Crianças em escola rural não tem merenda e precisam “usar o mato” por falta de banheiro.
Um retrato de como a educação pública é tratada no Acre vem da escola municipal Manoel Teixeira, zona rural de Tarauacá.
A unidade de ensino fica na região do Baixo Tarauacá, Seringal Arati. Para chegar até a escola, só de barco, em uma viagem que dura cerca de 6 horas descendo o Rio Tarauacá.
A escola tem cerca de 24 alunos com idades variadas. Há alunos de seis anos até um adulto.
Os estudantes são obrigados a conviver com enormes dificuldades para estudar. A primeira é a falta de merenda escolar. Segunda denúncia que chegou ao ac24horas, a merenda que foi enviada pela prefeitura de Tarauacá só foi suficiente para um período de duas semanas. “É triste. As crianças trazem o que tem em casa pra comer. Alguns trazem apenas uma farofa de farinha, óleo e sal, chamada de jacuba”, afirma a denunciante que, com medo de represália, pediu pra não ser identificada.
Há também um outro sério problema com o qual as crianças são obrigadas a conviver. Não há banheiro na escola. Os alunos que precisam fazer suas necessidades, como mostram fotos enviadas ao ac24horas, precisam “usar o mato”, correndo o risco de serem picadas por cobras ou outro animal.
A falta de condições não para por aí. Também não há cadeira suficientes para todos os alunos. “Se todos os alunos forem pra aula, é preciso que alguém fique sentado no chão”, diz.
A história ganhou repercussão nas redes sociais. Inclusive, foi objeto de uma postagem no Facebook do ex-vice-prefeito de Tarauacá, Chagas Batista, onde afirma que o problema da falta de merenda escola atinge outras escolas rurais do município. Na publicação, inclusive, há um vídeo, gravado 11 dias atrás, onde é possível ver crianças disputando uma cabeça de peixe com farinha como merenda.
Após a repercussão, a Secretaria de Educação de Tarauacá divulgou uma nota em um blog que afirma desconhecer a falta de merenda na escola e que já está a caminho uma nova remessa de alimentos destinados a merenda escolar, mas não faz menção a falta de banheiro e de cadeiras suficientes para todos os alunos. Por Leônidas Badaró.
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