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Entenda o que é ‘o mercado’ – 12/12/2024 – Mercado

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Entenda o que é 'o mercado' - 12/12/2024 - Mercado

Júlia Moura

“O mercado reagiu mal ao pacote de corte de gastos.

“90% do mercado reprova o governo.”

“O mercado se surpreendeu com o PIB (Produto Interno Bruto).”

São muitas as notícias sobre “o mercado”, mas, afinal, quem é esse tal de mercado?

O mercado é um conjunto de agentes econômicos e investidores. Cada investidor pessoa física faz parte do mercado, que também engloba gigantes multinacionais.

“Quando a gente diz que o mercado gostou ou não, queremos dizer que os aplicadores gostaram ou não, que são quem coloca e tira dinheiro do mercado”, diz Ricardo Teixeira, coordenador do MBA em gestão financeira da FGV.

Ou seja, o mercado reúne diversas opiniões e perfis, sendo impossível haver um consenso entre todos os seus participantes. O que se traduz como a percepção do mercado é, na verdade, a percepção da maioria desses agentes, cujas decisões e ações acaba influenciando o preço do que está sendo negociado —ações, moedas ou títulos de dívida, por exemplo. No jargão, isso é chamado de “fazer preço”.

“O mercado é a composição do dinheiro de todas as pessoas e age com base em hipóteses do que vai acontecer com a economia, de modo a proteger o dinheiro da maneira mais racional possível”, afirma Alexandre Chaia, professor de finanças do Insper.

Por exemplo, se a maioria dos investidores acha que o dólar vai se valorizar ante o real, eles compram dólar para se proteger ou para lucrar com essa alta. Mas há quem venda esses dólares, sem enxergar o mesmo potencial de alta na moeda. Quando a demanda está maior que a oferta, o preço sobe.

“Se há venda, há vendedor e há comprador. Se ninguém quer um ativo, o preço dele é zero”, diz Chaia.

No caso da Bolsa de Valores, a balança é diferente. São 2.875 empresas com ações listadas na B3. As 84 maiores e mais representativas da economia nacional compõem o Ibovespa, o principal índice acionário nacional. Porém cada uma tem um peso nesse índice.

A Petrobras tem a maior representatividade, com suas ações preferenciais (PETR4) e ordinárias (PETR3) correspondendo a 13,5% do índice (pela composição em dezembro de 2024).

A Vale tem a segunda maior fatia, com 12% do Ibovespa. Quando a barragem de Brumadinho (MG) se rompeu, em 2019, por exemplo, as ações da mineradora derreteram 24,52% e levaram todo o índice da B3 a recuar 2,3%.

Já os bancos, somados, correspondem a 23,5% do índice.

Dessa forma, quando a ação dessas empresas tem uma movimentação atípica, acaba influenciando o índice como um todo.

Porém o sobe e desce do Ibovespa também está ligado a outros indicadores, como o mercado de ações dos Estados Unidos e os juros futuros.

A curva de juros futuros, por sua vez, reflete a expectativa dos investidores quanto à Selic futura. Ela é formada por um conjunto de contratos com vencimento futuro, cujo valor oscila diariamente e representa o juro esperado para aquele período. Se a maioria acha que a taxa básica de juros vai subir, os juros futuros sobem. Se não, o contrário acontece.

Muitos desses ativos estão diretamente interligados por meio de operações automatizadas do mercado financeiro. Por exemplo, um gestor de fundo pode programar para que, toda vez que os juros futuros sobem, o seu fundo emita ordem de compras de dólar e ordem de vendas de ações na Bolsa. Muitas vezes, decisões rápidas em um mercado que muda em segundos podem significar economia de milhões de reais.

QUEM SÃO OS MAIORES AGENTES DO MERCADO FINANCEIRO

Apesar de todos fazerem parte do mercado, grande parte dos valores transacionados estão concentrados na mão de fundos de investimento, fundos de pensão, bancos e seguradoras, tanto nacionais como estrangeiros, que são contratados por investidores para gerenciar seu dinheiro, protegendo-o da inflação e multiplicando-o para uso futuro.

São esses agentes profissionais que concentram boa parte do fluxo de transações que acontecem todos os dias.

A maior gestora de ativos do mundo, a BlackRock, tem US$ 11,5 trilhões (R$ 69,5 trilhões) sob gestão, o equivalente a cinco vezes o PIB do Brasil em 2023. Aqui, a gestora americana tem R$ 13,6 bilhões em ativos brasileiros.

Outra grande gestora americana, a Capital Group, tem mais de US$ 2,7 trilhões (R$ 16,3 trilhão). Já o Mubadala, fundo do governo dos Emirados Árabes Unidos, soma US$ 302 bilhões (R$ 1,8 trilhão) em ativos sob gestão.

Na Bolsa de Valores, a maior parte das negociações é feita justamente por investidores estrangeiros (58%). Entre os brasileiros, o maior fluxo é de investidores institucionais, ou seja, fundos de investimento e de pensão, seguradoras, escritórios de gestão de patrimônios e seguradoras, além de pessoas físicas com patrimônio acima de R$ 1 milhão.

