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Governo do Acre promove palestra sobre o feminicídio zero a servidores
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Mariá Thaumaturgo
Com o objetivo de ampliar a conscientização sobre a violência de gênero, a Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan), em parceria com a Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), promoveu nesta quinta-feira, 5, a palestra Feminicídio Zero. O evento ocorreu no auditório do Palácio das Secretarias, em Rio Branco, como parte da campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher.
A palestra teve como foco a abordagem de temas relacionados ao feminicídio, considerado a forma mais extrema de violência contra mulheres, além de destacar os desafios no combate às desigualdades de gênero e na criação de mecanismos de apoio às vítimas.
Segundo Raissa Ganum, psicóloga e palestrante da Semulher, a violência doméstica é um ciclo. “O ciclo da violência tem três atos: tensão (violência psicológica), explosão (violência física, podendo chegar ao feminicídio), e lua de mel (pedidos de perdão e promessas de mudança) e, apesar do desejo de sair em momentos de violência grave, a dependência emocional dificulta a ruptura desse ciclo”.
Durante o evento foram enfatizadas as ações de enfrentamento da Semulher para erradicar o feminicídio e construir um ambiente seguro para as mulheres no Acre. “O papel da Secretaria da Mulher é acolher vítimas e conscientizar sobre a importância da denúncia. Acompanhamento em delegacias e no Instituto Médico Legal, cursos profissionalizantes e abrigos são disponibilizados para trazer mais segurança a essas mulheres”, completa a palestrante.
Para a chefe da Divisão de Aquisições da Seplan, Elizabeth de Abreu, o papel crucial da educação e da sensibilização social para transformar comportamentos e reduzir os índices de violência de gênero é essencial. “Os dados do nosso estado são alarmantes. Esse é um tema sensível de grande importância, e essa é uma palestra voltada também para a conscientização dos homens, para a promoção de uma sociedade mais justa e igualitária”.
Canais de denúncia e apoio para mulheres
Se você ou alguém que conhece está enfrentando situações de violência ou violação de direitos, procure ajuda pelos seguintes canais:
– Disque 180 – Central de Atendimento à Mulher (orientações, denúncias e pedidos de ajuda).
– Disque 100 – Central de Denúncias de Violações de Direitos Humanos.
– Disque 190 – Polícia Militar (emergências).
WhatsApp de Atendimento:
– Central de Atendimento à Mulher: (61) 99610-0180
– Secretaria de Estado da Mulher (Acre): (68) 99930-0420
E-mail:
– sec.mulheresac@gmail.com
A sua denúncia pode salvar vidas. Não se cale!
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Para preservar cultura e segurança alimentar, primeiro restaurante de comida Huni Kuin é inaugurado no Acre
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14 de dezembro de 2024 Maria Fernanda Arival
Para além da movimentação intensa da capital acreana, no quilômetro 36 da AC-90, conhecida como Transacreana, o Centro Indígena Huwã Karu Yuxibu preparou uma grande celebração para a inauguração do primeiro restaurante de culinária Huni Kuin do Acre.
O restaurante Piti Kuin traz a gastronomia do povo e foi construído em parceria com o Instituto Alok e a empresa Gaslive. O local tem como objetivo atender a gastronomia social e o etnoturismo, promovendo e fortalecendo a identidade cultural e segurança alimentar do povo Huni Kuin em Rio Branco.
O líder espiritual Mapu Huni Kuin, que também comemorou seu aniversário durante a inauguração, agradeceu a todos os envolvidos no projeto, como o Instituto Alok, empresa Galive, e instituições como o governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Turismo e Empreendedorismo (Sete), representada pela diretora de Turismo, Sirlânia Venturin, e a Prefeitura de Rio Branco, além de outros órgãos presentes.
“Quero expressar minha profunda gratidão a todas as pessoas que se empenharam, acreditaram no nosso trabalho, articularam e se movimentaram para que tudo isso se tornasse realidade. Agradeço as autoridades estaduais e municipais, às equipes que se dedicaram e a cada pessoa que se comprometeu com esse projeto. Também sou muito grato ao Alok, que sempre inspira com suas ações positivas e mesmo não estando aqui fisicamente, ele está presente espiritualmente”, disse o líder Mapu Huni Kuin.
