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Leitores criticam editorial da Folha sobre política fiscal – 22/12/2024 – Painel do Leitor
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Editorial
“A conta do almoço grátis chega cedo ou tarde” (Editoriais, 21/12). O editorial peca pela falta de referência aos grandes responsáveis pela gastança e tumulto financeiro, ou seja, os deputados e senadores. Esses são os verdadeiros “vendilhões do templo”, como se o Brasil vivesse sob regime parlamentarista. Lamentável!
Geraldo Tadeu Santos Almeida (Itapeva/SP)
É impressionante a postura deste jornal em relação ao governo Lula. Nada, ou quase nada se atribui a esta gestão que tanto tem feito pela economia. Necessário se faz, caros editorialistas, que deem crédito ao que até aqui se conseguiu e cessem as ameaças veladas de encerramento prematuro do governo. Torçamos pelo Brasil e não pela piora na economia.
Ines Vieira Lopes (Campinas, SP)
Parabéns à Folha pelo editorial técnico, simples e objetivo. Eu só faria uma correção na análise: eu não acredito que essas mentes que conduziram a economia e a política até aqui tenham credibilidade e sustentabilidade para correções de rota. O governo virou suco… com STF e tudo.
Ruy Quintão (Rio de Janeiro, RJ)
A Folha esquece que o principal foi tentado pelo governo: cortar subsídios desnecessários e absurdos. O Congresso não deixou. O pacote encaminhado pelo governo também foi desidratado pelo mesmo Congresso —de direita. Agora, em vez de cortar na carne pela parte de cima da pirâmide, parece que o jornal propõe um choque à la Milei, com todas as consequências nefastas para os mais pobres que isso traz. Ou controlar os gastos a troco de 50% da população abaixo da linha da pobreza é razoável?
Laura Mourão (Manaus, AM)
Covid e Trump
“Governar na era entre Covid e Trump é difícil no mundo todo” (Celso Rocha de Barros, 21/12). Durante a pandemia, enquanto tivemos de socorrer as pessoas, os bilionários se multiplicaram, aqui e no resto do mundo, indicando que uma parte significativa do gasto foi parar no ralo dos já muito ricos. Não seria a hora de cobrar a participação deles para o ajuste?
Berenice Gaspar de Gouveia (Rio de Janeiro, RJ)
Brasília Hoje
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Lula
“Lula chega à metade de seu 3º mandato sem marca clara de governo” (Política, 21/12). Lula tirou o país do mapa da fome, promoveu um dos maiores crescimentos econômicos da história, batendo PIB trimestral até dos EUA. Conseguiu também recorde histórico na promoção de emprego, promoveu o país no exterior com recordes de vendas dos nossos produtos de valor agregado.
Alexandre Sartori Barbosa (Curitiba, PR)
Como não tem marca? Tem a marca da irresponsabilidade fiscal e da recessão que virá lá na frente, como já aconteceu no passado.
Helio A. Loureiro (São José dos Campos, SP)
Bilionários
“Veja quanto os bilionários brasileiros perderam com a disparada do dólar” (Mercado, 21/12).
Enquanto perdurar o abismo entre pobres e ricos, nada irá mudar. No norte da Europa, a diferença entre o piso e o teto salarial não chega a dez vezes; aqui, quase chega a cem.
Marcos Fernando Dauner (Joinville, SC)
Em que pese as razões do mercado, há outras também muito importantes que não foram consideradas na matéria. Não se pode ter uma concepção maniqueísta. Afinal, na forma apresentada, parece que o governo é o vilão que impede os ricos de se tornarem mais ricos. Não há soluções simples para questões complexas.
Romério Pereira de Melo (Uberlândia)
Eastwood
“Clint Eastwood retorna e questiona a verdade no primoroso ‘Jurado Nº 2’” (Ilustrada, 19/12).
Profunda a análise de Sérgio Alpendre sobre o brilhante filme “Jurado Nº 2”. A enorme complexidade do enredo é dissecada pelo articulista com precisão e está repleta de referências cinematográficas. Conceitos como verdade e imparcialidade desaguam num drama moral que não tem saída fácil e tampouco consegue apaziguar o espectador.
