Matheus Leitão
Com exceção do advogado Celso Vilardi, de Jair Bolsonaro, todos os outros defensores do “núcleo crucial” da trama golpista tentaram salvar seus clientes, mas não derrubar a acusação de que houve uma tentativa de golpe.
O advogado de Alexandre Ramagem, Paulo Renato Garcia Cintra Pinto, errou ao atribuir a Abin a segurnaça das urnas, tomou um pito da ministra Cármen Lúcia, mas não refutou a tentava de golpe em sua fala.
Demóstenes Torres, advogado do Almir Garnier, quis mostrar que o almirante manteve a mesma postura, em determinados momentos, que os outros comandantes das Forças Armadas – apontados como essenciais para a manutenção do estado democrático de direito.
O advogado Eumar Novacki, de Anderson Torres, também refutou questões pontais da acusação contra seu cliente, defendendo que o ex-ministro da Justiça participou de live sobre com Bolsonaro sobre as urnas, mas falando muito pouco – se limitando a ler nos quatro minutos finais um relatório de peritos federais. Nada sobre a tentativa de golpe em si.
O advogado Cezar Bittenourt, de Mauro Cid, não usou os quinze minutos, falou brevemente, destacando o que ele chama de “grandeza“ do seu cliente que está à serviço da Justiça.
Os outros advogados dos envolvidos seguiram a mesma linha de que há falta de provas e falhas no processo, mostrando que, ao menos neste momento do recebimento da denúncia, as defesas adotaram a linha do cada um por si.
Isso é muito importante porque pode dar força declaratória aos ministros da primeira turma do STF nesta terça, 25, a tarde, quando os magistrados deverão, por unanimidade, aceitar a denúncia contra Bolsonaro, Ramagem, Torres, Garnier, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto.