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Em entrevista à Folha, Gladson diz que não vê necessidade de explorar terra indígena
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Cameli também afirma não ver futuro em modelo econômico para a Amazônia baseado no extrativismo
O governador eleito Gladson Cameli (PP), em entrevista concedia ao jornal Folha de São Paulo nesta sexta-feira (11), falou sobre os próximos anos à frente do estado e sobre o atendimento das propostas inicialmente feitas à população.
Durante o bate-papo, Cameli discutiu a importância do agronegócio, demarcação de terras e pagamento do 13º salário aos profissionais que ainda não receberam o provento.
Confira na íntegra a entrevista:
O senhor foi eleito governador interrompendo um ciclo de 20 anos do PT no Acre. Qual o principal desafio deixado pelos governos petistas?
O primeiro desafio será pagar o 13º salário dos servidores, que o governador anterior não pagou, e ter a real dimensão da situação das finanças do estado. Já fizemos uma reforma administrativa na qual reduzimos o tamanho da máquina pública, o que nos dará uma economia anual de cerca de R$ 100 milhões. O segundo passo será impulsionar a economia abrindo o nosso estado para o agronegócio. A nossa agenda estará focada em criar oportunidades de negócios e gerar empregos.
O senhor teve uma vitória bastante contundente frente a um grupo político que dominava o estado havia duas décadas. O que acha que levou o eleitor a querer uma mudança?
Houve má gestão. A segurança pública foi um fator que prevaleceu muito. Mas também havia problema em outras áreas: a saúde estava um caos, a infraestrutura era praticamente nenhuma e o servidor não estava sendo valorizado. Também houve desgaste natural do grupo que governava o estado e um desejo de mudança muito forte da população. Eu sempre digo que o político que não entendeu o recado das urnas, não se elege nunca mais. As pessoas não estão mais preocupadas com partidos, mas com ações imediatas que melhorem suas vidas.
O Acre é hoje, proporcionalmente, um dos estados mais violentos do país. Como enfrentar esse problema?
Nós temos um problema a mais que é o fato de fazermos fronteira com Peru e Bolívia, o que potencializa a questão do tráfico de armas e entorpecentes. Minha ideia é desenvolver um plano emergencial e buscar parcerias com as Forças Armadas, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. Além disso, vou dar condições para nossas polícias para fazer o combate ao tráfico. Na gestão anterior se gastava mais com propaganda do que com o custeio da Polícia Militar.
O Acre foi o estado em que Jair Bolsonaro teve sua melhor votação. Como vê as primeiras medidas tomadas pelo presidente?
A nossa agenda estadual será bastante alinhada com a agenda que o presidente está adotando nacionalmente. Concordo com as medidas que ele está propondo. Eu vim do Legislativo e sei que as reformas são essenciais para o país voltar a crescer e para que estados e municípios possam se desenvolver. Pela primeira vez, vi um presidente montar um ministério sem indicações políticas, ele colocou pessoas competentes pensando no bem da nossa população. Daremos apoio ao presidente com nossos três senadores e nossa bancada de deputados federais.
O senhor falou em desenvolver o agronegócio no Acre. Como fazer isso sem comprometer a floresta amazônica?
O agronegócio é a única saída para a economia do Acre, mas pode se desenvolver sem derrubar uma árvore sequer. Basta cumprir o código florestal, reduzir a burocracia e dar condições para que as empresas possam investir e gerar empregos. O que não dá é manter uma situação em que o principal empregador do estado seja o poder público. A principal economia do Acre hoje é o contracheque.
Como o senhor vê a decisão do presidente de suspender novas demarcações de terras indígenas?
Eu concordo. O que já está demarcado é mais do que suficiente, não precisa aumentar mais nada. A única coisa que o índio quer é ter o direito a sua terra para produzir. Ele quer ter os mesmos direitos que o homem branco tem, o direito a ter uma saúde de qualidade, o direito de ir a uma faculdade. Essa conversa de que os índios querem ficar em suas aldeias é tudo conversa para enganar o mundo afora. É conversa de meia dúzia que usa o discurso indígena para se promover.
Como vê proposta que está sendo estudada pelo governo federal de explorar economicamente as áreas indígenas? Não acha que isso pode acentuar os conflitos agrários, como os que acontecem entre índios e madeireiros?
