A derrota por 3 a 0 para o Pachuca, do México, e a eliminação da Copa Intercontinental não diminuem as brilhantes conquistas da Libertadores e do Brasileirão pelo Botafogo.
Logo após a partida, um repórter instigou o técnico do Botafogo a lamentar o cansaço físico e mental para justificar a derrota. Artur Jorge, com sua seriedade profissional, disse que o Pachuca foi melhor e que o Botafogo jogou mal.
Evidentemente, o cansaço depois de muitos jogos seguidos e as viagens prejudicaram o Botafogo. Não é só isso. Desde 2012 um time brasileiro não ganha o torneio, e metade das derrotas foi para adversários não europeus. Não houve zebra.
A escalação de vários reservas no início da partida ocorreu por problemas físicos dos titulares e porque, certamente, o técnico queria poupá-los para o jogo de sábado, pois tinha convicção de que o Botafogo venceria. Não deu certo.
Desisti de saber os detalhes das grandes mudanças feitas pela Fifa nos calendários e nos formatos de competição da Liga dos Campeões, dos mundiais entre seleções, do Mundial de Clubes e da atual Copa Intercontinental. Aumentou bastante o número de jogos. Querem faturar mais. A ganância não tem limites. Os treinadores e os atletas deveriam protestar, como já fez o craque espanhol Rodri.
Pela Liga dos Campeões, Real Madrid e Atalanta fizeram um ótimo e equilibrado jogo na vitória do Real por 3 a 2. Vini voltou depois de uma contusão e fez um gol. Mbappé saiu contundido e, provavelmente, não jogará a final da Copa Intercontinental. Ele e Vini ainda não se entenderam bem. Os dois gostam da bola na frente para usar a velocidade e o talento na decisão da jogada. Em uma dupla de ataque, o ideal é unir características diferentes, a pausa e a aceleração, o pensamento e a ação.
O Liverpool é líder do Campeonato Inglês e da Liga dos Campeões. Klopp saiu, e o novo técnico, o holandês Arne Slot, manteve o ótimo trabalho, com pequenas mudanças. Quatro sul-americanos são titulares: o goleiro brasileiro Alisson, o meio-campista argentino Mac Allister, o atacante colombiano Luis Díaz e o atacante uruguaio Darwin Núñez.
O Barcelona é líder do Campeonato Espanhol e vice-líder da Liga dos Campeões. O time joga com zagueiros na altura do meio-campo. Com isso, dá mais chance ao adversário de fazer gols, mas, em compensação, com a pressão para recuperar a bola e a grande qualidade dos jogadores do meio para a frente, marca mais gols do que sofre. Costuma dar goleadas.
Ao contrário do que insistem em dizer, Raphinha não é no Barcelona um meia-atacante como faz na seleção. No time espanhol, ele é um atacante pela esquerda que se desloca para o centro para dar passes decisivos e fazer gols formando dupla com o centroavante Lewandowski. O meio-campo do Barcelona é preenchido por três excepcionais jogadores que fazem parte da seleção espanhola. Essa é a diferença técnica entre a seleção brasileira e a da Espanha.
Dorival Júnior tem escalado a seleção com um ponta-direita agressivo, um centroavante, Raphinha pelo centro e Vinicius Junior pela esquerda. Sobram apenas dois no meio-campo. É muito espaço para os dois marcarem e organizarem as jogadas, ainda mais que os dois laterais não são construtores. Dorival tem um dilema para resolver. “Decifra-me ou te devoro.”
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