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Embrapa do Acre alerta para o surto da mandarová, lagarta que é a maior ameaça à cultura da macaxeira no estado

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O maior inimigo da cultura da macaxeira no Acre, uma atividade estratégica para a economia do Estado, tem nome, é bem pequena, mas tem um poder devastador.

A mandarová, uma lagarta que é capaz de destruir plantações inteiras em poucos dias. O combate aquela que é considerada hoje o maior inseto-praga das plantações de macaxeira é um desafio para diminuir o surto que, conforme registros da Embrapa, chegou ao Acre pela primeira vez em 1980.

Em um artigo, o biólogo Rodrigo Souza Santos, doutor em Entomologia Agrícola e pesquisador da Embrapa Acre, alerta sobre os cuidados necessários para evitar a destruição dos plantios pela lagarta. As orientações vão desde o uso de luz incandescente comum, fixada a um poste, e de um tambor cortado ao meio contendo água com sabão, como coletor, que podem ser utilizadas para o monitoramento do início das revoadas das mariposas, bem como para reduzir o número de adultos na área, até a catação manual e até a produção de um inseticida biológico, produzido a partir das próprias lagartas mortas, que pode ser “fabricado” pelos próprios produtores rurais.

Leia o artigo abaixo na íntegra:

Surto populacional de insetos: o caso do mandarová-da-mandioca no Vale do Juruá

A mesorregião do Vale do Juruá corresponde a oito municípios do estado do Acre (Cruzeiro do Sul, Tarauacá, Feijó, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Jordão), com área de 85.448 km² e população aproximada de 250 mil habitantes. A farinha de mandioca desempenha importante papel socioeconômico para as populações rurais acreanas, especialmente do Vale do Juruá. Além de gerar trabalho e renda no campo, é componente básico da dieta alimentar de grande parte das famílias. Em 2018, a tradicional farinha produzida em Cruzeiro do Sul entrou para a lista de produtos com selo de indicação geográfica, que atesta sua procedência e qualidade.

A produção de mandioca é uma atividade estratégica para a economia acreana, mas, como toda cultura agrícola, enfrenta entraves que podem representar ameaça ao fortalecimento desse arranjo produtivo local, destacando-se a incidência de pragas. Atualmente os insetos-praga associados ao cultivo da mandioca no estado do Acre são: a mosca-das-galhas [Jatrophobia brasiliensis (Rüebsaamen)], mosca-branca [Bemisia tabaci (Genn.)], percevejos-de-renda [Vatiga manihotae (Drake), Vatiga illudens (Drake) e Gargaphia opima (Drake)], formigas-cortadeiras [Atta spp. e Acromyrmex sp.], broca-da-haste [Sternocoelus sp.] e o mandarová-da-mandioca [Erinnyis ello (L.)]. Esse último é considerado o inseto-praga mais importante da cultura, devido aos danos que provoca em altas infestações.

O mandarová-da-mandioca, conhecido como “gervão”, “mandarová”, “mandruvá” ou “lagarta-da-mandioca”, é uma mariposa (ordem Lepidoptera) com 90 mm de envergadura, coloração acinzentada e faixas pretas no abdome. As asas anteriores são de coloração cinza e as posteriores são vermelhas com bordos pretos. Na fase jovem, os insetos causam danos às suas plantas hospedeiras, visto que as lagartas são herbívoras vorazes, podendo consumir até 12 folhas bem desenvolvidas em 15 dias. Por outro lado, quando adultos, se alimentam de néctar e não causam danos à cultura.

Todo inseto herbívoro é classificado como praga a partir de seu nível populacional e nível de dano que provoca na planta hospedeira. No estado do Acre, frequentemente são registrados surtos do mandarová em plantios de mandioca, especialmente na região do Vale do Juruá, mas também já houve registro de surto populacional desse inseto-praga em cultivos de seringueira. Entretanto, o mandarová é um inseto polífago, podendo se alimentar de mais de 35 espécies de plantas.

