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Entenda o que é uma craniotomia, cirurgia que Lula passou – 10/12/2024 – Equilíbrio e Saúde

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Entenda o que é uma craniotomia, cirurgia que Lula passou - 10/12/2024 - Equilíbrio e Saúde

Danielle Castro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi submetido a uma cirurgia de emergência na cabeça na madrugada desta terça-feira (10), em São Paulo, e segue internado para monitoramento na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Sírio Libanês.

O procedimento, realizado para conter uma hemorragia intracraniana, é chamado de “craniotomia”, para a drenagem do hematoma, e foi indicado após ressonância magnética feita em Brasília.

Em boletim médico, o Hospital Sírio-Libanês informou que o presidente queixava-se de dores de cabeça na noite de segunda-feira (9) e foi transferido após o diagnóstico. Ele ainda estava em recuperação da queda sofrida no banheiro em 19 de outubro deste ano, quando veio a público com pontos na nuca.

A equipe médica afirmou que a hemorragia foi “decorrente do acidente domiciliar sofrido”, que a “cirurgia transcorreu sem intercorrências”, sendo que Lula, mesmo bem, seguirá internado para “monitorização em leito de UTI.”

Em atualização feita à imprensa, o hospital informou que a evolução tem sido positiva e o presidente está “bem, consciente, orientado, falando e se alimentando.” Não há previsão de quantos dias ele ficará internado, mas o protocolo é ser observado por até 48 horas na UTI e, depois, seguir no hospital até a alta.

Especialistas ouvidos pela Folha explicam que, quando identificado o problema de forma precoce, o paciente pode seguir sem sequelas. No entanto, há riscos de novos sangramentos e complicações que exigem acompanhamento pós-operatório rigoroso. Entenda o problema.

O que Lula teve foi um derrame?

Não. O derrame é um nome popular do acidente vascular cerebral (AVC), que pode ser isquêmico (quando um vaso entope e o sangue não chega para os neurônios) ou hemorrágico (no qual existe sangramento dentro do tecido cerebral).

Segundo o médico Fernando Gomes, neurocirurgião do Hospital das Clínicas de São Paulo (HCSP), uma hemorragia pode ser secundária a um AVC do tipo hemorrágico ou acontecer fora do crânio, “entre o espaço que existe do cérebro com a dura-máter, com a meninge externa.”

Neste último, que aparenta ser o do presidente, ocorre a formação de um “hematoma subdural crônico, uma hemorragia de caráter crônico que aumenta e, progressivamente, comprime o cérebro.” É uma condição comum após traumas de crânio, sobretudo em pessoas com 60 anos ou mais, e surge, em geral, de três a quatro semanas após o acidente.

“AVC não é o caso que o Lula apresentou, exceto se o hematoma em questão for um hematoma intraparenquematoso, que nada têm a correlação com o trauma”, diz Gomes.

De acordo com o médico Wuilker Knoner Campos, presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), o coágulo subdural crônico começa pequeno e aumenta lentamente devido a um sangramento venoso.

“Uma veia, que de imediato não é identificada, fica pingando ali [até formar um coágulo, que] cresce dentro da caixa craniana e acaba empurrando o cérebro”, afirma Campos.

O que é craniotomia?

É uma cirurgia que envolve a remoção de uma parte do osso craniano (cabeça) para permitir o acesso ao cérebro. É utilizada para tratar condições neurológicas, como tumores cerebrais, hemorragias intracerebrais, lesões traumáticas, infecções e malformações vasculares, geralmente sob anestesia geral.

É possível também fazer a remoção do coágulo através de um orifício. “Isso acaba descomprimindo e tirando a pressão de cima do cérebro, aliviando os sintomas do paciente. A gente consegue colocar um cateter por ali, joga soro para lavar e aspirar o coágulo”, afirma o presidente da SBN (Sociedade Brasileira de Neurocirurgia).

Quais os sintomas e consequências da hemorragia intracraniana?

A compressão do cérebro pela hemorragia, dependendo da área atingida, pode causar dor de cabeça, sonolência, vômitos, crise convulsiva, paralisia de um lado do corpo, paralisia da face, confusão mental e, eventualmente, até o coma e a morte, se não for operado em tempo hábil.

O ideal é que o paciente chegue acordado ao pronto-socorro. “Quando identificado precocemente, o paciente pode ficar sem nenhuma sequela”, diz Campos.

Mesmo com alguma função já paralisada, a cirurgia pode recuperar a perda causada pela hemorragia, mas com possibilidade de algum prejuízo. As complicações pós-cirúrgicas incluem problemas cognitivos, motores, alterações na visão ou na fala, e dificuldades emocionais.

