Nelson Liano
Durante painel promovido pela Força-Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF) durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP29) do Clima de Baku, no Azerbaijão, nesta terça-feira, 12, os gestores da região amazônica pediram ajuda internacional para amenizar os extremos climáticos nos seus estados. O tema principal do debate seria a economia de base florestal, mas os recentes eventos de cheias e secas extremas prevaleceram nas abordagens.
Os secretários de Meio Ambiente, Leonardo Carvalho, e de Povos Indígenas, Francisca Arara, representaram o governador Gladson Cameli e transmitiram a mensagem do Acre sobre o assunto.
“Nossa batalha nesse momento é superar as dificuldades dos eventos extremos. Tivemos uma grande enchente no Acre, que atingiu 17 terras indígenas. Em seguida veio a seca, com a fumaça das queimadas, que afetou a saúde das pessoas. Na alagação perdemos diversas culturas do sistema agroflorestal. Na seca tivemos falta de água em muitas aldeias e uma demanda para a construção de poços e cacimbas. A gente não resolve esses problemas só conversando, mas com recursos para investimentos”, argumentou Francisca Arara.
O secretário Leonardo Carvalho complementou: “Os desafios são muitos parecidos em todos os estados da Amazônia. Estamos praticamente há dois anos com decretos de emergência por causa de cheias e secas. Trabalhar com uma situação de emergência climática traz um desafio extra. Estamos numa fase em que precisamos ser mais assertivos. Todos precisamos de mais investimentos para manter o equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação do meio ambiente”, disse.
O governador de Rondônia, Marcos Rocha, também relatou as consequências dos eventos extremos climáticos no seu estado. “Passamos 50 dias debaixo de muita fumaça. Para combater esses crimes ambientais, precisamos vencer as burocracias e alavancar investimentos. Culpar a agricultura não é a solução. Os nossos produtores geram alimentos que são essenciais à vida. Para resolver essa situação, precisamos de ajuda e união. Por isso, criamos um plano chamado Futura, baseado na bioeconomia em equilíbrio com o meio ambiente. Proteger a vida, conciliando a produção e a preservação”, ressaltou.
Também Clécio Luiz, governador do Amapá, fez propostas de conciliação da produção com a preservação: “Precisamos pensar nas pessoas que vivem nas florestas. Estamos propondo que o mundo enxergue a Amazônia como ela é verdadeiramente. Estamos construindo um novo arcabouço ambiental que quebra o paradigma de que quem preservou continua na pobreza e quem desmatou, na riqueza. Vamos criar condições para um desenvolvimento ético capaz de preservar a floresta, mas criando negócios verdes que gerem emprego e perspectivas de futuro”.
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