Um surto populacional de insetos é um evento de alta complexidade, determinado por diversos fatores (bióticos e/ou abióticos) interligados, extremamente difícil de se prever. No entanto, algumas situações certamente contribuem para ocorrência desse evento, tais como: 1) monocultivo – sistema de produção que simplifica o ecossistema e permite aos insetos acessarem grande quantidade de recurso alimentar, geralmente em plantas com baixa diversidade genética; 2) temperatura, luminosidade, umidade e precipitação – os insetos necessitam de condições abióticas ótimas para se desenvolverem e reproduzirem; 3) controle biológico natural – os inimigos naturais (predadores, parasitoides e entomopatógenos) são responsáveis pela regulação de populações de insetos herbívoros em condições naturais. Assim, a ausência de inimigos naturais permite que os herbívoros se proliferem mais rapidamente; e 4) potencial biótico do inseto-praga – cada espécie de inseto possui uma capacidade máxima de reprodução, que é determinada, dentre outros fatores, pela duração de seu ciclo de vida e tamanho da sua prole, em condições ideais.

A literatura aponta que o primeiro surto do mandarová em cultivo de mandioca no Acre ocorreu em 1980, seguido de outros dois em 1993 e 1998, com perdas de até 60% na produção. Posteriormente, datam surtos de menor magnitude em 2002 e 2007, e surtos mais recentes na região do Vale do Juruá, registrados em 2019, na Terra Indígena Carapanã, localizada à margem do Rio Tarauacá, e em 2023, em propriedades rurais de Cruzeiro do Sul. Em 2014 foram registrados surtos do mandarová em seringais comerciais de sete municípios acreanos.

A catação manual, com eliminação das lagartas por esmagamento ou corte com tesoura, é recomendada para cultivos de mandioca de até 2 ha. A eliminação de plantas invasoras hospedeiras à praga, presentes na plantação ou em suas imediações é outra alternativa para minimizar os riscos de surtos. No que tange ao controle químico, atualmente 22 produtos estão registrados no Ministério da Agricultura e Pecuária para o controle do mandarová na cultura da mandioca. É importante ressaltar que a aquisição e utilização de qualquer inseticida devem ser recomendadas por um engenheiro-agrônomo, seguindo-se o receituário agronômico apropriado, além da observância quanto ao uso de equipamento de proteção individual (EPI).

Existem insetos predadores e parasitoides associados ao mandarová atuando no controle biológico do inseto em campo. No entanto, o principal agente de controle biológico natural é o Baculovirus erinnyis, um vírus específico do inseto, que não causa danos em humanos. Aproximadamente 4 dias após a ingestão do vírus pelas lagartas surgem os primeiros sintomas de infecção no organismo do inseto (descoloração da lagarta, perda dos movimentos e da capacidade de se alimentar). No estágio final da infecção, as lagartas morrem e ficam dependuradas nos pecíolos das folhas.

Para produção desse inseticida biológico, lagartas recém-mortas são coletadas e maceradas com uso de aproximadamente 5 mL de água pura. Essa mistura deve ser coada em um pano fino e limpo, resultando em um líquido viscoso que pode ser acondicionado em embalagem plástica tipo “sacolé” e congelado por prazo indefinido. Para ser utilizado, o produto deve ser descongelado e diluído em água limpa, na proporção de 100 mL do extrato por hectare, para pulverização no campo. O uso do baculovírus pode controlar até 98% das lagartas nos primeiros 3 dias após a aplicação, quando realizada em lagartas jovens, entre o primeiro e terceiro instar (até aproximadamente 3 cm de comprimento).

Rodrigo Souza Santos é Biólogo, doutor em Entomologia Agrícola, pesquisador da Embrapa Acre, Rio Branco, AC

Fotos: Embrapa/AC.

O monitoramento do cultivo é essencial para a tomada de decisão sobre a época e formas de controle do mandarová. Armadilhas atrativas, com uso de luz incandescente comum, fixada a um poste, e de um tambor cortado ao meio contendo água com sabão, como coletor, podem ser utilizadas para o monitoramento do início das revoadas das mariposas, bem como para reduzir o número de adultos na área.

