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João Batista Natali cobriu viagem de João Paulo 2º a Cuba – 21/12/2024 – Mundo

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João Batista Natali cobriu viagem de João Paulo 2º a Cuba - 21/12/2024 - Mundo

Morto na madrugada deste sábado (21) em São Paulo em decorrência de complicações de um câncer, o repórter, editor e colunista João Batista Natali participou uma série de coberturas marcantes ao longo de mais de quatro décadas em que trabalhou na Folha.

Uma delas foi a viagem de João Paulo 2º a Havana, a primeira de um papa a Cuba, que ele acompanhou de perto em 1998.

O clima era de incerteza. Após a queda do Muro de Berlim, em 1989, e da própria União Soviética, em 1991, pairava a suspeita de que a combalida ilha, alvo de embargos econômicos desde os anos 1960, seria a próxima a cair.

A ida de João Paulo 2º, que nas duas décadas anteriores tinha proferido palavras duras contra o comunismo na Europa na sua Polônia natal, parecia ter menos um objetivo religioso e mais político, escreveu Natali.

Ao chegar na capital, Havana, porém, o pontífice foi muito mais comedido do que o esperado, e poupou até mesmo o dirigente Fidel Castro (1926-2016) em certa medida. Leia abaixo o relato do início da visita na íntegra, publicado em 22 de janeiro de 1998.

O papa João Paulo 2º não esperou chegar a Cuba para dar sua primeira declaração de teor político.

No avião que o levava a Havana, na tarde de ontem, ele disse que se preparava para se manifestar sobre os direitos humanos durante a visita que começou ontem e vai até domingo.

“Vocês sabem bem o que eu penso sobre os direitos humanos. É o mesmo que eu disse na Polônia e em outros países desde 1979. Os direitos humanos são direitos fundamentais e a base de toda a civilização. Levei esta crença à Polônia no meu embate com um sistema comunista totalitário.”

A referência à Polônia, seu país natal, não é casual: o combate ao comunismo, especialmente ao então rígido regime polonês, foi o principal mote da primeira parte de seu pontificado, que em 1998 completa 20 anos.

Essas declarações demonstram que a viagem pode ser menos pastoral (e portanto mais política) do que vinha anunciando, por exemplo, o cardeal-arcebispo de Havana, dom Jaime Ortega.

Os repórteres quiseram saber se sua viagem significaria o começo do fim do comunismo na ilha. “Não sou profeta. Quem viver verá”, respondeu o papa.

Mas em pronunciamento de 14 minutos ao desembarcar ontem em Havana, João Paulo 2º usou expressões bastante amenas ao criticar o regime comunista cubano.

O papa se referiu às “circunstâncias difíceis” e aos “sofrimentos” da igreja local, sobretudo em razão da falta de sacerdotes.

Sem criticar o regime local, pediu que Cuba possa “oferecer a todos uma atmosfera de liberdade, de confiança recíproca, de justiça social e de paz duradoura”.

O dirigente Fidel Castro tentou roubar a cena. Disse em seu discurso que Cuba é o país com melhores indicadores sociais (menos crianças sem escola ou enfermos sem hospitais) “que qualquer outro” que o papa já visitou.

Todo o protocolo montado pelo governo cubano consistiu em fazer do papa bem mais um chefe de Estado estrangeiro —o Vaticano— que um dirigente espiritual.

O papa aparentava estar bem de saúde. Desceu a escada do MD-11 mais rapidamente que o fizera há meses no Rio. Curvou-se sem dificuldades para beijar quatro crianças que o esperavam na pista.

Críticas aos EUA

Durante o voo, o papa também fez referências críticas à posição americana em sua disputa ideológica com Cuba. Um jornalista perguntou qual era a mensagem que ele enviaria a Washington. “Que mudem”, foi a resposta.

Era uma referência ao embargo econômico contra Cuba, iniciado em 1962 e frequentemente questionado pelo Vaticano.

A reação dos Estados Unidos foi dizer que o embargo “é uma questão da lei americana que recebe forte apoio bipartidário”, segundo comunicado do Departamento de Estado.

O papa também fez referência ao maior herói do comunismo cubano, o guerrilheiro argentino Ernesto “Che” Guevara. “Ele desejava seguramente ajudar os pobres. ‘Che’ se acha agora diante do tribunal do Senhor, deixemos com Ele a tarefa de julgá-lo.”

Do presidente Fidel Castro, o papa disse que espera ouvir “a verdade” —”Sua própria verdade como homem, como presidente, o chamado comandante da revolução”, disse ainda no avião.

João Paulo 2º, 77, fez um comentário irônico sobre sua saúde. Admitiu que ela já não é mais a mesma do início do pontificado. Mas provocou: “Quando quero saber de minha saúde, leio os jornais”.



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Sahra Wagenknecht, fazedor de reis na antiga Alemanha Oriental

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Sahra Wagenknecht, fazedor de reis na antiga Alemanha Oriental

Sahra Wagenknecht, líder do partido alemão BSW, durante a apresentação do cartaz de campanha do seu partido para as próximas eleições federais de 2025, em Berlim, 18 de dezembro de 2024.

