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Laudo diz que superaquecimento em celular provocou incêndio em ônibus na BR-364

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O acondicionamento irregular de celulares no compartimento de bagagem pode ter sido a causa do incêndio que destruiu o veículo ônibus da empresa Petroacre Transportes Ltda, que fazia o trajeto entre Cruzeiro do Sul e Rio Branco, na madrugada do último dia 22 de setembro.

O sinistro ocorreu na zona rural do município de Sena Madureira.

De acordo com o laudo pericial, assinado pelo engenheiro mecânico, Marcelo Jorge Torre, o fato ocorrido se trata de um acidente incomum, cuja origem mais provável foi a de uma explosão de uma ou mais bateria de celulares que estavam na mala de um passageiro acondicionados em material seco de fácil combustão –roupas e tecido de malas–. O laudo descarta totalmente a hipótese de pane por condições de manutenção ou conservação do veículo.

O ônibus saiu de Cruzeiro do Sul às 19 horas do dia 21 de setembro de 2020, e incendiou-se na BR-364, por volta de 3horas da madrugada do dia seguinte. Ninguém ficou ferido.

Todos os passageiros foram retirados do veículo em segurança, sendo posteriormente transportados para o destino de origem, através do veículo de socorro fornecido pela Petroacre. Os usuários conduzidos foram recepcionados na Rodoviária Internacional de Rio Branco, onde de imediato, a empresa iniciou as providências legais.

“Diante desse fato novo, a Petroacre já iniciou tratativas visando deflagrar, em todo o Estado, uma grande campanha de conscientização popular. A ideia é provocar um debate forte, capaz de ajustar protocolos com base em experiências bem sucedidas na aviação civil, sem quaisquer comparações, no sentido de conscientizar os usuários do transporte público sobre deslocar produtos diversos com a devida orientação e segurança”, explicou Marcelo Alves Cavalcante, diretor da Petroacre.

O engenheiro mecânico Marcelo Jorge Torre, responsável pelo laudo, após ter ciência de todo o exposto, e confrontar todas as provas concluiu que não ocorreu pane por condições de manutenção ou conservação do veículo. “Não foi vislumbrado outra indicação que não seja incêndio no compartimento de bagagem, onde estavam os equipamentos eletrônicos”, destacou.

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Ufac assina termos de pesquisas da iniciativa Amazônia+10 — Universidade Federal do Acre

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Ufac assina termos de pesquisas da iniciativa Amazônia+10 — Universidade Federal do Acre

A reitora da Ufac, Guida Aquino, assinou os termos de outorga das pesquisas aprovadas no edital Expedições Científicas, da iniciativa Amazônia+10. A cerimônia foi realizada na sexta-feira, 28, na sede da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Acre (Fapac), no anexo do e-Amazônia, campus-sede, e reuniu pesquisadores, representantes institucionais e autoridades.

O edital, que mobilizou 18 universidades, colocou a Ufac em 4º lugar no ranking de propostas submetidas. A instituição foi contemplada com dois projetos, nas áreas de paleontologia e patógenos, coordenados pelos professores Carlos d’Apolito Júnior e Cíntia Daudt.

Guida Aquino destacou a importância da iniciativa para a valorização da ciência na Amazônia e o fortalecimento das pesquisas desenvolvidas na universidade. “Estamos sempre lutando por mais recursos e reconhecimento para nossa região. Conseguimos aprovar dois projetos relevantes nesse edital, o que mostra o nível de excelência da nossa universidade e a dedicação dos nossos pesquisadores.”

Carlos D’Apolito explicou que sua pesquisa busca expandir o conhecimento sobre o registro fóssil da Amazônia Ocidental. “Com esse financiamento, poderemos realizar expedições a áreas remotas para coletar fósseis, contribuindo para um melhor entendimento da história geológica da região.”

Já Cíntia Daudt coordena um estudo sobre agentes zoonóticos em espécies cinegéticas na Amazônia Ocidental, em parceria com a Fiocruz-Rondônia e a UFRGS. “A ideia é identificar os riscos de transmissão de doenças associadas ao consumo de carne de caça e promover ações educativas para as comunidades locais”, disse.

