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Dólar sobe após dados fortes dos EUA e nova decepção com China; Ibovespa recua

CNN Brasil

O dólar subia frente ao real nesta quinta-feira (17), em linha com a força em mercados emergentes, à medida que investidores avaliavam novas notícias vindas da China que decepcionaram os mercados globais e analisavam novos dados econômicos dos Estados Unidos.

Às 10h55, o dólar à vista subia 0,02%, a R$ 5,6662 na venda.

No mesmo horário, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, cedia 0,96%, a 130.487,45 pontos, minado pelo declínio do minério de ferro na China, o que tende a pressionar a blue chip Vale, bem como pelo avanço nas taxas futuras de juros no Brasil.

China

Os mercados renovavam seu pessimismo diante das perspectivas para a China, após uma entrevista coletiva do governo sobre medidas para o setor imobiliário, cuja crise é uma das principais causas para a desaceleração da segunda maior economia do mundo, não impressionar investidores.

A China anunciou que ampliará uma lista de projetos habitacionais elegíveis a financiamento e aumentará os empréstimos bancários para esses empreendimentos para 4 trilhões de iuanes (US$ 562 bilhões) até o final do ano.

Analistas viram o anúncio como apenas uma complementação de medidas de estímulo ao setor já apresentadas anteriormente, concluindo que, na prática, não houve nenhuma novidade no briefing.

A decepção dos investidores com a China, maior importador de matérias-primas do planeta, voltava a pressionar os preços de commodities, com quedas em produtos importantes para a pauta exportadora de países emergentes, como o minério de ferro.

“A China frustrou novamente o mercado, o que impacta commodities. Se é um dia mais fraco de commodities, você tem uma consequente desvalorização de moedas de países cuja pauta exportadora é muito associada a elas, que é o caso do Brasil”, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.

Com isso, o dólar se fortalecia frente a moedas emergentes, com ganhos contra o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno.

Dados fortes nos EUA

Outro fator para a força do dólar no exterior, os EUA voltaram a apresentar dados fortes para a economia nesta quinta, o que fez agentes financeiros reduzirem ainda mais a expectativa por um afrouxamento monetário agressivo no Federal Reserve.

Números do governo mostraram que as vendas no varejo subiram 0,4% em setembro na base mensal, acima da alta de 0,3% esperada por analistas consultados pela Reuters e uma melhora ante o avanço de 0,1% no mês anterior.

O resultado mostrou que o mercado consumidor dos EUA continua resiliente, o que afasta ainda mais temores de uma desaceleração econômica agressiva e reduz o espaço para cortes de juros. Como consequência, os rendimentos dos Treasuries subiam.

Operadores colocavam 11% de chance de o Fed manter os juros inalterados em sua reunião de novembro, de 5% antes dos dados. A probabilidade de um corte de 25 pontos está em 89%.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,10%, a 103,640.

Corte de Juros BCE

Também estava no radar a decisão de política monetária do Banco Central Europeu, que decidiu reduzir os juros em 25 pontos-base pelo segundo encontro consecutivo. O banco, no entanto, não forneceu sinais sobre seus movimentos futuros.

No cenário doméstico

O mercado ainda demonstra preocupações com a questão fiscal, à medida que o governo vem prometendo anunciar medidas de contenção de gastos a fim de cumprir a meta de déficit primário zero para este ano.

“Continua o ceticismo por parte do mercado em relação às medidas de contenção de gastos prometidas pelo governo… Promessas não pagam dívidas, a gente precisa de uma materialização. Então, no curto prazo, ainda haverá essa incerteza contínua”, completou Spiess.

A incerteza fiscal continuava tendo efeito na curva de juros brasileira, com os juros futuros apresentando altas sólidas nesta sessão.

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*Com informações da Reuters



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