NOSSAS REDES

MUNDO

Encerramento da Flip tem conversa envolvente entre autoras – 13/10/2024 – Ilustrada

PUBLICADO

em

Encerramento da Flip tem conversa envolvente entre autoras - 13/10/2024 - Ilustrada

Paola Ferreira Rosa

Se havia desconfiança sobre o quão natural podia ser uma mesa com três convidadas, bastaram alguns minutos para que se estabelecesse a fluidez com que as escritoras Carla Madeira, Silvana Tavano e Mariana Salomão Carrara interagiram no fechamento da Flip, na manhã deste domingo (13).

Convidadas a falar sobre invenção e linguagem na ficção, elas relataram ter se reunido no sábado —o que parece ter contribuído para a conexão que se estabeleceu entre elas. Autoras de “Tudo É Rio”, “Ressuscitar Mamutes” e “É Sempre a Hora da Nossa Morte Amém”, respectivamente, elas encantaram tanto quanto suas obras, e atraíram centenas de leitores.

Dentro, o auditório ficou rapidamente lotado. Quem chegou alguns minutos atrasado teve dificuldades para encontrar lugar. Fora, as cadeiras dispostas na Praça da Matriz, para quem assiste do telão, também estavam todas ocupadas.

Questionada sobre qual a faísca inicial que a faz escrever, Carla disse que pequenos fragmentos de acontecimentos são suficientes para instigá-la.

“É sempre um pouco enigmático ou fragmentado como a gente começa uma história. Eu começo meus livros sem saber nada. A história vai acontecendo a partir do momento que eu topo escrever e ouvir. E percebo que isso acontece sempre a partir de algum acontecimento que me traz um monte de perguntas, como: o que aconteceu antes? O que vai acontecer depois?”, afirmou.

Depois do impulso inicial, que pode partir da realidade, a história vai ganhando vida e nuances ficcionais. “Por uma questão qualquer, nosso sistema nervoso não consegue distinguir a diferença entre uma experiência ficcional e uma real, a gente é sempre um corpo afetado”, falou.

Mariana, que é autora também de “Não Fossem as Sílabas do Sábado”, disse que a ficção tem a ver com o lúdico.

“Tem uma lembrança do brincar, da minha infância. Eu criava enredos e em que eu era uma caneta, ou um dinossaurinho, e me sentia como eles. Depois isso se somou a um prazer estético [da língua]. E como com a Carla, meu livro acontece no livro. Uma frase vai puxando a outra e eu vou seguindo. Não necessariamente a partir de uma personagem, mas de uma narradora, porque acho que o livro é sobre ela, ela é o livro”, contou.

Para Silvana, cada livro começa de um jeito. “As vezes é uma coisa que você ouviu, algo que sentiu, um sonho. O que tem em comum entre nós é que a fagulha está sempre em volta”, afirmou.

Ela contou que seu lançamento mais recente nasceu no contexto de pandemia, quando a sensação de impotência e monotonia da quarentena a fez pensar no tempo e na importância que se tem perante ele. Foi quando ela assistiu um documentário sobre como cientistas estavam planejando ressuscitar os mamutes a partir da reprogramação de células de um elefante asiático.

“Eu fiquei muito intrigada e achei tão distópico quanto o que a gente estava vivendo. Mas não exatamente com os mamutes, foi com o buscar no passado as respostas para o que a gente tem no futuro”, explicou.

As escritoras falaram também sobre a escolha do narrador. Em “A Árvore Mais Sozinha do Mundo”, Mariana contou ter escolhido diversos objetos como narradores para manter a primeira pessoa. “Assim que me veio essa notícia sobre epidemia de suicídios no Rio Grande do Sul, fui buscar entender. Mas eu não queria que essas mesmas pessoas narrassem isso.”

A escolha levou em consideração as características das personagens, como o fato de morarem afastadas da cidade, não conhecerem as causas para a depressão química que as acometia, ou até não saber que estavam doentes.