“Pode acontecer desse hematoma causar um micro AVC também e inflamar algumas áreas cerebrais. Pode ficar com uma sequela, não de paralisia, mas de uma dificuldade de fala, uma lentidão de pensamento e função executiva de cognição ou causar algum tipo de demência no futuro”, alerta o presidente da SBN.

Um caso famoso foi o do jogador argentino Diego Maradona, que morreu em 2020 após operação de um coágulo.

“Ele demorou a identificar o hematoma subdural, que cresceu e, de um momento para o outro, acabou comprimindo inclusive o tronco cerebral, levando a óbito”, diz Campos.

Tratamento

A recomendação é que todo paciente que tenha sofrido qualquer tipo de pancada nessa região fique atento ao quadro sintomático de dor de cabeça, apatia e sonolência. “O paciente pode fazer uma tomografia e não identificar nenhum sangramento, mas está ali. Bateu a cabeça em algum momento, pode ser até uma batida pequena, na porta do armário, no bidê, na parede ou uma queda, como a que o Lula teve, acontece”, diz o médico da SBN.

No caso de hematomas pequenos identificados precocemente, o tratamento pode seguir com medicações específicas que ajudam a desinchar e desinflamar a região. “O paciente precisa [então] ficar acompanhando de tempo em tempo para controlar o tamanho desse hematoma. Se sanar em até um mês, acabou. Se crescer, precisa operar”, afirma Campos.

O prazo de recuperação após uma craniotomia, segundo Gomes, “pode variar bastante de paciente para paciente, dependendo de vários fatores, como a extensão da cirurgia, a saúde geral” da pessoa e “a condição tratada.”

“Em geral, a recuperação inicial pode levar de algumas semanas a meses, e a reabilitação pode ser necessária para restaurar funções cognitivas ou motoras”, diz o neurocirurgião do HCSP.

Cuidados

“Há uma chance de ocorrência de novos sangramentos após uma craniotomia, especialmente se a cirurgia foi realizada para tratar uma hemorragia”, reforça o médico do HCSP.

O risco depende de fatores diversos, tais como origem do sangramento, saúde vascular do paciente e se houve a correção de problemas subjacentes que podem causar novas hemorragias. O acompanhamento médico contínuo é essencial para monitorar qualquer sinal de complicação.

Após um trauma de crânio, é recomendado ainda, de forma preventiva, o uso de “antiagregantes plaquetários, como ácido acetilsalicílico (AAS) ou anticoagulantes, para prevenir acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio.”





Leia Mais: Folha

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‘Seus olhos não sorriam’: guia relembra com lágrimas na morte do produtor musical britânico em Byron Bay | Nova Gales do Sul

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'Seus olhos não sorriam': guia relembra com lágrimas na morte do produtor musical britânico em Byron Bay | Nova Gales do Sul

Daisy Dumas

Uma guia de mergulho relembrou com lágrimas no momento em que encontrou um produtor musical britânico deitado imóvel de costas no fundo do oceano durante um passeio de mergulho na costa de Byron Bay, em Nova Gales do Sul.

Karl Bareham morreu durante um passeio de mergulho em Ngnuthungulli/Julian Rocks em 24 de setembro de 2019. Ele havia chegado à Austrália no dia anterior e faria uma turnê com o músico do City and Color Dallas Green.

No quarto dia do inquérito sobre a morte de Bareham, o tribunal legista de NSW ouviu que o homem de 37 anos teve problemas para equalizar enquanto descia, depois encontrou problemas de flutuabilidade. Sua guia, Yuko Inagaki, disse que ajudou a ajustar a flutuabilidade de Bareham antes de liderar o grupo de quatro mergulhadores em direção a uma área rasa conhecida como berçário.

Ela disse que Bareham não estava a mais de quatro metros de distância quando o viu deitado no fundo do oceano, parcialmente obstruído por uma rocha que ela imaginou que ele estava tentando olhar.

Ela imediatamente nadou até ele e viu que o regulador estava fora de sua boca. Inicialmente, ela pensou que ele poderia estar fazendo uma bolha em forma de anel, um truque de mergulho. Ela não estava preocupada, disse ela, “até que vi o rosto dele”.

“Seus olhos não estavam sorrindo”, disse ela. “Dá para perceber pela cara que (alguém está se divertindo), mas não parecia nada disso”.

