A idade mínima para concluir um doutorado é de 25 anos. Entretanto, a realidade da academia muitas vezes ignora que a maioria dos negros que concluem uma graduação já ultrapassaram os 30 anos. Isso porque, em várias ocasiões, somos obrigados a escolher entre a sobrevivência e a academia, equilibrando os pratinhos do trabalho, afazeres domésticos e estudos.
Queremos disputar bolsas de estudo e produzir conteúdos que são essenciais, mas muitos de nós ainda somos os primeiros em nossas famílias a conquistar o direito de ocupar esse espaço acadêmico. Essa conquista carrega consigo um peso imenso de responsabilidades e desafios.
Além disso, os horários exigidos pelos cursos frequentemente não são compatíveis com a realidade de quem trabalha em regime CLT, cumprindo uma carga horária de 40 horas semanais. Como alguém nessa condição pode se ausentar todas as quartas e quintas-feiras, das 8h às 17h, para assistir às aulas?
Essas barreiras tornam o caminho acadêmico ainda mais excludente, reforçando a necessidade de repensar as estruturas e oferecer condições mais acessíveis para que a diversidade seja realmente incluída e valorizada.
O editor, Michael França, pede para que cada participante do espaço “Políticas e Justiça” da Folha sugira uma música aos leitores. Nesse texto, a escolhida por Thamires da Silva foi “Um corpo no mundo”, de Luedji Luna.
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