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Exposições na Europa ampliam espaço do modernismo brasileiro na arte global – 21/12/2024 – Ilustríssima

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Exposições na Europa ampliam espaço do modernismo brasileiro na arte global - 21/12/2024 - Ilustríssima

Rafael Cardoso

[RESUMO] Exposições em cartaz na Suíça, sobre as origens do modernismo brasileiro, e na França, a respeito da obra de Tarsila do Amaral, revelam o momento propício da arte brasileira no exterior. O interesse pelo passado artístico do país, sustenta o autor, conflui com o esforço de abertura da história da arte ao âmbito global, processo acompanhado pela ampliação do espaço de artistas e curadores brasileiros na cena internacional.

A Bienal de Veneza foi o foco das atenções da arte nos últimos meses, em especial por ser a primeira vez que o evento foi dirigido por um curador brasileiro. O projeto de Adriano Pedrosa abriu espaço para três dezenas de artistas do Brasil. Juntos a sumidades vivas como Anna Maria Maiolino e Claudia Andujar, se alinharam expoentes históricos que incluem Eliseu Visconti, Yêdamaria, Ione Saldanha, Lina Bo Bardi, Maria Martins, Tomie Ohtake, Victor Brecheret e Waldemar Cordeiro.

Vários dos escolhidos evidenciaram as conexões entre o Brasil e a Itália —entre eles, nomes menos propalados, como Lorenzato, Danilo di Prete, Fulvio Pennacchi e Maria Polo. A curadoria de Pedrosa propôs uma revisão das figuras canônicas do Brasil, promovendo a inclusão de artistas mulheres, afrodescendentes e indígenas e de uma produção associada à arte popular.

Poucas vezes se expôs no estrangeiro tantos artistas do passado brasileiro. O fato não é, porém, de todo inédito. A exposição “Modernidade, Arte Brasileira do Século 20” —realizada no Museu de Arte Moderna de Paris em 1987 e 1988 com curadoria de Aracy Amaral, Frederico Morais, Marie-Odile Briot e Roberto Pontual— incluiu Lívio Abramo, Hélio Oiticica, Lygia Clark, Oswaldo Goeldi e Tarsila do Amaral.

Dez anos depois, em 1997, a Documenta X, sob a direção artística de Catherine David, alçou Hélio e Lygia a uma posição de centralidade na história da arte mundial do século 20, evidenciando as omissões do cânone eurocêntrico.

Entre 2001 e 2002, a megaexposição “Brasil: Corpo e Alma” transportou para o Guggenheim, em Nova York, desde a arte colonial até a contemporânea, passando pelo modernismo e pela arte concreta. A largueza do recorte levou o crítico da revista Artforum, um certo Adriano Pedrosa, então diretor do Museu de Arte da Pampulha, a escrever que “a imagem fragmentária e perversa do Brasil disseminada nessa exposição levará tempo para ser retificada”. O tempo passou, e o trabalho de retificação continua a todo vapor.

O ti-ti-ti em torno da Bienal de Veneza jogou sombra sobre duas exposições importantes em cartaz, uma na Suíça e outra na França, que buscam inserir a arte brasileira na história do modernismo internacional. Aberta em 7 de setembro no Centro Paul Klee, “Brasil! Brasil! O Nascimento do Modernismo” fica em Berna até o início de janeiro e segue para Londres, onde permanecerá em cartaz até 21 de abril na Royal Academy of Arts.

As datas de início e fim dessa itinerância podem sugerir uma dimensão nacionalista do projeto, mas não há envolvimento do Estado brasileiro. O apoio financeiro veio do governo suíço, que viabilizou os altos custos de transporte das obras do Brasil. Não são poucas: aproximadamente 130, a maioria de coleções particulares.

As curadoras da edição suíça da mostra (Fabienne Eggelhöfer, curadora do Centro Paul Klee, e Roberta Saraiva Coutinho, diretora do Museu da Língua Portuguesa) estão de parabéns por montar o quebra-cabeças dos empréstimos e por criar uma exposição elegante e convidativa, de espaços generosos e com exuberância na medida.

A exposição de Berna comporta dez artistas: Alfredo Volpi, Anita Malfatti, Candido Portinari, Djanira da Motta e Silva, Flávio de Carvalho, Geraldo de Barros, Lasar Segall, Rubem Valentim, Tarsila do Amaral e Vicente do Rego Monteiro, com um módulo para cada um e mais quatro módulos temáticos dedicados a literatura, música, arquitetura e design.

