacinas, como a do Jacarezinho (em 2021, com 29 mortos) e de Santa Teresa (em 2019, com 13 mortos). São dois casos que foram maiores do que a Candelária, mais brutais, mas a sociedade relativizou. A gente coloca a bandeira da França no Cristo Redentor quando acontece um atentado na França, mas a gente não coloca a do Brasil quando acontecem casos assim aqui.
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Método inspirador de professora incentiva alunos com deficiência a lerem com prazer; vídeo

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17 de abril de 2025
Com o quadro repleto de palavras e doces ao lado delas, essa professora de Goiás criou um método de leitura inspirador para incentivar alunos com deficiência: quem lê corretamente a palavra indicada ganha o doce correspondente. Eles aprendem e se divertem ao mesmo tempo.
A cena, compartilhada pela psicopedagoga Gisele, de Goiás, já foi vista por mais de 200 mil pessoas, desde que foi postada, em fevereiro. O método criativo e com muito afeto é simples e deu super certo.
“Escolhe uma palavra pra você ler”, pede ela a um dos alunos da turma. “C-O-P-O”, responde o garoto. Com a resposta certa, ele pega o doce colado ao lado da palavra, no quadro, e sai feliz da vida. Esse é o poder do conhecimento, né?
Incentivar a leitura
Segundo a professora e psicopedagoga, o método não é sobre doces, é algo maior.
“A proposta dessa atividade é incentivar o gosto pela leitura. Os alunos leem e ganham um brinde. Eles amam essas atividades”, disse.
E o resultado é incrível. Todos que foram ao quadro conseguiram acertar as respectivas palavras. Um dos mais animados era Lucas, que queria acertar tudo! Depois de acertar uma delas, o jovem chegou até a fazer uma dancinha. O conhecimento abre portas!
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Atividade para Páscoa
Para esta Páscoa, Gisele preparou uma aula especial para os estudantes.
No quadro ela projetou várias imagens tradicionais da data como a uva, o pão, o sino e a cruz.
Os jovens tinham que pegar, em uma mesa em frente ao quadro, as palavras escritas em um papel e colá-las no quadro.
“André, procure onde está a palavra pão e cola lá no quadro”, pede a professora.
Quando André acerta, ela comemora. “Isso, parabéns Dedé!”.
Inclusão de verdade
Para os seguidores da professora, isso é inclusão de verdade.
“Se todas as escolas fizessem a inclusão de verdade as crianças com necessidade especiais teriam oportunidade na vida”, disse uma seguidora da professora.
Outro destacou o significado do trabalho de Gisele:
“Trabalhar com essas pessoas tem que ter muito amor e carinho, eles são pessoas maravilhosas.”
Veja a professora e seu método de leitura para alunos com deficiência:
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Cientista brasileiro pode ter descoberto nono planeta do sistema solar

