Daniel Pereira
Depois de vencer a eleição presidencial mais disputada desde a redemocratização, Lula assumiu o terceiro mandato com um país dividido e a missão de pacificá-lo, tornada ainda mais urgente depois da invasão e depredação da sede dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. Num primeiro momento, o presidente conseguiu reunir até integrantes da oposição, como o governador Tarcísio de Freitas, para defender as instituições e a democracia, supostamente ameaçadas pela quebradeira promovida por apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Com o decorrer do mandato, no entanto, o presidente foi deixando de lado a construção de pontes e reforçando a polarização. Essa estratégia não o ajudou a ganhar popularidade. Pelo contrário, a avaliação positiva do presidente termina 2024 estável, mas numericamente abaixo da registrada no início de 2023. Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, a aprovação à gestão Lula, depois de dois anos de governo, é de 35%, e a reprovação, de 34%. Já 29% consideram a administração regular.
Em abril do ano passado, a aprovação era de 38% e a reprovação de 29%. O quadro é quase o mesmo, mas a diferença entre os percentuais de “ótimo e bom” e “ruim e péssimo” se estreitou. Nos levantamentos da Genial/Quaest, a rejeição a Lula disparou. Em sondagem divulgada este mês, 52% dos entrevistados responderam que aprovam o trabalho de Lula, enquanto 47% afirmaram que reprovam. Em fevereiro de 2023, a avaliação positiva era de 56%, nível próximo ao atual, mas a negativa era de apenas 28%.
Estrela apagada
A fase atual de Lula não faz jus a seus tempos de recordista de popularidade. A sua aprovação, de 35%, é praticamente a mesma de Jair Bolsonaro no mesmo período de governo (37%) e equivale à metade da registrada pelo petista em seu segundo mandato, conforme o Datafolha. Aliados do mandatário alegam que problemas na comunicação oficial explicam a dificuldade de Lula de melhorar a própria imagem. O governo não estaria recebendo crédito por uma série de resultados positivos, como o aumento do emprego e da renda.