Além de obras bem conhecidas do público brasileiro, há outras pouco vistas, o que torna a mostra atraente até para especialistas no assunto. Entre as pérolas, estão “A Chinesa” (c. 1922), de Anita, “Mulher Diante do Espelho” (1922), de Vicente, “Mulato II” (c. 1924), de Segall, “Retrato de Ivone Levi” (1951), de Flávio de Carvalho, e “Arranjo de Três Formas Semelhantes Dentro de um Círculo” (1953), de Geraldo de Barros.

Pode despertar estranheza a inclusão de obras dos anos 1950 em uma exposição dedicada nominalmente ao nascimento do modernismo. Não para por aí. As décadas de 1960 e 1970 também comparecem com trabalhos de Djanira e Rubem Valentim.

A curadoria quis apresentar uma visão panorâmica do modernismo brasileiro, abarcando tanto sua formação quanto seus desdobramentos. Para quem conhece bem a história da arte brasileira, não deixa de ser perturbador ver a figuração de Djanira equiparada ao abstracionismo de Geraldo de Barros, como se houvesse diálogo possível entre formas plásticas que provocaram embates apaixonados em sua época.

Também causa incômodo se deparar com uma fotografia ampliada de vultos fundadores do samba moderno, âncora cenográfica do módulo sobre música, em convivência dócil com um meio erudito que renegou o modernismo do samba. As arestas da nossa história cultural são aparadas e suas asperezas, alisadas, propiciando ao olhar estrangeiro uma leitura complacente do modernismo brasileiro.

Em defesa do partido curatorial, vale ressaltar o tamanho do desafio. É intrincado o problema de introduzir um assunto vasto e controvertido para um público que ignorava sua existência. Por onde começar a narrar a história do modernismo brasileiro? Pela Semana de Arte Moderna de 1922? Entre especialistas, o consenso atual é que a importância da Semana foi superestimada nos últimos 50 anos. Como derrubar, no entanto, um mito em um meio em que ele nem sequer foi erigido?

Para o visitante suíço que talvez não tenha ideia que se fazia arte no Brasil antes do neoconcretismo, uma exposição concentrada nas décadas de 1910 e 1920 poderia ser hermética. Para transmitir uma primeira impressão, necessariamente larga, da arte brasileira do século 20, faz sentido abrir o diapasão para incluir manifestações posteriores. A partir daí, o problema passa a ser outro: não por quais razões ampliar o recorte, mas o que se exclui dele.

A crítica incontornável a “Brasil! Brasil!” reside em uma dessas exclusões. Por mais que se esquadrinhe o tema, não há argumento admissível para omitir Di Cavalcanti de uma mostra dedicada ao nascimento do modernismo no Brasil.

Outros nomes poderiam ter sido incluídos: Amílcar de Castro, Cícero Dias, Goeldi, Guignard, Iberê Camargo e Ismael Nery são artistas de primeira importância, mas nenhum deles é imprescindível para apresentar a modernidade artística como questão histórica. A não ser por Di Cavalcanti, um dos responsáveis pela Semana de 1922, o mais engajado politicamente dos artistas modernistas, principal elo do Brasil com o muralismo mexicano e, depois, inimigo número um do abstracionismo nos anos 1950.

Fazer uma exposição de modernismo brasileiro sem Di é equivalente a contar a história do cubismo sem Picasso. Nenhuma antipatia crítica justifica essa opção.

Assim como na Bienal de Veneza, as obras escolhidas para “Brasil! Brasil!” sugerem um propósito subjacente de adequar a arte brasileira do século 20 às sensibilidades políticas do século 21. Das muitas figuras afrodescendentes e indígenas em suas paredes, surge a impressão de um modernismo mais voltado para as lutas das populações subalternizadas do que, de fato, foi.

Afinal, os ditos mestiços, negros e índios retratados pelos pincéis de Portinari, Tarsila e Vicente são tipos e símbolos, mais que agentes da sua própria subjetividade. É verdade que o projeto curatorial aborda essa contradição nos textos de parede e no catálogo. A inclusão de Djanira e Rubem Valentim serve ainda como forma enviesada de compensar os clichês do nativismo modernista, contrapondo a ele outras visões.

Mesmo assim, a situação expositiva não provoca os confrontos necessários para uma verdadeira revisão histórica. Serena e arejada como a boa tipografia suíça, ela transige com narrativas que precisam ser desconstruídas.

