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Em 1º depoimento, policial federal que matou jovem em boate alega que se defendeu: ‘não tive escolha de evitar’

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Victor Campelo disse que sacou a arma após ter sido agredido e caído no chão. Caso ocorreu em julho de 2016 e resultou na morte do estudante Rafael Frota.

Ouvido pela primeira vez em uma audiência, o policial federal Victor Campelo falou em depoimento, nesta sexta-feira (20), que a única reação que teve no dia da briga, em uma casa noturna, que resultou na morte do estudante Rafael Frota, foi de se defender.

Campelo foi ouvido durante uma audiência de instrução, no Fórum Criminal de Rio Branco, sobre o crime. Na plateia, familiares da vítima assistiam atentos ao relato do policial.

Ele é apontado como autor dos disparos dentro de uma boate, na capital acreana, no dia 2 de julho de 2016, que resultaram na morte de Frota. “Não tive escolha de evitar a situação. Só tive a reação de me defender ali”, disse durante a oitiva.

O policial relatou que a confusão começou após um pequeno desentendimento entre ele e a jovem Lavínia Melo, que o acompanhava no momento. Após os dois se acertarem, um rapaz esbarrou na jovem e a agrediu verbalmente.

Campelo negou que tivesse se envolvido na confusão inicialmente, mas resolveu defender a jovem após desconfiar que o rapaz bateria nela. Nesse momento, ele diz que foi agredido com um soco no rosto e caiu desacordado no chão.

“Não conhecia ele, depois descobri que era o Marquinhos. Ele começou a xingar e vir para cima dela. Fiquei olhando sem fazer nada, mas resolvi entrar no meio dos dois. Só lembro de acordar no chão, não lembro de ter caído, já me vi no chão. Depois me mostraram a foto e vi que era o Marquinhos. Na hora que estava no chão, vi um monte de vultos em cima de mim. Nesse momento, puxei a arma e apontei para cima para onde os caras estavam me agredindo”, destacou.

A família de Frota disse que ele não tinha saído com o grupo que agrediu o policial, mas que conhecia os rapazes. A mãe da vítima, Neide Frota, contou que ele já estava saindo da boate quando houve a confusão.

 Rafael Chaves Frota morreu após ser atingido por um tiro em uma boate no Acre (Foto: Arquivo pessoal)

Rafael Chaves Frota morreu após ser atingido por um tiro em uma boate no Acre (Foto: Arquivo pessoal)

Disparos

Conforme foi relatado pela polícia na audiência, Campelo disparou ao menos cinco vezes na direção das pessoas. O primeiro tiro atingiu pegou na própria perna dele e os demais atingiram um dos rapazes envolvidos na confusão.

O tiro que atingiu Frota passou de raspão nesse rapaz, que estava agachado. Segundo a polícia, Frota estava se aproximando do grupo quando foi atingido.

“Eu que disparei a arma. Não tem explicação as pessoas falarem que pedi para esconder a arma. Não lembro a hora que o tiro acertou minha perna, não lembro dos rostos, só vi vultos. Na hora que atirei percebi que as pessoas se afastaram, acho que por causa do barulho, foi aí que sentei com a arma na mão”, detalhou.

Ele completou ainda que logo depois alguém tentou tirar a arma dele e não conseguiu. “Ficou nessa luta, não sei se houve outro disparo. Depois o cara desistiu de pegar, mas veio outra pessoa e deu um chute forte nela, que caiu a uns dois metros”, detalhou.

O juiz do caso, Alisson Braz, lembrou que, conforme os resultados da investigação, Frota não estava no grupo que agredia o policial. Campelo contou que o local estava escuro, que não conhecia o estudante e não sabe se ele estava envolvido na confusão.

“Só via vultos, não vi rostos. Em nenhum momento falei que o Rafael me agrediu. Falei que atirei em quem estava perto, se ele estava me agredindo não sei. Tinham uns dois ou três perto. Não conhecia ninguém. Tudo que falei foi comprovado até hoje. Não tenho por que estar mentindo. Estou respondendo pelo o que fiz. Lamento pela vida do rapaz que faleceu. A mídia está me massacrando há dois anos. Não tive escolha de evitar essa situação”, lamentou.

O juiz pediu para avaliar o prontuário de atendimento de Rafael Frota. Segundo o magistrado, foi levantada a hipotése de o rapaz ter falecido por negligência no atendimento. Ele ressaltou que tem dez dias, podendo ser alterado devido a complexidade do caso, para avaliar o processo. G1AC.

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Vice-governadora Mailza Assis participa de ação social no bairro Cidade do Povo

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Carolina Torres

A vice-governadora e secretária de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Mailza Assis, participou neste sábado, 21, de uma ação social de atendimento à população voltada para a comunidade do bairro Cidade do Povo, realizada em parceria com a Igreja Videira Church.

