Como Conversas climáticas COP29 progresso, um grupo de líderes globais e cientistas proeminentes apelou na sexta-feira por uma reforma e revisão significativa no processo da Conferência das Partes da ONU (COP).
Em uma carta aberta ao chefe do clima das Nações Unidas, Simon Stiell, aos estados membros da ONU e ao secretário-geral Antonio Guterres, o grupo pediu grandes mudanças incluindo “critérios de elegibilidade (para nações anfitriãs) para excluir países que não apoiam a eliminação/transição gradual da energia fóssil”.
A escolha do Azerbaijão como anfitrião da actual COP29 tem enfrentado críticas, dada a pesada situação do país. dependência das exportações de petróleo e gásque compreende metade de sua economia.
Ilham Aliyev, presidente do Azerbaijãoabriu a cimeira climática COP29 com um discurso que chamou o petróleo e o gás de “presente de Deus”, elogiando a utilização dos recursos naturais.
A conferência COP28 foi realizada nos Emirados Árabes Unidos e o líder da reunião manteve o cargo de chefe da petrolífera nacional do país.
Na carta à ONU, os especialistas argumentaram que o actual quadro da COP é insuficiente para satisfazer as necessidades urgentes de um planeta em aquecimento.
COP29: Quão sério é o anfitrião Azerbaijão em relação à ação climática?
Apelo a ações concretas
Os signatários da carta incluem o ex-secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a ex-presidente da Irlanda, Mary Robinson, a ex-chefe da ONU para o clima, Christiana Figueres, e outros especialistas que representam organizações do setor climático.
Houve sete reformas principais para a COP destacadas na carta aberta, que dizia que era hora de a COP “passar das negociações para a entrega de ações concretas”.
As reformas incluíram medidas robustas acompanhamento do financiamento climáticointegração das evidências científicas mais recentes, bem como “ações decisivas em matéria de igualdade, justiça e redução da pobreza”.
Outro ponto-chave enfatizou a necessidade de os governos serem responsabilizadogarantindo que os seus planos de ação nacionais estão alinhados com as evidências científicas mais recentes.
O grupo também destacou o elevado número de lobistas dos combustíveis fósseis nas cimeiras da COP.
Pelo menos 1.773 lobistas de carvão, petróleo e gás tiveram acesso à COP29, de acordo comdados divulgados sexta-feira pelo Kick Big Polluters Out coalizão ativista. O grupo acrescentou que os lobistas dos combustíveis fósseis receberam mais passes para a COP29 do que todos os delegados das 10 nações mais vulneráveis ao clima juntas.
A ex-chefe do clima da ONU, Christiana Figueres, disse em a última COP os lobistas dos combustíveis fósseis superaram em número os representantes de instituições científicas, comunidades indígenas e nações vulneráveis.
“Não podemos esperar alcançar uma transição justa sem reformas significativas no processo da COP que garantam uma representação justa dos mais afetados”, disse ela.
Mundo a caminho de um aquecimento de 2,7 graus Celsius
O apelo à acção surge num momento em que as temperaturas a nível global têm estado em ascensãocom aumento contínuo das emissões, degradação dos sumidouros de carbono e agravamento dos impactos climáticos.
De acordo com o Climate Action Tracker (CAT), uma equipe global de cientistas rastreando governos políticas climáticassem novas metas climáticas nacionais ou emissões líquidas zero prometidas em 2024, as políticas atuais continuam a colocar o mundo num caminho em direção a 2,7 graus Celsius de aquecimento até o ano 2100.
Além disso, tanto a utilização de combustíveis fósseis como as alterações no uso do solo, como a desflorestação, aumentaram em relação aos níveis de 2023, informou o Global Carbon Project, com sede no Reino Unido.
Isso acontece quando o mundo está lutando com a questão sobre se o financiamento climático está a chegar aos mais vulneráveis mesmo quando os combustíveis fósseis registam lucros recordes e biliões em investimentos.
Tal como salientam os signatários da carta, sem uma reforma urgente da COP e uma responsabilização financeira, só haverá mais atrasos no combate à crise climática.
ss/sms (dpa, Clube de Roma)