Talvez seja esse o principal diferencial da exposição “Tarsila do Amaral: Pintar o Brasil Moderno“, inaugurada em outubro no Musée du Luxembourg, em Paris, onde fica até o início de fevereiro, seguindo para o Guggenheim Bilbao. Com curadoria de Cecilia Braschi, a mostra dá conta da dupla tarefa de (re)apresentar Tarsila a um público parisiense que a desconhecia e de contribuir para a revisão, atualmente em curso, da sua obra.

Desde a exposição, em 2017 e 2018, que ocupou o Art Institute, de Chicago, e o MoMA, em Nova York, a artista vem sendo assimilada progressivamente ao cânone mundial da arte moderna e galgado posições tanto por seu valor artístico quanto por ser uma mulher latino-americana, dado relevante neste momento em que se busca suprir lacunas e ampliar a história da arte para o âmbito global. Além do mais, com sua notória elegância, Tarsila cumpre os requisitos para ser encampada pela Chanel, grande mecenas do Musée du Luxembourg e apoiadora da mostra.

Dividida em seis módulos, a exposição compreende toda a trajetória de Tarsila, incluindo suas pinturas tardias, frequentemente desprezadas. Estão presentes muitas das obras mais conhecidas da pintora, mas também algumas raridades oriundas de coleções particulares, como “Figura em Azul” (1923) e “Cartão Postal” (1929).

“A Negra” (1923) ocupa posição central, destacada em uma parede onde a acompanham apenas dois desenhos a partir do mesmo motivo e um texto comentando a obra. É um tratamento exemplar para esse quadro tão controverso, em gritante contraste com sua colocação entre dois autorretratos na exposição “Tarsila Popular”, que ocupou o Masp em 2019.

Algumas obras fundamentais da artista não estão presentes, ou por impossibilidade de empréstimo (“Abaporu”) ou por figurarem na exposição na Suíça (“Morro da Favela”), mas as ausências são compensadas pela qualidade do conjunto.

O maior acerto da exposição do Musée du Luxembourg é a seriedade que empresta à artista. Tarsila não aparece exaltada por sua beleza e tampouco reduzida a seu apelo exótico. Nem musa nem primitiva, a “caipirinha vestida por Poiret” é despida das suas estratégias de consagração e revelada no árduo trabalho de construção de uma carreira no meio competitivo e machista da pintura moderna.

O projeto curatorial não aposta no partido ingênuo de deixar as obras falarem por si, mas antes lhes agrega os subsídios indispensáveis da história da arte. Uma riqueza de fotografias, documentos, estudos e textos permite ao visitante mergulhar na época, entender os propósitos da artista e os desafios, incluindo os políticos, que enfrentou.

Uma jornada de estudos em torno de “A Negra”, em novembro, e os seis ensaios do catálogo —ambos contaram com a minha participação— completam o esforço de cercar a recepção atual de Tarsila de uma devida compreensão do contexto em que viveu e produziu. Assim, sua obra é apresentada ao visitante de modo não só celebratório, mas como chave para repensar a história da arte moderna e suas relações com o Brasil.

Apesar das diferenças, as duas exposições dão sinais promissores da recepção futura do passado brasileiro. Não deixa de ser novidade que instituições estrangeiras importantes se interessem pela história da nossa arte sem investimento de empresas ou governos do Brasil.

O fato de ambas as mostras atraírem grande público e boa atenção midiática comprova ainda a falácia do argumento de que o passado artístico brasileiro não desperta interesse no exterior. Ao contrário, o momento nunca esteve tão propício.

Paralelamente à abertura da história da arte para o global, artistas e curadores brasileiros ocupam cada vez mais espaço na cena artística internacional. Parece que esses trânsitos no meio da arte contemporânea começam a render frutos para iluminar nossas origens culturais. Já não era sem tempo. Fica a esperança de que a arte brasileira obtenha cada vez mais o reconhecimento que merece.



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Motociclistas pedem regulamentação de mototáxi em SP – 07/02/2025 – Painel

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Motociclistas pedem regulamentação de mototáxi em SP - 07/02/2025 - Painel

Carlos Petrocilo

Representantes do SindimotoSP (sindicato de motociclistas do estado) foram até o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Ricardo Teixeira (União Brasil) nesta quinta-feira (6), apresentar uma minuta para regulamentação do serviço de mototaxista.

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) é contrário ao transporte de passageiros por motocicletas na cidade.

Já o SindmotoSP vê a atividade como uma oportunidade e bate na tecla de que o serviço é regulamentado por uma lei federal de 2009 —em São Paulo, ele foi vetado graças a um decreto 2023.