Também estiveram presentes na cerimônia o diretor de Pós-Graduação, Lisandro Juno Soares Vieira, que representou a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação, Margarida Lima Carvalho, além dos pesquisadores da Ufac contemplados no edital; a coordenadora técnica do programa Amazônia+10 na Fapac, Jussara de Brito e a equipe técnica da fundação. Pelo governo do Estado, participaram o titular da Secretaria de Indústria, Ciência e Tecnologia, Assurbanípal Barbary Mesquita, e a secretária adjunta da Secretaria de Estado de Planejamento, Kelly Lacerda, representando o secretário Ricardo Brandão.



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Parceria entre Segurança e Saúde proporciona voo emocionante a jovem que luta contra o câncer

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Aline Vitória

“Um sentimento quase indescritível de realização. Caiu a ficha de que eu consegui chegar aqui e realizar o meu sonho”, foi assim que o jovem Tiago Castro, de 17 anos, descreveu a emoção de sobrevoar a capital de helicóptero.

Tiago teve uma recepção calorosa pela equipe de pilotos do Ciopaer. Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp

Meigo, carismático e dono de um sorriso radiante, o adolescente é um verdadeiro guerreiro, tem enfrentado uma dura batalha contra o câncer há quase um ano. Nascido em Cruzeiro do Sul e atualmente morando em Rio Branco, devido ao tratamento, sempre teve sonhos grandiosos. 

O sonho que agora se tornou uma realidade, começou muito cedo, quando Thiago desejou alistar-se ao Exército Brasileiro e se tornar paraquedista para sentir a adrenalina de voar de helicóptero antes de saltar de paraquedas. 

Tiago conhece o hangar do Centro Integrado de Operações Aéreas. Vivendo um sonho. Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp

Em junho de 2024, surgiu um desafio inesperado: o diagnóstico de um câncer no fêmur direito, com agravamento da doença, a perna dele precisou ser amputada até a altura da coxa.

Diante de tantas mudanças, Tiago acabou deixando o sonho de voar adormecido. “Até então, eu estava tentando esquecer esse sonho”, declarou.

Entre as nuvens e os sonhos

Tiago Castro e Norma Calisto. Norma sente-se realizada ao poder ver o sorriso radiante de gratidão do guerreiro Tiago. Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp

Neste período de tratamento o caminho de Thiago se cruzou com o de Norma Calisto, enfermeira pediátrica da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), a quem o jovem chama carinhosamente de “Tia”,  ela foi quem encaminhou o pedido do voo, uma parceria entre a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), por meio do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e a Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre).

“Essa união entre a Secretaria de Saúde e a Segurança Pública, para tornar possível esse voo, nos renova. É gratificante, confortante. Nos dá força para continuar”, afirmou emocionada. 

O sonho, então, renasceu no coração de Thiago e na última terça-feira, 4, o adolescente pôde admirar a capital lá do alto. “Tia Norma perguntou se eu tinha algum desejo. Respondi que sim, que queria andar de helicóptero”, contou ele.

“Tia Norma perguntou se eu tinha algum desejo. Respondi que sim, que queria andar de helicóptero”. Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp

“Esse momento significa muito, não apenas para o Tiago, nos toca profundamente, como equipe”, disse Norma. 

“Desde ontem já estávamos vivendo esse sonho, porque nem esperávamos que aconteceria, ainda mais tão rápido”, relatou Maria Laíria. Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp

Quem viveu toda a emoção ao lado do jovem foi a mãe, Maria Laíria. “Desde ontem já estávamos vivendo esse sonho, porque nem esperávamos que aconteceria, ainda mais tão rápido. O mês de fevereiro foi muito difícil, passamos a maior parte do tempo no hospital devido à piora do Tiago. Hoje, para nós, é um sonho realizado que, sozinhos, não conseguiríamos tornar possível. Só tenho a agradecer a todos que nos ajudaram e demonstraram que não estamos sozinhos nessa luta contra o câncer”,  relatou com lágrimas.

Um voo especial também para a equipe de pilotos.

“A Sejusp, por meio do Ciopaer, pôde proporcionar a realização desse sonho do Tiago, isso nos faz refletir que a missão do Centro Integrado de Operações Aéreas vai além de resgates aeromédicos, policiamento, fiscalização ambiental e outras demandas. A concretização do sonho de um jovem, que entre tantos desafios que vem enfrentando a cada dia, nos ensina que a fé, o amor, a força e a perseverança são combustível para que possamos, em cada missão, fazer o nosso melhor, servindo o nosso estado do Acre”, declarou o coordenador do Ciopaer, Sérgio Albuquerque.

