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Dólar deveria estar em R$ 5,70, diz Itaú – 22/01/2025 – Mercado

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Dólar deveria estar em R$ 5,70, diz Itaú - 22/01/2025 - Mercado

Luciana Coelho

A conta de valor justo para o real é com o dólar a R$ 5,70, diz o economista-chefe do Itaú Unibanco e ex-diretor do Banco Central Mario Mesquita. Mas, para voltar a esse patamar, visto pela última vez há três meses, é necessário que o governo tenha uma ação fiscal forte, que reforce o arcabouço fiscal e demonstre seu compromisso.

Nesta quarta (22), a moeda americana fechou cotada abaixo de R$ 6 pela primeira vez desde 12 de dezembro ante dúvidas sobre a política tarifária prometida pelo americano Donald Trump.

“Esse é o momento de reforçar o arcabouço fiscal, não de enfraquecer. Acho que para recuperar a credibilidade, a confiança, às vezes você precisa fazer um ato mais emblemático”, disse Mesquita em Davos, onde participa da reunião anual do Fórum Econômico Mundial.

“O que a gente tem sugerido é que o arcabouço, na verdade, deveria ser reforçado com um limite de crescimento de 1,5%, e não de 2,5%. E a gente no texto também apresenta várias medidas que poderiam ser contempladas, que tem a ver com a rigidez do processo orçamentário brasileiro, da execução fiscal no Brasil.”

O economista conversou com a Folha e outro veículo brasileiro entre reuniões e painéis do evento, nos quais o país raras vezes é mencionado, a não ser pela questão ambiental, e ainda assim menos do que de costume.

“O Brasil é um país que até tem crescido bem nos últimos anos, inclusive é algo que talvez o mercado internacional ainda não tenha capturado”, afirmou, lembrando que o fórum normalmente trata de crises ou grandes cases de sucesso. “Na parte ambiental, o Brasil, sim, sempre é citado e, sim, é importante, mas tirando esse aspecto ambiental, eu não vi interesse particular no Brasil. Não tem uma crise humanitária, também não é considerado um país que vai explodir de crescimento no futuro.”

Mesquita também aponta que o país não tem o tipo de discurso que “encanta os investidores em Davos”, ao contrário do argentino Javier Milei, cujo discurso marcado para esta quinta (23) é esperado com entusiasmo no Fórum.

Ele contesta, no entanto, que haja fuga de investidores. “No começo do ano, a entrada de recurso na Bolsa foi expressiva, mesmo porque os ativos brasileiros estão muito baratos. O Brasil, ano passado, segundo o Unctad [órgão da ONU para comércio e desenvolvimento], foi o quinto maior destino de investimento estrangeiro direto, globalmente. E tem mantido essa posição.”

Mesquita não descarta, tampouco, a possibilidade de o Brasil se beneficiar durante a gestão de Donald Trump nos EUA. Isso se o republicano “se acalmar um pouco” e se o cenário hoje opaco se desanuviar, o que abriria espaço para o país se beneficiar das altas taxas de juros, hoje em 12,25%; o Itaú Unibanco prevê que chegue a 15,75% até o fim do ano sob a gestão de Gabriel Galípolo.

“O Brasil tem um déficit comercial com os Estados Unidos, então ele não é um país que deve ser foco de iniciativas tarifárias do novo governo americano”, diz. Mas ele pondera que “um dos aspectos da nova política comercial americana é que ela não se refere apenas a comércio”, ela serve também a fins geopolíticos, e Trump já sugeriu sobretaxar os países dos Brics caso eles desdolarizem suas transações — uma ideia contemplada pelo grupo ainda que distante da prática.

“Por exemplo, a discussão de tarifa no México e no Canadá é para eles reforçarem seus controles migratórios, isso não tem a ver com o comércio diretamente. Acho que o que a gente tem por hora é um aumento do grau de incerteza pairando sobre a economia mundial, porque cada dia pode ter uma novidade vindo de Washington. E isso tende a ser ruim para o comércio internacional, para o crescimento mundial.”

Outra consequência possível dos planos de Trump é uma queda drástica dos preços do petróleo, resultado da promessa dele de elevar a produção americana do combustível fóssil ao mesmo tempo em que desmantela programas de economia verde. Isso, avalia ele, poderia aliviar um pouco a pressão inflacionária no Brasil, embora esta esteja sustentada por outros fatores, como um crescimento acima do potencial.