Com relação aos títulos do Tesouro Nacional, pelos quais o governo brasileiro se financia, eles estão em sua maioria (29%) nas mãos de instituições financeiras nacionais. Em seguida, fundos de previdência (24%) e de investimento (22%).

As decisões desses grandes investidores são normalmente baseadas em modelos matemáticos de projeções econômicas, com base na avaliação do cenário macroeconômico atual. Os grandes bancos têm equipes específicas para isso, responsáveis por analisar diversos dados a fundo, como o PIB, a taxa de desemprego e a produtividade da indústria.

QUEM FAZ PARTE DO MERCADO FINANCEIRO

  • Fundos de investimento;
  • Fundos de pensão;
  • Seguradoras;
  • Bancos;
  • Empresas;
  • Pessoas físicas.





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Gukesh da Índia vence Ding da China e se torna o mais jovem campeão mundial de xadrez | Notícias esportivas

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Gukesh da Índia vence Ding da China e se torna o mais jovem campeão mundial de xadrez | Notícias esportivas

O adolescente prodígio indiano Gukesh Dommaraju prevaleceu em um final de jogo emocionante que se esperava que terminasse empatado.

O adolescente Gukesh Dommaraju, da Índia, tornou-se o mais jovem campeão mundial de xadrez indiscutível ao derrotar o atual campeão Ding Liren, da China, em uma reviravolta dramática na última partida de uma partida de 14 partidas em Cingapura.

Gukesh, de 18 anos, é quatro anos mais novo que Garry Kasparov, que era o mais jovem campeão mundial desde 1985, quando derrotou Anatoly Karpov.

Gukesh venceu o jogo de quinta-feira com as peças pretas depois que Ding murchou sob pressão e errou no que os comentaristas consideraram uma posição confortável, arrebatando o título com um placar final de 7,5-6,5.

Ding, 32 anos, cuja forma despencou desde que derrotou o russo Ian Nepomniachtchi para conquistar a coroa em 2023, não ganhava um jogo “clássico” de longa data desde janeiro e evitou em grande parte os principais eventos em uma tentativa de melhorar.

Mas o chinês recuperou a confiança após uma vitória surpreendente na primeira rodada da partida e, após duas vitórias de Gukesh e oito empates, igualou o placar na 12ª rodada com uma vitória que foi aclamada por vários comentaristas.

A partida foi um evento “clássico” de longa data com 14 rodadas e uma premiação de US$ 2,5 milhões.

Gukesh se classificou em abril ao vencer o Torneio de Candidatos da FIDE.

O número um do mundo, Magnus Carlsen, campeão mundial desde 2013, renunciou ao título em 2022, alegando falta de motivação.

Gukesh é o segundo indiano, depois do pentacampeão mundial de xadrez Viswanathan Anand, a deter o título.

Magnânimo na vitória, Gukesh elogiou Ding, dizendo que ele “lutou como um verdadeiro campeão”.

O grande mestre de xadrez da China, Ding Liren, compete contra o grande mestre da Índia, Gukesh Dommaraju, durante o jogo 14 do Campeonato Mundial FIDE de 2024, em Cingapura, em 12 de dezembro de 2024 (Simon Lim/AFP)



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Senado retoma reforma tributária com alíquota em pelo menos 28,67% e ‘emenda Smart Fit’ – 12/12/2024 – Que imposto é esse

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Senado retoma reforma tributária com alíquota em pelo menos 28,67% e 'emenda Smart Fit' - 12/12/2024 - Que imposto é esse

Nivaldo Souza

O plenário do Senado Federal deve concluir, nesta quinta-feira (12), a análise do principal projeto de regulamentação da reforma tributária (PLP 68/2024), aprovado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) na véspera com uma série de benesses para setores econômicos. Parte das mudanças elevaram a alíquota padrão dos futuros tributos sobre o consumo CBS e IBS para 28,67%, mas o percentual deve subir mais.

O relator Eduardo Braga (MDB-AM) informou que técnicos do Ministério da Fazenda apresentarão a nova alíquota antes da votação em plenário.

O senador fez diversas concessões para acelerar a votação de seu relatório na comissão, visando cumprir o acordo com o governo para o texto ser aprovado neste ano.

Entre elas, o acolhimento de uma emenda do senador Ciro Nogueira (PP-PI) incluindo academias de ginástica no grupo de atividades profissionais com desconto de 30% na nova estrutura tributária. A manobra usou como brecha a justificativa de que é necessário desonerar a atividade de profissionais de Educação Física, ante o envelhecimento da população.

No texto da Câmara, profissionais independentes, como personal trainer, seriam beneficiados com a desoneração. A partir da emenda do senador do PP, passam a receber desoneração todas as academias com sócios formados em Educação Física. Com o argumento de corrigir uma possível distorção de mercado, a emenda equipara um profissional liberal a uma rede de academias.