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Nota pública sobre impactos causados pela chuva na Fundhacre

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Da Redação

O governo do Estado do Acre, por meio da Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre), vem a público informar que, devido à forte chuva que atingiu Rio Branco nesta sexta-feira, 21, parte do complexo hospitalar foi afetada. No entanto, é importante destacar que não houve nenhum dano físico aos pacientes ou servidores, bem como não houve comprometimento nos atendimentos médicos. A equipe de manutenção iniciou as ações de contenção imediatamente, bem como a equipe de serviços gerais.

A equipe de engenharia realizará uma avaliação detalhada para identificar eventuais danos e, se necessário, dará início aos reparos. Reafirmamos nosso compromisso com a transparência e a continuidade dos serviços prestados à população.

Soron Angélica Steiner
Presidente da Fundação Hospital Estadual do Acre

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Estado inaugura serviço de quimioterapia no Juruá, promovendo um marco na humanização da Saúde no Acre

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Eliel Mesquita

 A humanização da Saúde no Acre vive um novo capítulo de conquistas e avanços. O governo, por meio da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), inaugurou nesta sexta-feira, 21, no Hospital de Dermatologia Sanitária, em Cruzeiro do Sul, a sala de infusão de quimioterapia do Juruá, promovendo um marco na oferta do serviço à segunda maior e mais populosa região do estado.

Pela primeira vez na história, o serviço será ofertado no Juruá. Foto: Marcos Santos/Secom

Pela primeira vez na história, pacientes oncológicos do Vale do Juruá, Tarauacá e Envira, não enfrentarão o desafio de se deslocar para capital Rio Branco ou outras regiões do país, para realizar quimioterapia, que é um dos meios mais eficazes no combate ao câncer, doença em que há crescimento desordenado de células, invadindo e destruindo órgãos e tecidos do corpo.

Celebrando a conquista, o governador Gladson Cameli, que esteve acompanhado do titular da Sesacre, Pedro Pascoal, e de chefes locais de secretarias, autarquias e departamentos do governo, além de autoridades e políticos do estado, classificou o investimento como prova da política de Estado que coloca a vida das pessoas em primeiro plano.

Sala de infusão de quimioterapia no Juruá gera uma economia de mais de R$ 70 milhões aos cofres públicos. Foto: Marcos Santos/Secom

“Mais uma vez, é com imensa alegria que venho à minha terra natal anunciar um importante avanço, fruto do empenho e da dedicação de uma gestão que prioriza a vida humana, com foco em promover bem-estar, oportunidades e prosperidade ao seu povo. Meus amigos, hoje se inicia aqui a escrita de um novo e especial capítulo da história do Acre, em que as lutas e dificuldades que perpassam décadas começam a dar espaço às melhorias, alcançando consideravelmente a nossa gente. A entrega da sala de infusão de quimioterapia do Hospital de Dermatologia Sanitária, na minha querida Cruzeiro do Sul, representa mais um passo na valorização da vida no nosso estado, pois quem atravessa um tratamento de câncer deve ser atendido com a maior eficiência possível”, declarou Gladson Camelí.

O chefe do Executivo destacou a importância das parcerias na execução de projetos e políticas públicas, e, voltando-se aos parceiros externou palavras de gratidão. “Quero agradecer ao secretário Pedro Pascoal e toda equipe da Sesacre pela iniciativa. Também externo meus sinceros agradecimentos à minha tia Beatriz Cameli, que viveu o drama de enfrentar essa doença quando o meu tio Orleir Cameli adoeceu, ao prefeito de Cruzeiro do Sul, Zequinha Lima, ao presidente da Assembleia Legislativa, Nicolau Júnior, aos demais deputados estaduais, além dos nossos senadores e representantes na bancada federal. Assim, cheio de esperança e propiciando condições dignas de tratamento, acredito que estamos dando melhores perspectivas de cura para os pacientes oncológicos do Juruá, e estamos certos de que cuidar das pessoas é a maior obra do nosso governo”, ratificou Gladson Camelí.

