Assessor especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade do Ministério dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda vê abertura para tirar do papel a ideia de transformar o antigo Dops (Departamento de Ordem Política e Social) no Rio de Janeiro em um centro de memória.
O local é disputado com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, que ocupa o prédio e pressiona para que o espaço, em obras, se torne um museu e centro cultural próprio.
Segundo Miranda, um fato descoberto recentemente deve facilitar a articulação para que o local se torne um centro de memória não só da ditadura, mas também da repressão registrada desde que foi erguido, em 1910.
O assessor do Ministério dos Direitos Humanos afirma que, formalmente, o prédio ainda pertence à União. Miranda diz que documentos mostrariam que o Rio de Janeiro nunca transferiu o imóvel para o Estado. Isso abriria possibilidade de avançar nas negociações envolvendo o espaço.
Logo que foi criado, o local abrigava a Central da Polícia Civil do Distrito Federal, quando o Rio de Janeiro ainda era capital do país. Ficaram detidos no prédio sambistas e outros grupos perseguidos na época. Durante o governo de Getúlio Vargas, ficaram presos Olga Benário e Luís Carlos Prestes, enquanto na ditadura presos políticos ocuparam a carceragem.
Miranda afirma que o prédio tem potencial para se transformar em um novo Memorial da Resistência, em São Paulo, erguido também na sede do Dops. O espaço abriga documentos e preserva memórias da repressão política e recebe cerca de 80 mil visitantes por ano.
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