Na minuta, o sindicato sugere que, para regulamentar a atividade, as empresas de intermediação, como a Uber e a 99, indenizem motociclistas e passageiros em R$ 41 mil nos casos de invalidez ou morte.

Para o condutor, será obrigatório ser aprovado em um curso especializado, usar equipamentos de segurança e não possuir antecedentes criminais.

“Do jeito que está o serviço, não pode ser oferecido na atual condição. As empresas não têm nenhuma responsabilidade, desobedecem leis e colocam trabalhadores e passageiros em gravíssima situação de perigo”, diz Gilberto Almeida dos Santos, da SindimotoSP.

As sugestões serão encaminhadas aos vereadores. A Casa, inclusive, realizará uma audiência pública para debater a regulamentação do serviço.

Teixeira diz que não é contrário à atividade, no entanto, faz críticas às empresas de aplicativos.

“Não dá para virar uma chave da noite para o dia e começar essa atividade, sem estudos, sem capacitação dos motociclistas”, diz o presidente da Câmara. “Não podemos ser irresponsáveis, pois já temos hoje um número muito alto de mortes de motociclistas no trânsito.”


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As famílias do fórum de reféns israelenses estão novamente pressionando Benyamin Netanyahu para acelerar sua libertação

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As famílias do fórum de reféns israelenses estão novamente pressionando Benyamin Netanyahu para acelerar sua libertação

O homem por trás das fotos de tortura na prisão na Síria revela sua identidade

O homem por trás de milhares de fotos de corpos torturados em centros de detenção na Síria, apelidado de “César”, revelou, quinta-feira, pela primeira vez sua identidade durante uma entrevista à cadeia do Catar Al-Jazira, dois meses após a queda do presidente Bashar al -Assad.

“Eu sou o diretor de mandado Farid Al-Mazhan, chefe do Gabinete de Evidências Judiciais da Polícia Militar de Damasco, conhecida como César, filho da Síria Livre, de Deraa, berço da revolução síria”Disse o homem com barba cinzenta, terno escuro e camisa branca. “Eu trabalhei em Damasco no comando da polícia militar, e morava em Al-All, nos subúrbios da capital”ele acrescentou.

Após o início da revolta na Síria, em 2011, sua missão consistia em “Fotografando os corpos dos mortos em detenção, homens velhos, mulheres e crianças presos em postos de controle em Damasco, ou durante manifestações pedindo liberdade e dignidade”. “Eles foram presos, torturados, executados de uma maneira metodicamente e sangrenta, antes que seus corpos fossem transferidos para necrotizadores militares para serem fotografados e depois enterrados em poços comuns”ele continuou.

Em 2014, ele derrotou, tirando mais de 50.000 tiros terríveis, após a repressão brutal pelo poder de Bashar al-Assad de manifestações em favor da democracia. “Foi uma escolha existencial: ou fiquei com esse regime assassino e me tornei cúmplice, ou deixei -o, assumindo as consequências da minha decisão, ou seja, as ameaças de acusação e morte”ele explicou. Hoje instalado na França, ele disse que fugiu para a Jordânia, depois o Catar.



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Eu não proinei o tempo da tela para meus filhos-apresentei assistência compulsiva | Emma Brockes

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Eu não proinei o tempo da tela para meus filhos-apresentei assistência compulsiva | Emma Brockes

Emma Brockes

EU‘Não sou particularmente proibido as coisas em minha casa, em parte por preguiça-a aplicação cria conflito, ou pelo menos uma necessidade de me levantar e fazer algo-e em parte por uma convicção sombria de que quanto mais ligada a regras a criança, quanto maior os colapsos. O garoto que não é permitido lanches entre as refeições enlouquecem com casas com uma política de arame aberta. Tempos de dormir inflexíveis criam crianças inflexíveis. Blackouts de notícias projetados para preservar a inocência de uma criança podem fazer o mundo parecer mais não menos assustador e assim por diante.

A exceção óbvia a tudo isso é a tecnologia, que tira todas as nossas habilidades para se auto-regular. Até recentemente, imaginei que não havia uma quantidade de tempo de tela de queixo que esgotasse o apetite dos meus filhos por isso. Isso acabou por estar errado: uma criança, doente há algumas semanas, realmente olhou para os olhos turvos de seu iPad depois de dois dias de uso constante e expressou o desejo de voltar para a escola. De maneira mais geral, no entanto, eles querem mais tempo do que eu acho saudável, mesmo quando eu uso o tempo comprado pelo vício em tela para alimentar o meu.

