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Entenda caso de Pelicot, dopada e estuprada pelo marido – 19/12/2024 – Mundo

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Entenda caso de Pelicot, dopada e estuprada pelo marido - 19/12/2024 - Mundo

Gabriel Barnabé

O caso de Gisèle Pelicot tornou-se um dos mais chocantes episódios de violência sexual. Dominique Pelicot, então marido da vítima, teria orquestrado quase uma centena de sessões de abuso sexual contra sua mulher ao longo de quase uma década, de 2011 a 2020. Nesta quinta-feira (19), um tribunal de Avignon, cidade no sul da França, condenou Dominique à prisão.

Gisèle foi dopada sem seu consentimento, com o objetivo de mantê-la inconsciente enquanto era estuprada por ele e por uma rede de homens recrutados por meio de fóruns online. Dominique gravou os abusos metodicamente e só foi descoberto ao ser preso por outro crime ligado à importunação sexual.

Veja abaixo todos os detalhes do caso, os réus condenados, a história de Dominique e a importância da coragem de Gisèle em compartilhar os crimes publicamente.

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A vítima

Quem era Gisèle antes de o caso vir à tona?

Gisèle Pelicot, 72, morava na cidade de Mazan, no sul da França, com seu então marido Dominique Pelicot. A vida na pequena cidade de cerca de 6 mil habitantes era descrita como tranquila e bastante familiar.

Como ela descobriu os abusos?

Dominique Pelicot foi preso após ser flagrado filmando mulheres por baixo de suas saias em um shopping, em 2020. Após a detenção, os investigadores descobriram cerca de 4.000 fotos e vídeos de Gisèle inconsciente enquanto era abusada por dezenas de homens.

Por que Gisèle tornou o caso público?

No início do processo, a vítima pediu que o julgamento fosse público porque, segundo ela, “a vergonha tem que mudar de lado”. Durante o julgamento, Gisèle afirmou: “Quando ouço essas mulheres [as esposas dos acusados] dizerem que seus maridos não são estupradores, eu pensava o mesmo. Quando decidi retirar o sigilo, queria que elas dissessem: ‘Se a senhora Pelicot fez isso, nós também podemos’. Não quero mais que elas sintam vergonha. A vergonha não é nossa, é deles. Não expresso nem minha raiva nem meu ódio, mas uma determinação de mudar esta sociedade”.

O que dizem os filhos do antigo casal?

O casal Pelicot teve três filhos. Florián, 38; Caroline, 45; e David, 50.

Caroline é autora do livro “Et j’ai cessé de t’appeler papa” (Parei de te chamar de papai, em tradução livre) e afirmou acreditar, durante o julgamento, que seu progenitor —como se refere, agora, a Dominique— também a violentou. Segundo a investigação, foram encontradas fotos dela e de duas noras de Dominique em um computador; em algumas das imagens, as mulheres apareciam nuas. O acusado nega os abusos.

Florián e David fizeram coro às falas de Caroline. No tribunal, ambos defenderam a mãe e pediram sentenças duras aos réus. David afirmou: “Minha família quer lutar e continuará fazendo isso, e acima de tudo esperamos que no futuro possamos apagar da nossa mente o homem que está à minha esquerda”, declarou, referindo-se à posição em que Dominique estava no tribunal.

Florián, em soluços, afirmou: “Faz quatro anos que perdi meu pai (…) Nossa família foi despedaçada“. “Estou muito agradecido por minha mãe estar viva. Mas ainda não entendo por que ele [Dominique] fez isso.”


Os acusados

Quem é Dominique Pelicot?

Dominique Pelicot, 72, afirmou ter crescido em um ambiente familiar nocivo, na presença de um pai “autoritário e tirânico”. Segundo sua advogada, ele sofreu uma série de traumas na infância antes de “cair na perversidade”. De acordo com a defesa, o réu teria dupla personalidade.

O responsável pelo estupro em massa também já tinha sido acusado de outros dois crimes. Em 1991, foi apontado como suspeito do estupro e assassinato de Sophie Narme, uma corretora imobiliária. Ele negou envolvimento, e o caso foi arquivado. Em 1999, uma nova acusação de estupro contra outra corretora, na região de Paris. Nesse caso, ele assumiu envolvimento após ter sido comprovada a presença de seu DNA na vítima, mas o processo já havia sido arquivado.

Em 2010, outra passagem pela polícia: Dominique foi detido por filmar sob as saias de mulheres em um supermercado, também na região de Paris. Ele foi liberado após pagar multa de € 100 (R$ 638), e Gisèle só soube desse episódio quando a imprensa o divulgou.

Como os outros homens envolvidos foram recrutados?

Dominique recrutou outros 50 homens principalmente por meio de fóruns online. Em depoimento, ele afirmou que deixava claro aos desconhecidos que sua esposa não estava consciente e que eles não deveriam tentar acordá-la.

