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Justiça Militar dá show de corporativismo diante de viúva – 19/12/2024 – Bruno Boghossian
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Quantos tiros um grupo de militares pode disparar contra uma família de civis desarmados sem cumprir pena na cadeia? O Superior Tribunal Militar liberou a marca de 257. Na noite de quarta (18), a corte reduziu a punição dos agentes que mataram o músico Evaldo Rosa e o catador Luciano Macedo, em 2019. Eles passarão três anos em regime aberto.
O julgamento consagrou a tese de que os oficiais, cabos e soldados que participavam da operação no Rio não tinham a intenção de matar ninguém, com tiros dados num contexto de confronto com bandidos. Analisar as circunstâncias de dolo e culpa de agentes de segurança é dever de qualquer juiz. Os ministros vencedores, porém, preferiram tratar os atiradores como vítimas.
O tenente-brigadeiro Carlos Augusto Oliveira, relator do caso, aceitou a defesa dos militares, que dizem ter confundido o carro de Evaldo com um veículo usado por bandidos. Ele afirmou que os agentes tentavam “conter uma ação criminosa, ainda que imaginária”. Num exercício de especulação, disse ainda que o músico pode ter sido morto numa troca de tiros com criminosos, sem a certeza de que os disparos partiram dos agentes do Exército.
No voto, o relator fez uma ponderação. Apontou que o grupo de militares errou na identificação do carro, deixou de verificar se Evaldo estava armado e não considerou a opção de ferir o motorista em vez de atirar para matar. Faltou explicar se alguma parte da abordagem estava certa.
Outros ministros encenaram um show de corporativismo diante da viúva e do filho de Evaldo. Revisor do processo, José Coêlho Ferreira descreveu a situação das mortes como “uma grande confusão”. O general Lúcio Mário de Barros Góes disse que lamentava sentenciar “pessoas de bem pela trágica ocorrência”.
A índole dos agentes não estava em julgamento. A única questão a ser considerada é se um grupamento que ignora as circunstâncias de uma abordagem e dispara 257 tiros assume ou não a intenção de matar. Militares “de bem” podem cometer erros, mas precisam ser responsabilizados na medida de suas ações. A Justiça Militar deu todas as provas de que não tem interesse em submeter os seus a essa provação.
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Conheça formas bizarras de comemorar o Natal – 20/12/2024 – Folhinha
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20 de dezembro de 2024 Guilherme Genestreti
Então logo mais é Natal. Disso você já sabe. E com ele podem vir troca de presentes, Papai Noel de shopping, amigo secreto (também chamado de amigo oculto), decoração de neve falsa, árvore enfeitada, enfim. Mas nem todos os países comemoram da mesma forma. Disso você talvez não saiba.
Tudo bem que a celebração natalina é mais forte nos lugares de tradição cristã, já que a data lembra o nascimento de Cristo, segundo os adeptos dessa religião. Mas há quem defenda que as suas origens sejam ainda mais antigas, e que os romanos, por exemplo, já trocassem presentes na época do solstício de inverno no Hemisfério Norte —isto é, o momento em que as noites ficam mais longas do que os dias naquela porção do planeta.
Até mesmo o Papai Noel como o conhecemos hoje, figura ligada a um santo chamado são Nicolau, é bem recente e só ficou popular a partir do século passado.
Diferentes tradições e costumes ajudam a explicar por que muitos lugares têm uma forma própria de comemorar o Natal. Veja a seguir alguma delas
Na base da porrada
Numa certa região do Peru, há pessoas que não trocam presentes no Natal, mas sopapos. No festival chamado Takanuy, o povo se junta para ver dois oponentes se baterem numa arena, ao som de uma cantoria ao vivo. Muitos desses briguentos são sujeitos que tiveram alguma desavença recente, mas são sempre obrigados a encerrar a luta com um abraço. A ideia é deixar tudo de ruim para trás, no ano que está chegando ao fim.
Furando a dieta
No Japão, onde menos de 1% da população é cristã, o costume é passar o Natal comendo os frangos fritos da rede americana de fast-food KFC. Ninguém sabe ao certo a razão para isso —há quem diga que a tradição começou com estrangeiros que não achavam peru para comer, então recorriam a carne de galinha. O fato é que na véspera de Natal a rede costuma faturar de cinco a dez vezes mais do que nos outros dias do ano.
