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Europa registra menos imigrantes irregulares em 2024 e linha dura ganha força – 14/01/2025 – Mundo
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José Henrique Mariante
O número de detenções nas fronteiras da União Europeia caiu 38% em 2024, mostram dados preliminares da Frontex, a agência do bloco dedicada ao assunto. Foram 239 mil apreensões no total, o menor patamar desde 2021, quando o fluxo de imigrantes para o continente foi impactado pela pandemia.
Como já indicavam levantamentos anteriores, as rotas pelo centro do Mediterrâneo (-57%) e pelos Balcãs (-78%) foram as que registraram as quedas mais expressivas. Nos dois casos, analistas apontam para o sucesso de políticas linha-dura, como as de Giorgia Meloni, na Itália.
Um acordo celebrado com a Tunísia em 2023, então um dos principais pontos de partida para a travessia, a mais fatal do fenômeno nas últimas décadas, teria desestimulado o fluxo e a ação das gangues de coiotes naquele país. O governo italiano, que também estimulou a modernização das guardas costeiras em algumas nações africanas, foi o principal ator europeu na empreitada. O número de detidos despencou de 163 mil para 67 mil.
Negociações parecidas foram feitas no ano passado com Líbia, Líbano e Egito, direcionando parte do fluxo para a porção oriental do Mediterrâneo. A situação nos chamados terceiros países, porém, é instável, deixando os acordos vulneráveis às flutuações políticas locais. Grupos de direitos humanos também veem uma série de violações nas tentativas europeias de antecipar o controle imigratório.
O processo, porém, ganha mais argumentos agora. Nos Balcãs, os países da região implementaram controles mais rigorosos nas fronteiras. Bruxelas estimulou um endurecimento nas políticas de vistos. Os territórios que não fazem parte do bloco estão fazendo exigências semelhantes às da União Europeia.
No fim do ano passado, a gestão Meloni tentou ir ainda mais longe, estabelecendo um centro de detenção fora do bloco, na Albânia. O passo foi celebrado por outros populistas da Europa, mas também pelo trabalhista Keir Starmer, no Reino Unido, e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. A ideia era abrigar até 3.000 detidos e decidir por refúgios ou deportações à distância. A Justiça italiana, porém, proibiu o esquema.
Meloni, mesmo assim, ganhou estatura para discutir o assunto, uma das principais bandeiras da direita e de seus extremos no continente. Conservadores em diversos países, inclusive, têm se apropriado da pauta, como ocorre na Alemanha. O candidato da CDU, Friedrich Merz, que lidera as pesquisas de intenção de voto para as eleições de fevereiro, é acusado por Alice Weidel, da AfD, de copiar seu programa de governo.
A candidata extremista exagera, mas é fato que o partido de Merz foi um dos primeiros a pedir que o governo Olaf Scholz estimulasse financeiramente a volta de imigrantes sírios, dias depois da ditadura de Bashar al-Assad cair em Damasco, em novembro.
Imigração é um assunto “candente”, classificou nesta terça-feira (14), François Bayrou, o novo primeiro-ministro francês, em sua primeira manifestação à Assembleia Nacional. “A chegada de uma família estrangeira em um vilarejo nos Pirineus ou em Cevennes é um movimento de generosidade. (…) Mas, quando 30 famílias se mudam para lá, o vilarejo se sente ameaçado”, declarou.
Fora do Mediterrâneo, o recrudescimento do fluxo imigratório em outras duas rotas mostra que o problema não apenas está longe de uma solução, como ganha camadas. No leste, 17 mil foram apreendidos nas fronteiras do bloco com Belarus, o triplo de 2023. Apenas 20% dos detidos vêm de fora da Europa.
Segundo Hans Leijtens, diretor da Frontex, a maior parte do contingente é composta por desertores da guerra da Ucrânia. Donald Tusk, premiê da Polônia, chegou a afirmar no ano passado que o novo fluxo era parte de um ataque híbrido elaborado por Moscou.
Já na África Ocidental, o crescimento de 18% no número de apreendidos em direção às Ilhas Canárias se deve sobretudo aos diversos conflitos na região do Sahel e na mudança de comando em países como o Senegal.
A Organização Mundial para Imigrações alerta para o risco de haver uma grande subnotificação na rota, superior à percebida em outros fluxos. É uma região de mar aberto, e a chance de estarem acontecendo naufrágios sem a ciência das autoridades é maior do que no Mediterrâneo.
Na travessia do continente para o Reino Unido, há estabilidade nas apreensões contabilizadas do lado europeu, mas o Canal da Mancha bateu recorde de mortes no ano passado.
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‘Toda a comunidade simplesmente desapareceu’: por dentro dos incêndios florestais de Los Angeles – podcast | Crise climática
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14 de janeiro de 2025 Presented by Michael Safi with Gabrielle Canon; produced by Lucy Hough and Phoebe McIndoe; executive producer Elizabeth Cassin
À medida que o incêndio florestal de Los Angeles se espalhava para mais perto de sua casa, George Elmaraghi estava esperando ansiosamente por uma ordem de evacuação.