Alguns dos réus contestaram a versão e diserram ter sido enganados. Segundo eles, Dominique disse que Gisèle apenas estaria dormindo e consentia com as atitudes do então marido.

Como a polícia identificou os suspeitos?

A investigação utilizou tanto as imagens dos abusos captadas e guardadas por Dominique quanto suas interações nos fóruns online em que anunciava o convite. A partir das gravações, foram registrados 92 estupros, com 72 homens diferentes. Destes, 22 não foram oficialmente identificados.

Qual o perfil dos réus?

Todos os 50 réus recrutados por Dominique são de cidades e vilarejos a, no máximo, 50km de Mazan. Dos 27 aos 74 anos, os acusados têm diferentes profissões: enfermeiro, carpinteiro, motorista de caminhão, bombeiro, jornalista, DJ, especialista em TI, comerciante, guarda prisional, entre outros.

Pouco mais de dois terços têm filhos. Cerca de 40% tinham antecedentes criminais, vários por abuso doméstico e dois por estupro. Dezoito deles sofriam de dependência de álcool ou drogas. Cerca de uma dúzia relatou ter sofrido abuso sexual quando crianças.

Um dos advogados de Gisèle, Antoine Camus, afirmou no tribunal que “não existe perfil de estuprador”.

O que dizem os acusados?

A maioria dos réus assumiu uma posição passiva perante os juízes; alguns, no entanto, agiram de forma desafiadora no tribunal. Ao se defender das acusações, Philippe Leleu, 62, afirmou estar fora de si: “Parei de pensar e parei de ter uma conexão com meu cérebro”.

Outro réu, Christian Lescole, 57, foi um dos que acusaram Dominique de drogá-lo. No tribunal, ele disse ter contabilizado outros 18 réus com o mesmo relato. “Tenho grandes dúvidas sobre meu livre arbítrio naquele momento”, disse. “Materialmente, cometi um estupro”, declarou. “Mas foi meu corpo, não meu cérebro.”

Nenhum dos 50 acusados negou envolvimento, mas a maioria fez ressalvas quanto a supostas mentiras de Dominique ou mesmo à situação de Gisèle —houve quem dissesse que a vítima não estava exatamente dopada e, portanto, consentiria com os atos.


O julgamento

Quais são as acusações formais?

Todos os réus, exceto um, eram acusados de estupro agravado, tentativa de estupro ou agressão sexual —cinco também enfrentavam acusação de posse de imagens de abuso sexual infantil. No caso de Dominique, além de estupro, também pesava a denúncia de violação de privacidade, uma vez que filmava os abusos.

O único réu sobre o qual não recai as mesmas acusações dos restantes é denunciado por ter tocado Gisèle. Ele não teria estuprado a vítima, uma vez que estranhou seu estado inconsciente e foi embora da casa dos Pelicots.

O que representa esse caso na luta pelos direitos das mulheres?

Gisèle Pelicot se tornou um ícone para o feminismo e a luta pelos direitos das mulheres ao compartilhar seu caso e fazer questão de lutar publicamente pela justiça. Analistas internacionais afirmam que a repercussão do episódio gera uma reflexão acerca da cultura do estupro, das relações de gênero e do poder no geral.





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Preta Gil vai a hospital para cirurgia e pede oração – 19/12/2024 – Celebridades

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Preta Gil vai a hospital para cirurgia e pede oração - 19/12/2024 - Celebridades

Leonardo Volpato

São Paulo

Em tratamento contra um câncer, a cantora Preta Gil, 50, deu entrada na noite de quarta (18) no hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Nesta quinta (19), ela vai realizar uma cirurgia para a retirada de tumores.

“Aqui estou eu, mais uma vez, diante de uma cirurgia muito grande, mas minha fé, minha vontade de viver é maior que tudo. O sentimento agora é de gratidão e muito amor no coração”, começou ela numa postagem em foto ao lado do filho Francisco.

“Gratidão por poder me tratar, por estar cercada de médicos muito competentes, um amor que transborda vindo da minha família, dos meus amigos e de vocês. A cirurgia começa muito cedo, e pedi que minha equipe informe vocês. Rezem por mim”, completou.

Na postagem, Preta recebeu o carinho de anônimos e famosos, como Regina Casé, Ivete Sangalo e Angélica.

“Teus soldadinhos a postos juntos com a vida que te leva. Se entrega ao seu destino. Ele é grande e divino”, escreveu a atriz Drica Moraes.





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Israel bombardeia alvos portuários e de energia no Iêmen

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Israel bombardeia alvos portuários e de energia no Iêmen

Clauda Tanios, Ahmed Tolba e Jana Choukeir – Repórteres da Reuters

 Israel lançou ataques contra portos e infraestrutura de energia em partes do Iêmen controladas pelos houthis, na madrugada desta quinta-feira (19), e ameaçou mais ataques contra o grupo militante alinhado ao Irã, que lançou centenas de mísseis contra Israel no último ano.