Pedro Pascoal:”O governo Gladson Camelí oferta a mesma estrutura de saúde da capital para o interior”. Foto: Marcos Santos/Secom

Por ano, a sala gera uma economia de mais de R$ 70 milhões aos cofres do Estado. “Estamos mostrando que é possível trabalhar a Saúde de forma regionalizada, disponibilizando ao interior a estrutura que é ofertada na capital. Isso é um ato de humanização, pois o paciente vai realizar o tratamento em Cruzeiro do Sul, e isso lhe possibilita contar com a rede de apoio familiar na sua recuperação. Um dos pilares da gestão Gladson Camelí é a regionalização do setor, e no Juruá temos a prova disso com a realização de neurocirurgias, o centro de hemodinâmica, cirurgias ortopédicas, entre outros benefícios”, destaca Pedro Pascoal.

Eliminar obstáculos e encurtar distâncias cura

Eliminar obstáculos e encurtar distâncias são medidas essenciais para curar pacientes oncológicos, como é o caso de Nilson Chaga Pinheiro, um manciolimense que há um ano foi diagnosticado e iniciou o tratamento para combater o câncer na próstata. “Passei seis meses longe de casa e para mim foi um período difícil, em que a saudade do meu filho menor e pouco recurso me afetava”, relata.

Nilson: “Seguir o tratamento aqui é uma benção”. Foto: Marcos Santos/Secom

Apesar disso, o desejo de vencer a enfermidade superou as dificuldades e Nilson celebra a oportunidade de seguir o tratamento há poucos quilômetros de sua residência. “Hoje, venho aqui e faço a sessão de quimioterapia e em poucos minutos já estou em casa. Isso é uma bênção, sabe?”

Marian deixou uma mensagem às mulheres: “Façam o exame e se cuidem”. Foto: Marcos Santos/ Secom

Sentada à frente de Nilson, a Marian Lucas da Silva, de 52 anos, abre um sorriso ao relatar as facilidades que é tratar o câncer de colo do útero na sua terra natal. “Após o diagnóstico, iniciei a batalha em favor da vida. Foram sete meses longe casa, mas eu persisti porque sei que a vitória será maior. Hoje estou muito feliz, porque quando finalizo as sessões, sigo para minha casa, que fica a poucos metros daqui, e quando chego lá sou recebida com um abraço dos meus filhos, o que ajuda a acelerar a minha cura”, ressalta.

Rico legado

A política de descentralização de Saúde, em que serviços especializados alcançam as mais distintas regiões acreanas, vem construindo um rico legado para o Sistema Único de Saúde local, a cada investimento na execução de programas, na aquisição de equipamentos de ponta e na contratação de profissionais qualificados.

Mais de 5 mil procedimentos foram realizados entre maio de 2024 e fevereiro deste ano. Foto: Marcos Vicentti/Secom

No Juruá, o avanço acontece por meio dos programas Saúde Itinerante e Opera Acre, das reformas e ampliações de unidades de Saúde, como é o caso do hospital de Mâncio Lima, além da contração de profissionais e da aquisição e funcionamento de aparelhos de última geração, ofertando serviços que antes se concentravam em Rio Branco e outras regiões do país.

Recentemente, a população local passou a usufruir dos benefícios do aparelho de ressonância magnética, uma conquista fruto de empenho do Executivo do Estado e da união de esforços. Quase R$ 7 milhões, oriundos de emenda parlamentar, foram investidos na aquisição e instalação do dispositivo no Hospital do Juruá, beneficiando uma média de 700 pacientes por mês com diagnósticos precisos de doenças, totalizando quase 5 mil procedimentos em quase um ano de funcionamento.

Quase 400 procedimentos foram realizados deste de a inauguração do centro de hemodinâmica. Foto: Marcos Vicentti/Secom

De acordo com a Sesacre, cerca de R$ 6 milhões foram economizados com a oferta dos exames no Juruá. “Com muito empenho e dedicação, estamos fortalecendo a Saúde em todas regionais do Acre. No Juruá, temos a prova disso, pois realizamos importantes investimentos que estão garantindo o acesso aos serviços, principalmente às especialidades. Além de melhorar a vida de quem precisa, promovem a melhoria dos serviços do Sistema Único de Saúde e economia aos cofres públicos. Um exemplo disso é a aquisição do aparelho de ressonância magnética, que no primeiro mês de uso no Hospital do Juruá propiciou a realização de 531 exames, possibilitando uma economia de mais de R$ 6 milhões”, enfatizou Pedro Pascoal.