Carla, que também escreveu “A Natureza da Mordida”, disse que escolha do narrador é uma das principais decisões do autor. “Quando fiz ‘Tudo É Rio’, eu não tinha uma pretensão de escrever um livro. [Comecei a escrever pela experiência], e as linguagens artísticas me colocam num lugar de muito prazer, de muito gozo”, falou.

Já em “Véspera”, ela constrói um narrador que estava implicado na história, mas depois não se sabe se tudo era verdade ou não. “A palavra permite todo tipo de realidade”, disse, revelando o final do livro em um não-spoiler, já que a maioria da plateia levantou a mão quando perguntada se havia lido seus livros, em especial “Tudo É Rio”.

Elas falaram também do lugar-comum que a ficção compartilha com as pessoas, principalmente quando se trata de temas como a maternidade. Isso acontece com Silvana, cujas histórias costumam mostrar de onde vem o personagem, qual sua origem familiar e seus traumas.

“Eu não escapo. Esse primeiro lugar onde a gente chega no mundo, as relações, como a gente é cuidado ou não cuidado, como a gente recebe ou não recebe o amor são determinantes. Somos todos filhos dessa mãe que nos apresenta nosso lugar no mundo. Eu tô sempre passando a limpo essa mesma questão”, falou.





Leia Mais: Folha

Advertisement
Comentários

You must be logged in to post a comment Login

Comente aqui

MUNDO

Segunda adolescente de Melbourne, Holly Bowles, morre após suspeita de envenenamento por metanol no Laos | Laos

PUBLICADO

em

Segunda adolescente de Melbourne, Holly Bowles, morre após suspeita de envenenamento por metanol no Laos | Laos

Associated Press

Uma segunda adolescente australiana, Holly Bowles, morreu após suspeita de envenenamento por metanol em Laosfoi confirmado.

A morte da jovem de 19 anos ocorre apenas um dia depois de sua amiga, Bianca Jones, também morrer em um hospital tailandês. A dupla estava viajando juntos pelo Laos e adoeceu há uma semana.

O pai de Holly, Shaun, disse ao Nine News “estamos muito tristes em dizer que nossa linda menina Holly está agora em paz”.

“Encontramos conforto e consolo em saber que Holly trouxe tanta alegria e felicidade para tantas pessoas.”

A ministra das Relações Exteriores, Penny Wong, confirmou a morte na noite de sexta-feira e disse que “todos os australianos ficarão com o coração partido pelo trágico falecimento de Holly Bowles”.

“Ontem mesmo, Holly perdeu sua melhor amiga, Bianca Jones. Eu sei que esta noite todos os australianos terão ambas as famílias em seus corações.”

A morte de Bowles foi anunciada pouco depois de a polícia do Laos ter detido o gerente e proprietário de um albergue onde os dois adolescentes estavam hospedados. Pelo menos seis pessoas morreram após a suspeita de envenenamento.

Um agente da polícia de turismo de Vang Vieng, que se recusou a revelar o seu nome, disse à Associated Press na sexta-feira que “várias pessoas” foram detidas no caso, mas que nenhuma acusação foi apresentada. A equipe do albergue para mochileiros Nana, que ainda funcionava, mas não aceitava novos hóspedes, confirmou que o gerente e o proprietário estavam entre os detidos para interrogatório.

Os escritórios da polícia turística são comuns no Sudeste Asiático e foram criados especificamente para ajudar em incidentes envolvendo turistas e outros estrangeiros.

O Departamento de Estado dos EUA emitiu na sexta-feira um alerta de saúde para cidadãos que viajam no Laos, alertando sobre “suspeita de envenenamento por metanol em Vang Vieng, possivelmente através do consumo de bebidas alcoólicas misturadas com metanol”, após alertas semelhantes de outros países cujos cidadãos estiveram envolvidos.

