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Google: Governo dos EUA propõe divisão em várias empresas – 09/10/2024 – Tec

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Google: Governo dos EUA propõe divisão em várias empresas - 09/10/2024 - Tec

Stefania Palma, Stephen Morris

O governo dos EUA avalia pedir a divisão do Google em várias companhias para acabar com seu monopólio nas buscas, o que seria a maior medida de um governo até agora para conter uma das empresas de tecnologia mais poderosas do mundo.

A solução foi apresentada pelo Departamento de Justiça nessa terça-feira (8) após os promotores federais vencerem um caso histórico em agosto, quando um juiz decidiu que o Google havia violado a lei antitruste dos EUA e rotulou a empresa como “monopolista”.

Nessa terça, o Departamento de Justiça enviou um documento ao juiz Amit Mehta, que preside o caso, detalhando as sanções que podem ser aplicadas. Os promotores disseram que a proposta indica “remédios comportamentais e estruturais” que impediriam o Google de usar produtos como o navegador Chrome, a loja de aplicativos PlayStore e o sistema operacional Android para ter vantagem ao seu motor de busca sobre concorrentes atuais ou futuros.

O Departamento de Justiça também poderia forçar o Google a compartilhar dados de busca dos usuários com rivais e restringir sua capacidade de usar resultados de busca para treinar novos modelos e produtos de inteligência artificial generativa.

A divisão do Google poderia reorganizar o mercado de buscas no qual a empresa tem mais de 90% do fluxo das consultas online e transformaria um negócio que tornou a Alphabet, sua dona, em uma das mais valiosas do mundo.

“Por mais de uma década, o Google controlou os canais de distribuição mais populares, deixando os rivais com pouco ou nenhum incentivo para competir por usuários”, disse o Departamento de Justiça. “Remediar completamente esses danos requer não apenas acabar com o controle do Google sobre a distribuição hoje, mas também garantir que ele não possa controlá-la amanhã.”

O documento de 32 páginas do Departamento de Justiça contém sua proposta inicial de punição e avança o julgamento para sua segunda fase, na qual Mehta determinará as sanções a serem aplicadas ao Google. A previsão é que esta etapa só ocorra em agosto de 2025.

Em agosto deste ano, Mehta decidiu que o Google gastou dezenas de bilhões de dólares em acordos exclusivos para manter um domínio ilegal sobre as buscas.

O Google contestou a proposta do Departamento de Justiça, afirmou que as medidas são “radicais e abrangentes”, indo além do escopo das questões legais no caso e sendo uma ameaça aos “consumidores, empresas e competitividade americana”.

As ações da Alphabet não foram impactadas no pós-mercado dessa terça-feira e já contabilizam uma alta de 19% no ano, dando-lhe um valor de mercado de US$ 2 trilhões, o quarto maior para uma empresa listada no mundo.

O caso do Google pode ser potencialmente a maior vitória antitruste para o Departamento de Justiça desde que um juiz ordenou a divisão da Microsoft há 24 anos por esmagar ilegalmente a concorrência.

No entanto, essa decisão foi anulada um ano depois, através de um recurso, fazendo com que o processo contra o Google seja uma segunda chance para o Departamento de Justiça encerrar o domínio de uma empresa de big tech em um setor-chave.

Como parte da segunda fase do julgamento do Google, o Departamento de Justiça e o Google devem apresentar suas propostas e listas de testemunhas em 20 de novembro e 20 de dezembro, respectivamente.

Mehta marcou audiências para os pedidos de remédio em abril e disse que pretende proferir uma decisão até agosto de 2025. O Google prometeu apelar da decisão até a Suprema Corte dos EUA, o que poderia levar anos a mais.

Em seu documento judicial na terça-feira, o Departamento de Justiça identificou quatro áreas que o Google precisava solucionar: distribuição de buscas e compartilhamento de receita; geração e exibição de resultados de busca; escala e monetização de publicidade; e coleta e uso de dados.

Além de possíveis desmembramentos, os promotores disseram que as soluções poderiam incluir a proibição dos contratos exclusivos mencionados no caso —especialmente os US$ 20 bilhões que o Google paga anualmente à Apple para ser o site de busca padrão do Safari— bem como a imposição de medidas de “não discriminação” em produtos do Google, como o Android e a PlayStore.

O Departamento de Justiça também considera a possibilidade de exigir que o Google compartilhe seu vasto banco de dados coletados para melhorar modelos de classificação de buscas, índices e algoritmos de publicidade, que os promotores argumentam ter sido acumulados ilegalmente.

Para abordar quaisquer preocupações de privacidade de dados resultantes, o Google poderia ser “proibido de usar ou reter dados que não possam ser efetivamente compartilhados com outros”.

O Departamento de Justiça também reconheceu o impacto disruptivo que a IA teria nas buscas online. Os promotores estão preocupados que o Google “aproveite seu poder de monopólio” para alimentar seus recursos de IA e querem que os sites possam optar por não serem usados para treinar os modelos do Google ou inclusão em seus resumos gerados por IA.

O domínio do Google sobre anúncios de texto de busca precisa ser abordado para diminuir os obstáculos para potenciais rivais ou permitir o acesso ao feed de anúncios para outros, independentemente dos resultados de busca, de acordo com o documento judicial.

A segunda fase do julgamento será um teste importante para Jonathan Kanter, que herdou o caso e implementou uma política de aplicação mais rigorosa nos últimos três anos como chefe da unidade antitruste do Departamento de Justiça.

