NOSSAS REDES

MUNDO

Estará o exército do Sudão a recuperar o terreno perdido na guerra civil? | Notícias da guerra no Sudão

PUBLICADO

em

Estará o exército do Sudão a recuperar o terreno perdido na guerra civil? | Notícias da guerra no Sudão

A guerra no Sudão está a entrar numa nova fase, à medida que o exército sudanês e o seu rival, as Forças Paramilitares de Apoio Rápido (RSF), lutam pela capital, Cartum, e pelo último estado contestado na extensa região ocidental de Darfur.

A RSF controla a maior parte de Cartum desde o início da guerra em Abril de 2023.

Aqui está o que sabemos sobre a situação hoje:

Como era a vida em Cartum sob a RSF?

O grupo armado, liderado por Mohamed Hamdan “Hemedti” Dagalo, saqueou e confiscou casas e armazéns em toda a capital.

Quem conseguiu fugir de Cartum o fez, mas muitos outros tiveram que ficar sob a mercê da RSF, que sujeitou mulheres à violência sexual e prendeu e prendeu aleatoriamente homens durante dias ou meses.

Aqueles que viviam sob o domínio da RSF dizem que os paramilitares matavam frequentemente famílias por se recusarem a entregar as suas filhas ou mães, bem como as suas casas e pertences.

O exército retomou Cartum?

Em 26 de Setembro, o exército, que também foi criticado por violações dos direitos humanos e pela falta de protecção dos civis contra as RSF, lançou uma ampla ofensiva para retomar a cidade.

À medida que aviões de guerra e tropas desciam sobre Cartum, o exército finalmente recapturou algum território na capital, de acordo com fontes locais e repórteres no terreno.

O exército teria capturado três pontes, incluindo Halfaya, o que lhe permitiu quebrar um cerco da RSF às suas instalações militares em Kadroo, um bairro próximo.

Combatentes sudaneses das Forças de Apoio Rápido protegem uma área na província do Nilo Oriental, Sudão, em 22 de junho de 2019 (Hussein Malla/AP Photo)

Como as pessoas estão reagindo ao avanço do exército?

A maioria das pessoas acolhe o exército como libertador, aliviada por ver uma aparência de estabilidade regressar aos seus bairros.

No entanto, apesar do júbilo, o exército está supostamente cometendo execuções sumárias à medida que retoma território – visando pessoas que considera serem afiliadas à RSF, de acordo com analistas, as Nações Unidas e monitores locais.

“Estas (execuções) são definitivamente verificadas”, segundo Hamid Khalafallah, especialista em Sudão e candidato a doutoramento na Universidade de Manchester.

A Al Jazeera enviou perguntas por escrito ao porta-voz das Forças Armadas Sudanesas, Nabil Abdullah, pedindo-lhe que comentasse as acusações.

Nenhuma resposta foi recebida até o momento da publicação.

O exército pode retomar toda Cartum?

Esta pode ser a sua melhor chance, mas a batalha está longe de terminar.

O exército está a tentar tomar a capital na esperança de garantir influência para futuras negociações de paz, disse Suliman Baldo, diretor executivo do grupo de reflexão Sudan Transparency and Policy Tracker.

“(Uma situação) em que o exército controle Cartum aumentaria o seu moral e pode fazê-los acreditar que fizeram progresso militar suficiente para avançar para negociações”, disse ele à Al Jazeera.

No entanto, sublinhou Khalafallah, o exército ainda está longe de controlar toda a cidade, apesar dos seus recentes avanços.

“Não está claro até onde o exército é capaz de avançar, mas eles estão travando uma grande luta”, disse ele.

Nuvens de fumaça sobem durante confrontos entre as Forças paramilitares de Apoio Rápido e o exército em Cartum, Sudão, 26 de setembro de 2024.
Nuvens de fumaça sobem durante confrontos entre as Forças paramilitares de Apoio Rápido e o exército em Cartum, Sudão, em 26 de setembro de 2024 (Stringer/Reuters)

E quanto a Darfur?