SEASDH recebeu certificado de agradecimento pela parceria. Foto: Ascom/Igreja Videira Church

A ação foi promovida em parceria com o governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH), e diversas instituições estaduais, municipais, públicas e privadas. O evento contou com atendimentos médicos, atendimento odontológico, ações educativas com abordagem de saúde e bem-estar, jogos educativos e recreativos, apresentações teatrais, serviços sociais, atendimento psicológico, orientação jurídica, teste de visão e testes rápidos de saúde, vacinação, bazar solidário, cortes de cabelo, planetário e atividades de ciências, segurança e patrulha comunitária, atividades lúdicas e recreativas para crianças, além de outras atividades e serviços diversos.

Mailza visitou todos os locais de atendimento. Foto: Ascom/Igreja Videira Church

A vice-governadora e titular da pasta, Mailza Assis, destaca que a Igreja Videira, junto com o governo do Estado, secretarias estaduais e demais voluntários, se disponibilizou para ajudar essa comunidade que tanto precisa e merece:

“São voluntários, pessoas que se disponibilizam a dar as mãos para juntos realizarmos essa ação. Já podemos observar a transformação que essas ações promovem. E é assim que conseguimos mudar a sociedade e a forma de pensar: por meio da educação, da saúde, e das atividades lúdicas que as crianças adoram. Neste clima natalino, unidos e de mãos dadas, enfrentamos e superamos muitos desafios.”

Atendimentos da assistência social e direitos humanos voltados para a comunidade. Foto: Railton Araújo/SEASDH

A SEASDH participou especialmente com serviços da Tenda de Direitos, o Projeto Vestuário Social, que oferece roupas para a população, o Registro Civil, realizando atendimentos e emissão de 2ª via de certidões, e a doação de 20 cestas básicas.

Mailza enfatiza que o objetivo é fortalecer ainda mais essas ações, que é com o apoio da comunidade e das instituições, que trazem seus serviços, que é possível transformar vidas:

“A intenção é fortalecer ainda mais essas ações, que é com o apoio da comunidade e das instituições, que trazem seus serviços, que é possível transformar vidas. É essa unidade que faz a diferença: cada um contribuindo com aquilo que sabe, com o que pode oferecer, e, acima de tudo, com amor ao próximo”.

Comunidade recebeu roupas, cestas básicas, atendimentos médicos e outros. Foto: Railton Araújo/SEASDH

A coordenadora do evento, Fernanda Figueiredo, relata que as parcerias com o governo do Estado, as secretarias, os setores públicos e privados são essenciais para que o dia aconteça:

“Esse projeto surge da compreensão de que a igreja deve sair das quatro paredes, estar próxima da comunidade, observar suas necessidades e oferecer apoio dentro das nossas possibilidades. Sempre realizamos em parceria porque entendemos que, como costumo dizer, sozinhos podemos até ir mais rápido, mas juntos chegamos mais longe. Essa parceria é fundamental entre a igreja, os setores públicos e privados para atender à sociedade, levando dignidade, cidadania e amor.”

Coordenadores do evento junto à vice-governadora. Foto: Ascom/Igreja Videira Church

Essa é a segunda vez que a instituição promove a ação no bairro, onde também já foi realizado o Natal Solidário em 2023. A organizadora afirma:

“A expectativa é que atenda mais pessoas do que na última edição, que chegou a 600 pessoas. Ainda não sabemos se conseguiremos, mas estamos esperançosos.”

Vestuário social entrega roupas novas para a população. Foto: Railton Araújo/SEASDH

O Projeto Vestuário Social levou roupas femininas e masculinas de diversos tamanhos para a comunidade, proporcionando bem-estar à população nesse final de ano.

Moradora do bairro e sua filha participaram das atividades. Foto: Carolina Torres/Secom

A moradora do bairro, Simone de Oliveira, destaca que achou a ação importante para a comunidade:

“Eu achei muito interessante, especialmente porque as roupas são novas, não usadas, e estão aqui para atender a comunidade. Todos os benefícios que recebemos são muito importantes, e eu achei a ação muito boa.”

Simone destaca ainda que as ações no bairro são sempre bem-vindas, principalmente porque se aproximam da população:

“As ações no bairro são sempre bem-vindas, principalmente porque se aproximam da população. Fica mais fácil, já que muitas pessoas não têm condições de se deslocar. Quando acontecem ações assim, é bem mais acessível para a população daqui, da Cidade do Povo.”

Arline fez cadastro no projeto e recebeu os itens pessoais. Foto: Carolina Torres/Secom

A profissional do lar, Arline Souza de Andrade, frisou: “Acho muito importante, porque é bom para nossa sociedade. Quando eles vêm, podemos aproveitar.”

Parceria uniu instituições públicas e privadas. Foto: Ascom/Igreja Videira Churc

Trabalharam em parceria a Secretaria da Mulher (Semulher), o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre (CBMAC), o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), a Polícia Militar (PMAC), a Energisa, o Exército Brasileiro, o Ministério Público, entre outros.

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Nota oficial sobre acidente na balsa de Xapuri

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Da Redação

O governo do Acre, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária (Deracre), informa que está acompanhando o acidente ocorrido na balsa em Xapuri, onde um caminhão boiadeiro, sem carga, caiu no Rio Acre ao tentar embarcar na travessia para o bairro Sibéria.

