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Lula lança programa de R$ 1 bilhão para produção e compra de arroz

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Lula lança programa de R$ 1 bilhão para produção e compra de arroz

Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, nesta quarta-feira (16), o Programa Arroz da Gente para estimular a produção e a formação de estoques do grão no país. Serão investidos cerca de R$ 1 bilhão na iniciativa para a compra de até 500 mil toneladas do produto.

Os pequenos e médios produtores que quiserem produzir arroz poderão assinar contratos de opção com o governo federal, que garantirá a compra da produção com preço já estabelecido. Durante a cerimônia, no Palácio do Planalto, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, explicou que os parâmetros dos contratos de opção foram estabelecidos em parceria com os ministérios da Fazenda e da Agricultura.

“Os contratos vão estimular a produção do arroz em até 500 mil toneladas, auxiliando a mitigar as perdas das safras de 2023 e 2024 devido à seca e às enchentes na Região Sul”, disse. “Esse programa visa ampliar a produção de arroz pela agricultura familiar e promover a diversidade regional e de variedades cultivares”, acrescentou.

O Programa Arroz da Gente faz parte do Plano Nacional de Abastecimento Alimentar (Planaab), chamado Alimento no Prato, e é lançado após o fracasso do leilão para a compra de arroz importado, em maio, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e anulado no mês seguinte diante de denúncias de irregularidades das empresas vencedoras. Um novo edital chegou a ser prometido pelo governo, mas a medida provisória que autorizava o leilão perdeu a validade antes de ser votada pelo Congresso Nacional.

O leilão tinha como objetivo garantir o abastecimento e estabilizar os preços do produto no mercado interno, que tiveram uma alta média de 14%, chegando em alguns lugares a 100%, após as inundações no Rio Grande do Sul em abril e maio deste ano. O estado é responsável por cerca de 70% do arroz consumido no país. A produção local foi atingida tanto na lavoura como em armazéns, além de ter a distribuição afetada por questões logísticas no estado.

Mapa da Fome

O Programa Arroz da Gente faz parte do conjunto de ações apresentadas hoje pelo governo para o abastecimento alimentar da população e o incentivo à produção orgânica, em celebração ao Dia Mundial da Alimentação, e estão contempladas no Plano Nacional de Abastecimento Alimentar (Planaab), batizado de Alimento no Prato, e no Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo).

O Dia Mundial da Alimentação é celebrado globalmente em 16 de outubro, data de fundação da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em 1945.

Em discurso, o presidente Lula reafirmou o compromisso de tirar novamente o Brasil do Mapa da Fome, até 2026. “Quando nós voltamos [para o terceiro mandato] já tinha 33 milhões de pessoas passando fome outra vez. Nós já tiramos, em um 1 ano e 10 meses de governo, 24,5 milhões de pessoas do Mapa da Fome outra vez, e a nossa ideia é tirar todos da fome até terminar o mandato”, disse, cobrando seus ministros para que as ações sejam, de fato, tiradas do papel. “Isso não pode ser letra morta, isso tem que acontecer”, afirmou.

O Mapa da Fome é publicado anualmente pela FAO e apresenta o número de pessoas que enfrentam a fome e a insegurança alimentar no mundo. Um país entra na lista quando mais de 2,5% de sua população enfrenta falta crônica de alimentos. O Brasil havia saído do Mapa da Fome em 2014 e sustentou a posição até 2018. Entre 2019 e 2022, houve crescimento da insegurança alimentar e nutricional e o país voltou a integrar o relatório da organização.

Em 2023, mais de 24 milhões de pessoas saíram da situação de insegurança alimentar grave no Brasil.

O presidente reafirmou que o combate à fome é uma escolha política dos governantes e lembrou que o Brasil vai lançar a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza na Cúpula de Líderes do G20, em novembro, no Rio de Janeiro.

