POLÍTICA
Lula tem uma oportunidade de ouro. Tomara que não…
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3 semanas atrásem
rprangel2004@gmail.com (Ricardo Rangel)
“Quem mexe com a Venezuela, se dá mal”, ameaçou Nicolas Maduro. Foi pouco depois de classificar Celso Amorim, assessor especial para assuntos internacionais de Lula, como “mensageiro do imperialismo norte-americano”.
A ameaça é um tanto rídicula, porque a chance de um conflito real entre Venezuela e Brasil é impensável, como é ridículo chamar um petista de agente americano (mas é divertido, já que o PT vive chamando todo mundo de lacaio dos americanos).
Nicolas Maduro fraudou a eleição em seu país, escancarou a ditadura, e agora precisa desesperadamente de apoio internacional. Mas o Brasil vetou a entrada da Venezuela no Brics, jogando água no chope do ditador venezuelano.
De lá para cá, Maduro já chamou o veto brasileiro de “gesto hostil”, “agressão inexplicável e imoral” e “punhalada nas costas”. Chegou a comparar o governo de Lula ao de Bolsonaro.
Não que Maduro não esteja certo em sua ira santa.
A Venezuela é uma ditadura desde os tempos de Hugo Chávez e frauda uma eleição sim, outra também, mas isso nunca impediu Lula de apoiar o bolivarianismo venezuelano. Lula já disse que a Venezuela tem “democracia demais” e o PT chegou a comemorar a fraude que reconduziu Maduro ao poder. Nada mais natural que Maduro esperasse continuar a contar com o apoio brasileiro.
Incoerente é Lula, que, depois de mais de uma década tratando o ditador venezuelano como amigo-de-fé, irmão, camarada, de repente inventou de fazer essa falseta.
A crise atual deve ser navegada com extremo cuidado — não é bom para ninguém que Venezuela e Brasil cortem relações —, mas ela é uma excelente oportunidade para que o presidente brasileiro se livre, de uma vez e para sempre, de sua amizade com o ditador venezuelano, um peso morto que só nos constrange.
Roga-se que Lula não perca essa oportunidade.
(Por Ricardo Rangel em 31/10/2024)
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POLÍTICA
A queda de braço entre a PF e o advogado de Bolson…
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2 horas atrásem
24 de novembro de 2024 Marcela Mattos
A Polícia Federal recusou, em outubro deste ano, o pedido de renovação do porte de arma de Fabio Wajngarten, advogado e ex-ministro da Secretaria de Comunicação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Wajngarten, ao pedir a prorrogação do registro, autorizado há cinco anos, argumentou que precisaria manter o porte do equipamento para a defesa de sua integridade física. Ele sustentou que exerce uma atividade profissional de risco e apresentou boletins de ocorrência de tentativas de assalto no condomínio onde mora.
A negativa do pedido foi justificada pela corporação sob o argumento de que a condição de empresário e advogado “não se trata, em tese, de atividades profissionais de risco” e que “não há comprovação ou indícios de que existam ameaças de maneira concreta, pessoal, atual ou iminente”. Dessa maneira, sentenciou a corporação, não estaria comprovada “a efetiva necessidade para o porte de arma de fogo”.
A recusa provocou a revolta do assessor do ex-presidente. Em um périplo em Brasília, Wajngarten apelou até mesmo para a cúpula do Ministério da Justiça para conseguir o aval ao registro.
Ele buscou o ministro Ricardo Lewandowski e o Secretário Nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, e sustentou que preenche todos os requisitos para seguir com o porte de armas. Pelo jeito, nem isso sensibilizou a Polícia Federal. O pedido foi recusado pela Superintendência Regional da PF em São Paulo.