O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, anunciou na quinta-feira que um cidadão de 19 anos morreu em um hospital tailandês onde ela foi evacuada para tratamento de emergência, e que sua amiga permaneceu no hospital “lutando por sua vida”. UM Mulher britânica de 28 anos também morreu por suspeita de envenenamento por metanol no Laos, disse o Ministério das Relações Exteriores britânico.

Um americano e dois turistas dinamarqueses também morreram, embora os detalhes sobre as causas da morte não tenham sido divulgados.

O Laos é um estado comunista de partido único, sem oposição organizada e o governo mantém um controle rígido sobre a informação. Neste caso, as autoridades quase não divulgaram detalhes.

O Ministério das Relações Exteriores do Laos recusou-se a comentar e, em Vang Vieng, o pequeno hospital onde algumas das vítimas teriam sido tratadas encaminhou inicialmente todas as perguntas para o escritório de saúde da cidade, nas dependências do hospital. As autoridades de saúde da cidade se recusaram a comentar, dizendo que não tinham a devida permissão.

O metanol é por vezes adicionado a bebidas mistas em bares de má reputação como uma alternativa mais barata ao etanol, mas pode causar intoxicações graves ou morte. É também um subproduto de bebidas alcoólicas mal destiladas e pode ter chegado inadvertidamente às bebidas de bar.

O Laos, sem litoral, é uma das nações mais pobres do sudeste asiático e um destino turístico popular. Vang Vieng é particularmente popular entre mochileiros que buscam festas e esportes de aventura.

Neil Farmiloe, um neozelandês dono do restaurante Kiwi Kitchen na cidade, disse que muitos de seus clientes estavam muito preocupados com o incidente.

“Acho que isso nunca aconteceu antes, então espero que seja apenas um incidente único”, disse Farmiloe, que mora em Vang Vieng há 20 anos. “É muito triste por toda parte. Tenho certeza de que ninguém pretendia causar ferimentos, mas aconteceu.”

As duas mulheres australianas de 19 anos adoeceram em 13 de novembro depois de uma noite bebendo com um grupo.

Eles não conseguiram fazer o check-out do albergue para mochileiros Nana conforme planejado e foram encontrados doentes em seu quarto e levados para a Tailândia para tratamento de emergência.

As autoridades tailandesas confirmaram que Jones morreu de “inchaço cerebral devido aos altos níveis de metanol encontrados em seu sistema”.

Duong Duc Toan, gerente do albergue para mochileiros Nana, disse à AP no dia anterior à sua detenção que as duas mulheres se juntaram a outros hóspedes para tomar doses gratuitas de vodca do Laos na noite em questão, antes de irem para outro lugar e retornarem nas primeiras horas. da manhã.

O Ministério das Relações Exteriores da Grã-Bretanha disse que Simone White, de 28 anos, também morreu por suspeita de envenenamento por metanol no Laos.

O Ministério das Relações Exteriores da Nova Zelândia disse que um de seus cidadãos ficou doente no Laos e foi possível vítima de envenenamento por metanol.



Leia Mais: The Guardian



Continue lendo

MUNDO

Pelo menos 42 mortos em violência sectária em Khyber Pakhtunkhwa, no Paquistão | Notícias sobre conflitos

PUBLICADO

em

Pelo menos 42 mortos em violência sectária em Khyber Pakhtunkhwa, no Paquistão | Notícias sobre conflitos

Homens armados abrem fogo contra ônibus que transportam peregrinos xiitas em Kurram, onde os confrontos com sunitas aumentaram nos últimos meses.

Homens armados abriram fogo contra comboios de peregrinos xiitas em noroeste do Paquistãomatando pelo menos 42 pessoas, segundo as autoridades da agitada província de Khyber Pakhtunkhwa.

Mulheres e crianças estavam entre as vítimas fatais nos ataques no distrito tribal de Kurram na quinta-feira, disse a polícia na sexta-feira.