Luiz Roberto da Costa Jr. (Campinas, SP)
Tecnologia
“Saudades do Tumblr, do iPod, do Google Glass?” (Ruy Castro, 22/12). De fato, para acompanhar as novidades tecnológicas, seria preciso comprar novos dispositivos duas vezes por ano. E o que fazer com os LPs e CDs? Abandoná-los ao pó em troca do streaming? De jeito nenhum!
Carla C. Oliveira (São Paulo, SP)
Boas-festas
A Folha agradece e retribui os votos de boas-festas recebidos de Cinemateca Brasileira/SAC, Zenker Consultoria, Canvas Bar&Restaurante do Hilton São Paulo Morumbi, Art Presse Comunicações e Marcus Lima Arquitetura e Urbanismo Ltda.
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R$ 600 mil para mais pontos e prêmios instantâneos de até R$ 300 mil
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22 de dezembro de 2024Share
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O quinto sorteio da Tele Sena de Natal 2024, realizado em 22 de dezembro, movimentou milhares de participantes em todo o Brasil. A edição especial, uma das mais aguardadas do ano, já distribuiu diversos prêmios e promete encerrar 2024 com uma celebração memorável. As dezenas sorteadas nesta etapa foram: 16, 25, 44, 46 e 47, números que poderão transformar a vida de muitos consumidores. Além disso, os prêmios incluem modalidades como “Mais Pontos”, com a impressionante recompensa de R$ 600 mil, e “Menos Pontos”, garantindo até R$ 500 mil para quem fizer menos acertos.
A campanha deste ano é marcada pela variedade de prêmios, que vão de quantias em dinheiro a carros e outros bens de consumo. A proposta inovadora da Tele Sena de Natal tem atraído tanto participantes regulares quanto novos interessados, que encontram nessa modalidade de sorteios uma oportunidade de mudar de vida. Até o momento, cinco sorteios já foram realizados, e a expectativa cresce com a chegada do sorteio final, marcado para o próximo domingo, 29 de dezembro.
Desde seu lançamento, em 1991, a Tele Sena se consolidou como um dos títulos de capitalização mais populares do Brasil, sempre trazendo inovações em suas edições. A edição de Natal 2024 reforça essa tradição, com promoções adicionais como o “Rapa Tudo no Ganhe Já” e prêmios de hora em hora, oferecendo entretenimento e esperança aos brasileiros.
Modalidades de premiação na edição de Natal 2024
A Tele Sena de Natal 2024 trouxe algumas das modalidades mais tradicionais e outras inéditas, ampliando as possibilidades de premiação. Conheça os principais formatos de prêmios disponíveis nesta campanha:
- Mais Pontos: Principal premiação desta edição, com o prêmio de R$ 600 mil para o participante que acumular o maior número de acertos até o final dos sorteios.
- Menos Pontos: Uma abordagem inclusiva, premiando até R$ 500 mil para quem acumular o menor número de pontos, garantindo chances de vitória mesmo para os que têm menos sorte.
- Rapa Tudo no Ganhe Já: Prêmios instantâneos que podem chegar a R$ 300 mil, além de milhares de outros brindes menores.
- Prêmios de Hora em Hora: R$ 1 mil distribuídos a cada hora, totalizando 35 dias consecutivos de premiações contínuas.
- Promoção Comercial: Participantes têm a chance de ganhar R$ 5 mil e concorrer no Painel do “X” no programa do SBT, com possibilidades de conquistar prêmios adicionais como automóveis, motos e eletrônicos.
A tradição do sorteio natalino
A Tele Sena de Natal é uma das edições mais tradicionais e aguardadas pelos brasileiros. Desde o início, a campanha busca celebrar o espírito natalino, oferecendo aos consumidores uma experiência que mistura entretenimento e esperança. Este formato especial nasceu com o objetivo de oferecer prêmios grandiosos no final do ano, período em que muitas famílias buscam renovar suas expectativas para o ano seguinte.
O formato de premiações inclui tanto modalidades instantâneas quanto prêmios acumulativos, o que garante uma abrangência maior para todos os perfis de participantes. A inovação contínua em cada edição mantém o público fiel e engajado, com muitas histórias de vencedores emocionantes ao longo dos anos.
Os números e a evolução dos sorteios
A edição de Natal deste ano contou com cinco sorteios já realizados, cada um trazendo novas emoções para os participantes. Confira os números sorteados até agora:
- 1º sorteio (24/11/2024): 15, 19, 35, 37, 40.
- 2º sorteio (01/12/2024): 29, 30, 38, 41, 42.