Ela tentou colocar o regulador de Bareham de volta em sua boca “uma ou duas vezes” antes de colocá-lo na posição vertical e iniciar uma subida de emergência com ele.

Enquanto seus quatro clientes formavam duplas, o advogado que auxiliava o legista, Rob Ranken, questionou por que Inagaki não mergulhou com um amigo, como era o protocolo de mergulho usual.

“Se você teve algum problema, não havia ninguém responsável (por prestar ajuda a você)?” Ranken perguntou.

No início do processo, o tribunal ouviu que Bareham pode ter tido um síndrome de abstinência de álcool convulsão – em parte evidenciado por uma saliência do bocal parcialmente mordida. Inagaki disse que não achava que houvesse qualquer dano ao bocal antes do mergulho e Bareham não disse que o bocal estava danificado.

Mais cedo na quinta-feira, o magistrado David O’Neil ouviu que o equipamento da Sundive era reparado por um funcionário que não estava qualificado para fazê-lo e que o negócio de mergulho tinha registros “imprecisos” do equipamento.

No momento da morte de Bareham, não havia sistema para registrar quando um equipamento estava sendo usado e quantas vezes ele havia sido usado, confirmou o técnico subcontratado da Sundive, Tom Hughes.

O tribunal ouviu que a marca de equipamentos de mergulho Mares especifica que seus reguladores devem passar por manutenção a cada 100 mergulhos ou todos os anos, e devem receber uma revisão completa a cada 200 mergulhos ou dois anos.

Embora os reguladores da empresa fossem revisados ​​uma vez por ano, Ranken sugeriu que os reguladores Sundive podem ter sido usados ​​até 200 vezes por ano – algo que Hughes disse ser “muito improvável”.

Ranken sugeriu que era necessário manter registros precisos, “especialmente quando o público depende desse equipamento”.

Hughes disse ao tribunal que tomou conhecimento de que um membro da equipe que não era um técnico certificado estava fazendo manutenção em equipamentos sem supervisão. Ele não a instruiu a fazer isso, disse ele, nem verificou o trabalho que ela havia realizado sem supervisão.

Ele disse que um representante da Mares lhe deu aprovação verbal para fornecer treinamento prático ao funcionário. O tribunal ouviu que ele não estava certificado para fornecer treinamento de manutenção.

O advogado que representa a Sundive e seus diretores, Patrick Barry, questionou a redação das instruções de serviço da Mares. Nenhum dos diretores da empresa prestou serviços aos reguladores, segundo Hughes.

Hughes disse que uma entrevista WorkSafe conduzida em relação à morte de Bareham em 2020 foi intimidante e o levou à beira de um ataque de pânico.

Durante o processo, o tribunal ouviu que o alcoolismo crônico de Bareham pode ter desencadeado um episódio médico enquanto ele estava debaixo d’água. Partes do seu conjunto regulador contratado foram consideradas como funcionando fora das especificações dos fabricantes em testes realizados por especialistas em mergulho cinco semanas após o incidente – embora o tribunal tenha ouvido que essas medições podem ter sido imprecisas.

Restam cinco testemunhas para depor. O inquérito está previsto para terminar na sexta-feira.



Leia Mais: The Guardian



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Austrália planeja tributar gigantes da tecnologia se eles não pagarem aos meios de comunicação | Notícias de tecnologia

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Austrália planeja tributar gigantes da tecnologia se eles não pagarem aos meios de comunicação | Notícias de tecnologia

Empresas como a Meta enfrentam impostos se não pagarem pelas notícias que geram tráfego para os seus sites, privando as empresas de comunicação social de receitas.

O governo australiano anunciou planos para tributar as grandes empresas de tecnologia caso estas não consigam partilhar as receitas com os meios de comunicação locais.

A medida, aplicável a partir de 1 de janeiro, forçará empresas como a Meta e a Google, com receitas australianas superiores a 250 milhões de dólares australianos (160 milhões de dólares), a pagar pelo conteúdo ou a enfrentar uma pesada fatura fiscal que poderá ascender a milhões.

Ao anunciar a medida, a ministra das Comunicações, Michelle Rowland, disse na quinta-feira que o rápido crescimento das plataformas digitais “perturbou” o panorama mediático e estava “ameaçando a viabilidade do jornalismo de interesse público”.

“(As plataformas digitais) precisam de apoiar o acesso ao jornalismo de qualidade que informa e fortalece a nossa democracia”, disse ela.

As novas regras reforçarão as empresas de comunicação social tradicionais que travam uma batalha pela sobrevivência, à medida que o seu conteúdo é disponibilizado gratuitamente nas plataformas, eliminando preciosos dólares publicitários. No meio da crise em curso, centenas de jornalistas australianos perderam os seus empregos.

