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Lula e Bolsonaro perderam influência, dizem eleitores – 24/10/2024 – Poder

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Anna Virginia Balloussier, Marcos Hermanson

Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) não apitam tanto assim na disputa para ver quem será o novo prefeito de São Paulo. Ao menos não para dez eleitores que se dividem entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL).

“Não acho que a influência deles seja tão relevante quanto se esperava”, diz o pastor e cientista político Filipe Scarcella, 36. “Na verdade, acho que ela vem em decadência.”

Já a saída de Pablo Marçal (PRTB), ejetado da eleição paulistana ao ficar em terceiro lugar no primeiro turno, diminuiu a virulência da campanha. Mas o influenciador deixou marcas pelo caminho eleitoral, e o foco no empreendedorismo é uma das mais fortes.

Simpático a Boulos, o gestor cultural Guga Brown, 43, diz que a direita se apropriou de uma pauta que começou no outro lado. “Vendem o microempreendedorismo, mas já tinha o camelô, a dona Maria que vendia bolo. Só mudaram o nome, né? O cara levanta às 5h para colocar o espetinho e vender na rua, para às vezes até tomar a paulada da segurança [a guarda municipal] do prefeito.”

A Folha reuniu na terça (22), em sua sede, cinco eleitores que pretendem votar em Boulos e cinco em Nunes (dos quais um deles optou por Marçal antes e migrou agora para o prefeito).

Só Matheus Galdino, 23, estudante de recursos humanos no Senac, considera mudar de opinião. Por ora vai de Nunes, mas pode ser que anule o voto. Vê o emedebista e o psolista como farinha do mesmo saco.

Prosperidade

O espectro eleitoral de Marçal ainda assombra o grupo. Fora o pedreiro Gerson Paulo Rocha, 46, que escolheu o influenciador no primeiro turno, todos ali o acham o fim da picada.

Paulo chegou a questionar o que afinal os colegas viam de tão violento no discurso dele. As respostas vieram de enxurrada. Exemplos citados: o laudo falso que ele tentou imputar a Boulos na reta final, sobre uso de cocaína, e a sugestão de que Tabata Amaral (PSB) tem culpa pelo suicídio do pai dela.

Para Matheus, militante da direita, Marçal tem “uma forma muito psicopata” de se colocar.

Não foi o apego a uma ideologia conservadora, aquela do “bolsonarista mais extremado”, que fez dele a opção de 1,7 milhão de eleitores, diz o estudante. “Tem um voto aí não ideológico de pessoas pobres que votam no Marçal porque ele representa a prosperidade. Gente da comunidade onde eu morava, Heliópolis, que não entende muito de política, não se posiciona nem Lula nem Bolsonaro.”

As relações de trabalho mudaram, afirma o professor Aelison de Queiroz, 59, que dá aula de português numa escola tradicional católica. “As pessoas querem prosperidade, querem grana, querem trabalho. Quem que não quer ter uma família? Um carro melhor, um direito de ser melhor?”

Esquerda/direita

Esse binarismo ideológico não faz muito sentido fora de bolhas mais engajadas na rinha ideológica, concordam os eleitores. Liderança em Paraisópolis que vota em Boulos, Maria Betânia Mendonça, 66, lembra de quando reuniu umas 30 pessoas. “Falei: quem sabe o que é direita e esquerda? Levante a mão.” Ninguém levantou.

O povo nem sequer consegue dizer o que representam as siglas dos partidos, continua Betânia, que mora na comunidade da zona sul paulistana desde 1972. O que acontece bastante, segundo ela, é digitar nas urnas o número cantado pelo empregador. “Ouvi muito assim: ‘A minha patroa falou pra votar no fulano’. A patroa é empresária, ela não pega ônibus como você pega todo dia.”

Para Gerson Paulo, esse tipo de ingerência vai cair de madura. Ele acredita que o celular dá autonomia ao cidadão, o que, ao seu ver, encolheria as chances de manipulação.

Mulheres

As eleitoras da turma, sejam pró-Nunes ou pró-Boulos, reconhecem uma oferta reduzida de candidaturas femininas para o Executivo.

“Como mulher, repudio totalmente”, afirma a advogada Mayara Saab, 29. “Mas a gente fica sem opção. Votei no Nunes e vou votar novamente por ser o menos pior.”

Eva Cunha, 66, também líder comunitária em Paraisópolis e amiga de Maria Betânia na igreja católica local, diz que não vota no PT e ponto. Mas da Marta Suplicy, recém-devolvida ao partido, ela gosta. A ex-prefeita, hoje vice de Boulos, “trabalhou muito bem”. Cadê mais mulheres encabeçando chapas então? “Por que não Marta? Marina [Silva]? Nós, mulheres, somos discriminadas.”