“A gente pode dizer que existe seca, a gente pode dizer que existe excesso de chuva, a gente pode dizer tudo que nós quisermos, mas a verdade é que a única explicação para a existência da fome é uma coisa chamada irresponsabilidade de quem governa os países, de quem governa os estados. É preciso que o Estado tenha a capacidade de priorizar para quem que ele quer governar, nós temos que fazer escolhas”, disse Lula.

Segurança alimentar

Além do Programa Arroz da Gente, o Plano Alimento no Prato tem medidas para ampliar os sacolões populares e centrais de abastecimento por todo o país, para facilitar o acesso a alimentos saudáveis e frescos. Inicialmente, serão implantadas seis novas centrais de abastecimento: na Bahia, Ceará, Rio Grande do Norte, em Sergipe e duas em São Paulo.

“São 29 iniciativas e 92 ações estratégicas para criar um sistema de abastecimento inclusivo e estruturado que garanta o direito à alimentação e a soberania alimentar desde a produção até chegar no prato”, explicou o ministro Paulo Teixeira, citando ainda o incentivo à produção de alimentos saudáveis em sistemas sustentáveis, observando, principalmente, os alimentos da cesta básica do brasileiro.

Para a presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Elisabetta Recine, o lançamento simultâneo dos dois planos representa o compromisso do governo e da sociedade civil organizada de “desatar dois dos principais nós que fazem com que a realização do direito humano à alimentação adequada seja ainda um grande desafio”.

Segundo ela, a forma como os alimentos são produzidos e consumidos “é um dos principais contribuidores da crise climática”, por isso, defendeu que é preciso avançar “com compromisso, orçamento e práticas efetivas para transformar o sistema alimentar”.

“[É preciso] uma produção que não envenene a terra, a água, as pessoas, que dialogue com a natureza e com a nossa preciosa biodiversidade, que produz alimentos para o bem viver de maneira compartilhada, que permita que todas as pessoas sem distinção de raça, de cor, de gênero e de renda possam usufruir de comida boa e barata”, disse.

“[É necessário ainda] retomar a responsabilidade do Estado brasileiro em garantir uma rede capilarizada e diversificada de equipamentos de abastecimento que estejam baseadas no desenvolvimento local, que implante estrategicamente feiras, mercados, pequenos comércios nas periferias, no caminho da casa ao trabalho, em horários que facilitem o cotidiano das pessoas, que amplie, como nunca ousamos, o acesso às compras públicas da agricultura familiar e camponesa, que possamos amortecer com estoques estratégicos os movimentos especulativos nacionais e internacionais dos preços dos alimentos, que possamos recuperar a área cultivada do feijão, da mandioca, da nossa comida. É disso que se trata os anúncios desta manhã”, defendeu.

Produção orgânica

O Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo), por sua vez, vai reunir ações para fortalecer as cadeias produtivas de produtos orgânicos e agroecológicos. Ele prevê iniciativas voltadas para pesquisa e inovação, incentivo às compras públicas e inclusão de mulheres, jovens, indígenas e quilombolas na agricultura familiar, além de ações de incentivos financeiros e de apoio para a transição agroecológica, para a sustentabilidade e a conservação ambiental.

São 197 iniciativas, envolvendo 14 ministérios. De acordo com o ministro Paulo Teixeira, o Planapo tem como compromisso destinar R$ 6 bilhões em crédito no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para a produção orgânica e ou agroecológica; R$ 115 milhões em fomento visando a inclusão produtiva e R$ 100 milhões em parceria com a Fundação Banco do Brasil e com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O governo também quer promover uma nova etapa de substituição de agrotóxicos altamente tóxicos e de alta periculosidade usados nos diversos cultivos no país. “Diversos químicos já proibidos na Europa e nos Estados Unidos ainda são largamente utilizados aqui no Brasil, e esses químicos, deverão ser substituídos por biológicos. O melhor de tudo é que os bioinsumos são capazes de garantir alta produtividade, alta qualidade e por um custo menor”, disse Teixeira.

Segundo o ministro, ainda não há definição dos produtos que serão atingidos pela medida.