Kanter já processou a Apple e tem uma segunda ação judicial contra a área de tecnologia de anúncios do Google em andamento. A crítica de big tech Lina Khan, presidente da Comissão Federal de Comércio, desafiou a Amazon e a Meta em casos separados.

O documento foi apresentado logo após outras derrotas legais para a Alphabet. Na segunda-feira (7), um juiz da Califórnia ordenou que a empresa abrisse seu sistema operacional Android para rivais, permitindo que eles criassem seus próprios mercados de aplicativos e sistemas de pagamento para competir com o Google Play. O Google disse que apelaria do veredicto.





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Primeira pesquisa Quaest do segundo turno em São P…

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Pedro Cardoso

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A primeira pesquisa Quaest do segundo turno das eleições para a prefeitura de São Paulo vai ser divulgada na tarde de hoje (16), ainda sem hora definida. O instituto entrevistou 1,2 mil eleitores da cidade de São Paulo entre o último domingo (13) e ontem (15).  A margem de erro é de três pontos percentuais. A pesquisa é encomendada pela TV Globo e o nível de confiança é de 95%.

Essa pesquisa já mede os impactos das novas inserções de propagandas na televisão e no rádio dos candidatos Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) e é a primeira desde o apagão na cidade de São Paulo, que se estende desde a última sexta-feira (11), quando um forte temporal atingiu a região metropolitana, deixando mais de 2,1 milhões de pessoas sem energia elétrica.

Segundo a última pesquisa do Datafolha, divulgada no dia 10, o atual prefeito Ricardo Nunes tem 55% das intenções de voto, enquanto Boulos aparece com 33%. A próxima pesquisa do instituto vai ser divulgada amanhã (17). No primeiro turno, a diferença entre Nunes e Boulos foi de aproximadamente 25.000 votos.  Enquanto o atual prefeito teve 1.801.139 de votos (29,4%), o seu concorrente teve 1.776.127 (29%).

Na última segunda-feira (14) foi realizado o primeiro debate do segundo turno, pela TV Bandeirantes. O grande assunto do tempo de debate foi justamente o período em que parte da cidade está com falta de energia elétrica. Enquanto Boulos culpou a Enel e a gestão de Ricardo Nunes pelo apagão, o atual prefeito criticou a atuação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do governo Lula, dizendo que eles é quem deveriam ter fiscalizado as condições do contrato.

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O próximo debate vai ocorrer amanhã, às 9:30 horas, do UOL/RedeTV.

Próximas pesquisas:

– Hoje (16) – Quaest

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– Hoje (16) – Paraná Pesquisas



– Amanhã (17) – Datafolha

Quando acontece a votação do segundo turno das eleições?

A votação do segundo turno das eleições vai ocorrer no domingo, dia 27 de outubro.



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Cirurgia afasta relator da regulamentação da refor…

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Nicholas Shores

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Depois de ser submetido a cirurgia para retirada de uma hérnia de disco e de um cisto, o líder do MDB no Senado e relator da regulamentação da reforma tributária, Eduardo Braga, vai ficar afastado das atividades parlamentares até o próximo domingo, 20 de outubro, por recomendação médica.

Havia a expectativa de que Braga pudesse participar por videoconferência da reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quarta para apresentar o plano de trabalho do projeto que regulamenta o Imposto e a Contribuição sobre Bens e Serviços (IBS e CBS), mas, com a recomendação de afastamento até domingo, isso só vai acontecer na quarta da semana que vem, 23 de outubro.



A assessoria do senador afirmou que isso não muda a previsão de que o Senado conclua a análise do texto até o fim do ano, “conforme acertado com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da CCJ, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP)”.



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Boulos e Nunes despontam em gastos com impulsionam…

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Pedro Pupulim

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (Psol) e Ricardo Nunes (MDB) estão entre os três que mais investiram em impulsionamento de redes sociais para o primeiro turno das eleições em 2024. Boulos lidera a lista com gastos de R$6,07 milhões, enquanto Nunes ocupa a terceira colocação, com R$4,48 milhões. Entre os dois, em segundo lugar, ficou José Sarto (PDT), derrotado na disputa à Prefeitura de Fortaleza (CE), com R$4,92 milhões. O levantamento é do instituto Nexus, da FSB Holding, e foi divulgado nesta terça-feira, 15.

A soma dos gastos dos 20 primeiros da lista é de R$34,7 milhões, o equivalente a 20,4% do total. Contudo, deste grupo, apenas quatro candidatos foram eleitos já no primeiro turno, enquanto sete foram derrotados. Os outros nove passaram para o segundo turno.

No “top 20”, os que mais gastaram estão em capitais. No entanto, há cinco candidatos de cidades menores: Marcelo Lima (Podemos) e Alex Manente (Cidadania), que seguiram para segundo turno na disputa pela Prefeitura de São Bernardo do Campo (SP), Professor Alcides (PL), no segundo turno da eleição para Prefeitura de Aparecida De Goiânia (GO), Arnaldinho Borgo (Podemos), eleito prefeito de Vila Velha (ES), e Nicolaci (PL), que perdeu a disputa pela Prefeitura do Guarujá (SP).

Além disso, somente dois candidatos deste grupo disputaram o cargo de vereador: Rubinho Nunes (União), com gastos na ordem de R$1,2 milhão, e Lucas Pavanato (PL), com R$542.000, ambos eleitos para a Câmara de São Paulo.



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