Ângela Rodrigues
Com colaboração de Hellen Lirtêz
Gestores e técnicos da Secretaria de Meio Ambiente do Pará participaram de três dias de intercâmbio técnico com uma equipe da Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Acre. O intercâmbio ocorreu entre a terça-feira, 26, e a quinta-feira, 28.
A iniciativa reforçou o compromisso do Acre com a conservação ambiental e promoveu a integração com as experiências bem-sucedidas do Pará. A parceria com instituições internacionais, como GEF, CI e GIZ, ampliou as possibilidades de implementação de soluções inovadoras e sustentáveis para a recuperação da vegetação nativa e a proteção da Amazônia.
Ao longo dos três dias, os participantes aprofundaram conhecimentos, fortaleceram redes de colaboração e discutiram políticas públicas alinhadas aos desafios ambientais globais e locais. O evento reafirmou a importância da cooperação técnica e da troca de experiências como caminhos fundamentais para garantir um futuro sustentável para a região amazônica.
A iniciativa, integrante da primeira fase do projeto Amazon Sustainable Landscapes (ASL), contou com o apoio da Conservação Internacional (CI), do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e da Cooperação Alemã (GIZ).
O coordenador do Centro Integrado de Geoprocessamento e Monitoramento Ambiental (Cigma), Cláudio Cavalcante, ressaltou a importância da troca de experiências para o fortalecimento das políticas públicas ambientais.
“O Acre e o Pará são estados pioneiros na implementação do Código Florestal, e este intercâmbio foi muito rico. Conhecemos a experiência deles na condução do Plano Estadual de Recuperação da Vegetação Nativa e apresentamos nossas estratégias com Rede de sementes, Viveiro com produção direcionada ao PRA e restauração ativa. Ambos os estados participam do Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia – ASL, e a atividade fortalece a política pública e o projeto”, afirmou.
O coordenador de projeto da Diretoria de Mudanças Climáticas e Serviços Ambientais do Pará, Cleiton Amin, destacou a importância da troca de conhecimentos entre os estados amazônicos. “Pudemos vivenciar, na prática, como são executadas as ações voltadas para recuperação da vegetação nativa feita aqui no Acre. Estamos iniciando o plano de recuperação da vegetação nativa no estado do Pará e pra gente é uma experiência muito gratificante, porque vamos tentar replicar essas experiências e essas vivências no nosso estado”, salientou.
Agenda técnica reforça colaboração
No primeiro dia, foram apresentados os Planos Estaduais de Recuperação da Vegetação Nativa do Pará (PRVN/PA) e do Acre (PVEG). Os participantes debateram estratégias, identificaram desafios e exploraram pontos de colaboração para a implementação dos planos.
Também dialogam sobre as estratégias para a produção de mudas e sementes, incluindo discussões sobre a estratégia na implementação de viveiros e mudas e a Rede de Sementes, fortalecendo o debate sobre logística de distribuição e organização de redes regionais.
No segundo dia, as atividades começaram com apresentações sobre a Regularização Ambiental, com ênfase nos avanços e metodologias do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e do Programa de Regularização Ambiental (PRA) implementados no Acre e no Pará.
Os participantes conheceram a Sala de Situação do Acre, uma ferramenta de monitoramento e gestão ambiental que demonstrou seu papel estratégico no suporte à tomada de decisão em políticas públicas.
O último dia de intercâmbio foi dedicado à atividade de campo com visita ao Viveiro da Floresta e beneficiários de Capixaba, onde são realizados projetos de restauração ativa. Durante as visitas, foram discutidas técnicas de recuperação de áreas degradadas e avaliados os resultados alcançados por essas iniciativas.
Os participantes conheceram um exemplo de práticas com bons resultados, na propriedade do produtor rural Messias, em Capixaba. Ele é beneficiário do projeto Paisagens sustentáveis da Amazônia – ASL, em cooperação com a Sema. Após obter o cadastro ambiental rural, ele foi beneficiado com Sistemas Agroflorestais (SAFs) para recuperação de áreas degradadas.
A produção tem apenas um ano e já tem gerado renda, por meio do cultivo da banana.
“Eu abracei essa causa e estamos hoje aqui produzindo banana, café e várias outras coisas. Esse projeto para nós foi muito bom, porque no nosso dia a dia conseguimos ver as plantas crescendo e hoje, aqui, estou vendendo banana, em média uma tonelada que vem de um bananal novo. Vai melhorar ainda mais, vai ser o dobro”, destacou.
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