Um projeto de lei apresentado no Senado autoriza advogados inscritos na OAB a ter porte de arma de fogo para defesa pessoal. De acordo com o texto, os interessados deverão ter habilitação técnica, aptidão psicológica e idoneidade. Autor da proposta, o senador suplente Castellar Neto (PP-MG) justifica que o objetivo é garantir que os advogados possam exercer suas atividades com segurança, especialmente nas áreas que colocam o profissional em situações de risco. Projeto semelhante também tramita na Câmara dos Deputados.
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A nova tentativa de apagar o escândalo do mensalão
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23 de novembro de 2024 Laryssa Borges
Quase vinte anos depois de o Ministério Público ter detectado que agências de publicidade do empresário Marcos Valério eram responsáveis por operacionalizar o esquema de corrupção utilizado para abastecer o mensalão, o publicitário Cristiano Paz, antigo sócio de Valério, apresentou um recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reescrever a história. Condenado a quase 24 anos de cadeia, Paz contratou uma perícia para tentar demonstrar que espinha dorsal do escândalo – o uso do Banco do Brasil e de empresas de propaganda e marketing para drenar dinheiro usado para subornar deputados no primeiro governo Lula – nunca existiu.
Na trama de corrupção envolvendo a atuação de mensaleiros e contratos de publicidade, o Supremo concluiu que o então diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, e os publicitários Marcos Valério, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach atuaram no desvio de milhões de reais do BB. De acordo com o Ministério Público, o chamado núcleo publicitário do mensalão embolsou 2,9 milhões de reais em bônus de volume, uma gratificação paga pelos veículos de comunicação, enquanto 73,8 milhões de reais foram pagos pelo banco público à agência de publicidade DNA, de Valério, sem que houvesse comprovação de qualquer serviço prestado.
Cristiano Paz recorreu ao STF com a alegação de que o serviço teria sido, sim, efetuado e apresentou novos documentos sobre o caso. Na chamada revisão criminal – possível quando um condenado apresenta provas novas de um fato e reabre o caso judicialmente – ele tenta ser absolvido do crime de peculato.
De acordo com a perícia contratada pelo publicitário, ele teria como comprovar que pelo menos 66,5 milhões de reais foram gastos pela agência de publicidade para promover o fundo Visanet. Com isso, alega que, ao contrário do que decidiu o STF no julgamento do mensalão, o Banco do Brasil não teria sido lesado nem tido recursos desviados. Na época, o tribunal atestou que 80.000 notas fiscais frias foram usadas para justificar os serviços.
O também publicitário Ramon Hollerbach já havia batido às portas do Supremo tentando revisar o escândalo do mensalão. Não funcionou. O caso de Cristiano Paz será analisado pelo ministro André Mendonça.
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POLÍTICA
STF nega pedido de lobista para ter acesso a mensa…
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19 horas atrásem
23 de novembro de 2024Laryssa Borges
O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou ao lobista Andreson de Oliveira Gonçalves acesso às mensagens armazenadas no telefone celular do advogado Roberto Zampieri, base de uma investigação revelada por VEJA e aberta pela Polícia Federal para apurar um esquema de venda de decisões judiciais no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Zanin é responsável pelo acervo de conversas que aponta que Andreson mercadejava sentenças em pelo menos quatro gabinetes no STJ e nos tribunais de justiça do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul e de Goiás.
Ele foi alvo de buscas no final de outubro em uma operação que mirava desembargadores sul-matogrossenses e teve o próprio celular confiscado. O aparelho é considerado peça-chave para se desvendar a amplitude do esquema e eventuais novos participantes do comércio clandestino de veredictos dos ministros do STJ Isabel Gallotti, Paulo Moura Ribeiro, Og Fernandes e Nancy Andrighi. VEJA teve acesso aos mais de 3.500 arquivos compilados no telefone de Zampieri, assassinado em Cuiabá no final de 2023. Eis algumas das frentes de atuação da dupla Andreson-Zampieri no STJ:
Minuta fantasma
Certa vez, um casal bateu às portas de um grande banco com um pedido de empréstimo de 4 milhões de reais e deu como garantia partes de uma propriedade no município de Barra do Garças. Inadimplente, passou a ser cobrado pela instituição financeira, que entrou na justiça para leiloar o bem. Durante a briga judicial, porém, a dupla acertou uma promessa de compra e venda da mesma fazenda a um posseiro da região. Defendido na causa por Roberto Zampieri, o pretenso novo comprador também passou a alegar ter direitos sobre o imóvel rural.