A RSF também combate o exército e os grupos armados aliados em el-Fasher, a capital do Norte de Darfur.

Embora os paramilitares controlem quatro dos cinco estados de Darfur – Leste, Oeste, Centro e Sul – têm lutado para conquistar o Norte de Darfur, que tem oferecido uma resistência feroz.

À medida que os combates se intensificam, a ONU estima que cerca de 700 mil pessoas deslocadas internamente correm grave risco de serem feridas no Norte de Darfur, quer devido a ataques armados, quer devido à fome.

O A RSF manteve um cerco de cinco meses a el-Fasher, que causou um sofrimento devastador aos civis, segundo grupos de ajuda humanitária.

Os grupos de ajuda acrescentaram que cerca de 2,8 milhões de pessoas vivem em El-Fasher e arredores, mas não têm meios de escapar.

Além disso, notaram que os rapazes se juntavam a grupos armados para ganharem um salário escasso, enquanto as famílias casavam raparigas para terem menos bocas para alimentar.

Mulher carrega sacolas de ajuda
Uma mulher deslocada internamente carrega ajuda em sacos em um campo em Gadarif, em 12 de maio de 2024 (AFP)

O que vem a seguir?

A batalha por Cartum pode determinar o rumo da guerra no Sudão, segundo especialistas.

Baldo disse acreditar que o exército está a tentar recapturar Cartum, bem como outras grandes cidades no norte e centro do Sudão, para poder então mudar o foco do conflito para Darfur.

É aí que a RSF conta com o apoio da sua base tribal “árabe” – um nome que se refere a comunidades pastoris em oposição a comunidades agrícolas sedentárias que são frequentemente referidas como “não-árabes”.

Baldo acrescentou que o exército tentaria então desestabilizar o seu inimigo.

“Acho que o exército pode pressionar por lutas internas (dentro da RSF) em Darfur”, disse ele à Al Jazeera.



Leia Mais: Aljazeera

Advertisement
Comentários

You must be logged in to post a comment Login

Comente aqui

MUNDO

as 4 razões que fizeram a moeda bater R$ 5,70, máxima em 2 meses e meio

PUBLICADO

em

as 4 razões que fizeram a moeda bater R$ 5,70, máxima em 2 meses e meio

A última semana foi mais uma vez de avanço para o dólar, que foi para os R$ 5,70. A divisa completou a terceira semana consecutiva de ganhos ante o real, com elevação acumulada de 1,51% nos últimos cinco dias e no maior nível em dois meses e meio. Somente em outubro o dólar já subiu 25 centavos de real, acumulando alta de 4,61%.

Apesar de alguns fatores serem preponderantes em relação a outros, diversos fatores levaram a uma alta da divisa americana, notoriamente em relação ao real. Confira abaixo os principais pontos:

1 – Preocupação com fiscal

Ainda que o início da semana tenha sido de sinalizações de corte de gastos do governo, a desconfiança com relação ao fiscal ganhou força nos últimos dias.

O mercado ainda aguarda por medidas concretas de contenção de gastos pelo governo Lula, prometidas para depois das eleições municipais, enquanto no campo monetário permaneciam as preocupações com a desancoragem da inflação.

Na sexta, o pessimismo com as contas públicas sustentou as taxas e o dólar ante o real ainda que não tenham surgido na sessão, na avaliação de profissionais ouvidos pela Reuters, notícias novas — nem positivas, nem negativas — no front fiscal.

Durante evento em São Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a dizer que o Brasil precisa crescer de forma sustentável. No mesmo evento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou a abertura de crédito especial para pessoas prejudicadas pelo apagão em São Paulo.

Continua depois da publicidade

2 – Fed pode atenuar queda de juros

Durante a semana, os EUA voltaram a apresentar dados fortes para a economia, o que fez agentes financeiros reduzirem ainda mais a expectativa por um afrouxamento monetário agressivo no Federal Reserve.

