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Kamala Harris vai vencer por margem sólida – 02/11/2024 – Mundo

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Martin Sandbu

Faltam cinco dias, mas mesmo a melhor cobertura da eleição presidencial dos EUA não pode nos dar qualquer ideia de qual será o resultado. Se você acredita nas pesquisas, a corrida está empatada. Se você acredita nos chamados modelos de previsão, Donald Trump tem uma ligeira vantagem sobre Kamala Harris.

Eu não acredito em nenhum dos dois. Decidi tratar as pesquisas como não informativas após as eleições de meio de mandato de 2022, onde muitas pessoas cujo julgamento sobre a política dos EUA eu confio interpretaram as pesquisas como uma “onda vermelha”.

Isso não aconteceu, e não vi nenhuma explicação totalmente convincente que me fizesse confiar novamente nas pesquisas políticas dos EUA. (Minha própria tentativa de entender isso concluiu que não apenas o aborto, mas a economia contaram a favor dos democratas — sobre o qual falarei mais abaixo.) O fracasso de 2022 veio além dos erros das pesquisas em 2016 e 2020.

Não que eu seja menos viciado em pesquisas do que qualquer jornalista. As pesquisas são cativantes da mesma forma que outra dose do seu medicamento favorito é, como meu colega Oliver Roeder sugere em sua leitura obrigatória sobre pesquisas no Financial Times do último fim de semana.

E, claro, os pesquisadores têm pensado muito sobre como podem se aproximar mais do resultado real desta vez. Mas nada disso me faz pensar que é sensato acreditar que as pesquisas fornecem mais informações além do simples fato de que não sabemos.

Os chamados modelos de previsão são piores, porque afirmam fornecer mais conhecimento do que as pesquisas, mas fazem o oposto. Esses modelos (como os do 538 e do The Economist) dirão que há uma certa probabilidade de que, por exemplo, Trump vença (52% e 50% no momento em que escrevo, respectivamente).

Mas uma distribuição de probabilidade não é uma previsão — não no caso de um evento único. Mesmo uma probabilidade mais desequilibrada não “prevê” nenhum dos resultados. Diz que ambos são possíveis e, no máximo, que o modelador está mais confiante de que um acontecerá em vez do outro. Uma “previsão” quase 50-50 não diz nada — ou nada mais do que “não sabemos nada” sobre quem vencerá em uma linguagem que finge dizer o contrário. (Nem me faça começar a falar sobre mercados de apostas…).

Neste ponto, é totalmente justo perguntar o que eu prevejo. De tudo que eu disse até agora, admito alegremente que não sei nada sobre quem vencerá. Mas ao longo de muitas colunas, fiz alguns compromissos intelectuais, que têm implicações para o que eu deveria pensar que acontecerá se eu tiver que prever. Então é hora de me arriscar.

Eu prevejo que Harris vencerá, e por uma margem sólida. Por quê? Principalmente porque eu acho que “ainda é a economia, estúpido” que determina a eleição — e porque eu acho que a força da economia dos EUA é mais apreciada pelos eleitores dos EUA do que as pesquisas eleitorais captam. (Além disso, acho que a questão do aborto que ajudou os democratas a superarem as expectativas há dois anos é mais forte hoje.)

O enigma em torno da discrepância entre os fortes resultados econômicos (crescimento real dos salários, um mercado de trabalho forte, um boom industrial) e a falta de apoio ao titular nas pesquisas eleitorais pode ser resolvido de duas maneiras: questionando os dados econômicos ou os resultados das pesquisas eleitorais. A maioria dos observadores tentou encontrar falhas na noção de que a economia é boa.

Por exemplo, é fácil apontar que, embora a inflação tenha diminuído, os preços ainda estão muito mais altos do que antes de dispararem; ou que as altas taxas de juros pesam nas perspectivas de muitas famílias para comprar uma casa. Mas há um elemento de engenharia reversa nisso, buscando os negativos que explicariam a aparente falta de impacto de uma economia forte.

Então, acho mais plausível questionar as pesquisas eleitorais. Isso é apenas parcialmente devido aos fracassos recentes das pesquisas. Também é porque muitos eleitores realmente parecem felizes com a economia.

Ajustado adequadamente para mudanças metodológicas, o índice de sentimento do consumidor de Michigan tem mostrado uma clara tendência de alta desde que a inflação atingiu o pico no verão de 2022, e atingiu níveis semelhantes aos de quatro anos atrás. A medida de confiança do consumidor do Conference Board também aumentou consideravelmente.