Enquanto os jatos estavam no ar, os militares israelenses  disseram que interceptaram um míssil em direção à região central de Israel, que destruiu um prédio escolar na cidade de Ramat Efal. 

O ataque israelense, que envolveu 14 caças e outras aeronaves, ocorreu em duas séries, com a primeira aos portos de Salif e Ras Issa e a segunda à capital Sanaa, disse aos repórteres o porta-voz militar, tenente-coronel Nadav Shoshani.

“Fizemos amplos preparativos para essas operações, com esforços para refinar nossa inteligência e otimizar os ataques”, afirmou.

A Al Masirah TV, principal canal de notícias de televisão administrado pelos houthis, informou que os ataques aéreos mataram nove pessoas, sete em Salif e duas nas instalações de petróleo de Ras Issa, ambas na província ocidental de Hodeidah.

Em Sanaa, os ataques também atingiram duas centrais elétricas ao sul e ao norte da capital que, segundo a Al Masirah, cortaram a eletricidade de milhares de famílias.

Os ataques israelenses seguiram-se a um bombardeio, na segunda-feira (16), por aeronaves dos Estados Unidos contra uma instalação de comando e controle operada pelos houthis, que controlam grande parte do Iêmen.

Os houthis – que têm lançado ataques contra a navegação internacional perto do Iêmen desde novembro do ano passado, em solidariedade aos palestinos na guerra de Israel contra o Hamas — disseram que miraram a cidade israelense de Tel Aviv na mesma noite com dois mísseis balísticos e atingiram “alvos militares precisos”.

Eles também prometeram responder aos ataques israelenses.

“O ataque israelense não impedirá o Iêmen de responder a essa agressão hedionda e apoiar Gaza”, disse o porta-voz militar do grupo, Yahya Saree, em pronunciamento na televisão.

*É proibida a reprodução deste conteúdo.



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Nova técnica ajuda curar ossos quebrados bem mais rápido; sensores

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De acordo com autoridades da Rússia, a primeira, das duas vacinas contra o câncer, inclusive o metastático, estará disponível e de forma gratuita já em 2025. - Foto: Freepik

Uma nova técnica, criada numa universidade dos Estados Unidos, promete recuperar ossos quebrados de forma mais rápida. Os cientistas desenvolveram pequenos sensores que personalizam programas de reabilitação.

O estudo mostra que um programa de reabilitação de treinamento de resistência pode “melhorar significativamente” lesões de fêmur em ratos em apenas oito semanas. Geralmente, as fraturas no fêmur demoram de quatro a seis meses para cicatrizar completamente.



Autor sênior do estudo, Bob Guldberg. Disse que os testes mostraram o tratamento é promissor para aumentar a formação óssea, a força de cicatrização óssea e promover a restauração completa das propriedades mecânicas aos níveis pré-lesão.

Como funciona

Desenvolvidos por pesquisadores da Universidade do Oregon, os sensores transmitem dados em tempo real sobre o que se passa no local da lesão.

De acordo com os cientistas, os sensores permitem o monitoramento dos médicos durante a evolução do paciente. Paralelamente, fazem os ajustes dos exercícios ao longo do processo.

Os pesquisadores usaram a tecnologia em um estudo, publicado na revista científica NPJ Regenerative Medicine.

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Técnica em análise

A técnica consiste, basicamente, em aplicar exercícios na dose certa. Foi testada corrida de resistência, um tipo específico de exercício de recuperação, com estimulação mecânica correta para melhorar a recuperação óssea.

Os cientistas construíram freios personalizados para rodas de exercício de roedores, que adicionaram resistência semelhante ao aumento do nível em uma máquina elíptica ou bicicleta ergométrica.

Ratos com lesões no fêmur e sensores implantados correram em uma roda de exercícios regular ou na roda de exercícios de resistência modificada.

Transmissão de dados

Os sensores transmitiram dados de tensão durante os exercícios. Com isso a equipe conseguia ter uma visão do ambiente mecânico das células ósseas durante a recuperação.

Durante o estudo de oito semanas, os pesquisadores monitoraram o processo de cicatrização dos fêmures lesionados e descobriram que os ratos treinados com resistência apresentaram sinais precoces de cicatrização óssea em comparação àqueles em condições sedentárias ou sem resistência.

Ao final do período de recuperação de oito semanas, os ratos sedentários, não fizeram resistência e os que treinaram com resistência apresentaram cicatrização óssea, segundo o GNN.

Cientistas do Oregon, nos EUA, observaram a rápida recuperação dos ratos em apenas algumas semanas, o que normalmente levaria meses. Pesquisadores Bob Guldberg e Kylie Williams em seu laboratório. Foto: Universidade de Oregon Cientistas do Oregon, nos EUA, observaram a rápida recuperação dos ratos em apenas algumas semanas, o que normalmente levaria meses. Pesquisadores Bob Guldberg e Kylie Williams em seu laboratório. Foto: Universidade de Oregon



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