“Quando vi o fogo, no nosso quintal, quase paralelo à nossa casa, pensei, ok, temos que ir.”
A casa de George em Altadena foi destruída naquele que é hoje o incêndio florestal mais destrutivo da cidade. O fogo ainda arde e George e a sua família, juntamente com outras 150 mil pessoas deslocadas, enfrentam agora traumas, falta de abrigo, reclamações de seguros – e a decisão final de reconstruir ou abandonar o local.
Para Gabrielle Canoncorrespondente do Guardian sobre condições meteorológicas extremas, este incêndio sem precedentes deve ser entendido como um desastre climático composto: o resultado final desastroso de uma cadeia de eventos exacerbados pela crise climática.
Gabrielle explica para Michael Safi por que a raiva popular está crescendo em torno da prefeita de Los Angeles, Karen Bass, e revela as implicações potenciais da crise climática do histórico do novo presidente dos EUA, Donald Trump, em desinformação, extração de combustíveis fósseis e resposta federal a desastres.
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o projeto de lei de emergência aprovado em comissão na Assembleia Nacional
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14 de janeiro de 2025Este é o primeiro ato legislativo do governo de François Bayrou. A lei de emergência para Mayotte foi aprovado, na noite de terça-feira, 14 de janeiro, para quarta-feira, 15 de janeiro, em comissão da Assembleia Nacional. O texto visa acelerar as regras e procedimentos de planeamento urbano para permitir a rápida reconstrução do arquipélago devastado pelo ciclone Chido em meados de Dezembro. Contém também medidas sociais mais temporárias.
Durante os debates que começaram na tarde de segunda-feira, com o afastamento da tempestade tropical Dikeledi, o ministro dos Territórios Ultramarinos, Manuel Valls – que nesta ocasião regressava ao caldeirão parlamentar – sublinhou que o texto não era aquele “primeira resposta” à crise multifacetada que atinge o arquipélago do Oceano Índico.
A relatora do texto, a deputada de Mayotte Estelle Youssouffa (LIOT), atacou em suas observações introdutórias um texto “sem ambição real”elaborado “sem consulta com autoridades locais eleitas ou parlamentares”e quem permanece “em grande parte silencioso sobre assuntos essenciais como a imigração”. A segunda deputada de Mayotte, Anchya Bamana (Reunião Nacional), disse que ” nervoso “ contra um projeto de lei “que perde o assunto”ao não nos permitir lutar contra “submersão migratória”.
Vários deputados também criticaram o governo por tentar que medidas de combate às favelas fossem adotadas por emenda, expondo-se ao risco de inadmissibilidade. Estas alterações foram efectivamente rejeitadas, por se considerar que não tinham qualquer ligação directa ou indirecta com o texto.
O governo “não tem nada a esconder” relativamente ao número de vítimas do ciclone
Manuel Valls lembrou que estava previsto para março outro projeto de “lei-programa” contendo medidas de mais longo prazo. Um projeto de lei que visa restringir os direitos fundiários em Mayotte também será examinado no dia 6 de fevereiro, prevendo a prorrogação do período de residência dos pais para o acesso dos filhos à nacionalidade francesa.
Foi adoptada uma alteração do antigo Ministro do Ambiente, Dominique Voynet, solicitando que o governo apresentasse, no prazo de um mês após a promulgação da lei, uma avaliação exaustiva da catástrofe, particularmente a nível humano.
O governo apoiou, com o Sr. Valls enfatizando que o Estado não tinha “nada a esconder”e lamentando o «acusações» feita durante a declaração de política geral do Primeiro-Ministro pelo presidente do Rally Nacional. O deputado Jean-Philippe Tanguy acusou veementemente o governo de « mente(e) sobre tudo em Mayotte »e em particular “sobre a gravidade do custo humano” do Ciclone Chido. O texto deverá ser apreciado no Hemiciclo no dia 20 de janeiro. O Senado planeja abordá-lo em 3 de fevereiro.
O mundo com AFP
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Relatório sobre filho de Biden cita críticas do presidente – 14/01/2025 – Mundo
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14 de janeiro de 2025 Devlin Barrett, Glenn Thrush
David C. Weiss, o conselheiro especial que passou anos investigando Hunter Biden, criticou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por fazer “acusações infundadas” sobre sua investigação que ameaçavam “a integridade do sistema judiciário como um todo” em um relatório final tornado público nesta segunda-feira (13).
“As acusações do presidente estão equivocadas com base nos fatos deste caso e, em um nível mais fundamental, são erradas”, escreveu Weiss. Sua investigação foi objeto de um debate acirrado até que o presidente emitiu um amplo perdão que encerrou o processo contra seu filho, dizendo que a acusação era resultado de “politicagem”.