Leitores atentos podem, neste ponto, perguntar por que confio nessas pesquisas se não confio nas pesquisas eleitorais. E eu não teria uma resposta convincente —além de apontar que, ao contrário das pesquisas eleitorais passadas, as pesquisas de sentimento têm acompanhado em grande parte a realidade econômica, e retornaram as pontuações mais altas quando os mercados de trabalho estavam fortes, a inflação baixa e os salários reais crescendo.

Eu também apontaria para a maravilhosa descrição do meu colega Robert Armstrong sobre sua visita ao shopping, onde ele observou que, independentemente do que possam dizer, os americanos consomem como se os tempos fossem bons (seu consumo impulsionou outro trimestre forte de crescimento nos dados divulgados na quarta-feira). E, acima de tudo, os fatos falam por si, incluindo aqueles que sempre foram os mais salientes no comportamento dos eleitores dos EUA.

Em outras palavras, não há dúvida de que muitos americanos estão em melhor situação do que há quatro anos. Eu mantenho a crença de que isso, no final, se refletirá no voto. Ao esboçar esse argumento para um colega, fui questionado se isso não é apenas um desejo meu.

O que, claro, é. Mas é um desejo novamente ligado a alguns compromissos intelectuais específicos estabelecidos nas colunas que dediquei à “Bidenomics”, a nova abordagem de política econômica da equipe do presidente Joe Biden, e argumentos econômicos semelhantes.

Como Nicholas Lemann escreve em um excelente artigo na revista The New Yorker: “A ironia da Bidenomics é o vasto abismo entre sua escala — medida em dinheiro e no número de projetos que colocou em movimento — e seu impacto político, que é essencialmente zero, embora uma parte importante de sua justificativa seja política.”

Essa justificativa é uma que escrevi de forma favorável desde antes da presidência de Biden. De fato, escrevi um livro inteiro sobre como uma nova “economia de pertencimento” é o que seria necessário para afastar os eleitores do populismo iliberal e antidemocrático. Então, acolhi as grandes mudanças que Biden presidiu, e concordo com a forma como Lemann as descreve hoje.

É um desejo meu, então, na medida em que há muito tempo argumento que esse tipo de economia deveria render frutos políticos. Embora já faça um tempo desde que vivi nos EUA, meus mais de dez anos lá ainda me fazem acreditar que há eleitores suficientes em estados suficientes que acham o espetáculo de uma nova presidência de Trump desagradável para garantir uma vitória de Harris. Terça-feira colocará minha confiança à prova em ambos os casos.



Leia Mais: Folha

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Família adota cachorrinha abandonada na rua por mulher de moto; tentou alcançar tutora

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O brasileiro que distribui peixes para pessoas carentes de BH (MG) na sexta-feira Santa tem apoio de voluntários que ajudam na missão. -Foto (2024): O Tempo/Estado de Minas

O amor para combater a maldade. A cachorrinha que foi abandonada numa rua deserta pela ex-tutora, pilotando uma moto, é adotada justamente pela família que a encontrou e resgatou. Os nomes desses verdadeiros seres humanos não foram divulgados.

Em Barra Velha, SC, as imagens de uma mulher, pilotando uma moto, e abandonando a cadelinha, causaram indignação. A maltês, de 15 anos, foi cuidada por veterinários e técnicos da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema) depois de ser encontrada.

De acordo com a Fundema, a família que achou a cachorrinha, que ganhou o nome de Julie, demonstrou interesse em adotá-la. Como ela foi muito bem tratada por eles, o processo será rápido.

Amor à primeira vista

Julie foi encontrada perdida no meio de uma rua deserta. Mas as imagens mostraram que a pequena tentou alcançar a ex-tutora, correndo em vão atrás da moto.

A família que encontrou a cachorrinha foi autorizada a adotar a dog. A Fundema apenas prepara a formalização do trâmite burocrático.

De acordo com a fundação, o motivo é que as pessoas que salvaram o pet demonstraram “muito carinho e amor” por ela.

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Cuidados veterinários

O presidente da Fundema, Kaiann Barentin, disse que a cachorrinha está saudável e não tem, aparentemente, nenhuma alteração. Segundo ele, a doguinha foi cuidadosamente examinada e passa bem.

Por cautela, Julie será submetida a mais exames de saúde para verificar o estado geral dela.