“Isso nos faz refletir que a missão do Centro Integrado de Operações Aéreas vai além de resgates aeromédicos”, disse o coordenador do Ciopaer, Sergio Albuquerque. Foto: Dhárcules Pinheiro/Sejusp

Naquela manhã, onde as nuvens abriram espaço para a realização de um desejo tão especial, Tiago não apenas voou, ele provou que sonhos não são esquecidos, apenas esperam o momento certo para decolar. Nos céus do Acre, por alguns instantes, ele foi exatamente quem sempre quis ser: livre, forte e cheio de vida.

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Modernização da radioterapia na Unacon reforça o combate ao câncer no Acre

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Luana Lima

O governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), segue avançando na modernização do Hospital do Câncer do Acre – Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon). Com investimentos robustos em tecnologia, a unidade consolidou sua estrutura de radioterapia com um acelerador linear de alta precisão e o restabelecimento da braquiterapia, ampliando significativamente a qualidade e a eficiência dos tratamentos oncológicos no estado.

Hospital do Câncer do Acre – Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon). Foto: Luan Martins/Sesacre

Tecnologia de ponta

A introdução do acelerador linear na Unacon, implementado em março de 2021, representou uma mudança significativa no tratamento do câncer no estado. O equipamento, um dos mais modernos da radioterapia, permite procedimentos altamente precisos, reduzindo danos aos tecidos saudáveis e tornando o tratamento mais seguro e eficaz.

Acelerador linear Varian importado dos Estados Unidos, considerado o mais moderno do mundo, doado pelo Ministério da Saúde. Foto: Luan Martins/Sesacre

Desde sua ativação, a capacidade de atendimento diário saltou de 40 para 80 pacientes, reduzindo drasticamente o tempo de espera. Hoje, os pacientes iniciam o tratamento, em média, apenas três dias após a triagem, evitando deslocamentos para outros estados. Já foram tratados até o momento, 1.500 pacientes.

Outro avanço crucial foi a retomada da braquiterapia, um método de radioterapia interna que aplica radiação diretamente no tumor, garantindo maior eficácia e menor impacto nos tecidos adjacentes.

Secretário de Saúde, Pedro Pascoal. Foto: Odair Leal/Sesacre

O secretário de Saúde do Acre, Pedro Pascoal, destacou o impacto positivo dessa modernização para o estado e toda a região: “Este avanço representa um divisor de águas na oncologia acreana. Conseguimos atender integralmente nossos pacientes sem a necessidade de transferências para outros estados. Além disso, o Acre agora se tornou referência na região Norte, passando a receber pacientes de Rondônia, sul do Amazonas e até de países vizinhos, como Peru e Bolívia. Isso demonstra não apenas um salto tecnológico, mas também um compromisso real com a saúde pública e o bem-estar da nossa população.”

Médico radioncologista Melk Hadad enfatizou os benefícios dessa estrutura. Foto: Luan Martins/Sesacre

O médico radioncologista Melk Hadad enfatizou os benefícios dessa estrutura: “Com essa tecnologia, conseguimos atingir os tumores de maneira muito mais precisa, reduzindo o número de sessões de radioterapia. Antes, eram necessárias até 25 aplicações; agora, estamos reduzindo progressivamente e queremos chegar a apenas cinco sessões para alguns casos.”

Impacto na vida dos pacientes

Com o aprimoramento da Unacon, pacientes que antes precisavam viajar para outros estados podem agora realizar seus tratamentos em Rio Branco, evitando desgaste físico e emocional.

O aposentado Antônio José Almeida de Souza, de 70 anos, compartilhou sua experiência: “Fiz 39 sessões aqui na Unacon e adorei o atendimento. Os médicos, enfermeiros e técnicos foram muito atenciosos. Antigamente, a gente ouvia falar do Unacon e ficava com medo. Agora, somos bem tratados, o hospital está excelente. Dá até saudade de voltar e rever os amigos que fiz aqui!”

Aposentado Antônio José Almeida de Souza, de 70 anos, compartilhou sua experiência. Foto: Luan Martins/Sesacre

Desde fevereiro de 2024, quando a braquiterapia foi restabelecida, mais de 50 pacientes (100 inserções) já passaram pelo tratamento, reduzindo filas e acelerando diagnósticos e intervenções.