A violência sectária aumentou desde Julho em Kurram, uma região que faz fronteira com o Afeganistão, entre tribos xiitas e sunitas devido a disputas de terras.

Homens armados abriram fogo contra dois comboios separados de peregrinos xiitas que viajavam com escolta policial em Kurram. Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelos ataques.

Javedullah Mehsud, vice-comissário de Kurram, disse que os ataques ocorreram quando os comboios estavam a caminho da sede distrital de Parachinar para Peshawar.

Mehsud disse à Al Jazeera na sexta-feira que todos os corpos foram recuperados e os enterros seriam realizados no final do dia.

A polícia disse que 20 pessoas ficaram feridas.

“Também conseguimos recuperar ontem à noite 26 pessoas pertencentes à comunidade xiita, incluindo mulheres e crianças, que foram mantidas reféns por grupos sunitas”, disse Mehsud.

Ajmeer Hussain, 28 anos, sobreviveu ao ataque.

“O tiroteio irrompeu subitamente e comecei a recitar as minhas orações, pensando que estes eram os meus momentos finais”, disse Hussain à agência de notícias AFP.

“Deitei-me aos pés dos dois passageiros sentados ao meu lado. Ambos foram atingidos por múltiplas balas e morreram instantaneamente”, disse ele.

“O tiroteio durou cerca de cinco minutos.”

Condenando os ataques, o primeiro-ministro Shehbaz Sharif disse: “Os inimigos da paz no país atacaram um comboio de cidadãos inocentes, um ato que equivale a pura brutalidade”.

Mehmood Ali Jan, um ancião tribal local, disse à Al Jazeera que os habitantes locais estavam furiosos com as autoridades, especialmente as autoridades, que deveriam fornecer segurança aos comboios, mas não o fizeram.

“As pessoas estão a planear reunir-se em Parachinar para protestar contra as forças de segurança”, disse Ali Jan.

Os ataques ocorreram dias depois de pelo menos 20 soldados terem sido mortos em incidentes separados na província. Em outubro, 11 pessoas foram mortas em confrontos tribais em Kurram.

Kurram tem uma longa história de conflitos sectários entre grupos xiitas e sunitas. Mais de 2.000 pessoas foram mortas no período de violência mais mortal entre 2007 e 2011.

A região montanhosa adjacente às províncias afegãs de Khost, Paktia e Nangarhar também se tornou um ponto crítico para grupos armados, com ataques frequentes dos talibãs paquistaneses ou Tehreek-e-Taliban (TTP) e do ISIL (ISIS).

No início deste mês, milhares de pessoas reuniram-se para uma marcha pela paz em Parachinar, instando o governo a reforçar a segurança dos 800 mil residentes de Kurram, dos quais mais de 45 por cento pertencem à minoria xiita.

Comentando os ataques de quinta-feira, Mehsud disse: “Há naturalmente muita raiva e fúria entre as pessoas na área… Esta foi uma disputa de terras que agora se transformou numa divisão tribal-sectária, mas temos total apoio dos anciãos tribais. não apenas de Kurram, mas também de outras áreas.”

As autoridades não podem descartar a presença de militantes neste ataque, disse ele, mas as investigações continuam.



Leia Mais: Aljazeera

Continue lendo

MUNDO

Ao vivo, guerra no Oriente Médio: novos bombardeios israelenses nos subúrbios ao sul de Beirute

PUBLICADO

em

Ao vivo, guerra no Oriente Médio: novos bombardeios israelenses nos subúrbios ao sul de Beirute

Os ataques tiveram como alvo os subúrbios ao sul de Beirute, um reduto do Hezbollah libanês contra o qual Israel está em guerra, na manhã de sexta-feira, logo após um pedido do exército israelense para evacuar, segundo imagens da Agence France-Presse.



Leia Mais: Le Monde

Continue lendo

MAIS LIDAS