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Eu tinha regras rígidas para manter minhas vidas britânica e italiana separadas. Então aprendi a alegria de ser os dois | Silvia Saunders

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Silvia Saunders
Sdesde pequeno gosto de sentar na escada para ler. Na casa da minha infância, em Nuneaton, preferi o tapete quadrado entre os dois lances, posicionado diretamente em frente ao relógio de parede, para poder ficar de olho em quantas páginas conseguia espremer antes de dormir. Meu lugar favorito para ler, porém, sempre foram os degraus de azulejos vermelhos que levam à porta da frente da casa da minha avó na Apúlia. Há fotos minhas e de meus primos naquelas escadas em todas as idades. Se fechar os olhos, posso sentir a terracota sob minhas mãos, de alguma forma sempre quente, mesmo no inverno mais intenso.
Ao longo da minha infância, lutei com a questão: “Você se sente mais inglês ou mais italiano?” – você se sente mais inglês ou mais italiano? Sou ítalo-britânica e a maior parte da minha família vive no calcanhar da bota italiana, numa cidade muito pequena de – no último censo – 6.200 habitantes. Minha mãe é um dos cinco irmãos e a única que se mudou para uma distância real de San Donaci, mudando-se para Midlands por amor, antes de me ter, seu único filho.
Nem sempre apreciei a minha segunda casa, da mesma forma que nem sempre apreciei a minha segunda identidade. Minha nonna de 93 anos mora na entrada da cidade e seus filhos se espalham por ela. Todas as minhas tias moram na mesma rua e a proximidade da família em San Donaci significa que há pouca privacidade, certamente nenhuma porta trancada – uma vez uma das minhas primas teve que esconder um namorado no chuveiro quando Nonna entrou em casa sem bater. Mesmo fora de casa, toda a cidade se conhece, então você nunca está completamente sozinho. Se, por algum milagre, você não for imediatamente reconhecido, não é incomum ouvir a frase: “A quem você pertence?” – a quem você pertence?
Quando adolescente, tentei manter esses dois lados da minha vida separados. Tornou-se folclore familiar que eu costumava dar uma cotovelada na minha mãe quando ela falava comigo em italiano na Inglaterra. As minhas regras eram claras: falamos inglês em Inglaterra e italiano em Itália e nunca misturamos os dois. Mas minha mãe e minhas tias nunca receberam o memorando. Na Páscoa e Natalfui mandado para a escola em San Donaci, as crianças locais me interrogaram sobre a melhor forma de xingar em inglês, e todos os meus primos faziam turnos no McDonald’s de Nuneaton no verão, seus jovens colegas massacrando seus lindos nomes: Federica se tornou Freddy; Salvatore tornou-se Torey.
Com o tempo, ficou claro para mim quanta beleza existe em ser as duas coisas. Falo italiano com forte sotaque local e, quando meus primos começaram a me levar para boates, eu mudava de um idioma para outro como truque de festa. Ser do sul da Itália é uma grande parte de quem eu sou, nem sempre apenas metade. Quando estou lá, tenho meu quarto, meus rituais, roupas que ficam lá o ano todo, pessoas que me conhecem a vida toda. Há um imenso conforto nisso.
Nonna acha doloroso pensar em seus netos espalhados por aí Europa. Ela sempre pergunta: “Quando você volta?” – quando você vai voltar? Ela quer dizer, para sempre. Mas parte do que torna a casa dela tão especial é como conseguimos tudo de bom sem muito de ruim. É um idílio porque não precisamos olhar muito para as rachaduras, como a falta de empregos na cidade e a infraestrutura estar esgotada. Eu a observo às vezes, quando estamos todos juntos, e percebo que ela está fazendo uma contagem interna de funcionários. Aqui estão todos eles, cada um dos meus filhotes de volta ao ninho. Os netos partiram-lhe o coração quando todos nós nos reunimos em todos os lugares: Milão, Bruxelas, Paris.
Para mim, foi Londres. Vivi aqui a maior parte da minha vida adulta e, embora seja a cidade que adoro, é também um lugar que pode fazer com que você se sinta anônimo: sou um dos quase 9 milhões de pessoas aqui. Ninguém se aproxima de mim em Hackney para perguntar a quem pertenço – ainda fico emocionado quando vejo um rosto familiar na minha vizinhança. Eu moro em um apartamento no primeiro andar, então as escadas da minha casa são comuns e não estão disponíveis para sentar, embora eu nunca tenha tentado. Flerto com a ideia de fazer amizade com meus vizinhos – como muitos londrinos, quero que ambos nunca sejam incomodados por ninguém, mas também anseio por um sentimento de pertencimento. Em San Donaci, minha nonna é uma espécie de celebridade local e não tem esses problemas – quando ela sai, as pessoas a param em cada esquina para conversar, e ela raramente tem permissão para pagar pelo seu próprio café.
Mas encontrei minha comunidade italiana aqui. Um grande número de Sandonacesi na faixa dos 20 e 30 anos migrou para Londres para trabalhar, incluindo o meu melhor amigo de infância – cujo pai é o actual presidente da Câmara de San Donaci. Os voos de Natal são apenas dois por semana, então você vê os mesmos rostos no avião todos os anos. A alegria que irradiam é um bálsamo: só sei que sonham acordados favas e chicóriacafé da manhã de Natal na praia e serem sufocados por suas enormes famílias. Em dezembro deste ano, embarcarei naquele voo, verei aqueles rostos e serei buscado no aeroporto por uma de minhas tias. A primeira coisa que farei é sentar nos degraus de azulejos vermelhos com um café e um livro. Mas não demorará muito para que Nonna venha me distrair.
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Cachorrinha vai na ambulância com tutor idoso que foi atropelado e ninguém mexe; vídeo