Como funciona o tratamento na Unacon?

A modernização trouxe avanços significativos na precisão dos tratamentos. O processo começa com uma tomografia que gera imagens detalhadas da área a ser tratada. Essas imagens são analisadas pelo médico, que delimita com exatidão o tumor e as áreas a serem protegidas.

Processo começa com uma tomografia que gera imagens detalhadas da área a ser tratada. Foto: Luan Martins/Sesacre

“Antes, esse processo era feito manualmente, utilizando blocos físicos que levavam dias para serem preparados. Agora, com tecnologia de 120 micromotores, conseguimos ajustar a proteção em segundos, tornando o tratamento mais ágil e preciso”, explica o Dr. Melk Hadad.

Após essa etapa, físicos médicos realizam cálculos detalhados para garantir que a radiação atinja apenas a região necessária, minimizando riscos aos órgãos saudáveis. Todo o procedimento é rigorosamente planejado antes da aplicação da radiação no acelerador linear, garantindo segurança e eficácia.

“A sala do acelerador linear foi construída com paredes de 3,40 metros de espessura, feitas de concreto especial, para impedir a dispersão da radiação. Tudo é calculado de forma minuciosa, garantindo que a energia fique completamente contida dentro da estrutura”, enfatiza Hadad.

A evolução da braquiterapia

A Unacon também expandiu a oferta de braquiterapia, essencial para o tratamento de tumores ginecológicos, como o câncer de colo de útero. Neste procedimento, pequenas fontes de radiação – do tamanho de um grão de arroz – são inseridas diretamente no tumor por meio de aplicadores especializados.

Unacon também expandiu a oferta de braquiterapia, essencial para o tratamento de tumores ginecológicos, como o câncer de colo de útero. Foto: Luan Martins/Sesacre

“Posicionamos os aplicadores dentro da paciente e, através de cabos conectados ao aparelho, fazemos a liberação da radiação de forma controlada. O procedimento dura cerca de 15 minutos, mas a paciente pode precisar ficar até uma hora na posição para garantir o sucesso da terapia”, explica o Dr. Hadad.

Investimentos e perspectivas futuras

A modernização da radioterapia na Unacon representou um investimento superior a R$ 10 milhões, incluindo aquisição de equipamentos de última geração e capacitação da equipe. Atualmente, a unidade opera com um acelerador linear, mas já possui infraestrutura pronta para a instalação de uma segunda máquina, aumentando ainda mais a capacidade de atendimento.

Modernização da radioterapia na Unacon representou um investimento superior a R$ 10 milhões, incluindo aquisição de equipamentos de última geração e capacitação da equipe. Foto: Luan Martins/Sesacre

O treinamento da equipe foi uma prioridade. Técnicos passaram seis meses em capacitação no Rio de Janeiro, em parceria com o Ministério da Saúde e o Pronon (Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica). Além disso, médicos radioncologistas foram qualificados em centros de referência como o Hospital Albert Einstein e o Hospital do Amor.

Para o futuro, novas expansões estão previstas. Em abril de 2025, a Unacon receberá um tomógrafo acoplado ao acelerador linear [OBI (on-board imaging], que permitirá a obtenção de imagens 3D em tempo real, garantindo ainda mais precisão ao tratamento.

Em abril de 2025, a Unacon receberá um tomógrafo acoplado ao acelerador linear, que permitirá a obtenção de imagens 3D em tempo real, garantindo ainda mais precisão ao tratamento. Foto: Luan Martins/Sesacre

“Com essa inovação, um paciente de cidades como Feijó, Tarauacá ou Brasileia, que antes precisava passar semanas em Rio Branco, poderá concluir o tratamento em menos de uma semana. Isso significa menos desgaste, menos custos e mais qualidade de vida”, afirma Hadad.

Os avanços na Unacon consolidam o Acre como um polo regional no tratamento oncológico. Com um sistema de saúde cada vez mais tecnológico, humanizado e eficiente, o Estado não apenas evita deslocamentos de pacientes, mas também amplia o acesso a terapias mais modernas e seguras. O futuro da oncologia acreana se desenha com mais inovação, qualidade e compromisso com a vida.

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