“Minha tristeza é ver esses homens dominando o poder”, diz Maria Betânia sobre um candidato, Nunes, que já foi alvo de boletim de ocorrência por violência doméstica, e outro, Marçal, que chegou a dizer que “mulher não vota em mulher” porque “é inteligente”.

Marcela Passerini, 21, que mora na zona leste e estuda história na USP, frisa que Tabata nunca teve chances reais de vitória. “Na verdade, eram três homens concorrendo desde o primeiro turno.” A direita soube se apropriar da bandeira da diversidade, como fez Marçal ao colocar uma vice mulher e negra, a PM Antônia de Jesus, diz.

Mas o que a aborrece é “a falsa representatividade”. “Sinto que é tipo, coloca mulher, coloca uma pessoa preta, porque a gente precisa dessa cota”. Mas discutir pra valer desigualdade de gênero, racismo, isso ninguém quer, ela afirma.

Chances de Boulos

O grupo chega perto da unanimidade, mesmo entre os que preferem o psolista: Nunes, bem à frente nas pesquisas, vai vencer.

Para Marcela, o campo progressista precisa retomar o diálogo com a periferia. “Os discursos do Nunes, do Marçal, chegaram mais forte.”

Ela vota no deputado do PSOL, “uma figura presente na FFLCH”, a faculdade de áreas humanas da USP conhecida por pender à esquerda. Mas faz ressalvas à tentativa “de Boulos se aproximar do centro, no sentido de formar uma frente ampla com pessoas que não me agradam”.

Marcela questiona “de onde vem esse medo absurdo da esquerda” e a falácia de um comunismo à espreita no Brasil. A ironia, diz, é que um eleitor mais raiz do PT “está se afastando de Lula justamente porque ele está cada dia mais ao centro e menos socialista”.

“O ambiente onde a direita domina”, pelo que a jovem observa, são as igrejas pentecostais que se multiplicam pelas franjas urbanas. O pastor Filipe pede a palavra.

Evangélicos

O cearense há dois anos na capital paulistana é categórico: “A esquerda não gosta de evangélico“.

A militância fala tanto em “letramento racial ou LGBTQAI+”, o que é bom. Mas também precisa “fazer letramento evangélico”, diz o líder da Soul Igreja, inclusiva com a diversidade. “Ou não vai conversar com essas pessoas.”

Para Filipe, que preferia Tabata mas votou em Boulos por achá-lo mais forte nas urnas, não há nada que o psolista possa fazer para virar o jogo contra Nunes a essa altura. “Agora, ele pode usar essa última semana para começar a estabelecer um diálogo, e não é fazendo reunião em hotel no centro com 200 pessoas.”

O deputado havia encontrado lideranças evangélicas progressistas na véspera, num estabelecimento desses.

“E ainda tem um detalhe, a maioria da igreja evangélica é mulher preta e pobre. Essa mulher votou no Lula por causa do Bolsa Família, de políticas sociais, todo o discurso que o Lula trouxe nas duas primeiras eleições.”

Uma eleitora que a esquerda vem perdendo, diz. “Teve um esgarçamento.” E não basta a economia melhorar para voltar às boas com esse eleitorado. “É uma outra gramática. Se não tiver essa disposição de conversar, vai perder cada vez mais.”



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“Mayhem”, um álbum bem ordenado de Lady Gaga

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"Mayhem", um álbum bem ordenado de Lady Gaga

Lady Gaga durante o Grammy Awards, Los Angeles, Califórnia, 2 de fevereiro de 2025.

O tempo, decididamente cruel, gosta de lidar com ironia. No final dos anos 2000, Madonna viu um concorrente emergindo, como sua de ascendência italiana e católica, resultante da cena artística de Nova York e seguidor do transformismo moldado por David Bowie.

Stefani Germanotta, mais conhecido como artista de Lady Gaga, fez um avanço em seu primeiro álbumA fama (2008). A rainha da mãe da dança e do pop provocativo, seu ancião vinte e oito nunca foi encontrar sua coroa. Em 2023 e 2024, Madonna foi reduzida a uma retrospectiva de sua carreira (The Celebration Tour) com, como músicos, uma banda gravada para acompanhar suas coreografias.

Em 2025, era a vez de Lady Gaga, aos 38 anos, para se encontrar nessa situação delicada, ameaçada em seu mercado pelo formidável Dua Lipa. Por trás de um título enganoso, seu sétimo álbum, Caos (“Transtorno”, “Chaos”, uma palavra escolhida para refletir o ecletismo de seus gostos e suas influências) retorna aos fundamentos que construíram seu sucesso: energia para revender, sons de máquinas salgados cuidadosamente por produção, imediatamente memoráveis.

