POLÍTICA
Governadores enviam carta a Lula, após susto com c…
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Pedro Pupulim
Os governadores de diversos estados brasileiros estiveram presentes, na manhã desta terça-feira, no Fórum Nacional de Governadores, em Brasília. Em atenção à cirurgia de emergência realizada pelo presidente Lula nesta madrugada, os chefes dos Executivos estaduais lhe enviaram uma carta desejando “votos de pronto restabelecimento”.
“Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Com meus cumprimentos, tenho a honra de levar ao conhecimento de Vossa Excelência que o Fórum Nacional de Governadores, reunido na manhã desta data, em Brasília, ao receber a notícia da exitosa cirurgia à qual foi submetido, deliberou manifestar votos de pronto restabelecimento, desejando-lhe a plena e imediata recuperação de sua saúde.
Colho o ensejo para renovar a Vossa Excelência os protestos de elevada estima e distinta consideração”.
A carta foi assinada por Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal e coordenador do Fórum.
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Por que Valdemar decidiu se calar após a prisão de…
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16 de dezembro de 2024 Ramiro Brites
A prisão do general Walter Braga Netto gerou um clima de temor e cautela no Partido Liberal. Tanto é que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, tem recusado entrevistas com uma resposta pronta. “Comunico aos amigos da imprensa que, por orientação jurídica, temporariamente não darei entrevistas”, diz o comunicado assinado pelo próprio cacique.
Com a proximidade do recesso parlamentar, deputados têm dito que vão focar nas pautas do Congresso e não veem motivos para falar sobre a prisão do general que foi candidato a vice-presidente na chapa que tentou a reeleição de Jair Bolsonaro em 2022. Depois das eleições, Braga Netto ocupou o cargo de secretário de Relações Institucionais do PL. Em 2023, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, recebeu 386.000 reais.
Em fevereiro deste ano, o PL cortou o salário de cerca de 40.000 reais mensais do general. À época, Braga Netto havia sido alvo da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal. Em buscas e apreensões na sede do partido, foram encontrados documentos, na mesa do coronel Flávio Peregrino, assessor de Braga Netto, com detalhes sobre a delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. O material foi usado como argumento para a prisão preventiva de Braga Netto.
No fim de semana, antes do silêncio imperar, algumas pessoas chegaram a se manifestar, como o general e senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS). “O general Braga Netto não representa nenhum risco para a ordem pública e a sua prisão nada mais é do que uma nova página no atropelo das normas legais a que o Brasil está submetido”, escreveu no X.
O General Braga Netto não representa nenhum risco para a ordem pública e a sua prisão nada mais é do que uma nova página no atropelo das normas legais a que o Brasil está submetido.
— General Hamilton Mourão (@GeneralMourao) December 14, 2024
O líder da oposição, Rogério Marinho (PL-RN), também se manifestou na rede social e também usou o termo “atropelo” para se referir à prisão. “A prisão do general Braga Neto por supostos diálogos mantidos com os pais de Mauro Cid, há mais de um ano, revela novo atropelo do ministro Alexandre de Moraes ao devido processo legal. Não existindo qualquer fato novo que justificasse a prisão cautelar, a pretensa obstrução à Justiça não só não se sustenta, como revela novo prejulgamento de um juiz parcial”, disse.
A prisão de Braga Netto
Decretada na manhã de sábado, 14, a prisão de Walter Braga Netto foi inédita. Nenhum general de quatro estrelas havia sido preso no país por ordem da Justiça em um regime democrático e sob condições de normalidade. Segundo a Polícia Federal, ele teria agido para obstruir as investigações. Há indícios de que Braga Netto entrou em contato com a família de Mauro Cid, cujo pai é também um general, e buscou informações sobre o que o tenente-coronel teria revelado em delação à PF.
Durante o governo Bolsonaro, Braga Netto atuou como ministro da Defesa e ministro-chefe da Casa Civil. Por serem investigados pela trama golpista, Braga Netto, Costa Neto e Bolsonaro foram impedidos pela Justiça de conversarem.
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Padilha diz a Lula que Pacheco e Lira têm compromi…
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33 minutos atrásem
16 de dezembro de 2024 Pedro Pupulim
O ministro das Relações Institucionais Alexandre Padilha se reuniu, nesta segunda-feira, com o presidente Lula, em São Paulo. Depois de uma cirurgia para drenar um hematoma na cabeça, Lula teve alta do Hospital Sírio-Libanês no último domingo, mas ainda está na capital paulista.