A diretora de Turismo da Sete, Sirlânia Venturin, ressaltou que o povo indígena traz muita cultura e história para toda população do Acre e o apoio do governo do Acre, por meio da Sete e outras instituições, em iniciativas que apresentem ainda mais a cultura indígena para o público.
“Nós estamos aqui para comemorar junto com o aniversário do líder espiritual, a abertura desse restaurante para todas as comunidades. O governo do Estado, através da Secretaria de Estado de Turismo e Empreendedorismo, tem apoiado essa iniciativa com o intuito de fomentar o turismo e o empreendedorismo da cultura indígena e, acima de tudo, resgatar toda essa importância que nós temos dessa história ancestral da comunidade indígena”, explicou.
O Piti Kuin fica dentro do Complexo Campo da Fartura, que tem toda a área de cultivo e de roçado que abrange as plantas nativas, dentre elas 80% são de reflorestamento. Os alimentos do restaurante serão cultivados dentro do Campo da Fatura e atenderão as crianças, idosos e gestantes atendidos pelo projeto social, com a alimentação tradicional Huni Kuin, além de ser aberto ao público para fomento do etnoturismo.
O diretor do Instituto Alok, Devam Bhaskar, que representou também o DJ Alok, lembrou que a inauguração do restaurante é um sonho de quase três anos. “Estamos muito honrados e emocionados com essa inauguração do restaurante Peti Kuin, pois é um sonho que sonhamos junto com o Mapu. Quando ele começou a gravar com o Alok, a gente começou a conversar sobre que projetos faríamos aqui no Centro Huwã Karu Yuxibu, e de lá para cá, a gente tem vindo com esse projeto. Temos projetos de agrofloresta para começar aqui em janeiro do ano que vem”, disse.
“No restaurante a gente põe muita expectativa que esse projeto ajude a realizar o sonho do Mapu de preservar a cultura culinária Huni Kuin, além de atender os parentes que moram aqui próximos, que vêm pra cá para a cidade. É um momento muito emocionante para a gente”, finalizou Bhaskar.
Mapu Huni Kuin também explicou que o Piti Kuin tem como objetivo colocar alimento de qualidade e resgatar as tradições do povo Huni Kuin que está na cidade, principalmente em Rio Branco, centro urbano mais próximo do restaurante.
“Estamos trabalhando bastante para que possamos voltar a colocar o alimento de qualidade na nossa mesa, que vai garantir a nossa saúde, por isso tudo que a gente for comer aqui é o que está em nossa volta, fruto do Campo da Fartura, e o restaurante é um espaço que celebra essa cultura e gastronomia tradicional do nosso povo”, frisou.
Povos Huni Kuin
Segundo os dados sócio-ambientais da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), a etnia Huni Kuin está presente em todo o Brasil, com mais de 14 mil pessoas. As estatísticas da Comissão Pró-Indígena de 2019, apontam que 7.202 indígenas moram na cidade de Rio Branco e muitos deles estão à margem da sociedade em situação de vulnerabilidade social.
O projeto da Associação do Centro Indígena Huwã Karu Yuxibu atende 210 indígenas, dentre os 7.202 que vivem em situação de vulnerabilidade, que estão fora das suas terras indígenas e moram na cidade.
Durante o evento de inauguração, a nutricionista responsável pelo restaurante, a professora do curso de Nutrição na Universidade Federal do Acre (Ufac), Eline Oliveira, conhecida como Mukani, fez uma breve apresenção antropológica e nutricional do menu de inauguração. Além disso, Mapu Huni Kuin também fez a apresentação do Complexo Campo da Fartura, onde funciona o restaurante e está toda a plantação dos alimentos usados no restaurante.
No menu da inauguração os pratos disponíveis eram mandioca com amendoim, mandioca com folha, piau muquinhado, tambaqui assado, tambaqui cozido, farofa de banana verde, açaí, mingau de banana com amendoim e suco de fruta da época.