Até recentemente, parecia que as mensagens em torno das crianças e do uso da tela tinham um derrame amplo e premissa em suposições de que todas as formas de engajamento são iguais. Mídia social Pode ser prejudicial aos adolescentes por causa do bullying on -line, toxicidade e distorção de seus valores em relação a Instabullshit, mas, em geral, as crianças precisam estar em telefones e iPads menos e que, somos levados a acreditar, é o resultado final. Isso pode muito bem ser verdade; Tenho certeza de que seria melhor se todos estivessem jogando vôlei. Mas a tarefa em escala do Eiger de tirá-las das telas pode parecer tão esmagadora que desencoraja qualquer ação.

Nesta semana, há algum consolo a ser realizado, portanto, em pesquisas realizadas pela Universidade de Birmingham e publicado no Regional Health Europe Journal da Lancet, que sugere o objetivo final – e, finalmente, impossível, ou assim parece – o objetivo de proibir crianças de telas de telas de telas pode suportar alguns tons de nuances. Embora a pesquisa tenha confirmado o que já sabemos, que o aumento do tempo da tela em jovens afeta a saúde mental, o comportamento e os padrões de sono, a equipe de pesquisa da universidade também descobriu que a proibição de telefones das escolas não conseguiu nada. O estudo concluiu: “Não há evidências para apoiar que as políticas de telefone escolar restritivas, em suas formas atuais, tenham um efeito benéfico na saúde mental e no bem -estar dos adolescentes ou nos resultados relacionados”.

Essas descobertas parecem uma conclusão precipitada quando você para e pensa a elas; Além do intervalo e da hora do almoço, os dias letivos simplesmente não oferecem uma oportunidade para o que acontece depois da escola e no fim de semana, que é o espetáculo de crianças envolvidas no uso ininterrupto da tela de várias horas que resulta nos gastos com crianças comuns entre os gastos entre crianças entre quatro e seis horas nas telas por dia.

Mesmo dentro dessa estatística de horror, existem diferenciais, no entanto. Se eu estou compulsando um programa de TV, posso facilmente puxar um turno de quatro horas de episódios consecutivos. Pode haver maneiras melhores de gastar tempo – tenho certeza de que existem – mas, além de um risco vago de trombose venosa profunda, não penso na própria atividade como particularmente prejudicial. Crianças são mais maleáveis, precisam se movimentar mais do que os adultos e, idealmente, devem ter uma vida antes de se transformarem em batatas. Mas vale a pena fazer uma distinção entre diferentes tipos de engajamento na tela, para que a criação de regras ao redor possa se tornar mais realista.

Para esse fim, vale a pena isolar o aspecto único mais prejudicial da cultura on-line para crianças, que é a dopamina, sufocando a atenção, totalmente arruacada e totalmente sem nutrição, com shorts do YouTube, bobinas de Tiktok e Instagram, que aparentemente lideraram para os filhos da geração Z sendo Incapaz de ler um romance inteiro. Indo de zero é ótimo se você tiver os recursos para ocupar seus filhos de outras maneiras, mas assumindo, como a maioria dos pais, você não tem tempo, energia ou temperamento fino para policiar o que acontece quando você cancelar Brincar um com o outro por quatro horas depois da escola, há outra maneira.

Isso parece tão óbvio, mas por algum motivo me impressionou apenas recentemente: eles podem estar nas telas, mesmo por horas seguidas, mas tem que ser conteúdo nutricional, ou seja, ou dizer que envolver um elemento de jogo ativo – roblox ou minecraft , onde eles enviam mensagens e saem com os amigos – ou programação real. Essa revelação levou a uma rara aplicação de regras em nossa casa: não vou proibir telas, mas vou proibir vídeos curtos. (Eu faço uma exceção para Webisodes azuisporque eles são bem feitos e eu sou um esnobe, além de achar a família do salto calmante.)

É cedo, mas até agora a nova regra parece estar funcionando, principalmente porque faz com que todos se sintam como se tivessem vencido. Agora eu tenho um filho que acabou de passar por três temporadas de uma série de eventos infelizes e outro embarcando no jovem Sheldon, que com alguma sorte a continuará a seguir o ano todo. Ok, não é vôlei ou pedaços de feltro no vaso sanitário, ou, você sabe, interagindo entre si; Mas considerando a alternativa, eu aceito.



Leia Mais: The Guardian

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