Ainda em dificuldades a nível federal, o pequeno partido de Sahra Wagenknecht está prestes a remodelar o equilíbrio de poder a nível regional na Alemanha Oriental. A formação criada no início do ano por este desertor do partido de extrema-esquerda Die Linke conseguiu entrar no governo de dois dos três Länder orientais que votaram em Setembro, e impor as suas condições ao terceiro, que procurava obter a maioria. Tanto que a imprensa já chama este deputado de 55 anos, criado na República Democrática Alemã, de “criador de reis”.

O posicionamento político de Sahra Wagenknecht e do BSW, o partido que leva o seu nome, é difícil de definir. Na imigração, defende uma linha conservadora: Mmeu Wagenknecht considera que os fundos para ajudar os refugiados devem ser direcionados para o financiamento de serviços públicos. Mas o BSW defende medidas sociais próximas das do Die Linke, defendendo, por exemplo, um aumento do salário mínimo horário para 14 euros, contra pouco mais de 12 euros atualmente. É sobretudo em matéria de política externa que se destaca, apelando incansavelmente a Berlim para que cesse as entregas de armas à Ucrânia para negociar uma solução diplomática, sem definir com precisão as condições da paz que promove, o que o levou a ser acusado de ser pró-russo. Mmeu Wagenknecht acredita ainda que o restabelecimento das relações com Moscovo permitiria à Alemanha importar novamente gás barato e restaurar a sua prosperidade económica.

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João Fonseca vence Next Gen e se iguala a Alcaraz e Sinner – 22/12/2024 – Esporte

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João Fonseca vence Next Gen e se iguala a Alcaraz e Sinner - 22/12/2024 - Esporte

João Fonseca, 18, conquistou neste domingo (22) o Next Gen Finals, torneio disputado pelos oito melhores tenistas da temporada com até 20 anos, e repetiu a marca do italiano Jannik Sinner e do espanhol Carlos Alcaraz, também vencedores da competição aos 18 anos.

Sinner, número um no ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), conquistou o Next Gen em 2019, e Alcaraz, terceiro do mundo, em 2021. O Next Gen Finals começou a ser disputado em 2017.

João, a maior promessa do tênis brasileiro na atualidade, venceu o norte-americano Learner Tien por 3 sets a 1 (parciais 2-4, 4-3, 4-0 ) na final do torneio, disputada em Jiddah, na Arábia Saudita, depois de uma campanha sem derrotas.

O brasileiro foi o último classificado para o Next Gen, venceu as três partidas da fase classificatória e se impôs sem sobressaltos sobre o francês Luca Van Assche, 20, na semifinal.

Esta foi a primeira temporada completa de João no circuito profissional —o tenista anunciou que pretendia participar de competições de adultos depois de vencer o US Open juvenil, em setembro de 2023, justamente sobre Learner Tien.

Neste ano, o carioca chegou às quartas de final do Rio Open e do ATP 250 de Bucareste, na Romênia, e venceu o Challenger de Lexington, nos Estados Unidos. João começou 2024 na 727ª posição no ranking mundial e chegou a 145ª colocação às vésperas do Next Gen.

O torneio oferece US$ 150 mil (R$ 910 mil) a todos os classificados, independentemente dos resultados, e recompensa os jogadores por cada partida vencida. O prêmio da final é de US$ 153 mil (R$ 930 mil), valor que alcança US$ 526 mil (R$ 3,2 milhões) se o campeão tiver se mantido invicto na competição. No total, o Next Gen distribui US$ 2,05 milhões (R$ 12,5 milhões).



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EUA abatem dois de seus próprios pilotos da Marinha sobre o Mar Vermelho em incidente de ‘aparente fogo amigo’ | Militares dos EUA

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EUA abatem dois de seus próprios pilotos da Marinha sobre o Mar Vermelho em incidente de 'aparente fogo amigo' | Militares dos EUA

Guardian staff and agencies

Dois pilotos da Marinha dos EUA foram abatidos sobre o Mar Vermelho no domingo, num “aparente caso de fogo amigo”, disseram os militares dos EUA, marcando o incidente mais grave a ameaçar as tropas em mais de um ano de o país que tem como alvo os Houthis do Iémen.

Ambos os pilotos foram resgatados com vida após serem ejetados da aeronave atingida, um deles sofrendo ferimentos leves. Mas o incidente sublinha o quão perigoso é o Corredor do Mar Vermelho tornou-se em meio aos ataques contínuos ao transporte marítimo pelos Houthis apoiados pelo Irã, apesar Coalizões militares dos EUA e da Europa patrulham a área.

Os militares dos EUA conduziram ataques aéreos contra os Houthi do Iémen na altura, embora o comando central militar (Centcom) não tenha especificado qual era a sua missão.

