O New York Times publicou nesta quarta-feira (5) um artigo anônimo de um responsável da Administração Trump que explica por que e como se esforça, com outros, para lutar internamente contra as “piores tendências” do presidente norte-americano.
Donald Trump reagiu imediatamente, classificando o texto como “covarde” e criticando duramente a atitude do jornal nova-iorquino, enquanto a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, exigiu ao autor do texto que se “demita”.
Response to anonymous @nytimes op-ed. pic.twitter.com/RIOaXhyg1N
— Sarah Sanders (@PressSec) 5 de setembro de 2018
Um funcionário da Casa Branca revelou em um texto no editorial do jornal que um amplo grupo de empreados que trabalham para o presidente se esforça em conjunto para anular algumas das suas políticas que consideram mais graves. “Eu sou parte da resistência interna à Administração Trump”, é o título do editorial.
O artigo do funcionário da Sala Oval, que permaneceu no anonimato, começa por destacar que o maior desafio que Trump enfrenta é que “muitos funcionários seniores da Administração trabalham diligentemente, internamente, para frustrar parte dos seus objetivos e suas piores tendências”.
Esta é a primeira vez que o New York Times, que diz querer proteger a identidade da fonte para evitar sua expulsão da Administração, publica um artigo de opinião de uma fonte que mantém o anonimato e que desvenda uma corrente contra o mandatário norte-americano dentro do próprio governo.
“Então o fracassado New York Times tem uma coluna anônima? Dá para acreditar? Anônima. O que quer dizer covarde. Uma coluna covarde”, reagiu Trump durante uma reunião na Casa Branca com dezenas de deputados de todo o país.
The Failing New York Times! pic.twitter.com/SHsXvYKpBf
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 5 de setembro de 2018
O autor do texto esclarece que os esforços para anular algumas das iniciativas de Trump não partem de uma “resistência popular da esquerda”.
“Queremos que a Administração tenha êxito e queremos que muitas das políticas tenham eco e que os EUA sejam mais seguros e prósperos”, concretiza a fonte, destacando que o grupo de funcionários atua contra as políticas de Trump porque o presidente continua a atuar “em detrimento da saúde da República”.
“Por ela, muitas das pessoas designadas por Trump juraram fazer o possível para preservar nossas instituições democráticas”, afirma.
No texto do NYT refere-se que a raiz do problema da atual administração norte-americana é a falta de moralidade do presidente e sustenta-se que, apesar de Trump ter sido eleito como representante do Partido Republicano, não defende as ideias dos conservadores, como a liberdade de pensamento ou a liberdade do mercado. Ciberia, Lusa // ZAP