- 3º sorteio (08/12/2024): 07, 13, 24, 36, 39.
- 4º sorteio (15/12/2024): 02, 04, 23, 43, 49.
- 5º sorteio (22/12/2024): 16, 25, 44, 46, 47.
O sorteio final está programado para 29 de dezembro, encerrando com chave de ouro a campanha natalina. Os participantes podem acompanhar as transmissões ao vivo pelo SBT ou pelo canal oficial da Tele Sena no YouTube.
Como participar e acompanhar os resultados
Adquirir uma Tele Sena é um processo simples e acessível. Os títulos podem ser encontrados em casas lotéricas, bancas de jornal e em pontos de venda autorizados em todo o Brasil. Outra alternativa é a compra digital, diretamente pelo site oficial da Tele Sena, o que facilita o acesso para quem não pode se deslocar fisicamente.
O custo do título é de R$ 15, permitindo que diferentes perfis de público possam participar. Além disso, a facilidade de acompanhar os sorteios pela televisão ou internet amplia ainda mais o alcance da campanha.
Impacto econômico e social da Tele Sena
A Tele Sena tem um impacto significativo tanto para os consumidores quanto para os setores envolvidos em sua distribuição e promoção. A geração de empregos temporários em períodos de campanha, como o Natal, é um dos efeitos mais positivos, movimentando o comércio e a publicidade. Além disso, os prêmios distribuídos ajudam a transformar vidas, como no caso de famílias que utilizam os valores ganhos para quitar dívidas, adquirir imóveis ou investir em pequenos negócios.
O caráter acessível da Tele Sena também contribui para seu sucesso. Com um investimento inicial baixo, qualquer pessoa pode participar e ter chances reais de ganhar. Essa democratização das oportunidades reforça a popularidade do título de capitalização.
Curiosidades sobre a história da Tele Sena
- A primeira edição da Tele Sena foi lançada em novembro de 1991, com prêmios que já atraíam milhões de brasileiros.
- A campanha de Natal é uma das mais antigas e tradicionais, estando presente desde os primeiros anos da Tele Sena.
- Entre os vencedores das edições passadas, há histórias inspiradoras, como a de um aposentado que usou o prêmio para reformar sua casa e ajudar a comunidade local.
Relatos de participantes e vencedores
“Ganhar na Tele Sena foi uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida. Com o prêmio, consegui quitar todas as minhas dívidas e ainda sobraram recursos para abrir meu próprio negócio. É um sentimento de gratidão imenso”, relata Maria dos Santos, ganhadora do prêmio “Mais Pontos” na edição de 2023.
“Mesmo com poucos pontos na cartela, ainda tinha esperança de ganhar na modalidade ‘Menos Pontos’. Quando soube que fui contemplado, foi como se um sonho tivesse se tornado realidade. Agora, posso realizar o sonho de dar uma vida melhor para minha família”, conta João Carlos, vencedor em 2022.
Crescimento nas redes sociais
As campanhas da Tele Sena têm uma forte presença digital, principalmente nas redes sociais como Instagram, Twitter e Facebook. O uso de hashtags, publicações de histórias de vencedores e interação com o público ampliam o alcance da campanha, tornando-a ainda mais relevante nos dias de hoje.
Em 2024, a edição de Natal bateu recordes de menções nas redes, com milhares de comentários e compartilhamentos. Depoimentos de participantes, vídeos de entrega de prêmios e até memes envolvendo as cartelas contribuíram para o sucesso online.
Estatísticas e dados adicionais
- Mais de 1 milhão de cartelas da edição de Natal 2024 foram vendidas até o momento.
- Desde o lançamento, a Tele Sena já premiou mais de 2 mil participantes em modalidades acumulativas.
- O total de prêmios distribuídos em todas as edições supera os R$ 300 milhões.
Perspectivas futuras e próximos passos
Com o encerramento da campanha de Natal, a expectativa já se volta para as edições futuras, como a Tele Sena de Carnaval e a de Páscoa, que também trazem prêmios atrativos e novidades para os consumidores.