Um júri em Wilmington, no estado do Delaware, considerou Hunter Biden culpado de três acusações criminais em junho por mentir em um formulário federal de armas de fogo. Ele também se declarou culpado de nove acusações acerca de impostos federais em Los Angeles, em setembro, por falsificar registros e não apresentar declarações. Os crimes foram cometidos tanto no momento em que ele era viciado em crack quanto depois que ficou sóbrio.
Em seu relatório, Weiss rebateu as críticas, principalmente dos democratas, de que o caso contra Biden era injustificado ou contaminado por motivos políticos.
O relatório é uma réplica incisiva ao presidente. Weiss, citando decisões judiciais que consideraram o caso justo, usou suas últimas palavras sobre a longa investigação para defender seu trabalho e condenar as acusações de Biden.
“Os políticos que atacam as decisões de promotores de carreira como sendo politicamente motivadas quando discordam do resultado de um caso minam a confiança do público em nosso sistema de justiça criminal”, disse o relatório. “As declarações do presidente impugnam injustamente a integridade não apenas do pessoal do Departamento de Justiça, mas de todos os servidores públicos que tomam essas decisões difíceis de boa fé.”
Os conselheiros especiais anteriores emitiram relatórios densos com centenas de páginas. Tecnicamente, o documento final de Weiss tem mais de 200 páginas, mas a grande maioria delas são apêndices contendo documentos judiciais anteriormente publicados. As conclusões reais do relatório de Weiss estão contidas em um breve resumo de 27 páginas.
A Casa Branca não respondeu a questionamentos da reportagem. Um advogado de Hunter Biden criticou a investigação do advogado especial.
“Como em todos os seus processos judiciais, o relatório de 27 páginas de David Weiss continua a ignorar alguns dos principais mistérios de sua investigação de sete anos”, disse o advogado Abbe Lowell, acrescentando que “o que fica claro nesse relatório é que a investigação sobre Hunter Biden é um alerta sobre o abuso do poder de acusação”.
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A divulgação ocorre em meio a uma briga jurídica muito mais acirrada, de última hora, sobre a publicação de um relatório de Jack Smith, o advogado especial que apresentou duas acusações contra Donald Trump, mas que acabaram desmoronando em parte devido à vitória de Trump nas eleições de 2024.
O período de Weiss como conselheiro especial começou depois que ele já havia investigado Hunter Biden por vários anos em questões tributárias, financeiras e de lobby estrangeiro. Os dois lados fizeram um breve acordo de confissão, mas sua natureza incomum —além da relutância do governo em prometer que a investigação terminaria com o acordo— resultou em seu colapso em julho de 2023.
O fracasso levou Weiss a buscar e receber uma nomeação como conselheiro especial, permitindo que ele apresentasse acusações contra o filho do presidente em duas jurisdições —relacionadas a mentir em um formulário de compra de armas em Delaware e acusações fiscais em Los Angeles.
Biden perdoou seu filho em dezembro, enquanto ele aguardava a sentença em ambos os casos. O presidente não apenas o absolveu das condenações, mas também lhe concedeu um perdão abrangente para quaisquer crimes em potencial eventualmente cometidos um período de mais de 10 anos.
Ao fazer isso, o presidente disse que o caso de seu filho havia sido contaminado pela política, uma afirmação que irritou Weiss e o Departamento de Justiça, especialmente porque o presidente havia afirmado durante anos que o caso havia sido tratado de forma independente.
Como o perdão presidencial havia efetivamente descartado qualquer análise desse tipo, segundo o relatório, Weiss não chegou a nenhuma conclusão sobre a possibilidade de Hunter Biden ter cometido outros crimes.
A equipe jurídica de Hunter Biden há muito argumentava que as acusações criminais eram injustificadas, em parte porque, durante parte do período em questão, ele estava sob o efeito do vício em drogas. Eles também argumentaram que condutas semelhantes de outras pessoas geralmente não levam a acusações federais, e que Hunter Biden se tornou um alvo de oportunidade para os republicanos que forçaram o Departamento de Justiça a abrir processos criminais.
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Weiss disse que seus processos foram justificados com base nos fatos e na lei.
“Considerei sua luta contra o vício e sua escolha de apresentar declarações falsas depois de ficar sóbrio”, escreveu. “E, embora Biden possa ter feito um contrato de empréstimo com o amigo pessoal que pagou seus impostos, não há evidências de que tenha reembolsado qualquer um desses fundos.”
Weiss também indiciou e obteve uma confissão de culpa de outro homem, Alexander Smirnov, por mentir para o FBI durante o período eleitoral de 2020, alegando falsamente ter conhecimento de pagamentos corruptos ao pai e ao filho. Smirnov, um informante de longa data do FBI, alegou que executivos da empresa de energia ucraniana Burisma haviam pago US$ 5 milhões (R$ 30,6 milhões) a Joe e Hunter Biden por volta de 2015 —uma acusação que foi divulgada pelos republicanos do Congresso.
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