Da Redação
Por Pedro Dias
Com o objetivo de combater o racismo institucional e suas consequências, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Administração (Sead) e da Secretaria de Estado da Mulher (Semulher), promoveu nesta terça-feira, 19, a palestra “Racismo Institucional: uma barreira invisível à desigualdade”. O evento teve como objetivo mitigar e combater o racismo institucional, suas manifestações e consequências, promovendo a construção de um ambiente mais respeitoso e seguro.
Segundo o secretário adjunto de Pessoal, Guilherme Duarte, a iniciativa é motivo de orgulho para a gestão estadual: “É com grande satisfação que o governo do Acre promove essa importante palestra, que convida os servidores a refletirem sobre um tema profundamente enraizado na sociedade, com o propósito de construir um ambiente institucional e social verdadeiramente justo e igualitário”.
Duarte destacou, ainda a importância de combater o racismo que permeia estruturas e práticas organizacionais: “Nossa responsabilidade, enquanto gestores públicos, é identificar e eliminar essas barreiras, garantindo que as instituições sejam espaços de acolhimento, respeito e promoção de oportunidades para todos, sem distinção. Este evento é mais do que uma discussão teórica, é um chamado à ação. Precisamos ouvir, aprender e transformar o que discutirmos aqui em políticas públicas efetivas, que combatam as desigualdades estruturais e assegurem direitos a todos os cidadãos”.
A palestrante Paula Luane Braga, psicóloga, pós-graduada em Psicologia Jurídica e pós-graduanda em Educação das Relações Étnico-Raciais pela Universidade Federal do Acre (Ufac), trouxe reflexões importantes, acompanhadas de dados sobre a ocupação de pessoas negras em cargos de liderança. Ela abordou questões como a desigualdade racial de gênero e a discriminação existente entre pessoas negras.
“Apesar de ser pouco debatido, o tema é de grande importância. Infelizmente, tanto no setor público quanto no privado ainda há casos de racismo institucional. Esse racismo vai além do embate direto; ele é muitas vezes silencioso. A intenção hoje é justamente trabalhar conceitos, ampliar visões e promover a conscientização sobre o racismo no Brasil e nas instituições”, ressaltou Paula.
O evento também relembrou o contexto histórico do racismo no Brasil, que remonta ao período colonial, quando europeus exploraram e escravizaram povos africanos e indígenas. Mesmo após a abolição da escravidão, a população negra continuou enfrentando exclusão social e econômica, perpetuando desigualdades estruturais.
Para o delegado da Polícia Civil, Samuel Mendes, que prestigiou a palestra, a iniciativa marca um passo importante na disseminação de informações e na construção de uma sociedade mais inclusiva. “Com toda a atenção dada ao tema, vejo que a intenção foi não só informar, mas também incentivar os participantes a disseminarem o conhecimento adquirido. Isso deve impactar não apenas o ambiente laboral, mas também as relações sociais, promovendo uma sociedade mais unificada em relação à raça e à cor.”
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