Limpando o intestino
Nos presépios da Catalunha, na Espanha, existe uma figura que parece fora de lugar: é a de um sujeito fazendo cocô. Ele é chamado de “caganer”, mas não fale essa palavra em voz alta porque é de baixo calão. Por ali, o associam à prosperidade e fertilidade (lembre-se que o adubo também é feito de excrementos). As crianças também costumam presentear um pedaço de tronco com restos de comida –mas em vez de fazer cocô, o objeto expele presentes.
Não é o Grinch
O Krampus é um monstro que parece um demônio todo peludo e sempre dá as caras nos natais de regiões da Áustria e da Alemanha. Muitas vezes ele leva embora as crianças travessas, enquanto são Nicolau (origem do Papai Noel) presenteia as boazinhas. No começo de dezembro, as pessoas saem às ruas fantasiadas com peles e chifres para celebrar o monstro, que chegou pelas mãos dos imigrantes até a partes de Santa Catarina, onde é chamado de Pensinique ou Pelznickel.
Cavalos, não renas
Já pensou abrir a sua casa para receber o esqueleto de um cavalo coberto com um lençol branco? Essa é uma tradição natalina no País de Gales chamada de Mari Lwyd. Em meio a cantorias, os homens conduzem pelas ruas o crânio de um equino, todo adornado por tecidos. Aqueles que o deixam entrar em suas casas então distribuem comida e cerveja ou mesmo dinheiro para que possam ser deixados em paz. Mais parece um Halloween, não é mesmo?
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Menina de 9 anos doa dinheiro que ganhou em vaquinha para outra criança
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20 de dezembro de 2024Uma menina de 9 anos emocionou muitas pessoas ao doar todo o dinheiro arrecadado em uma vaquinha para outra criança que precisava mais do que ela. Um grande ato de solidariedade!
Após lançar uma vaquinha online para comprar uma prótese de braço biônica, a pequena Remington foi surpreendida por uma empresa que arcou com todos os custos da prótese!
O que fazer, então, com todo o dinheiro arrecadado? Remington decidiu destinar o valor para Taj, um menino de 8 anos que também enfrentava dificuldades e precisava de uma prótese semelhante.
Seguradora negou
A mãe de Remington, Jani Remi, disse que a ideia de criar um GoFoundMe para a filha surgiu após uma situação inacreditável com o plano de saúde.
“Apelamos para o plano duas vezes, mas fomos negados em todos. Uma carta da Select Health reafirmou sua posição, chamando a prótese de “não necessária clinicamente”, contou.
Ao receber a negativa, Jani decidiu compartilhar a história na internet com a missão de arrecadar US$ 30.000.
Leia mais notícia boa
Empresa aparece
Em poucas horas ela havia conseguido o montante, mas tudo mudou quando uma empresa chamada CrowdHealth apareceu e informou que pagaria integralmente a conta médica de Remi.
“A coisa mais incrível aconteceu durante a campanha! A empresa entrou em contato e resolveu pagar por tudo. Muito obrigado Crowd Health!”, comemorou a mãe da criança.
Remi, apesar de criança, mostrou como é uma gigante quando o assunto é empatia.
Se ela poderia ajudar outra pessoa com o dinheiro arrecadado, por que não fazer?
Solidariedade incrível
E foi ideia da própria menina fazer o bem.
Na internet, a mesma que a ajudou, ela viu uma outra página de vaquinha, de um garoto que tinha a mesma condição que ela.
Taj, de 8 anos, vendia limonada com a família em uma barraquinha para poder comprar o braço biônico.
“Todas as doações da página serão usadas para ajudar Taj a obter o seu Hero Arm!. Muito obrigado a todos por apoiarem esta campanha. Remi vai ganhar seu braço! Taj vai ganhar seu braço! E talvez, se mais doações chegarem, ajudamos uma terceira criança!”, disse a mãe de Remi.
Emoção da mãe
Kaitlin, mãe de Taj, chorou ao ouvir a notícia surpresa.
“Estamos muito gratos a Remi e sua família. Isso é uma verdadeira bênção.”
“Contar à família de Taj foi simplesmente incrível, toda criança merece uma chance e ficamos muito gratos por poder ajudá-los e eles ficaram muito surpresos e gratos por receber ajuda”, finalizou Jami.
Nas redes, a pequena agradeceu muito por todos que doaram e, indiretamente, ajudaram Taj. – Foto: Jami Bateman
Remi conseguiu o braço biônico por doação de uma empresa. – Foto: Jami Bateman
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Cem Anos de Solidão: Colombianos celebram série de TV da Netflix sobre o ‘poema nacional’ do país | Gabriel García Márquez
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20 de dezembro de 2024 Luke Harding in Bogotá
CCom sua narrativa geracional de amor, traição e intriga, e um cenário épico de guerra civil e acontecimentos fantásticos, Cem Anos de Solidão foi por muito tempo considerado um romance impossível de adaptar para a tela.