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Globo não aprova projeto de Fátima Bernardes – 22/01/2025 – Televisão

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Globo não aprova projeto de Fátima Bernardes - 22/01/2025 - Televisão

Ana Cora Lima

Rio de Janeiro

A Globo não aprovou inicialmente o projeto de Fátima Bernardes para uma nova atração na emissora. O formato do programa não agradou à direção, que assistiu recentemente à uma versão do piloto, gravado em novembro. O F5 apurou que a cúpula da emissora considerou a atração parecida com o início do “Encontro”, programa que a jornalista estreou em junho de 2012 e comandou por dez anos.

A apresentadora foi informada sobre a decisão e agora precisará reformular a ideia para alinhar o projeto com as expectativas da empresa. A reportagem procurou a emissora, que respondeu: “O piloto do programa ainda está em produção”.

A Globo já havia sinalizado que deseja que Fátima assuma uma atração no estilo do clássico programa comandado por Hebe Camargo (1929-2012) nas noites de segunda-feira no SBT nos anos 1980 e 1990.

Naquela época, a veterana apresentadora recebia convidados para pequenos debates e apresentações musicais em um confortável sofá. A emissora espera algo semelhante, mas com mais glamour, sofisticação e temas leves.

Fátima vem rejeitando a pecha de “a nova Hebe Camargo”. “Cada coisa tem seu tempo. Acho que se a Hebe fosse viva, estaria fazendo coisas diferentes das que ela fez. Prefiro pensar na minha própria história tentar encontrar o meu próprio jeito”, disse em entrevista à coluna de Monica Bergamo em dezembro.

Na época, nos bastidores da Globo já se falavam no projeto da emissora em ver a ex-mulher de William Bonner comandado uma atração semelhante de uma das pioneiras e mais marcantes personalidades da televisão brasileira.

Fátima, que vinha trabalhando no projeto desde março de 2024, pediu que o formato não fosse diário e que seria gravado. A emissora aceitou a proposta de um programa semanal, mas insistiu na transmissão ao vivo e reforçou o desejo de um “programa de gala”.





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Um novo incêndio assola o norte de Los Angeles, mais de 2.000 hectares destruídos

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Um novo incêndio assola o norte de Los Angeles, mais de 2.000 hectares destruídos

Uma nuvem de fumaça do novo incêndio é visível atrás da Rota 14 do estado da Califórnia, saindo de Santa Clarita, Califórnia, em 22 de janeiro de 2025.

Um novo incêndio eclodiu na quarta-feira, 22 de janeiro, ao norte de Los Angeles, levando a ordens de evacuação em uma região já abalada por incêndios devastadores. As chamas se espalharam rapidamente ao redor do Lago Castaic e destruíram mais de 2.000 hectares em menos de duas horas.

Eles foram abanados pelos ventos quentes e secos de Santa Ana que continuam a soprar pela região, empurrando uma grande nuvem de fumaça acima do incêndio. Foram emitidas ordens de evacuação para mais de 19 mil pessoas que vivem em bairros ao redor do lago, localizados a cerca de 50 quilómetros a norte de Los Angeles e perto da cidade de Santa Clarita.

Imagens de televisão mostram policiais circulando pela área pedindo aos moradores que evacuem. Helicópteros e aviões jogaram água sobre as chamas para tentar sufocá-las, enquanto os bombeiros tentavam combatê-las no solo. Perto do lago, quatro prisões que abrigam um total de 4.700 pessoas estão ameaçadas pelo incêndio.

Preocupação com 4,7 mil pessoas encarceradas

“Há muito que nos opomos à expansão do sistema prisional, especialmente em áreas com risco de incêndio, e estamos muito preocupados com a segurança dos encarcerados nestas prisões”disse Melissa Camacho, advogada da ACLU, uma importante associação de direitos civis. “Pedimos aos líderes do condado que instruam o Departamento do Xerife de Los Angeles a providenciar imediatamente o transporte necessário para evacuar as prisões sem demora”ela acrescentou.