Na ocasião, Padilha informou Lula sobre as expectativas para a votação das novas medidas do pacote fiscal, que deverão ser votadas no Congresso ainda nesta semana. Segundo o ministro, os deputados Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL), presidentes do Senado e Câmara, respectivamente, estão comprometidos com o processo.
“Relatei ao presidente como é que está o diálogo dos relatores dos projetos de lei que consolidam o marco fiscal, que é a segunda prioridade do governo nessa semana. Relatei mais uma vez o compromisso do presidente das duas casas, tanto da Câmara quanto do Senado, em trabalhar para votar e concluir a votação desse ano das medidas que consolidam o marco fiscal. Relatei o diálogo com os relatores, tanto o deputado Átila Lira, deputado Isnaldo, quanto o deputado Moses e vamos, voltando à Brasília, continuar trabalhando intensamente com a confiança de que é possível terminar a votação nessa semana das medidas que consolidam o marco fiscal”, disse Padilha.
Em agenda apertada, o Congresso fará um esforço concentrado nesta semana para votar as medidas de ajuste fiscal, a reforma tributária e o orçamento. As pautas enfrentaram dificuldades devido às novas regras para as emendas parlamentares impostas pelo ministro do STF Flavio Dino. Com a liberação dos recursos pelo governo, a expectativa é de que os projetos sejam votados.
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O tiro pela culatra de Mourão ao tentar ajudar Bra…
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1 hora atrásem
16 de dezembro de 2024Matheus Leitão
Ainda que muito se tente, é inútil reverter a verdade do passado. Em entrevista para a jornalista Victoria Abel, o senador Hamilton Mourão tentou minimizar os preparativos golpistas, elaborados ainda dentro do governo do qual era vice-presidente, rotulando-os como uma mera “operação tabajara”.
Esta tentativa de descaracterização de algo tão óbvio quanto o golpe tramado parece tentar subestimar a capacidade cognitiva dos leitores, como se não fossem claras as inúmeras evidências concretas de que havia uma tramoia para derrubar o governo recém-eleito, além de planos letais contra o então futuro presidente, seu vice e um ministro do Supremo Tribunal Federal.
As investigações da Polícia Federal revelaram que não se tratava de meras reuniões exploratórias ou pensamentos isolados, mas de um esquema criminosamente planejado, com o envolvimento ativo de altos escalões militares.
Em outro ponto da entrevista, Mourão parece tentar justificar o ato dos militares como se fosse um sintoma causado pela “população descrente do processo eleitoral”. O problema, novamente, volta ao governo ao qual ele fez parte, pois essa crise de confiança foi orquestrada pela própria gestão Bolsonaro.
Por favor, senador.
Integrantes do Exército e outros aparelhos de Estado foram instrumentalizados para disseminar desinformação e teorias de conspiração infundadas sobre fraudes eleitorais. Esta estratégia visava justamente deslegitimar o processo eleitoral e preparar o terreno para um golpe, caso os resultados das urnas fossem desfavoráveis.
E como a história real não se reverte, é fundamental esclarecer e contextualizar a participação histórica das forças armadas em todos os golpes ocorridos no Brasil. A história política brasileira foi frequentemente marcada pela intervenção direta ou influência dos militares em alterações governamentais, desde a proclamação da República em 1889, até as tentativas mais contemporâneas de subversão da ordem democrática após as eleições de 2022.
Eles estiveram presentes até nas tentativas fracassadas, como em 1959, quando militares da Força Aérea Brasileira (FAB) tentaram, na chamada Revolta de Aragarças, retirar Juscelino Kubitschek do governo. Assim como em 2022, o plano falhou. No entanto, não deixou de ser uma tentativa de golpe.
Por isso mesmo, a tentativa de Mourão de “aliviar” o envolvimento do general Braga Netto, chamando sua prisão de “atropelo das normas legais”, gera até certa vergonha alheia, dada a gravidade dos fatos já apresentados pelas investigações.
Documentos da Polícia Federal detalham um esforço coordenado, apontando que Netto teria inclusive financiado a chamada operação “Punhal Verde e Amarelo”, garantindo que ele teria arrecadado dinheiro para viabilizar as ações dos chamados “kids pretos”, para a subversão do processo democrático.
Ainda que a defesa seja um direito a todos os acusados, é preciso reconhecer que os eventos descritos não foram apenas uma falha de planejamento ou uma tentativa mal sucedida e isolada de golpe. Foram, na realidade, ações criminosas que visavam desestabilizar a democracia brasileira.
A tentativa de Mourão de suavizar a gravidade desses planos não só demonstra uma desconexão com a seriedade dos fatos, mas também sugere uma perigosa indulgência com atitudes que ameaçam o cerne das nossas instituições democráticas.
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