O F/A-18 abatido tinha acabado de decolar do convés do porta-aviões USS Harry S Truman, disse o Centcom. Em 15 de dezembro, o Centcom reconheceu que o Truman havia entrado no Oriente Médio, mas não especificou que o porta-aviões e seu grupo de batalha estavam no Mar Vermelho.

“O cruzador de mísseis guiados USS Gettysburg, que faz parte do USS Harry S Truman Carrier Strike Group, disparou por engano e atingiu o F/A-18”, disse o Centcom em comunicado. O incidente estava sendo investigado.

Pela descrição dos militares, a aeronave abatida era um caça a jato F/A-18 Super Hornet de dois lugares atribuído aos “Red Rippers” do caça de ataque quadron 11 da Estação Aérea Naval Oceana, na Virgínia.

Não ficou imediatamente claro como o Gettysburg poderia confundir um F/A-18 com uma aeronave ou míssil inimigo, especialmente porque os navios de um grupo de batalha permanecem ligados por radar e comunicação por rádio.

No entanto, o Centcom disse que navios de guerra e aeronaves abateram anteriormente vários drones Houthi e um míssil de cruzeiro antinavio lançado pelos rebeldes. O fogo hostil dos Houthis deu aos marinheiros apenas alguns segundos para tomar decisões no passado.

Desde a chegada do Truman, o Os EUA intensificaram seus ataques aéreos contra os Houthis e seus disparos de mísseis contra o Mar Vermelho e arredores. No entanto, a presença de um grupo de navios de guerra americanos pode desencadear novos ataques dos rebeldes, como o que o USS Dwight D Eisenhower viu no início deste ano. Esse destacamento marcou o que a Marinha descreveu como o combate mais intenso desde a Segunda Guerra Mundial.

Na noite de sábado e na madrugada de domingo, aviões de guerra dos EUA conduziram ataques aéreos que abalaram Sana’a, a capital do Iémen, que os Houthis controlam desde 2014. O Centcom descreveu os ataques como tendo como alvo uma “instalação de armazenamento de mísseis” e uma “instalação de comando e controle”. instalação”.

De acordo com o Centcom, as suas forças conduziram “ataques deliberados para interromper e degradar as operações Houthi, tais como ataques contra navios de guerra e navios mercantes da Marinha dos EUA no sul do Mar Vermelho, Bab al-Mandeb e Golfo de Aden”.

As forças do Centcom também abateram vários Houthi, ataques unidirecionais, veículos aéreos não tripulados, bem como um míssil de cruzeiro antinavio sobre o Mar Vermelho, disse o Centcom.

A mídia controlada pelos Houthi relatou ataques em Sana’a e ao redor da cidade portuária de Hodeida, sem fornecer qualquer informação sobre vítimas ou danos. Em Sanaa, os ataques pareciam ter como alvo especial uma montanha conhecida por abrigar instalações militares. Os Houthis reconheceram mais tarde que a aeronave foi abatida no Mar Vermelho.

Em um declaração divulgado no domingo, o porta-voz militar Houthi Yahya Saree afirmou que “em resposta à agressão americano-britânica contra o nosso país”, as forças Houthi conseguiram “frustrar um ataque americano-britânico ao nosso país”.

Saree prosseguiu dizendo que a operação foi “realizada com oito mísseis de cruzeiro e 17 drones” e afirmou que as forças Houthi abateram o caça F/A-18.

Os Houthis atacaram cerca de 100 navios mercantes com mísseis e drones desde o Guerra Israel-Hamas na Faixa de Gaza começou em outubro de 2023.

Os Houthis apreenderam um navio e afundaram dois numa campanha que também matou quatro marinheiros. Outros mísseis e drones foram interceptados por coligações separadas lideradas pelos EUA e pela Europa no Mar Vermelho ou não conseguiram atingir os seus alvos, que também incluíram navios militares ocidentais.

Os rebeldes afirmam que têm como alvo navios ligados a Israel, aos EUA ou ao Reino Unido para forçar o fim da campanha de Israel contra o Hamas em Gaza. No entanto, muitos dos navios atacados têm pouca ou nenhuma ligação com o conflito, incluindo alguns com destino ao Irão.

Os Houthis também têm atacado cada vez mais o próprio Israel com drones e mísseis, resultando em ataques aéreos israelitas retaliatórios.

No início desta semana, Tim Lenderking, enviado especial dos EUA ao Iémen, disse os EUA procuram aumentar os poderes da ONU para interceptar carregamentos do Mar Vermelho com destino a portos controlados pelos Houthi no Iémen.

Falando sobre a Missão de Verificação e Inspeção da ONU para o Iêmen, Lenderking disse: “A Unvim não está equipada nem tem mandato para fazer interdições. Estamos trabalhando com parceiros para analisar uma mudança no mandato. Todos nós temos que tapar os buracos, e isso requer uma mentalidade diferente e um tipo de foco diferente do que simplesmente escoltar navios.”



Leia Mais: The Guardian



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