No STJ, Andreson Gonçalves acionou comparsas nos gabinetes de dois ministros para garantir ganho de causa a Zampieri. Um aliado do lobista produziu um rascunho de voto do então presidente do STJ, João Otávio de Noronha, e o ofertou a Andreson para os devidos achaques. Às 15h23 do dia 27 de julho de 2020, Zampieri recebeu o documento em um aplicativo de mensagens, seguido da cobrança de 50.000 reais para o “amigo” que providenciou a sentença. Identificado com códigos para atestar que se trata de uma versão autêntica, o papel oficialmente não consta do sistema interno da Corte nem tampouco tem registro no gabinete de Noronha.
Menos de dois meses depois da primeira operação, a quadrilha consegue uma decisão sobre o caso com os mesmos fundamentos no gabinete da ministra Isabel. Com a decisão publicada, a comemoração. “Aqui resolve, Zampi. Até a vírgula é igual Lkkkk”, escreveu o lobista.
Vendendo o ministro
Embora a Polícia Federal investigue assessores lotados em quatro gabinetes, Andreson e Zampieri fazem referência a processos relatados por pelo menos outros 12 ministros do STJ – sendo um já aposentado e outro falecido recentemente. Na tarde de 23 de fevereiro de 2021, por exemplo, Andreson escreve ao advogado: “estou aqui com amigo do buzzi”. Na sequência, envia uma foto de um suposto assessor do ministro sentado à mesa com ele em um gabinete. Pouco mais de dois meses depois da alegada visita ao “amigo” do juiz, em 12 de maio veio o feedback de uma suposta decisão favorável. “Esse assunto aqui. Reverti tudo olha aí. Cara pagô preço justo”, relatou o lobista a Zampieri. Não era bem assim. Segundo o próprio Andreson admitiria depois, o ministro Marco Buzzi, integrante da turma de Direito Privado, havia proferido despachos em dois processos diferentes de interesse dele: em um, a decisão o favorecia, em outro, o prejudicava. A Polícia Federal não trabalha com evidências de que o magistrado sabia, estimulava ou se beneficiava do esquema.
O caminho do dinheiro
Nas conversas armazenadas no celular, há dados sobre o que pode ser o caminho do dinheiro usado para corromper assessores e lavar valores do esquema. Além de apelos para que os “amigos” de Andreson recebam pagamentos de pelo menos 50.000 por voto em favor dos interesses da quadrilha, existem diversos comprovantes bancários com transferência de valores de uma conta corrente de Zampieri no município de Ouro Verde (MT) para a empresa de transportes do lobista, a Florais Transportes, com sede em Cuiabá. São repasses de 50.000, 100.000 e 200.000 reais por transação.
Tentáculos no CNJ
A certa altura de 2020, com a Operação Faroeste a pleno vapor, o lobista Andreson informou Zampieri que um ofício sigiloso havia chegado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e requeria informações sobre um delator que entregou o esquema de venda de sentenças judiciais no Judiciário da Bahia. Em outra abordagem, um conselheiro do CNJ consultou o sistema interno do colegiado em busca de um processo contra um desembargador do Mato Grosso suspeito de comercializar decisões.
Em 2022, uma terceira ofensiva. Andreson Gonçalves informa que acionou um juiz auxiliar da Corregedoria para monitorar se havia uma investigação administrativa contra um parceiro. “Se chegar lá algo ele já pega e organiza para arquivar”, escreveu o lobista. “No CNJ ainda não entrô com nada. todos avisando já”, completou.
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