Raquel Carneiro
Novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) afirmou que entre os principais temas de discussão nas próximas reuniões com lideranças políticas está a pauta da anistia para os envolvidos no atentado do 8 de janeiro. Deputado federal paraibano, ele falou com a imprensa neste domingo, 2. “Esse tema é o que mais divide a Casa hoje. Temos um PL que defende a votação da anistia para os presos do 8 de janeiro, enquanto o PT defende que o assunto não seja votado”, afirmou Motta, que conquistou a presidência da Câmara com apoio de ambos os partidos no sábado, 1º de fevereiro. “A pauta é decidida pelo presidente, com participação dos líderes. Com certeza, esse será um tema levado para essas reuniões nos próximos dias, e vamos conduzir com a maior imparcialidade possível”, afirmou.
Ataques golpistas
Em 8 de janeiro de 2023, cerca de 5 000 manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes. No “protesto”, os vândalos quebraram as vidraças, os móveis e obras de arte do Planalto, atearam fogo no plenário do STF, vandalizaram as instalações do Congresso. Dois anos depois, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou 371 pessoas das mais de 2.000 investigadas por participar do ato — sendo que 225 delas tiveram ações classificadas como graves, com penas que variam de 3 a 17 anos de prisão. Segundo dados de 7 de janeiro, 122 condenados estão foragidos.
Outras 527 pessoas que cometeram delitos mais leves fizeram acordo com o Ministério Público Federal (MPF), totalizando 898 envolvidos responsabilizados até o momento.Ainda foram condenadas por incitação e associação criminosa 146 pessoas. Elas não foram presas, mas devem usar tornozeleira eletrônica, pagar multa, prestar 225 horas de serviços à comunidade e participar de um curso presencial sobre democracia. Cinco indivíduos foram absolvidos das acusações. Os crimes listados pelo STF são cinco: tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa e deterioração de patrimônio público.