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Sob sombra da Síria, China mira blindar Xinjiang de ataque – 22/12/2024 – Mundo
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22 de dezembro de 2024 Nelson de Sá
Numa tarde de domingo, famílias das etnias uigur e han lotavam os corredores, lojas e brinquedos de um shopping de Urumqi, capital de Xinjiang, região autônoma no extremo oeste da China. Um casal testava um Tesla, entre as lojas da Samsung e da Gap, na frente do café da rede Luckin, que derrubou a Starbucks no país. O KFC tinha fila. Os cartazes de cinema anunciavam o indiano “Maharaja” e os americanos “Gladiador 2” e “Mufasa, O Rei Leão”.
Cenas comuns em um centro de compras, mas para entrar é preciso passar pelo controle de segurança, com raio-x de mochila e bolsa e do corpo. Também há dois blindados militares e um carro de polícia sobre a calçada. Há oito anos sem atentados vinculados a grupos separatistas da minoria muçulmana uigur, Xinjiang continua sob aparato ostensivo, que contrasta com cidades como Pequim ou Xangai.
A Folha acompanhou um simpósio sobre segurança social na cidade, a convite do Ministério de Relações Exteriores da China, junto com veículos de países como Cazaquistão, Coreia do Sul e França.
O evento se concentrou em questionamentos às sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos à produção industrial e agrícola na região, agora sob o argumento de existir “trabalho forçado”. Mas o noticiário da tomada do poder na Síria por militantes islâmicos, entre eles um número não definido de uigures, trouxe de volta a sombra da violência.
Até onde foi possível acompanhar, a questão não foi abordada abertamente no seminário, mas participantes comentaram o assunto com a reportagem. O turco Adnan Akfirat, que preside a Associação Turquia-China de Desenvolvimento Empresarial, diz que há uma década e meia “houve conexão entre o terrorismo na Síria e em Xinjiang, quando alguns uigures foram treinados lá pela Al Qaeda, voltaram e atacaram”.
Akfirat se mudou para Urumqi há um ano, visando “trazer mais empresas turcas para se beneficiar e ajudar no desenvolvimento de Xinjiang”. O ministro turco do Exterior, Hakan Fidan, encontrou-se recentemente com o secretário do Partido Comunista em Xinjiang, Ma Xingrui. Anunciaram cooperação antiterrorismo e em áreas como agricultura e aviação civil. Ancara é próxima das principais milícias agora no poder na Síria.
Um acadêmico libanês, que pediu para não ter o nome mencionado, concordou com Akfirat que não há risco de entrada dos militantes em Xinjiang. Mas declarou que a milícia uigur hoje na Síria teria treinado com outros grupos islâmicos na própria Turquia, que mantém posição dúbia sobre a questão.
Outros participantes preferiram não comentar, como Janesh Kain, representante indiano na direção da Organização para a Cooperação de Xangai, grupo de segurança que reúne as principais potências asiáticas. Em sua participação no simpósio, apenas saudou “as conquistas impressionantes de Xinjiang no campo da segurança social”.
Ma Xingrui, que é membro do Politburo do PC chinês e o principal dirigente na região, discursou sobre os investimentos feitos na região, dizendo que hoje “pessoas de todos os grupos étnicos têm uma sensação de ganho”. Enfatizou “o tremendo progresso em segurança social, especialmente num aspecto: prevenir o terrorismo e manter a estabilidade”. Com ações “de acordo com as leis”, teria sido sido assegurado “o direito à vida, a garantia maior”. “Se vivemos num estado de insegurança, o que pode ser mais terrível?”.
China, terra do meio
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Ele questionou leis aprovadas nos EUA, com sanções contra trabalhos forçados em Xinjiang, e anotou que a produção de algodão, pelo contrário, passa por automação.
A cotonicultura é a principal indústria da região e o maior alvo da pressão americana. Há três semanas, questionado pela BBC, o CEO da japonesa Uniqlo respondeu que a marca não usa algodão de Xinjiang. Houve reação em mídia social chinesa e queda das ações da empresa, mas Pequim não deu maior atenção à declaração.
Durante quatro dias na região, os jornalistas estrangeiros foram levados à têxtil Tianshan, uma das várias listadas pelo governo americano por trabalho forçado e que estaria entre as mais afetadas. O CEO, Liu Zhongbin, mostrou parte da linha de produção e respondeu que as acusações eram “informação falsa” e que a empresa estava agora “expandindo para mercados fora dos EUA, por exemplo, na Ásia Central”.
Um funcionário uigur, Ayup Halik, respondeu nunca ter “ouvido falar” em trabalho forçado e que a empresa segue o regime chinês de trabalho, de oito horas por dia, cinco dias por semana. Outras visitas e entrevistas também não divergiram do questionamento oficial às acusações e às sanções americanas.