Felizmente, não houve feridos, e a vítima envolvida está bem. A embarcação foi inspecionada e não apresenta problemas estruturais ou operacionais. Para agilizar a remoção do veículo e minimizar os impactos na travessia, o Deracre providenciou uma máquina para auxiliar nos trabalhos no local.

Reafirmamos nosso compromisso com a segurança e o bem-estar de todos que utilizam os serviços de travessia e seguimos adotando medidas para evitar novos incidentes.

Sula Ximenes
Presidente do Deracre

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Prefeito de Tarauacá receberá R$18 mil de salário; vice, R$14 mil

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Foto de capa [site da Câmara de Vereadores]

Salários de Prefeito e Secretários em Tarauacá: Privilégio ou Necessidade?

Tarauacá, AC – Na última sexta-feira, 20, a Câmara de Vereadores de Tarauacá, durante a 3ª Sessão Extraordináriade 2024 convocada pelo presidente Pedro Claver aprovou o aumento dos salários do prefeito, vice-prefeita e secretários. 

A Mesa Diretora colocou em votação final e aprovou o PL Nº 007/2024 que dispõe sobre a fixação do subsídio do prefeito, vice-prefeito e secretários municipais do município de Tarauacá. O projeto foi aprovado por unanimidade por todos os vereadores, e o projeto seguirá para a atual prefeita Maria Luucineia sancionar ou não. Em caso positivo, o projeto será convertido na Lei Nº 1109/2024 (leia mais aqui).

A aprovação do projeto de lei que fixa os subsídios do prefeito, vice-prefeito e secretários municipais trouxe à tona questões profundas sobre a justiça social e o uso de recursos públicos em um dos municípios mais vulneráveis do Acre. De acordo com o projeto, o prefeito de Tarauacá terá um subsídio mensal de R$ 18.000, o vice-prefeito de R$ 12.000, e os secretários municipais de R$ 8.000. Esses valores geram desconforto em um cenário onde a maioria da população local enfrenta dificuldades econômicas severas.

ACESSE O PROJETO AQUI: Projeto de Lei – subsídio prefeito, vice, secretários 

A Realidade de Tarauacá: Dados que Falam Mais Alto

Com uma população estimada em 43.151 habitantes (IBGE, 2023), Tarauacá é marcada por graves desafios sociais. O município enfrenta taxas significativas de pobreza, com mais de 40% dos moradores vivendo com uma renda domiciliar per capita inferior a meio salário mínimo. O índice de desenvolvimento humano (IDH) é de apenas 0,586, considerado baixo, e coloca Tarauacá em uma posição de extrema desigualdade em relação ao restante do Brasil.

O salário médio mensal dos trabalhadores formais no município é de apenas R$ 1.600, segundo os dados mais recentes do IBGE. Isso significa que o subsídio do prefeito equivale a mais de 11 vezes o rendimento médio da população trabalhadora. Tal disparidade não apenas provoca indignação, mas também reflete a desconexão entre os gestores públicos e a realidade econômica da maioria dos habitantes.

Subsídios Desproporcionais em Tempos de Crise

A alocação de recursos para altos subsídios em um município que sofre com a falta de infraestrutura básica, educação de qualidade e saneamento escasso parece ser uma afronta às necessidades reais da população. Enquanto moradores enfrentam dificuldades para acessar serviços essenciais, como saúde pública, a administração prioriza uma política de remuneração que, embora legal, carece de sensibilidade social.

Além disso, o orçamento municipal de Tarauacá é limitado, dependendo fortemente de repasses federais. Destinar valores elevados para subsídios em detrimento de investimentos prioritários pode comprometer o desenvolvimento do município e reforçar a desigualdade social.

Sanção da Prefeita Néia

Agora, a sanção do projeto de lei dependerá da atual prefeita Maria Lucineia Nery de Lima Menezes. Néia poderá vetar ou sancionar o projeto. 

Embora os defensores do projeto aleguem que os valores são necessários para atrair gestores capacitados, a falta de debate público sobre o tema fragiliza a justificativa. O aumento salarial para os principais cargos do Executivo municipal deveria vir acompanhado de contrapartidas claras, como metas de gestão, maior transparência e um compromisso com a melhoria dos indicadores sociais.

Se comparados a outros municípios com condições semelhantes no Acre, os subsídios em Tarauacá são significativamente altos. Municípios com desafios e estruturas semelhantes pagam, em média, 30% a menos para seus agentes públicos. Isso levanta a pergunta: por que os subsídios em Tarauacá não são alinhados a padrões regionais mais razoáveis?

Tarauacá precisa de mais do que altos salários para seus gestores – precisa de compromisso, responsabilidade e empatia. Caso contrário, essa decisão apenas reforçar a narrativa de que o poder público trabalha para si mesmo, e não para o povo.

O aumento salarial agora só depende da atual prefeita.

Por Radialista José Gomes

Acre.com.br 

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