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Ontário para cobrar clientes dos EUA 25% mais pela eletricidade – DW – 03/10/2025

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Ontário para cobrar clientes dos EUA 25% mais pela eletricidade - DW - 03/10/2025

A província de fronteira canadense de Ontário deve atingir seus clientes americanos com preços 25% mais altos de eletricidade.

O primeiro -ministro da província, Doug Ford, anunciou a decisão na segunda -feira em retaliação para o presidente dos EUA Donald Trump proposto por 25% de tarifas em bens canadenses.

“Aplicaremos a pressão máxima para maximizar nossa alavancagem”, disse ele em entrevista coletiva. “Não hesitarei em aumentar essa cobrança, se necessário. Se os Estados Unidos aumentarem, não hesitarei em desligar completamente a eletricidade”.

Ele estimou que isso custaria a cada americano um dólares extras de US $ 100 canadenses (US $ 69 ou € 64) em média por mês.

“Acredite em mim quando digo que não quero isso. Sinto -me péssimo pelo povo americano que não começou isso guerra comercial. É uma pessoa que é responsável, é o presidente Trump “, disse Ford.

Quantos americanos serão afetados pela sobretaxa?

Apesar do anúncio do governo Trump de uma pausa de um mês nas tarifas propostas, a Ford iniciou as sobretaxas de qualquer maneira.

“Até que essas tarifas estejam fora da mesa, até que a ameaça de tarifas desapareça para sempre, Ontário não cederá … farei o que for preciso para maximizar a dor contra os americanos”, disse ele.

Ontário fornece eletricidade a três estados dos EUA – Michigan, Minnesota e Nova York. A sobretaxa de 25% afetará aproximadamente 1,5 milhão de famílias.

Cerca de 85% da eletricidade que as importações dos Estados Unidos provêm do Canadá.

A Ford também pediu à província de Alberta que cobre impostos sobre as exportações de petróleo para os EUA. A província envia 4,3 milhões de barris através da fronteira todos os dias.

A maioria das importações de aço, alumínio e urânio dos EUA também é fornecida pelo Canadá. Aproximadamente US $ 2,7 bilhões em mercadorias atravessam a fronteira entre os dois países por dia.

As tarifas de Trump contra o Canadá, o México entram em vigor

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Editado por: Natalie Muller



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Policiais fantasiados prendem ladrões vestidos de heróis – 10/03/2025 – Cotidiano

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Policiais fantasiados prendem ladrões vestidos de heróis - 10/03/2025 - Cotidiano

Diego Alejandro

Agentes fantasiados do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) da Polícia Civil paulista prenderam dois homens suspeitos de roubarem celulares neste domingo (9) em blocos do pós-Carnaval de São Paulo.

A equipe foi liderada pela diretora da repartição, Ivalda Aleixo, que estava vestida da cantora Rita Lee.

Os suspeitos, ambos de 27 anos, foram presos em flagrante na rua da Consolação, segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo).

Os policiais suspeitaram de um dos homens, que estava com as mãos no bolso e transitando rapidamente entre os foliões.

Os agentes abordaram o homem e encontraram com ele, cinco celulares, dos quais dois estavam desbloqueados. As vítimas foram notificadas e reconheceram o homem.

Após ouvir as vítimas, os policiais localizaram o segundo autor, que também foi reconhecido.

O caso foi registrado como roubo no 78° Departamento de Polícia, no Jardins.

Estratégia de disfarce

Os agentes fantasiados participam da Operação Carnaval, para coibir roubos e furtos de celular durante os blocos de rua paulistanos.

Cenas como esta estão sendo gravadas desde o pré-Carnaval. Semana retrasada, policiais fantasiados de Chapolin Colorado e padre prenderam um ladrão de celulares na região da Consolação.

À Folha, os policiais afirmaram que a escolha dos novos personagens permanece sigilosa, mas as roupas precisam ser largas para esconder a arma e as algemas e não restringir os movimentos caso precisem correr atrás de suspeitos no meio da multidão.

A estratégia está funcionando, segundo a SSP. O estado teve 30 celulares roubados ou furtados a cada hora no carnaval, segundo dados da pasta. O número significa uma redução de 31% em comparação com 2024.

Foram 3.678 ocorrências do tipo registradas de 28 de fevereiro a 4 de março no estado, durante a folia. No Carnaval do ano passado, 5.391 celulares foram roubados ou furtados. Os dados sobre o fim de semana pós-Carnaval ainda não foram divulgados pela pasta.



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