Ma, do Politburo, sugeriu durante sua fala de abertura que os estrangeiros fizessem “uma caminhada para aprender sobre a verdadeira situação de Xinjiang”. Além do shopping, a Folha andou sozinha pelo Grand Bazaar, uma das atrações de Urumqi, um calçadão comercial ao ar livre ao lado da mesquita Erdaoqiao, sob uma temperatura de -16ºC.
O repórter viajou a convite do Ministério de Relações Exteriores da China
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Daniel Duggan será extraditado da Austrália para os EUA por suposto treinamento de pilotos de caça chineses | Extradição
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22 de dezembro de 2024 Josh Butler
Um piloto australiano será entregue aos Estados Unidos já na próxima semana, depois que o governo federal aprovou a extradição do ex-piloto da Marinha dos EUA para enfrentar acusações por supostamente treinar pilotos de caça chineses.
Daniel Duggan, que está em prisão de segurança máxima na Austrália há mais de dois anos lutando contra sua extradiçãoserá entregue às autoridades americanas no início de 2025. Em um comunicado, sua família disse estar “arrasada” com a decisão depois que o procurador-geral, Mark Dreyfus, confirmou na segunda-feira que havia aprovado a extradição de Duggan para os EUA.
“Reconhecendo o interesse público nesta matéria, confirmo que em 19 de dezembro de 2024 determinei nos termos do artigo 22 do Extradição Lei 1988 (Cth) que Daniel Duggan deveria ser extraditado para os Estados Unidos para enfrentar processo pelos crimes dos quais é acusado”, disse Dreyfus em comunicado.
“O Sr. Duggan teve a oportunidade de fornecer declarações sobre por que ele não deveria ser entregue aos Estados Unidos. Ao chegar à minha decisão, levei em consideração todo o material que tinha à minha frente.”
Os EUA solicitaram a extradição de Duggan, 55 anos, sob a acusação de tráfico de armas e lavagem de dinheiro decorrente do suposto treinamento de pilotos de caça chineses há mais de uma década. As alegações não foram testadas em tribunal.
Uma acusação dos EUA alega que ele ensinou pilotos de caça chineses a aterrar jactos em porta-aviões – conhecidos como “aterragens em porta-aviões” – desafiando as leis do tráfico de armas. A acusação detalha os pagamentos que Duggan alegadamente recebeu em 2011 e 2012 pela formação de pilotos de caça chineses numa academia de voo de teste “com sede na África do Sul, com presença na República Popular da China”.
O pai de seis filhos – cujos filhos têm entre seis e 18 anos e são todos cidadãos australianos – enfrenta uma pena potencial de 60 anos de prisão se for condenado nos EUA.
“Estamos chocados e absolutamente desolados por esta decisão insensível e desumana que foi tomada pouco antes do Natal, sem nenhuma explicação ou justificação do governo”, disse a esposa de Duggan, Saffrine, num comunicado.
A família disse ter recebido uma breve carta do departamento do procurador-geral na sexta-feira confirmando a decisão de Dreyfus, que estabelecia que Duggan seria escoltado para os EUA em algum momento depois de 30 de dezembro e antes de 17 de fevereiro.
A família de Duggan disse que estava a considerar as suas opções legais, “incluindo solicitar razões específicas para a decisão do governo”, que alegaram que a carta não abordava.
“Sentimo-nos abandonados pelo governo australiano e profundamente desapontados por terem falhado completamente no seu dever de proteger uma família australiana”, disse Saffrine.
“É muito difícil explicar aos filhos porque é que isto está a acontecer ao pai, principalmente agora, nesta altura do ano. Estamos todos com medo de não vê-lo por muito tempo. Meus filhos estão muito, muito tristes.”
A família disse que Duggan manteve sua inocência e negou as acusações feitas contra ele.
Dreyfus observou em sua declaração que Duggan estava considerado em maio por um magistrado de Nova Gales do Sul como elegível para entrega para os EUA.
“Para garantir a segurança de todas as pessoas envolvidas e para defender a integridade do processo de entrega, como é uma prática de longa data, o governo australiano não comenta questões operacionais relacionadas com a extradição, incluindo o momento e as disposições específicas para a entrega de uma pessoa. ”, disse o procurador-geral.
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