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Gladson Cameli será o novo governador do Acre; PT é derrotado

Resultado representa a primeira derrota petista no estado desde 1998.

Na foto: O candidato ao governo Acre, Gladson Cameli (PP) – Divulgação.

O senador Gladson Cameli (PP) venceu a disputa para o comando do Acre, com 53,7% dos votos (222,9 mil). Ele derrotou o ex-prefeito de Rio Branco Marcus Alexandre, do PT, que teve 34,5% (143,4 mil). É a primeira derrota petista no estado desde 1998



Eleito senador em 2014, Gladson Cameli teve como principais promessas de campanha o combate à violência, que coloca o Acre entre os estados com os piores índices ness quesito, e o investimento no agronegócio como forma de fomentar o desenvolvimento econômico. O plano substitui a ideia adotada, desde 1999, pelo PT, que tinha como promessa promover o crescimento baseado na exploração dos recursos florestais.

Desde o início da campanha, as pesquisas apontavam Cameli à frente de Marcus Alexandre, que até abril era prefeito da capital acriana. Na pesquisa Ibope da última sexta (5), Gladson Cameli aparecia com 54% das intenções de votos válidos, contra 35% de Alexandre.

Uma das principais estratégias usadas pelos petistas para enfraquecer o adversário foi ligar sua imagem à do tio, o ex-governador Orleir Cameli, morto em 2013. Ele governou o Acre entre 1995 e 1998, e foi um dos mais criticados entre os que já passaram pelo cargo, deixando funcionários com mais de três meses de salários atrasados.

A tentativa, porém, mostrou-se frustrada, e Gladson Cameli surfou na onda provocada pelo desgaste de 20 anos de governos petistas no Acre. Cameli explorou as denúncias de corrupção em que Marcus Alexandre e o PT foram citados, tanto no Acre quanto no plano nacional.

Alexandre é investigado pela Polícia Federal na operação Buracos –deflagrada em outubro do ano passado– que apura o desvio de R$ 700 milhões nas obras de pavimentação da BR-364, nos trechos entre as duas maiores cidades do estado, Rio Branco e Cruzeiro do Sul. O petista, que era prefeito da capital até abril passado, nega as acusações.

Natural de Cruzeiro do Sul, a segunda maior cidade do Acre, Gladson Cameli é formado em engenharia civil. É casado com Ana Paula e pai de um filho. Antes de ser eleito senador há quatro anos, ocupou por duas vezes o cargo de deputado federal (2006-2010 e 2011-2014).

Em 2015, teve seu nome citado nas primeiras delações premiadas da Lava Jato, acusado de receber propina. A denúncia contra Cameli foi arquivada, em setembro do ano passado, a pedido do próprio Ministério Público, que afirmou não ter encontrado provas suficientes que o ligasse ao crime de organização criminosa.

DERROCADA DO PT

Além do governo, o PT ainda perdeu na corrida ao Senado.  Eleito o primeiro governador do PT há 20 anos, o atual senador Jorge Viana não conseguiu os votos necessários para ficar mais oito anos no cargo. As duas cadeiras em disputa ficaram com o reeleito Sérgio Petecão (PSD), com 30,7% dos votos, e com o ex-deputado federal Márcio Bittar (MDB), que teve 23,2%.

A perda do Acre é simbólica para o PT. Além de governá-lo há duas décadas, foi em Rio Branco que o partido conseguiu eleger seu único prefeito de capital em 2016 –justamente Marcus Alexandre, que deixou o cargo para concorrer neste pleito.

As explicações dados por eleitores, apoiadores e opositores ouvidos pela Folha são as mesmas: o desgaste dos sucessivos governos, a crise petista nacional e o aumento da violência no estado alimentaram a derrocada do PT e dos irmãos Viana, Jorge e Tião, atual governador. ​Por Fábio Pontes.

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