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CCJ do Senado aprova redução de imposto para mercados doarem alimentos

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CCJ do Senado aprova redução de imposto para mercados doarem alimentos

Lucas Pordeus León – Repórter da Agência Brasil

Foi aprovado nesta quarta-feira (16) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado o projeto de lei que cria a Política Nacional de Combate à Perda e ao Desperdício de Alimentos. O texto prevê o aumento de 2% para 5% na dedução da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos supermercados ou estabelecimentos similares que doarem alimentos, o que precisará ser comprovado.

O texto foi aprovado em segundo turno na CCJ e, caso não haja recurso para levar a votação ao Plenário do Senado, o projeto de lei 2.874 de 2019 segue direto para análise da Câmara dos Deputados. A matéria foi aprovada no Dia Mundial da Alimentação, celebrado todo 16 de outubro.

Além de empresas e instituições sem fins lucrativos, públicas ou privadas, a proposta também prevê a doação por pessoa física e por agricultores familiares. O relator da matéria, senador Alan Rick (União-AC), justificou que a medida busca reduzir o desperdício e incentivar a doação de alimentos no Brasil.

“Os estabelecimentos preferiam jogar fora alimentos dentro do prazo de validade. Alimentos em absoluta conformidade com a nutrição, aptos para o consumo eram jogados fora, porque o incentivo para a doação de alimentos e a própria criminalização do doador impediam ou não incentivavam essa doação”, argumentou o parlamentar.

O relator citou que o Brasil está entre os dez países que mais desperdiçam alimentos no mundo. “Números mostram que mais de R$ 1,3 bilhão em frutas, legumes e verduras vão para o lixo anualmente nos supermercados brasileiros”, escreveu o senador Alan Rick em seu parecer.

O texto substitutivo apresentado pelo relator retirou a obrigatoriedade da doação prevista na proposta original. Além disso, ele excluiu a previsão de multa nos casos de descarte, sem justo motivo, de alimentos dentro do prazo de validade e próprios para o consumo.

O projeto estabelece que podem ser doados alimentos in natura ou preparados, sejam mercadorias perecíveis ou não perecíveis embaladas e dentro do prazo de validade, “desde que mantidas as propriedades nutricionais e a segurança para consumo humano, respeitadas as normas sanitárias vigentes”.

Os produtos podem ser oferecidos a instituições, bancos de alimentos e beneficiários finais. Aqueles que realizam doações diretas à pessoas físicas deverão contar com profissional habilitado que ateste a qualidade nutricional e sanitária dos alimentos.

Além disso, o projeto prevê que o doador só responde civilmente por danos ocasionados pelos alimentos quando houver dolo, ou seja, somente quando for comprovada a intenção de provocar dano.



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Equipe de expansão da NWSL BOS Nation FC pede desculpas pela campanha de lançamento ‘transfóbica’ | NWSL

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Equipe de expansão da NWSL BOS Nation FC pede desculpas pela campanha de lançamento 'transfóbica' | NWSL

Agencies

A equipe de expansão da Liga Nacional de Futebol Feminino em Boston pediu desculpas na quarta-feira pela campanha de marketing ‘Too Many Balls’ que provocou uma dura reação da comunidade transgênero e de outros.

Um dia depois de revelar o slogan como parte do lançamento do nome do time BOS Nation FC, a organização postou no X que “erramos o alvo” ao tentar “criar uma campanha de lançamento de marca ousada e digna de nota”.

“Reconhecemos plenamente que o conteúdo da campanha não refletiu o ambiente seguro e acolhedor que nos esforçamos para criar para todos”, disse a equipe, “e pedimos desculpas à comunidade LGBTQ+ e à comunidade trans em particular pelo dano que causamos .”

O novo nome, um anagrama de bostoniano que também brincava de ser “chefe”, foi anunciado terça-feira junto com um vídeo celebrando a história do esporte profissional da cidade – em sua maioria realizado por homens – com o narrador dizendo: “Boston ama suas bolas” e “ há muitos bailes nesta cidade.