Não acredito que nenhum grupo econômico vá ter coragem de entrar nas terras indígenas. E, pessoalmente, não vejo nenhuma necessidade de explorar as terras já demarcadas, pelo menos aqui no meu estado. É claro que tem situações pontuais como a de Roraima, em que quase metade do estado foi demarcada como terra indígena [com a reserva Raposa Terra do Sol]. Mas ali foi um caso atípico.
O senhor ainda crê no extrativismo como uma atividade econômica relevante no Acre ou acha que esta é uma atividade sem futuro?
Acabaram com extrativismo no nosso estado. Vá em Xapuri e você vai ver. Copiaram o nosso extrativismo da borracha, levaram para a Malásia para gerar emprego lá. Enquanto isso, a nossa população da zona rural migrou para as cidades e criou um problema social. Não acredito mais no extrativismo como solução para a economia do Acre. E mesmo se eu quisesse incentivá-lo, a população não tem mais interesse. As pessoas não veem mais futuro nisso, ficaram decepcionadas e perderam a esperança.
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Com 70 equipamentos entregues, Fundhacre conclui segunda etapa da Oficina Ortopédica Itinerante e amplia acesso à reabilitação no Alto Acre
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22 de fevereiro de 2025
Luanna Lins
Dando continuidade às ações da Oficina Ortopédica Itinerante, a Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), retornou ao Hospital Regional do Alto Acre, em Brasileia, para a entrega de órteses, próteses, palmilhas e calçados ortopédicos e calçados convencionais adaptados aos pacientes atendidos na primeira etapa da iniciativa, ocorrida em dezembro de 2024. A segunda fase da ação aconteceu nos dias 21 e 22 de fevereiro e beneficiou 23 pacientes da região, que receberam um total de 70 equipamentos.
O objetivo da Oficina Ortopédica Itinerante é garantir atendimento especializado a pessoas com deficiência ou condições ortopédicas que necessitam de adaptação para melhor qualidade de vida, evitando que precisem se deslocar até Rio Branco. A iniciativa percorreu mais de 200 km da capital até o interior, contemplando moradores de Assis Brasil, Brasileia, Epitaciolândia e Xapuri.
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A presidente da Fundhacre, Soron Steiner, destacou o compromisso da gestão estadual com a regionalização da saúde. “Fizemos a primeira visita em dezembro para avaliar os pacientes e aferir as medidas necessárias. Hoje, estamos aqui para a entrega desses equipamentos. Então é a Oficina Ortopédica Itinerante trazendo o serviço para a população, sem que a população precise sair do seu município de residência”, afirmou.
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O secretário de Estado de Saúde, Pedro Pascoal, ressaltou que a regionalização da saúde é um dos pilares da gestão do governador Gladson Camelí. “Nosso compromisso é levar a saúde até o paciente, evitando deslocamentos longos e garantindo suporte médico adequado. Essa entrega simboliza um grande avanço para a população do Alto Acre, e continuaremos trabalhando para estruturar cada vez mais o Hospital Regional, para que esses pacientes tenham o seu atendimento de forma integral, da maneira que eles merecem”.
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“Foram 23 pacientes atendidos, resultando na produção de 70 equipamentos ortopédicos. Nosso trabalho também inclui ajustes e pequenos reparos para garantir o melhor encaixe e funcionalidade para cada paciente”, explicou o fisioterapeuta e chefe da Oficina Ortopédica da Fundhacre, Heber Romero.
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Para Lucilene de Castro, mãe de Milena Vitória, de 10 anos, a iniciativa trouxe mais comodidade. “Viemos em dezembro para tirar as medidas da órtese e agora estamos recebendo o equipamento e um colete cervical. Isso é muito importante para a postura e o tratamento da minha filha, e estamos muito felizes com esse apoio”, disse emocionada.
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Ana Lúcia da Silva, mãe do Daniel, de 2 anos e 7 meses, agradeceu pelo cuidado ao seu filho. “Percebemos que ele estava com o pezinho torto, aí levamos ele no médico, aqui mesmo. Aí o doutor fez o pedido da botinha e orientaram que eu fosse na Oficina Ortopédica. Ele foi avaliado direitinho, fez o pedido e agora estamos aqui, recebendo. Seu esposo, Alberto Nogueira, reforçou: “A gente só tem a agradecer por isso, por esse pedido da botinha, porque vai ajudar na formação do pé dele, conforme ele for crescendo, o pé vai melhorando. Porque a gente estava preocupado, mas essa botinha vai ajudar muito. Somos muito gratos à toda equipe”.