“Os amendoins vem trazendo toda a parte da proteína dos alimentos e as gorduras saudáveis. A folha da mandioca que vem na própria mandioca é rica em cálcio, potássio e flavonoides, que vão prevenir o câncer, fortalecer também a dentição e dá energia também. Nós temos peixe, que além de dar saciedade, tem essa questão da vitalidade dos indígenas de trabalhar e tem gorduras boas, que nosso organismo precisa. Outros pratos, o açaí, que todo mundo consome, riquíssimo também em antioxidantes. Hoje o prato que a gente vai trazer hoje é riquíssimo em flavonoides, antioxidantes, cálcio, potássio, gorduras saudáveis, gorduras boas para o nosso organismo e bastante carboidrato”, explicou Mukani.
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Autista e mãe de três crianças com autismo finaliza curso profissionalizante da Semulher, “uma grande oportunidade”
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14 de dezembro de 2024 Rebeca Martins
Com colaboração de Rosely Cabral
O governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), impacta a vida de centenas de mulheres com cursos profissionalizantes, com o objetivo de fomentar a autonomia econômica das acreanas em situação de violência e vulnerabilidade social. O Curso Livre de Customização de Sandálias, que iniciou na segunda-feira, 9, teve sua cerimônia de encerramento sediada na Casa Rosa Mulher, nesta sexta-feira, 13, em Rio Branco.
O curso é realizado pela equipe multidisciplinar da Semulher, pertencente ao Departamento de Autonomia Econômica e Política de Cuidados. Nas aulas, é disponibilizado, para além do acolhimento, todo conhecimento de manuseio e inclusive os materiais para a confecção das peças. Ao final, houve uma exposição das artes das alunas, que já estavam aptas a ser comercializadas.
Durante o percurso, uma das aluna se destacou por suas habilidades e seu foco. Determinada, Adjayna Alves é atípica e mãe de três crianças que também fazem parte do espectro autista, e com sua dedicação, mostrou em cada parte do processo, o quão longe é possível alcançar com as oportunidades que aparecem.
Adjayna é mãe de 4 filhos, e 3 deles possuem o Transtorno do Espectro Autista (TEA), são não verbais e tem seletividade alimentar. O TEA é classificado como um transtorno do neurodesenvolvimento, os principais sinais são o atraso ou regressão na obtenção de habilidades básicas como: comunicação, coordenação motora e socialização.
O autismo não é uma doença, é uma condição de funcionamento cerebral, onde a pessoa nasce e permanece com autismo por toda vida, o diagnóstico é clínico e não depende de um exame, mas de uma avaliação detalhada e criteriosa, há pessoas diagnosticadas na adolescência e na vida adulta.
Beneficiária do Benefício de Assistência Continuada à Pessoa com Deficiência (BPC LOAS), a moradora do bairro Vitória conta que esta é sua única fonte de renda e ela encontra dificuldades para ingressar no mercado de trabalho em razão da sua condição e das responsabilidades domésticas.
A Semulher, que tem como propósito chegar em mulheres como Adjayna, busca ofertar novos sonhos e expectativas em um ambiente preparado e capaz de recebê-las. “Eu deixo de comprar algo para mim para dar tudo que é preciso para meus filhos, então esta renda extra, por causa do curso, já vai me ajudar bastante a vender as minhas sandálias, minhas pulseiras”, disse Adjayna.
Mesmo antes de participar da formação ofertada pela pasta, ela já realizava a criação de miçangas. “E é uma grande oportunidade expor sem gasto nenhum, me ajudaria muito, tanto trabalho que eu tenho para fazer as coisas e o valor cobrado nessas feiras, só para expor é muito caro pra mim, agradeço a secretária [Márdhia El-Shawwa] pela iniciativa e oportunidade”, finaliza.