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17 de abril de 2025
Uma pesquisa conduzida por um cientista brasileiro reacendeu a esperança de confirmar a existência do misterioso nono planeta. Rafael Ribeiro de Sousa, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) de Guaratinguetá, utilizou simulações que reproduziram a história do Sistema Solar ao longo de 4,5 bilhões de anos para a descoberta.
Com isso, a equipe chegou ao resultado de que a presença do Planeta 9 faz sentido e ajuda a explicar a forma e o comportamento das regiões onde nascem os cometas. “Descobrimos que houve um match, uma coincidência. Nossas simulações foram consistentes com as observações das órbitas dos cometas”, disse ele em entrevista à Universidade.
No estudo, publicado na revista científica Icarus, Rafael, em colaboração com cientistas dos Estados Unidos e França, aponta influência do eventual Planeta-9 na formação de cometas.
Enigma do 9
A ideia de um nono planeta surgiu ainda no século 19. Na época, astrônomos queriam entender perturbações nas órbitas de Urano e Netuno.
Com a descoberta de Plutão em 1930, cientistas acharam que o mistério havia sido resolvido. Mas, logo ficou claro que o planeta era pequeno demais para causar grande influência gravitacional.
Desde então, os cientistas voltaram a pensar na existência de um planeta muito maior, localizado em uma órbita de 600 vezes mais distante do que a Terra em relação ao Sol.
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A novidade
A pesquisa da Unesp focou no comportamento dos cometas que saem da região do Cinturão de Kuiper e da Nuvem de Oort.
Ao simular o Sistema Solar com a presença do Planeta 9, Rafael observou como o astro afetaria as órbitas dos cometas.
O modelo bateu com a realidade: as simulações produziram com precisão a órbita de quatro cometas reais, todas com mais de 10 km de diâmetro e trajetória definidas.
Quase lá
O Planeta 9, segundo estudos, seria escuro, gelado e bem distante. O fato dele refletir pouca luz acaba o tornando invisível aos telescópios atuais.
A notícia boa é que a simulação indicou características mais específicas, como a massa (7,5 vezes a da Terra) e a região exata onde ele pode estar.
O próximo passo é estudar os cometas de longo período, que levam milhares de anos para completar uma volta ao Sol.
Um grande aliado na busca vai ser o novo Observatório Vera Rubin, no Chile.
O mistério do Planeta-9, com a publicação da pesquisa da Unesp, ganha novos contornos. – Foto: Unesp
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Paul Watson: Interpol suspende Alerta Vermelho contra ativista de baleias após pressão

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17 de abril de 2025
Após intensa luta, o ativista Paul Watson teve o Alerta Vermelho, emitido pelo Japão, suspenso da lista da Interpol. Sim, ele está livre! Essa é uma vitória do meio-ambiente e em defesa das baleias, que ele tenta proteger há anos.
Paul é fundador da organização Sea Shepherd, reconhecida mundialmente por lutar pela preservação dos oceanos e da vida marinha. A decisão da Interpol foi publicada no dia 8 de abril e representa uma reviravolta. Até pouco tempo, Paul estava preso na Groenlândia e ameaçava ser extraditado.
Com a suspensão do alerta, o ativista volta a ter liberdade de circulação e já tem palestra confirmada na Conferência da Organização das Nações Unidas sobre os Oceanos, em junho, na França. “A suspensão é uma mensagem clara: a justiça internacional não deve ser usada como ferramenta política contra defensores do meio ambiente”, disse Nathalie Gil, presidente da Sea Shepherd Brasil.
Liberdade chegou
Após a emissão do mandado japonês, Watson foi preso em julho do ano passado. Aqui no Brasil, artistas fizeram campanha pela libertação de Watson, como mostrou o Só Notícia Boa.
Em dezembro, depois de cinco meses preso, foi libertado quando a Dinamarca recusou a extradição ao apontar falhas no pedido dos asiáticos. A suspensão do Alerta não foi à toa.
A Comissão de Controle dos Arquivos da Interpol apontou várias Inconsciências, entre elas a desproporcionalidade das acusações e o risco à integridade física de Paul. A decisão também reconheceu que o caso tem contornos políticos, o que contraria as regras da Instituição internacional.
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Mobilização internacional
A campanha pela libertação de Paul Watson contou com grande participação da Sea Shepherd Brasil e ganhou força nas redes sociais e imprensa.
Na época, o Palácio do Planalto se envolveu e o presidente Lula (PT) enviou uma carta oficial à primeira-ministra da Dinamarca pedindo que a extradição fosse negada.
A resposta do governo dinamarquês veio. Paul foi libertado pouco antes da audiência final que decidiria o destino dele.
Símbolo da luta
Paul não é apenas um ativista. O homem já se tornou um símbolo quando se trata da defesa do meio-ambiente.
Fundador da Sea, o canadense se tornou referência na luta contra a caça ilegal de baleias e outras práticas que ameaçam os ecossistemas marinhos.
Justiça feita!
Paul foi preso em 21 de julho de 2024 na Groelândia e libertado em dezembro do ano passado, mas estava na lista da Interpol. – Foto: Sea Shepherd
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