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13 de maio de 2025
A cachorrinha, do RS, pulou na ambulância e foi junto com o tutor idoso, que havia sido atropelado. – Foto: Reprodução/Samu Rio Grande do Sul
Estes socorristas do Samu de Soledade, no norte do Rio Grande do Sul, são incríveis. Eles deixaram uma cachorrinha entrar na ambulância para acompanhar o tutor idoso até o hospital. Ele tinha sido atropelado e a amiga não queria sair do lado dele.
A cena de empatia foi na última sexta-feira (8), quando os socorristas atenderam a ocorrência na BR-386, entre Soledade e Passo Fundo. No local, encontraram o idoso de 69 anos ferido. Ao lado dele, uma cachorrinha que não arredava o pé. Quando a ambulância chegou, ela pulou junto com o paciente e não aceitou sair!
“Entramos num acordo: ‘vamos levantar junto, não tem como nós deixarmos aí no asfalto; Ainda vai sair atrás da ambulância e um carro vai pegar”, contou Luiz Henrique, um dos profissionais, em entrevista à CNN. No hospital o mesmo comportamento: Negrinha foi para a emergência e ficou embaixo da maca. Ela foi acolhida por uma voluntária e, em breve, será devolvida para a família do idoso.
Juntos até o fim
Segundo Luiz, a cena foi de cortar o coração. O animal demonstrava estar muito preocupado com o tutor.
“Ela não saia de perto dele. Fizemos o primeiro atendimento, botamos ele para dentro da ambulância e a cadelinha também entrou. Na hora de ir embora, ela não saiu de dentro da ambulância. Ninguém conseguia tirá-la”, explicou.
A decisão sensível de levar Negrinha junto foi tomada em consenso. O medo era que, se deixada na estrada, algo de ruim pudesse acontecer com ela.
Leia mais notícia boa
Companheiro até no hospital
Durante o trajeto, a cachorrinha permaneceu ao lado do idoso.
Ao chegar, ela desceu da ambulância junto com os socorristas e seguiu até a emergência.
Enquanto o tutor recebia os primeiros atendimentos, ela ficava olhando tudo atentamente.
Ajuda chegou rápido
A história viralizou entre os ouvintes de uma rádio local e sensibilizou Márcia Souza, uma voluntária da causa animal.
Sem hesitar, ela foi até o hospital para ver a situação de perto e resgatou a bichinha.
“Eu não pensei duas vezes. Fui lá no hospital e ela estava desesperada, em volta do tutor dela, que estava sendo atendido. Com a ajuda de funcionários do hospital, consegui pegá-la e levei para minha casa”, contou.
Reencontro próximo
E a Negrinha não vai mais precisar ficar ansiosa.
A notícia boa é que a família do idoso entrou em contato com Márcia e já se organiza para buscar a cachorrinha.
Por enquanto, ela segue sendo muito bem tratada pela voluntária.
“O amor dela, o desespero dela em volta daquele tutor, eu acho que um ser humano não faria o que ela fez. Ela é uma cachorrinha muito especial”, disse a mulher.
O estado de saúde do tutor se agravou no último sábado (10) e ele foi transferido para um hospital em Passo Fundo. Ainda não há novas informações sobre a condição dele.
Veja como Negrinha é fiel ao tutor!