Los Angeles mal se recupera dos incêndios que eclodiram em 7 de janeiro e desfiguraram parte da cidade, matando quase trinta pessoas.

Robert Jensen, que trabalha para o xerife do condado de Los Angeles, pediu a qualquer pessoa que estivesse na área do novo incêndio que deixasse a área imediatamente. “Vimos as causas devastadoras para as pessoas que se recusaram a seguir ordens (evacuação) » durante os recentes incêndios, que destruíram mais de 15.500 edifícios dentro e ao redor da segunda maior cidade dos Estados Unidos, disse ele. “Eu não quero ver isso aqui. Se você recebeu uma ordem de evacuação, evacue »acrescentou o Sr. Jensen.

O mundo com AFP

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Crítica de A Man for All Seasons – retrato rangente, mas comovente, de heroísmo silencioso | Teatro

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Crítica de A Man for All Seasons – retrato rangente, mas comovente, de heroísmo silencioso | Teatro

Arifa Akbar

UMentre os muitos vilões e traidores da era Tudor está Thomas More, um bom homem que ousou tomar uma posição silenciosa contra o rei Henrique VIII. Mas a peça de Robert Bolt mostra que ser bom pode ser igualmente perigoso para a cabeça.

Este drama de 1960, que nos conduz aos últimos anos de More, teve imenso sucesso em sua época, sendo transferido para a Broadway e adaptado para o cinema com Paul Scofield. A nova produção itinerante de Jonathan Church é inteligente e bonita, mas parece uma peça histórica antiquada, em algumas partes barulhenta, embora ainda seja um retrato comovente de heroísmo silencioso.

Quando More se recusa a endossar o divórcio de Henrique com Catarina de Aragão (para se casar com Ana Bolena), a crueldade do rei encontra a bondade intransigente do chanceler e este caminha inevitavelmente para o cepo.

More é habilmente interpretado por Martin Shaw, embora sua atuação não seja tão penetrante quanto a de Scofield no filme de 1966. Ele começa com um ar autoritário e um toque de irascibilidade, mas torna-se mais humildemente heróico à medida que a peça avança, parecendo fisicamente mais amassado, mas mantendo a integridade até o fim.

A história se concentra nos argumentos de More de que, como Lorde Chanceler, ele não pode endossar o divórcio de Henrique porque a lei de Deus (por meio do papa) não pode ser superada pela lei do rei criada pelo homem em questões de matrimônio. Há trapaça e manipulação por parte do antagonista central de More, Thomas Cromwell (Edward Bennett). “No meu silêncio está a minha segurança”, diz More, mas o silêncio é usado contra ele por Cromwell, que o chama de protesto traiçoeiro, e há algumas boas saraivadas verbais entre os dois.

Travessamente divertido… Gary Wilmot (centro) e o elenco de A Man for All Seasons. Fotografia: Simon Annand

Cromwell é basicamente o executor e mestre espião em ação, autodenominando-se o “ouvido do rei” e referido, fabulosamente, como “um chacal com dentes afiados”. Bennett é um bom valentão, embora Cromwell ainda não seja o supervilão brilhante de Wolf Hall, de Hilary Mantel. Há outros que traem More, como o covardemente ambicioso Richard Rich (Calum Finlay) e seu ex-amigo Norfolk (Timothy Watson).

A segunda metade é mais pensativa à medida que vemos o efeito da posição de More sobre sua família. Enquanto ele acredita que está seguro em seu silêncio, sua esposa, Alice (Abigail Cruttenden), e sua filha, Margaret (Annie Kingsnorth), temem o pior. O último encontro da família na cela de More, dentro da torre, é comovente e mostra o preço do sacrifício para a família.

Gary Wilmot é divertido em vários papéis cockney – desde o administrador de More, Matthew, até barqueiro, carcereiro e carrasco – anunciando maliciosamente o novo papel a cada vez. Sua atuação é a que mais brilha, mesmo que seja um mero alívio cômico.

A cenografia de Simon Higlett evoca o período, visualmente, em seu cenário austero e escuro com painéis de madeira que traz à tona os detalhes históricos imaculados dos figurinos. Mas o ritmo diminui e a sombra de histórias Tudor subsequentes maiores e mais rápidas no palco e na tela se agiganta.



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