A cerimônia de encerramento dos cursos contou com a participação do deputado Coronel Ulysses, na oportunidade, ele saudou as estudantes, mostrou apoio e deixou uma mensagem a elas. “Estamos investindo recursos para a Secretaria da Mulher, inclusive entregamos um Ônibus [com acessibilidade], que vai atender mulheres de todos os lugares afastados, que não tem acesso aos serviços, eu acho isso muito importante. Não desistam, a vida não é fácil, mas não podemos parar sempre que você tiver um obstáculo, se você tiver perseverança, você vai ultrapassar todos os obstáculos e vencer”, finalizou.
Neste ano de 2024, já somam, ao todo, 704 mulheres certificadas pelos cursos que a pasta disponibiliza, em vários municípios do Acre. A chefe do Departamento de Autonomia Econômica, Vanessa Rosella, explica que, “nós fazemos esse programa [Impacta Mulher] tanto na capital quanto no interior. Cada mulher que sai certificada, sai com aptidão para trabalhar, vender suas coisas. Mas, realizamos também o acompanhamento, não perdemos contato e chamamos elas para as feirinhas de mulheres empreendedoras, formamos parcerias”, disse.
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Estado garante aluguel social por 90 dias às famílias acampadas no hall da Assembleia Legislativa do Acre
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13 de dezembro de 2024 Jairo Carioca
O Estado do Acre por meio da Secretaria de Estado de Ação Social e Direitos Humanos (SEASDH) e a Secretaria de Governo, garantiu nesta sexta-feira, 13, o pagamento do benefício de bolsa moradia transitória pelo período de três meses para as 33 famílias que estão acampadas no hall da Assembleia Legislativa do Estado do Acre. As famílias que preencherem os requisitos do programa poderão, ainda, ter seus aluguéis prorrogados por até três anos. A reunião foi acompanhada pelo Ministério Público do Estado. As lideranças que representam os moradores oriundos da ação judicial de reintegração de posse, que tramita na 2ª Vara Cível da Comarca de Rio Branco, recusaram a proposta.
A reunião foi aberta pelo titular da Secretaria de Governo, Luiz Calixto, que esclareceu a abertura de diálogo com o movimento e o esforço do governo para a abertura do processo de concessão do benefício conhecido como aluguel social. “Nesse momento o Estado está reconhecendo a situação vulnerável de todos, o governador Gladson Cameli e a vice-governadora Mailza Assis determinaram a garantia do direito humano enquanto se avalia quem está dentro da lei para o uso do aluguel social”, esclareceu Calixto.
Outra garantia exigida por meio de documento entregue pela comissão dos moradores que também foi atendida, é a inscrição das famílias em cadastros dos programas habitacionais para participação de sorteios para aquisição da casa própria.
Henrique Afonso, chefe do gabinete da vice-governadora e titular da SEASDH, Mailza Assis, afirmou que desde janeiro que foram abertas as tratativas com as famílias que foram despejadas por ordem judicial. “O aluguel social é referência na construção de políticas que deem efetividade ao direito à moradia. Estamos em nome do estado garantindo que as famílias que se enquadram na lei 2.116/2009, não serão desamparadas enquanto perdurar a situação de vulnerabilidade”, afirmou Afonso.
Técnicos da Diretoria de Política de Assistência Social da SEASDH, detalharam que, no período de 90 dias, será feito um levantamento da situação socioeconômica de cada família com a entrega dos documentos exigidos por lei e visitas para produção de relatório técnico. “Os que estiverem de acordo com a lei poderão ter seus benefícios garantidos por até três anos, os que não se enquadrarem nos parâmetros estabelecidos, serão desligados do benefício, isso é o que determina a lei” esclareceu Hilquias de Araújo.
Um dos representantes dos moradores, Francimar Paiva da Conceição, não reconheceu a proposta do estado. Afirmou que os moradores vão “permanecer acampados em frente a Assembleia”.
Como encaminhamento, a proposta apresentada pelo governo do Acre aos moradores foi enviada ao promotor Thalles Ferreira Costa, representado na reunião pela assessora Karina Guimarães Alencar. Thalles enviou ofício à vice-governadora e titular da SEASDH, Mailza Assis, e ao secretário municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH), Wellington Divino Chaves de Souza, exigindo informações sobre as providências tomadas em atenção às famílias.
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