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O governo do Acre segue ampliando o acesso à reabilitação com a Oficina Ortopédica Itinerante. A iniciativa, que já beneficiou dezenas de pacientes no Alto Acre, continuará percorrendo o estado para entregar órteses, próteses e outros equipamentos ortopédicos, proporcionando tratamento próximo de casa e mais qualidade de vida. Novas edições estão sendo organizadas para atender ainda mais pessoas, reforçando o compromisso com a inclusão e a regionalização da saúde.
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Governo do Acre e Floresta+ Amazônia realizam mutirão de regularização ambiental e ampliam acesso a pagamento por serviços ambientais
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Ângela Rodrigues
Uma ação conjunta do Governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Acre (Sema) e do Projeto Floresta+ Amazônia, do Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), fortaleceu a regularização ambiental e trouxe novas oportunidades aos agricultores familiares e comunidades tradicionais de Mâncio Lima e Cruzeiro do Sul.
O mutirão, voltado para atualizar e corrigir inscrições do Cadastro Ambiental Rural (CAR), atendeu aproximadamente 100 famílias, teve início na terça, 18 e encerrou na sexta-feira, 21.
Na ação, além de regularizarem o CAR, os participantes se inscreveram na Chamada Pública de Pagamentos por Serviços Ambientais (PSA), do Floresta+ Amazônia, para agricultores e agricultoras que conservam a vegetação nativa em suas propriedades.
O projeto concede incentivo financeiro, na modalidade Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), com valores que variam de R$ 1.500,00 a R$ 28.000,00 anuais.
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“O Governo do Estado tem empenhado esforços para ampliar as oportunidades para que produtores e produtoras rurais possam acessar o Pagamento por Serviços ambientais- PSA, do Projeto Floresta+ Amazônia. Com o CAR em dia, essas famílias que tanto contribuem para manutenção da floresta podem ter mais uma alternativa de renda em suas comunidades”, ressalta o secretário da pasta, Leonardo Carvalho.
O futuro da conservação comunitária
O Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) vem se consolidando como alternativa contra o desmatamento. Ao incentivar a conservação das florestas e garantir melhores condições de vida para quem dela depende, o Acre demonstra que desenvolvimento e sustentabilidade podem caminhar juntos.
No rio Croa, em Cruzeiro do Sul, temos exemplos de iniciativas concretas, lideradas por mulheres que simbolizam o impacto positivo do PSA na conservação ambiental.
Dona Maria Damiana Silva Cunha, que vive do turismo local, é uma das beneficiárias do Floresta+. Ela investiu seus R$ 1.880,00 anuais na infraestrutura turística para garantir a geração de renda para sua família.
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“Esse projeto é muito importante porque me ajudou a fazer melhorias. Investi para poder receber melhor os turistas aqui no Croa. Eu recebo gente de todo o Acre, de outros estados e do exterior. Foi com esse recursos que a gente conseguiu trazer melhorias para continuar vivendo aqui, cuidando da natureza. Espero que venha mais recursos para gente dá mais um passo a mais”, destaca Maria Damiana.
Outro relato emocionante é o da dona Jurgleice Busons, que recebe R$ 4.008,00 ao ano, por manter 10 hectares de floresta preservada, além da reserva legal exigida. Ela conta que os recursos foram essenciais para garantir a sobrevivência da família no período critico da enchente, que por pouco não destruiu sua residência.
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“Esse projeto Floresta+ me beneficiou muito pra gente poder viver na floresta sem destruir. Esse recurso ajudou pra que eu pudesse permanecer na minha casa. Na última enchente, eu quase perdi minha casa e esse recurso ajudou a fazer as melhorias. Espero poder continuar com esse incentivo porque nos precisa muito”, reforça Jurgleice Busons.
Capacitação e regularização ambiental
No mutirão foi realizado ainda a qualificação de gestores e técnicos da Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri), do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) e das secretarias municipais de Meio Ambiente de Rodrigues Alves, Mâncio Lima e Cruzeiro do Sul.