Na quinta, números do governo mostraram que as vendas no varejo subiram 0,4% em setembro na base mensal, acima da alta de 0,3% esperada por analistas consultados pela Reuters e uma melhora ante o avanço de 0,1% no mês anterior.

O resultado mostrou que o mercado consumidor dos EUA continua resiliente, o que afasta ainda mais temores de uma desaceleração econômica agressiva e reduz o espaço para cortes de juros. Naquela sessão, operadores colocavam 11% de chance de o Fed manter os juros inalterados em sua reunião de novembro, de 5% antes dos dados. A probabilidade de um corte de 25 pontos está em 89%.

Continua depois da publicidade

Cortes de juros mais atenuados acabam fortalecendo o dólar ante o real em meio ao enfraquecimento do movimento de carry trade (em que o investidor toma dinheiro emprestado barato em moeda forte e depois investe em outra com rendimentos mais elevados).

3. “Trump trade”

A moeda norte-americana também foi impulsionada nos últimos dias pelo aumento das apostas na vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos EUA.

O republicano tem prometido implementar medidas consideradas inflacionárias por parte de analistas, o que, em teoria, seria positivo para o dólar.

Continua depois da publicidade

“Os Estados Unidos atrapalham um pouco, porque há uma incerteza sobre sua política monetária. E com o Trump despontando como favorito, espera-se uma política mais protecionista, o que acaba pesando no nosso câmbio”, afirmou o head de renda fixa da Manchester Investimentos, Rafael Sueishi.

4 – Queda de commodities

A queda de 8% do petróleo e de 3% do minério na semana também enfraqueceram o real nos últimos dias, uma vez que as commodities correspondem a uma grande participação na balança comercial.

O petróleo foi afetado por incertezas sobre demanda global e sobre as tensões no Oriente Médio. A Capital Economics avalia que o prêmio de risco nos preços do petróleo “colapsou” nesta semana, após relatos de que Israel prometeu evitar ataques contra petrolíferas iranianas, trazendo novamente o foco para preocupações com a demanda fraca e aumento da oferta global. Na semana, relatórios da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e da Agência Internacional de Energia (AIE) cortaram projeções para o crescimento da demanda global em 2024.

Continua depois da publicidade

Na visão da Oxford Economics, até mesmo as projeções da Opep são “muito otimistas”. A consultoria projeta que o petróleo seguirá pressionado e terminará 2024 em cerca de US$ 70 o barril, se as tensões geopolíticas não aumentarem.

Para o minério, os preços foram influenciados por dados que mostram fraqueza contínua da economia e do mercado de aço da China, embora as notícias de novas medidas do banco central chinês tenham limitado as perdas.

(com Reuters)

Leia Mais

Continue lendo

MUNDO

Muito mais que futebol – 19/10/2024 – Juca Kfouri

PUBLICADO

em

Muito mais que futebol - 19/10/2024 - Juca Kfouri

Aconteceu muito mais que um jogo.

O que houve na noite da última quinta-feira no estádio corinthiano se chama celebração.

Celebração além do gol, da vitória ou da derrota.

Celebração pela vida de quem fez, faz e fará parte do dia a dia de toda uma nação, a brasileira e, especialmente, a corinthiana.

Quando, em pouco mais de 15 minutos, já estava 2 a 0 em jogo tão decisivo para a permanência do Corinthians na Série A, alguma coisa parecia fora da ordem na noite de Washington Olivetto, como se faltasse o sofrimento.

Ainda no primeiro tempo não faltou mais, porque o Athletico empatou.

Washington, Corinthians, Athletico, onde havia tanto h na homenagem a um dos mais importantes corinthianos de todos os tempos, haveria também superação.

E houve! E como houve!

Aquelas camisonas com o nome e a foto dele, “A Fiel nunca esquece” estampada em todos os cantos, da entrada ao telão, o placar inaugurado com golaço de Matheuzinho, com h, é claro!, só haveria de ser coroado com o primeiro gol do holandês Memphis, noutro golaço com h, em cobrança de falta do craque que, antes da obra-prima, ralou na grama para desarmar o adversário na defesa, sofrer a falta no ataque, e estabelecer o 3 a 2, depois ampliado para a goleada épica por 5 a 2.