É importante porque se trata de um animal de 15 anos que estava sob a guarda de uma pessoa que a abandonou.

Ex-tutora alega problemas mentais

A tutora, única suspeita de abandonar Julie na estrada, alegou surto psicótico e desorientação no momento do ato.

Pela lei pena brasileira, pessoas diagnosticadas com transtornos de ordem mental não podem ser punidas, como as demais.

Porém, a Fundema instaurou procedimento administrativo para aplicação de multa contra a mulher.

Já a Polícia Civil abriu um inquérito para apurar o crime de maus-tratos, segundo o Boa Notícia Brasil.

Julie, essa simpática Maltês de 15 anos, agora terá uma família humana nova e que a ama muito. Foto: Fundema Julie, essa simpática Maltês de 15 anos, abandonada pela ex-tutora na rua, agora terá uma família humana nova e que a ama muito. – Foto: Fundema



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Implante de próteses faz brasileiro voltar a andar; teve 2 pernas amputadas

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Médicos brasileiros fizeram a cirurgia na barriga da mãe. Retiraram o útero e operaram o bebê que iria nascer com malformação na medula. - Foto: TV Globo/Reprodução

Vida nova! O gaúcho Jedimar de Oliveira, de 37 anos, morador de Caxias do Sul, RS, recebeu um implante de próteses e voltou a andar, após quase um ano. O brasileiro, que teve as duas pernas amputadas, foi beneficiado por uma técnica usada é inovadora, a ostointegração, semelhante à aplicada nos implantes dentários.

Oito meses depois da amputação provocada por uma vasculite (inflamação da parede dos vasos sanguíneos, que pode afetar qualquer parte do corpo), Jedimar voltou a sentir o prazer de pisar no chão.

“O que mais me perguntam é se sinto dor. E não, não sinto nada. É como se minhas pernas ainda estivessem aqui. Desde que instalei as próteses, tenho a consciência de onde estou pisando”, disse o homem.

Como funciona

As próteses mantêm Jedimar de pé e foram instaladas com a mesma técnica utilizada em implantes dentários.

A chamada osteointegração implantou na tíbia de Oliveira uma haste metálica e as próteses foram acopladas diretamente nela, o que facilita a adaptação e garante movimentos muito próximos dos naturais.

A operação realizada pela equipe de ortopedia do Pompéia Ecossistema de Saúde foi a primeira da América Latina feita nas duas pernas e anexada à tíbia.

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Reaprender a caminhar

As duas hastes metálicas são implantadas nas tíbias de Jedimar para que consiga ter segurança para ficar de pé e andar. As próteses são acopladas com precisão, segundo NB Notícias.

A coordenadora do curso de Fisioterapia da FSG, Alexandra Renosto, explicou que antes do grande dia, de colocar as próteses, Jedimar fez uma série de exercícios para “reaprender a caminhar”.

“Não é exagero dizer que ele precisou reaprender a caminhar. Ele ainda está, inclusive, em processo de aprendizagem. Precisamos respeitar a integração do osso com o implante e começamos de forma progressiva a soltar o peso dele nas próteses”, disse.

Osteointegração no Brasil

Desenvolvida na Suécia nos anos 1990, a osteointegração é uma técnica considerada recente no Brasil devido ao custo elevado.

No caso de Jedimar, a equipe que o tratou fez campanha para arrecadar recursos e financiar o tratamento. Deu certo!

A inovação foi trazida ao país pelo ortopedista Marcelo Souza e pelo protesista Tiago Bessa, que realizaram o primeiro procedimento do tipo em 2022, em uma paciente com amputação na perna direita devido a câncer ósseo.

Desde então, 24 pacientes já passaram pela técnica no Brasil e na Argentina.

O brasileiro Jedimar é o primeiro no país a receber implante de próteses nas duas pernas e consegue andar. Para conseguir receber os implantes, a equipe do hospital fez campanha para arrecadar dinheiro. Foto: @J3dmar O brasileiro Jedimar é o primeiro no país a receber implante de próteses nas duas pernas amputadas e consegue andar. Para conseguir receber os implantes, a equipe do hospital fez campanha para arrecadar dinheiro. Foto: @J3dmar

Veja o Jedimar de Oliveira caminhando normalmente com as próteses:



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Sai ranking das melhores comidas de rua do mundo; coxinha na lista!

