O êxodo de refugiados, o colapso da fertilidade e as mortes na guerra, teriam esgotado a população ucraniana em cerca de 25 por cento.
A população da Ucrânia diminuiu cerca de 10 milhões de pessoas, ou cerca de um quarto, desde o início da invasão em grande escala da Rússia em 2022, segundo as Nações Unidas.
O número de ucranianos que vivem no país diminuiu devido ao êxodo de refugiados, ao colapso da fertilidade e às mortes na guerra, disse Florence Bauer, chefe do Fundo de População da ONU para a Europa Oriental, na terça-feira.
A invasão acelerou um já evidente declínio populacional que começou antes a guerradisse a agência da ONU. Essa queda no número corresponde a uma tendência observada em grande parte da Europa Oriental, mas o conflito agravou a situação.
A maior deterioração da população da Ucrânia deve-se aos 6,7 milhões de refugiados que vivem agora no estrangeiro, principalmente na Europa. As mortes na guerra também são um fator significativo.
“É difícil ter números exatos, mas as estimativas giram em torno de dezenas de milhares de vítimas”, disse Bauer.
“A taxa de natalidade despencou e atualmente está em torno de um filho por mulher, o que é uma das mais baixas do mundo”, acrescentou o funcionário da ONU.
É necessária uma taxa de fertilidade de 2,1 filhos por mulher para manter uma população estável.
Dados precisos sobre a população da Ucrânia não estarão disponíveis até que o conflito termine e um censo completo possa ser realizado, observou Bauer.
A Ucrânia, que tinha uma população de mais de 50 milhões de habitantes quando a União Soviética entrou em colapso em 1991, sofreu, tal como quase todos os seus vizinhos da Europa Oriental e da Ásia Central, um grave declínio populacional nos últimos anos.
Em 2021, antes da invasão russa, o país tinha cerca de 40 milhões de habitantes.
A Rússia, entretanto, com uma população pré-guerra de mais de 140 milhões, também viu a sua população deteriorar-se desde que invadiu a Ucrânia.
O país registou a taxa de natalidade mais baixa desde 1999 nos primeiros seis meses deste ano; um desenvolvimento que o Kremlin chamou de “catastrófico”.