Durante o atendimento, Negrinha não saiu do lado do idoso. – Foto: Samu Rio Grande do Sul
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Gisele Bündchen mostra foto do filho caçula pela primeira vez; “maior presente”

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13 de maio de 2025
Pela primeira vez, Gisele Bündchen, de 44 anos, compartilhou uma foto do filho caçula, que está com 3 meses. O bebê aparece de costas com uma mantinha com a frase “I love my mom” (eu amo minha mãe). A criança é cercada de mistérios, pouco se sabe sobre o menino porque a mãe não gosta de expor a família.
Filho da modelo com o instrutor de jiu-jitsu Joaquim Valente, o bebê recebeu como segundo nome “River” (rio, em português), mantendo uma tradição de Gisele de colocar nos filhos alguma referência à natureza.
A foto foi postada por Gisele neste Dia das Mães com uma declaração de amor à maternidade e imagens da família dela de costas. Ela escreveu em inglês e português: “Ser mãe tem sido o meu maior presente. Uma jornada que me ensina, me transforma e me enche de gratidão todos os dias”.
O porquê de tanto silêncio
Ao compartilhar as fotos, Gisele tenta justificar a ausência tanto nas redes sociais como também na mídia.
“Tenho estado silenciosa por aqui mas muito ocupada vivendo a vida. Às vezes, os momentos mais lindos não são compartilhados, são simplesmente vividos. Ultimamente, tenho abraçado ritmos mais lentos, conexões mais profundas e a beleza das lições que vêm com a presença.”
Mãe de Benjamin Rein, 15 anos, e Vivian Lake, 12, com o ex Tom Brady, atleta aposentado norte-americano, os filhos mais velhos de Gilese também têm como segundo nome referências à natureza. “Lake” significa “lago” e “Rein” é uma variação de “rain”, “chuva”.
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Parabenizada nas redes
Nas redes sociais, fãs e admiradores reagiram surpresos às imagens compartilhadas por Gisele, sempre discreta e reservada. Há comentários em português e inglês.
“Por mais pessoas com uma essência linda como esta mulher”, afirmou uma internauta em português.
“O amor de mãe molda o mundo. Lindo isso”, disse outra.
Em inglês, uma seguidora comentou que: “Incrível como ela consegue viver esta gravidez discreta! Muito bem, Gisele”.
Veja o post de Gisele Bündchen com a primeira foto do filho caçula:
Gisele Bündchen postou a foto com a mãe, Vania, e faz uma declaração de amor à maternidade. Foto: @giselebundchen
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Pantanal tem queda de 75% no desmatamento; Cerrado, 25%; Amazônia, 5%

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12 horas atrásem
13 de maio de 2025
Que notícia boa! O Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), registrou dados positivos sobre o meio ambiente do Brasil. A taxa de desmatamento do Pantanal teve queda de 75% entre agosto de 2024 e abril de 2025. No mesmo período houve redução de 25% da área destruída no Cerrado e, 5% na Amazônia.
Porém, o governo federal informou que manterá o alerta em relação à possibilidade de devastação nos próximos meses, com a chegada da seca.
“Nosso compromisso é promover uma queda constante e estruturada do desmatamento, por isso que os ajustes vão sendo feitos ao longo de todo o processo”, explicou a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
Pacto pelo meio ambiente
No Pantanal, foi firmado pacto entre Ministério do Meio Ambiente e o governo de Mato Grosso do Sul. Nele, foi instituída uma nova lei estadual que limita o desmatamento em áreas críticas e sensíveis.
Os governadores da região conhecida como Matopiba, que engloba áreas agrícolas nas fronteiras dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, também participam.
O pacto é voltado ao controle do desmatamento ilegal no Cerrado, com ênfase no monitoramento e fiscalização de imóveis com os maiores índices de desmatamento registrados em 2023, com base no Cadastro Ambiental Rural (CAR), segundo a Agência Brasil.
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Prevenção e controle
Uma série de ações faz parte dos Planos de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas na Mata Atlântica e no Pampa pela Comissão Interministerial de Prevenção e Controle do Desmatamento.
Os planos passam a integrar um conjunto que já existia, mas foi desmontado no governo anterior.
No total, há projetos específicos para a Mata Atlântica e Pampa, que se somam aos já existentes para a Amazônia (PPCDAm), Cerrado (PPCerrado), Caatinga (PPCaatinga) e Pantanal (PPPantanal), segundo o governo federal.
O motivo é simples: preservar e cuidar do meio ambiente afeta diretamente os efeitos da mudança climática, que tem provocado cheias em várias partes do planeta, como a do Rio Grande do Sul, que matou pelo menos 180 pessoas, deixou 600 mil sem abrigo e assombrou o país em abril de 2024.
Com a queda do desmatamento no Pantanal, no Cerrado e na Amazônia, o governo diz terá um longo processo de recuperação e esforço pelo meio ambiente. Foto: Ecoa
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