O autor da obra, Gabriel Garcia Márquezchegou a afirmar que o extenso romance havia sido escrito justamente para provar que a palavra escrita tinha um alcance mais vasto que o cinema.
No entanto, contra todas as probabilidades, a Netflix parece ter traduzido com sucesso a obra-prima de Márquez para a televisão, para alívio de muitos colombianos, que protegem ferozmente o falecido escritor – e estão fartos de outras representações do seu país no ecrã.
“Eu estava completamente cético. Este livro significa muito para mim, como você o traduz em uma série? disse Irene Arenas, uma professora de inglês de 34 anos de Bogotá que leu o romance pela primeira vez aos 13 anos. “Mas ele me impressionou com sua beleza. Assisti todos os episódios em dois dias, chorei várias vezes e acabei de comprar o livro de novo.”
O romance conta a história centenária dos fundadores da mítica cidade de Macondo, José Arcadio Buendía e sua esposa, Úrsula, e seus descendentes, em uma narrativa que às vezes tem paralelo com a história da Colômbia, às vezes não.
Enxames de borboletas amarelas esvoaçam constantemente em torno de um personagem, crianças são concebidas com rabos de porco e o sangue de um filho morto escorre pela aldeia até chegar aos pés de sua mãe.
Mas o que constitui uma boa ficção literária não constitui necessariamente uma boa televisão – a linha do tempo salta constantemente para trás e para a frente, o enredo inclui muito sexo e pouco diálogo, muitas personagens partilham o mesmo nome – e Márquez insistiu que tanto a forma como o conteúdo do romance significavam nunca poderia ser adaptado.
A resposta da Netflix, em colaboração com a família do autor, foi condensar a narrativa centenária em 16 episódios em “uma das produções mais ambiciosas da história latino-americana”.
Além dos desafios técnicos, os produtores também tiveram que enfrentar o legado do próprio Márquez, que paira sobre o seu país natal. Seu rosto adorna a moeda nacional e seu romance é leitura obrigatória para gerações de estudantes colombianos.
“Cem Anos é o poema nacional da Colômbia”, disse o autor Ricardo Silva Romero.
A exploração do romance da história cíclica e sangrenta da Colômbia, por sua vez, moldou a autoimagem da nação.
“É positivo, é romântico, mas é honesto, e foi por isso que chorei”, disse Arenas. “Isso realmente mostra como a Colômbia está nesse estado de eterno retorno, onde continuamos voltando ao mesmo lugar. Como somos apaixonados mas também obsessivos, o que nem sempre é bom. E como há um pouco de fora-da-lei em cada colombiano neste país, apesar de tudo.”
A série também foi um alívio para os colombianos cansados de ver seu país na televisão como um playground violento e sem lei para narcotraficantes.
“Lutamos para não sermos vistos como um país de cartéis de cocaína e drogas”, disse Adrian Lemus, um administrador de empresas que cresceu na costa caribenha do país. “O trabalho de Gabo é um exemplo de resiliência, força e comunidade – virtudes que estão gravadas nos colombianos desde a infância.”
Como Márquez havia solicitado antes de sua morte em 2014, a série foi filmada na Colômbia, em espanhol, com elenco totalmente colombiano.
Para dar vida ao Macondo fictício, a Netflix construiu quatro cenários Macondo diferentes, transportou dezenas de árvores nativas da costa e contratou 150 comunidades para fazer milhares de artefatos artesanais.
A Netflix não divulgará o orçamento da série, mas afirma que ela levou seis anos para ser produzida e é a mais cara da história da América Latina.
“As paisagens da série são idênticas às que vejo todos os dias”, disse Maria Fernanda Cortés, designer industrial de 34 anos que mora em Guachaca, uma pequena cidade na costa caribenha. “As árvores, o calor intenso, os rios verdes cristalinos e os mares azuis. Isso me fez sentir como se morasse em Macondo.”
Cortés disse que, tal como o romance, a série televisiva teve sucesso porque reflectiu a realidade da Colômbia – um país onde a superstição abunda, a guerra sem sentido parece perene e a beleza natural excede a imaginação.
“É algo que só as pessoas daqui entendem porque vivemos em um lugar onde muitas vezes acontecem coisas inexplicáveis que beiram o mágico”, disse ela.
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