Concluiu: “Somos a nação BOS, onde tudo é possível. Não são necessárias bolas”, com exceção, observou o vídeo, de uma bola de futebol.

“Estou realmente ansiosa para ver a resposta da comunidade”, disse Jennifer Epstein, uma das proprietárias da equipe, à Associated Press. A atriz e diretora Elizabeth Banks e a medalhista de ouro olímpica Aly Raisman também fazem parte do grupo de proprietários exclusivamente femininos.

Mas o que eles conseguiram não foi o que esperavam.

Entre as reações estava uma postagem no Instagram do meio-campista Quinn, do Seattle, que se identifica como transgênero e não binário, dizendo: “Parece transfóbico. Caramba.

A equipe retirou o vídeo de seu site, e seu site toomanyballs.com era um link morto na quarta-feira. A agência de relações públicas que enviou o comunicado à imprensa sobre o lançamento do nome não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da AP.

“Estamos orgulhosos de fazer parte da liga esportiva mais inclusiva do mundo e comprometidos em defender os valores unificadores que definem a NWSL e nosso clube”, disse a equipe. postado em X. “Obrigado a todos que nos responsabilizaram, pedindo que façamos melhor. Nós ouvimos você e ouviremos, juntos.”





Leia Mais: The Guardian



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Reino Unido considera sanções aos ministros israelenses Smotrich e Ben-Gvir | Notícias do conflito Israel-Palestina

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Reino Unido considera sanções aos ministros israelenses Smotrich e Ben-Gvir | Notícias do conflito Israel-Palestina

As sanções são uma resposta aos comentários de Smotrich de que a fome de civis em Gaza pode ser justificada e aos comentários de Ben-Gvir de que os colonos violentos são heróis.

O Reino Unido está a considerar sancionar o Ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, e o Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, por comentários incendiários feitos sobre os palestinianos.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, disse na quarta-feira que estava ponderando as sanções em resposta a Smotrichos comentários de que a fome de civis em Gaza poderia ser justificada e as observações de Ben-Gvir de que os perpetradores de violência dos colonos na Cisjordânia ocupada por Israel eram heróis.

O anterior secretário dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, David Cameron, planeava sancionar as autoridades israelitas antes que o seu Partido Conservador, então no governo, perdesse as eleições em Julho, revelou ele no início desta semana.

“Estamos analisando isso porque são comentários obviamente abomináveis”, disse o primeiro-ministro.

Tanto Smotrich como Ben-Gvir disseram que a ameaça de sanções não os impediria de mudar as suas posições.

“Eles não me assustam e continuarei a agir apenas de acordo com os mais elevados interesses nacionais de Israel”, disse Ben-Gvir num comunicado, enquanto Smotrich disse: “Nenhuma ameaça me impedirá de fazer o que é certo e moral para os cidadãos. de Israel.”

Starmer falava antes de uma reunião no Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir a situação humanitária em Gaza convocado pelo Reino Unido, França e Argélia.

O governo de Starmer tem sido um pouco mais duro com o país do que a anterior administração conservadora, limitando algumas exportações de armas e sancionando algumas organizações de colonos israelitas.

Tanto Ben Gvir como Smotrich são apoiantes veementes da expansão dos colonatos israelitas na Cisjordânia, que é considerada ilegal ao abrigo do direito internacional.

Starmer disse aos legisladores na quarta-feira que “a situação humanitária em Gaza é terrível”.

“Israel deve tomar todas as medidas possíveis para evitar vítimas civis, permitir a entrada de ajuda em Gaza em volumes muito maiores e proporcionar aos parceiros humanitários da ONU a capacidade de operar eficazmente”, disse Starmer.

Anteriormente, os Estados Unidos disseram que a situação humanitária deve melhorar ou Israel poderá enfrentar potenciais restrições à ajuda militar dos EUA.

O enviado de Israel à ONU disse que garantirão que a ajuda chegue àqueles que dela necessitam.



Leia Mais: Aljazeera

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