O governo australiano indicou que as empresas-mãe do Google, Facebook e TikTok seriam alvo do imposto, que será dispensado se celebrarem voluntariamente acordos comerciais com empresas de comunicação australianas.

“O verdadeiro objectivo… não é aumentar receitas – esperamos não aumentar quaisquer receitas. O verdadeiro objetivo é incentivar a celebração de acordos entre plataformas e empresas de mídia noticiosa na Austrália”, disse o tesoureiro assistente Stephen Jones aos repórteres.

De acordo com as leis anteriores introduzidas em 2021, o Google e a Meta fecharam uma série de acordos com redações australianas no valor combinado de US$ 160 milhões.

No entanto, a Meta, proprietária do Facebook, Instagram e WhatsApp, indicou que não renovará os acordos quando estes expirarem, em março, argumentando que as notícias representam uma pequena parte do seu tráfego.

Reagindo às novas regras, um porta-voz da Meta disse que a Austrália estava “cobrando de uma indústria para subsidiar outra” e que a proposta não levava em conta “a realidade de como nossas plataformas funcionam”.

Google e Meta resistiram aos esforços em outras jurisdições para compensar os meios de comunicação.

O Google começou a remover links para alguns sites da Califórnia no início deste ano, depois que o estado indicou que os faria pagar pelo tráfego gerado por notícias.

O Facebook e o Instagram bloquearam conteúdo de notícias no Canadá para evitar o pagamento de empresas de mídia.

A medida marca a tentativa da Austrália de controlar os titãs da tecnologia. No mês passado, o país votou a favor de novas leis que proíbem mídia social acesso para menores de 16 anos.

Também está a ponderar multas para empresas que não eliminem conteúdos ofensivos e combatam a desinformação.



Leia Mais: Aljazeera

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Edir Macedo processa Netflix por causa de documentário – 12/12/2024 – Outro Canal

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Edir Macedo processa Netflix por causa de documentário - 12/12/2024 - Outro Canal

Gabriel Vaquer

Aracaju

O bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus e dono da Record, entrou em outubro com uma ação na Justiça exigindo que Netflix apague suas imagens do documentário “O Diabo no Tribunal”. Procurados, Netflix e Edir Macedo, via Igreja Universal, não comentam o assunto.

A coluna teve acesso a documentos do caso, que está na Justiça de São Paulo. Lançado no ano passado, o documentário trata de um julgamento ocorrido nos Estados Unidos.

Nele, é afirmado que uma “possessão demoníaca” foi usada oficialmente como argumento de defesa em um caso de assassinato, o que não foi aceito pela Justiça local para inocentar a situação.

Edir disse que a produção, “claramente sensacionalista”, veiculou por duas vezes sua imagem, em “sessões de libertação”, sendo que os fatos narrados no documentário são relativos a denominações religiosas que não têm relação alguma com a Universal.

As imagens, de acordo com o processo, foram captadas em reuniões nos quais fiéis da Universal buscam “se libertar de males espirituais”. O bispo Renato Cardoso, cunhado de Edir Macedo e apresentador do programa The Love School, da Record, e que também aparece no filme, é coautor da ação contra a Netflix.

“As imagens pessoais foram incluídas no filme sem a devida autorização no âmbito de um entretenimento claramente sensacionalista e de temática perturbadora, qual seja, uma possessão demoníaca e um posterior assassinato brutal”, afirmaram os bispos na ação.

Caso seja impossível tecnicamente excluir as imagens, eles pedem que seus rostos sejam desfocados de modo que espectadores não consigam identificá-los.

Na defesa apresentada à Justiça, a Netflix afirmou que o documentário tem caráter biográfico e informativo e que as imagens dos bispos são utilizadas dentro do contexto geral da obra, a fim de ilustrar o embate de clérigos com fiéis “possuídos”.

A empresa de streaming diz no processo que não houve ilícito algum e que a produção não estabelece vínculo algum entre a Igreja Universal e os episódios que cercam o crime.

Por fim, a defesa da empresa americana relatou que os rostos dos bispos não são exibidos de forma clara, não sendo possível identificá-los.

A ação deve ser julgada nas próximas semanas. É a primeira vez que a empresa de streaming recebe processo de um dono de uma empresa de comunicação brasileira.

Cobre diariamente os bastidores das novelas, do telejornalismo e da mídia esportiva. Tem como titular o jornalista Gabriel Vaquer



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