A apelidada “emenda Smart Fit”, em referência a uma das maiores redes de academias privadas do país, foi incluída diretamente no parecer final. “Ela [mudança] foi defendida por dez líderes”, justificou Braga à Folha.

Já a retirada das armas do Imposto Seletivo, o chamado ‘imposto do pecado’, foi uma vitória dos armamentistas. Com isso, armas de fogo e munições terão uma redução de cerca de 50% em relação à carga tributária paga atualmente no país.

Outra medida de última hora foi a inclusão de biscoitos na cesta básica desonerada. O PSD apresentou destaque para votação de uma emenda do senador Vanderlan Cardoso (GO), aprovada simbolicamente pelos demais. O parlamentar goiano é dono de uma fábrica de biscoitos, Cicopal.

O senador defendeu sua emenda na CCJ afirmando que 95% da população consome biscoitos de água e sal, maisena e rosquinhas, parte dela em substituição ao pão francês. “Sendo que, no Nordeste, em grande parte dos estados do Norte, não se consome tanto o pãozinho, consome o biscoito água e sal, o cream cracker” argumentou.

Petista será relator

A retirada ou inclusão de benefícios fiscais pode ocorrer no plenário do Senado por meio de destaques votados em separado. Possíveis alterações, contudo, dependem de acordo político.

O texto chancelado pelos 81 senadores será enviado para revisão do plenário da Câmara. O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) deve ser o relator, conforme o regimento. O petista participou do grupo de trabalho responsável pelo texto aprovado pela da Câmara em julho, do qual foi relator no plenário.

Lopes pode acatar todas as mudanças do Senado ou rejeitar trechos específicos. O deputado acompanhou a relatoria de Braga. Ela transitou pelo Senado nesta quarta com uma cópia do relatório do senador na qual havia diversas marcações em vermelho. No corredor, o petista foi bastante assediado por lobistas de diversos setores empresariais dispostos a mudar pontos da reforma até o último minuto antes da regulamentação ir à sanção presidencial.


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Passar tempo ao ar livre ajuda crianças com problemas de saúde mental; estudo

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Com a semana de trabalho de 4 dias, o governo de Tóquio espera que os casais passem mais tempos juntos e tenham mais filhos. - Foto: Richard A. Brooks/AFP via Getty Images

É possível reduzir o sofrimento da saúde mental das crianças de forma leve e agradável: bastam duas horas de atividades ao ar livre. É o que mostra um estudo que analisou meninos e meninas entre 10 e 12 anos.

Todos apresentaram melhoras de humor e comportamento quando próximos à natureza, além de melhora no rendimento escolar. Pesquisadores canadenses descobriram que basta isso para melhorar o emocional das crianças.



A pesquisa, publicada no periódico Jama Network Open e também em um relatório da Unicef, aponta a importância dos espaços verdes para o desenvolvimento das crianças. Uma forma simples e barata de tratar problemas de saúde mental.

Ansiedade, depressão e impulsividade

Os cientistas canadenses observaram mais de 500 crianças, de 10 a 12 anos, em Quebec, em 2023.

“A ideia do projeto surgiu durante a pandemia, quando as pessoas estavam preocupadas com os riscos à saúde de crianças que passavam tanto tempo dentro da escola todos os dias”, disse a autora senior do estudo Marie-Claude Geoffroy, da Universidade McGill.

Após três meses de análise, os pesquisadores verificaram que as maiores mudanças no comportamento ocorreram em crianças, que, inicialmente, já apresentavam transtornos de comportamento. No caso, ansiedade e depressão, agressividade e impulsividade, além de interação social.

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Ficaram mais calmas

De acordo com a pesquisa, após duas horas semanais em contato com a natureza – ou ao ar livre – essas crianças ficaram mais calmas, relaxadas e atentas nas aulas depois de passarem um tempo na natureza.

“Isso sugere que programas baseados na natureza podem oferecer benefícios direcionados para crianças com níveis mais altos de vulnerabilidades de saúde mental e potencialmente atuar como um equalizador da saúde mental entre crianças em idade escolar”, acrescentou a coautora Sylvana Côté, da Universidade de Montreal.

Todas as escolas envolvidas no estudo ficavam a menos de 1,6 km de um parque ou área verde.

Adultos também melhoraram

A pesquisadora Marie-Claude Geoffroy, que participou do estudo, resolveu fazer o experimento dentro de casa. Segundo ela, as melhorias observadas foram tanto para as crianças como também para os adultos envolvidos nas atividades.

No caso da pesquisa, foram incluídas “atividades extras”, como desenhar uma árvore, escrever haicais e caminhar com atenção plena. Todos atenderam à demanda e ainda elogiaram a atividade.

A primeira autora do estudo, Tianna Loose, pesquisadora de pós-doutorado na Universidade de Montreal, observou que essa pode ser uma estratégia promissora para as escolas, segundo a GNN

Brincar ao livre deixa as crianças com melhores chances de ter saúde mental, diz estudo canadense. Foto: Agência Brasil Brincar ao livre deixa as crianças com melhores chances de ter saúde mental, diz estudo canadense. Foto: Agência Brasil



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