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O treinamento, realizado entre os dias 19 e 21 de fevereiro, no estacionamento da comunidade do Rio Croa e no Sindicato dos Produtores Rurais de Mâncio Lima, irá possibilitar a ampliação dos serviços de regularização ambiental e um melhor desempenho na implementação do projeto Floresta+ Amazônia.
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Saiba mais – O projeto Floresta+ Amazônia é uma iniciativa da Cooperação Internacional do Governo Federal, por meio do Ministério do Meio AMbiente e Mudança do Clima (MMA), em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no Brasil (PNUD), com apoio da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e financiado pelo Fundo Verde para o Clima (Green Climate Fund).
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Governo do Acre reforça segurança e mobilidade em Marechal Thaumaturgo com entrega de CNHs sociais e ordem de serviço para novo pelotão da Polícia Militar
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Samuel Bryan
O governador Gladson Camelí esteve na manhã deste chuvoso sábado, 22, em Marechal Thaumaturgo, onde realizou a entrega de Carteiras Nacionais de Habilitação pelo programa CNH Social e capacetes gratuitos para mototaxistas. A iniciativa visa ampliar a segurança e a legalização dos profissionais do setor de transporte no município. Durante a agenda, o governador também assinou a ordem de serviço para a construção do 4º Pelotão Destacado do 6º Batalhão da Polícia Militar, um marco histórico aguardado pela corporação e pela população.
A entrega das CNHs sociais e dos capacetes é parte do compromisso do governo do Acre em fomentar a inclusão social e a segurança no trânsito. O programa CNH Social, com um investimento anual de R$ 9 milhões, permite que cidadãos de baixa renda obtenham habilitação sem custos. Além disso, o Projeto Motociclista Consciente, que conta com um aporte de R$ 287 mil, visa capacitar motociclistas e reduzir acidentes nas vias do estado.
Durante a cerimônia, o governador Gladson Camelí enfatizou a importância da ação. “Estamos aqui para entregar benefícios reais à população. Com as CNHs sociais, damos mais oportunidades de emprego e renda para os trabalhadores do transporte público, e com a distribuição de capacetes, garantimos mais segurança para condutores e passageiros. Nunca o governo investiu tanto dessa forma junto ao Detran fazendo a diferença na vida das pessoas”, destacou o governador.
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O secretário adjunto de Segurança, Evandro Bezerra, destacou a importância da iniciativa: “Esse é um passo essencial para a segurança viária em Marechal Thaumaturgo. Estamos garantindo não apenas o direito ao trabalho formal dos mototaxistas, mas também reforçando a segurança de toda a população ao exigir o uso de equipamentos adequados”.
O jovem Francisco Claudevir da Silva foi um dos 11 beneficiados e recebeu sua CNH diretamente das mãos do governador Camelí e da vice-governadora Mailza Assis. “Agora posso trabalhar de forma legalizada e segura. É uma grande conquista para todos nós e ter minha carteira de habilitação é algo que muda minha vida e da minha família”, afirmou.
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Segurança fortalecida com novo Batalhão
Outro grande avanço para Marechal Thaumaturgo foi a assinatura da ordem de serviço para a construção do 4º Pelotão Destacado do 6º Batalhão da PM, um investimento de quase R$ 3 milhões, provenientes do Ministério da Justiça por meio de emenda parlamentar da ex-deputada federal Jéssica Sales, e recursos do Estado.
A comandante-geral da PM, coronel Marta Renata Freitas, também esteve presente na assinatura e celebrou o início da obra: “Este é um grande avanço para nossa corporação. Queremos oferecer melhores condições de trabalho para nossos policiais, pois isso reflete diretamente no atendimento à população. O novo quartel contará com uma estrutura moderna, garantindo mais segurança para Marechal Thaumaturgo”.
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O governador Gladson Cameli reforçou o compromisso do Estado com a segurança: “A população de Marechal Thaumaturgo merece esse investimento. Vamos estruturar melhor a Polícia Militar para que possa atender com mais eficácia as demandas da região. Esse é o ano da execução e estamos cumprindo com nosso compromisso”.
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A vice-governadora, Mailza Assis aproveitou para saudar a população de Marechal Thaumaturgo e reforçar o trabalho do governo pelo povo. “Vamos continuar trabalhando para transformar o Acre em um estado mais inclusivo e produtivo. Essa é uma nova história que estamos escrevendo, com mais oportunidades para todos”, concluiu.
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