Governador celebrou a vida de pacientes que se fizeram presentes na inauguração da sala. Foto: Marcos Santos/Secom

A oferta da hemodinâmica segue o mesmo planejamento, que visa reduzir gastos públicos, aplicar os recursos de modo consciente e, o mais importante, garantir condições dignas de tratamento aos pacientes. Em quase um ano, foram realizados cerca de 379 procedimentos, entre cateterismo e angioplastia.

O que disseram

“É o cumprimento de mais uma promessa do governo, e a entrega desse benefício não é uma questão política, mas sim de vida. Ao trazer para cá serviços que antes não existiam tem mudando a vida da população. Por isso, reafirmo o compromisso da Aleac em apoiar ainda mais o governo do Estado na execução de políticas, pois o nosso objetivo é ver o Acre avançar e crescer ainda mais”, pontuou Nicolau Júnior.

“Observar a alegria nos olhos dos pacientes que estão aqui presente e que já fazem tratamento em Cruzeiro do Sul nos motiva. Estamos presenciando um sonho realizado, pois quanto mais a gente ampliar a oferta de tratamentos, mais oportunidades de cura promovemos às pessoas. Gladson, o caminho é esse: investir na Saúde das regionais, diminuindo custos com TFD e gerando economia aos cofres públicos”, lembra Zequinha Lima.

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Educação conclui primeiro módulo da Formação Intercultural do Magistério Indígena

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Stalin Melo

A Secretaria de Estado de Educação e Cultura do Acre (SEE), por meio do Departamento de Educação Escolar Indígena, conclui nesta sexta-feira, 21, no Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja), em Rio Branco, o primeiro módulo da Formação Intercultural do Magistério Indígena.

De acordo com o chefe do departamento, Charles Falcão, a formação de ensino médio para os professores indígenas que possuem o ensino fundamental é essencial para a educação indígena. “Temos aqui, concluindo o curso, 92 professores que pertencem a 12 povos, representados aqui nesta formação”, explicou.

Módulo da formação intercultural se iniciou em janeiro.
Foto: Mardilson Gomes/SEE

Segundo Falcão, o curso vai ser realizado em seis módulos. “Estamos retomando a formação para qualificar o ensino das escolas indígenas”, disse.

“A proposta da secretaria é que, ao longo de três anos, a gente conclua essa formação. Vamos executar de forma intercalada, sendo o primeiro módulo presencial e também o estágio supervisionado e uma disciplina de pesquisa, que será realizada nas terras indígenas”, destacou.

Formação procurou valorizar a cultura dos povos indígenas. Foto: Mardilson Gomes/SEE

Além do primeiro módulo, o trabalho do departamento será feito nas escolas, com o acompanhamento dos professores. “Os cursistas serão acompanhados nas aldeias, nas suas escolas, nos seus estágios, que é a atuação do professor em sala de aula”, frisou.

Quem participou da formação intercultural foi a professoara Txirimã da Silva Yawanawá, da Aldeia Sete Estrelas: “Para mim, o curso está sendo ótimo, maravilhoso, estou aprendendo muitas coisas com os professores e vou levar esses conhecimentos para a aldeia”.

Professora Txirimã Yawanawá: “Vou levar conhecimentos para a aldeia”. Foto: Mardilson Gomes/SEE

O professor Ricardinho Kampa, da Aldeia Nova Floresta, Escola Sete Voltas, também aprovou a iniciativa. “Na minha aldeia tem 135 alunos e estamos aqui participando do curso e aprendendo  mais, para repassar dentro da sala”, frisou.

Já Rocildo Barbosa Kaxinawá, da Aldeia Pão Sagrado, Escola Bom Futuro de Técnica, a importância de participar da formação intercultural é resgatar o que a população já perdeu da sua origem. “É importante para podermos nos conhecer e buscar ensinar o nosso povo”, disse.

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