O Corinthians vive. Washington Olivetto vive!

Pentacampeãs

Estava óbvio que o começado na quinta-feira continuaria no sábado e as Brabas não decepcionaram na final da Libertadores contra as colombianas do Santa Fé porque, elas que desculpem, mas quem anda com mais fé que a Fiel a humanidade ainda desconhece.

Sem sofrer, as Brabas fizeram 2 a 0 em Assunção.

Só falta agora completar fim de semana tão especial com o começo de outra, neste domingo, diante do Flamengo, missão dura, contra rival superior, mas que enfrentará o que aparenta ser uma onda de religiosidade inexplicável até mesmo para Washington Olivetto, o único que poderia criar a frase procurada para definir o corinthianismo.

Quem viu o gênio Jorge Benjor em prantos na missa de Washington Olivetto entendeu do que se trata.

Alô, alô, W/Brasil!

Impactante

Se a quinta-feira foi gloriosa para o alvinegro paulista, a sexta foi meio desastrosa para o carioca.

Nunca que o líder Botafogo poderia ter empatado com o Criciúma, na parte de baixo da tabela, e no Maracanã com quase 65 mil torcedores, principalmente depois de fazer 1 a 0 nos acréscimos e permitir o 1 a 1.

Por magia, porém, na mesma noite, em São Paulo, um dos maiores botafoguenses do país, o cineasta Walter Salles Júnior, apresentou em pré-estreia seu já aclamado internacionalmente filme “Ainda estou aqui”, com atuações excepcionais de Fernanda Torres, Selton Mello e a gigantesca Fernanda Montenegro.

Filme obrigatório e que deveria passar em praça pública pelo Brasil afora para quem não saiba ou minimize o que foram os anos de chumbo no país.

Até as pedras se indignarão ao ver as cenas em que Fernanda Torres, representando Eunice Paiva, a viúva do deputado Rubens Paiva, morto e desaparecido pela ditadura, passa pelos porões do Exército.

O Botafogo pode até perder pela segunda vez o título para o Palmeiras.

Walter Salles não deve perder o Oscar de filme estrangeiro.


LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.



Leia Mais: Folha

Continue lendo

MUNDO

Colombiano Borré garante vitória de 1 a 0 do Inter sobre Grêmio

PUBLICADO

em

Colombiano Borré garante vitória de 1 a 0 do Inter sobre Grêmio

Agência Brasil

O Internacional derrotou o Grêmio por 1 a 0, neste sábado no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, e entrou de vez na briga por uma vaga no G4 do Campeonato Brasileiro (que garante a classificação direta para a próxima edição da Copa Libertadores da América). O triunfo do Colorado foi garantido graças ao faro de gol do colombiano Borré.

Com este triunfo o Inter chegou aos 49 pontos, na 6ª posição, a apenas dois do Flamengo, 4º colocado e que foi derrotado por 2 a 0 pelo Fluminense nesta rodada. Já o Grêmio permanece com 35 pontos, agora na 12ª colocação.

O único gol da partida saiu aos 21 minutos do segundo tempo, quando o argentino Bernabéi chutou na direção da área e Borré desviou de cabeça para superar o goleiro Marchesín.

Saindo do Z4

Outra equipe a triunfar pelo placar mínimo neste sábado foi o Vitória. Jogando no Barradão, em Salvador, o Rubro-Negro bateu o Bragantino por 1 a 0 graças a um gol do atacante Everaldo.

Com o resultado o Vitória chegou aos 32 pontos, ganhando duas posições na classificação e alcançando a 16ª, fora do Z4 (zona do rebaixamento). Já o Massa Bruta permanece com 34 pontos, na 13ª colocação.





Leia Mais: Agência Brasil



Continue lendo

MAIS LIDAS