A Assembleia Nacional votou, nesta quinta-feira (7), um projeto de lei sobre a iniciativa do coletivo República em Movimento (LMR) que visa a “proibição efetiva” de celulares em escolas e faculdades.
Já era esperado que a “medida de desintoxicação” para combater o bullying, assim apelidada pelo ministro da Educação francês, fosse aprovada em parlamento, já que o partido de Emmanuel Macron detém a maioria na Assembleia Nacional.
A lei entrará em vigor já no próximo ano letivo, que começa em setembro no hemisfério norte. Aprovada pela maioria, a lei que o governo considera ser “um sinal para a sociedade” contou com os votos contra dos republicanos que a classificaram de “inútil”, escreve o jornal Le Fígaro, citado pelo Público.
O enunciado do projeto de lei refere que mais de 90% das crianças francesas com 12 anos ou mais tem um dispositivo móvel. “Os celulares são um avanço tecnológico, mas não podem monopolizar nossas vidas”, disse Jean-Michel Blanquer, ministro da Educação, no canal de notícias LCI, antes da aprovação da lei.
Mas os alunos não são os únicos. Os professores também vão ser alvo da mesma medida, numa emenda tardia realizada pelos legisladores do partido, no momento em que o projeto deu entrada no parlamento francês. Muito professores ridicularizam sua inclusão na medida.
Os defensores do projeto argumentam que o uso do celular entre crianças e jovens contribui para o aumento do cyberbullying, facilita o acesso a pornografia e prejudica a capacidade dos jovens de interagir socialmente. Evitar o roubo do aparelho e a obsessão por marcas da moda são outras das razões enunciadas.
A recente lei deixa nas mãos do estabelecimento de ensino a decisão sobre como querem aplicar a proibição, podendo numa versão mais simples implicar que os aparelhos sejam colocados em bolsas específicas dentro das mochilas de forma a permitir o acesso em caso de emergência ou para uso pedagógico.
Já a versão mais extrema, escreve o Diário de Notícias, implica a proibição total do uso do celular nas escolas, sob pena de sanções. Por Ciberia // ZAP