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O brasileiro Jedimar de Oliveira, de 37 anos, do RS, é o primeiro a receber este implante de próteses nas duas pernas amputadas, e volta a andar após oito meses.- Foto: @j3dmar

Monique de Carvalho

18 / 04 / 2025 às 09 : 56

A coxinha é a comida que representa nosso país no ranking das melhores comidas de rua do mundo. – Foto: TesteAtlas

Comida de rua é mais do que alimentação: é cultura, memória e afeto. E o mundo todo parece estar descobrindo isso, prato por prato. Um novo ranking divulgado pelo site TasteAtlas mostrou quais são as melhores comidas de rua do mundo— e o Brasil ganhou seu espacinho com a saborosa coxinha!

O ranking foi formado com base nas notas dadas por pessoas do mundo todo, que experimentaram os pratos em seus países de origem. A lista virou uma verdadeira viagem gastronômica, passando por sabores da Argélia, China, Indonésia, México, Índia e, claro, do Brasil.

Entre bolinhos recheados, massas fritas e combinações exóticas, a coxinha brasileira se destacou. Mesmo sem estar no topo, o fato de ter sido lembrada entre tantas delícias do planeta já é motivo de orgulho pra gente!

As campeãs do sabor

O topo do ranking ficou com pratos de três países diferentes, mostrando a diversidade e criatividade que a comida de rua pode ter. Em primeiro lugar, veio a Karantika, da Argélia. Feita com farinha de grão-de-bico, água, óleo, pimenta, sal e ovos, a mistura vai ao forno e vira uma espécie de torta douradinha por fora e cremosa por dentro. É servida quentinha em barraquinhas e padarias, principalmente na cidade de Oran.

O segundo lugar ficou com o Guotie, um tipo de dumpling chinês muito famoso. O bolinho é recheado com carne de porco, repolho, gengibre, cebolinha e outros temperos. A técnica de preparo também é especial: primeiro se frita a base, depois se adiciona água para cozinhar no vapor. O resultado é uma delícia crocante e suculenta ao mesmo tempo.

Na terceira posição, a Indonésia marcou presença com o Siomay, um bolinho de peixe no vapor. Ele vem acompanhado de ovos, batatas, tofu e até melão amargo. Tudo é servido com um molho de amendoim bem temperado, molho de soja doce e suco de limão. Uma explosão de sabores!

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Coxinha brasileira representa no ranking

O Brasil apareceu na 62ª posição com a amada coxinha de São Paulo. O salgado, tão comum em padarias e lanchonetes, ganhou o coração dos avaliadores. A casquinha crocante e dourada por fora, com recheio macio e cremoso de frango desfiado por dentro, fez sucesso.

A coxinha representa bem o jeitinho brasileiro de transformar ingredientes simples em algo especial. É comida de festa, de lanche rápido, de infância. E agora, também é reconhecida mundialmente como uma das melhores comidas de rua!

Top 10 das melhores comidas de rua segundo o TasteAtlas

  • Karantika – Argélia
  • Guotie – China
  • Siomay – Indonésia
  • Quesabirria – México
  • Parotta – Índia
  • Kulcha de Amritsari – Índia
  • Ohn no khao swè – Mianmar
  • Tacos – México
  • Shawarma – Líbano
  • Bánh mì – Vietnã

TasteAtlas

A lista do TasteAtlas é mais do que um ranking. Ela mostra como a comida de rua é parte essencial da identidade dos povos. São pratos feitos com carinho, vendidos em barraquinhas, mercados ou pequenas lanchonetes, muitas vezes com receitas passadas de geração em geração.

O TasteAtlas é uma plataforma especializada em gastronomia mundial. O site reúne informações sobre comidas típicas, bebidas, ingredientes e pratos regionais, sempre com base nas experiências reais dos usuários.

Veja a lista completa das melhores comidas do mundo neste link.

Karantika, da Algeria - Foto: TesteAtlas

Karantika, da Algeria – Foto: TesteAtlas

Guotie, da China - Foto: TesteAtlas

Guotie, da China – Foto: TesteAtlas

Siomay, da Indonésia - Foto: TesteAtlas

Siomay, da Indonésia – Foto: TesteAtlas

Birria tacos (Quesabirria), do México - Foto: TesteAtlas

Birria tacos (Quesabirria), do México – Foto: TesteAtlas

Parotta, da Índia - Foto: TesteAtlas

Parotta, da Índia – Foto: TesteAtlas



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