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Maioria dos benefícios fiscais não tem data para acabar – 13/11/2024 – Mercado

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Eduardo Cucolo

A maioria dos benefícios fiscais concedidos pelo governo federal e pelos estados não tem data para terminar nem controle sobre os resultados trazidos à população por essas políticas públicas. Parte dos incentivos também está fora do radar dos órgãos de controle, pois não há padronização para calcular seus impactos financeiros nem obrigação de que todos sejam divulgados de forma clara.

Essas são algumas das conclusões de relatório elaborado em uma parceria entre a FGV (Fundação Getulio Vargas) e o Tax Expenditures Lab, com o apoio da organização não governamental Samambaia.org.

De acordo com o estudo, os benefícios fiscais federais e estaduais quadruplicaram em um período de dez anos e chegaram ao patamar de 7% do PIB (Produto Interno Bruto).

Esse número mostra apenas uma parte da perda de arrecadação gerada por essas renúncias, aquela classificada por esses governos como gasto tributário. Esse conceito, no entanto, varia de acordo com o local do país. Os estados também costumam mudar essa classificação ao longo do tempo, dificultando a comparação entre os dados.

Os autores citam estudos que apontam que os benefícios estaduais estariam subestimados, podendo chegar a 4% do PIB, quase o dobro do estimado atualmente. Também não estão nessa conta os benefícios municipais. Com base nessas estimativas não oficiais, o total de renúncia de receita poderia estar próximo aos 10% do PIB, segundo o trabalho.

Entre aqueles conhecidos, mais de 70% foi concedido por período indeterminado. No nível federal, por exemplo, 95 de um total de 128 gastos tributários continuarão vigentes até 2073. Entre eles, a Zona Franca de Manaus, que já foi prorrogada diversas vezes.

Também não há obrigatoriedade de fazer uma avaliação dos resultados. Mesmo quando isso é feito, o diagnóstico produzido não leva à revisão dessas políticas públicas. Exemplo disso são os 34 relatórios de análise de incentivos fiscais produzidos desde 2019 pelo CMAP (Conselho de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas).

O órgão do Ministério do Planejamento propôs, por exemplo, mudanças na desoneração da cesta básica, que foram ignoradas pelos parlamentares na elaboração da reforma tributária, que está ampliando o benefício sem focar nos mais pobres, como recomendado pelos técnicos do CMAP.

O aumento do gasto tributário ao longo do tempo é uma combinação de três fatores: mais estados começaram a divulgar dados sobre essas renúncias; alguns que já divulgavam incluíram novos benefícios e/ou adotaram metodologia de cálculo mais avançada; e houve também, é claro, ampliação da lista de benefícios.

Regionalmente, os estados com as maiores renúncias como percentual da arrecadação são Amazonas (62%), Santa Catarina (47%), Mato Grosso (38%), Goiás (33%) e São Paulo (30%) —não estão no topo da lista estados mais pobres que necessitam atrair mais investimentos.

Os autores recomendam melhorar e uniformizar a definição de gasto tributário, para incluir todas as renúncias, padronizar a apresentação dos dados e a metodologia de cálculo.

Também sugerem criar mecanismos para incorporar os resultados das avaliações do CMAP na formulação de políticas públicas e incluir na reforma tributária iniciativas para reduzir e racionalizar esses gastos.

“Muitas propostas de GT não são adequadamente formuladas e custeadas, tornando o uso eficaz dessa ferramenta de política fiscal mais difícil”, afirmam. “As reformas deveriam incluir uma avaliação clara dos benefícios que os GTs trazem, entre outras coisas, em relação ao desenvolvimento econômico e a desigualdade.”

Os autores também rebatem o argumento de que alguns benefícios não representam renúncia de receita, pois, sem eles, não haveria atividade econômica que gerasse essa arrecadação, dada a ausência de estudos que confirmem essa tese.

Eles também apontam que há renúncias que não são incluídas na lista pela Receita Federal do Brasil, afetando os níveis de transparência.

A Receita considera como gasto tributário apenas desonerações que classifica como exceções ao sistema geral, como as deduções com saúde e educação do Imposto de Renda e os incentivos para a Zona Franca e o Simples Nacional.

Benefícios de caráter geral, como a isenção de IR para lucro e dividendos, por ser uma regra para todos os contribuintes, não é considerada pelo fisco como gasto tributário, classificação que é contestada por alguns especialistas.

O Relatório Nacional sobre Gastos Tributários é assinado por Manoel Pires e Giosvaldo Teixeira Junior, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), e Paolo de Renzio e Natalia Rodrigues, da FGV Ebape (Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas).



Leia Mais: Folha

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Encontrando uma fazenda de cannabis em sua casa – podcast | Cannabis

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Encontrando uma fazenda de cannabis em sua casa - podcast | Cannabis

Presented by Helen Pidd with Sirin Kale Kale; produced by Lucy Houghand Hannah Varrall; executive producer Homa Khaleeli

Hajaj Hajaj tinha 79 anos quando alugou sua casa no sul Londresentão sua filha, meio que Jackson, pediu que ele usasse um agente de locação respeitável para tranquilidade. Ele contratou uma empresa chamada Imperial depois de ficar impressionado com o profissionalismo do agente, Shan Miah.

Mas, meio que diz Helen Piddo pai dela ficou gravemente doente com Covid e quase morreu, e quando ele saiu do hospital, foi descobrir que sua esposa havia sido diagnosticada com a de Alzheimer, o que significa que ele de repente precisava pagar pelos cuidados dela. Ele então descobriu que, durante esse período, o aluguel de sua propriedade havia parado de repente.

A família fez uma ligação após telefonema para Imperial pedindo seu aluguel. Finalmente, o filho de Hajaj foi para a propriedade, para encontrar uma porta de aço. Ele podia ouvir os fãs zumbindo-a casa alugada de seu pai foi transformada em uma fazenda de cannabis. “Todo quarto daquela casa havia sido destruído com plantas de maconha”, diz meio que “e também encontramos um homem que vive em uma sala muito pequena no loft da propriedade”.

A polícia prendeu o homem, mas não investigou mais. Então, meio que entrou em contato com o escritor do Guardian, Sirin Kale, que logo descobriu que a Imperial não era uma empresa legítima e destruiu as propriedades de muitos outros proprietários.

Mas quem estava por trás disso – e quão generalizado é esse tipo de golpe?

Composto: Design Guardian; Johny87; Família criativa; Peter Dazeley/Getty Images



Leia Mais: The Guardian

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Nos Estados Unidos, o mundo do livro sob os ataques da censura Trumpiana

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Nos Estados Unidos, o mundo do livro sob os ataques da censura Trumpiana

Justin Souther, livreiro independente em Asheville, uma cidade democrata de Caroline du Nord, destaca os livros proibidos de bibliotecas nos estados republicanos.

Juntamente com as novidades tradicionais, clássicos ou livros de culinária, uma nova seção convida há vários meses nas prateleiras das livrarias independentes americanas. Frequentemente, Soberly Stamped livros proibidos (“Livros proibidos”), ele contém dezenas de títulos, disponíveis para venda, mas proibido de transmitir nas bibliotecas e escolas de certos estados do país. Por quatro anos, e ainda mais desde o retorno de Donald Trump à Casa Branca, em 20 de janeiro, a superfície alocada a esses títulos proibidos continua a se expandir. TEM O olho mais azulde Toni Morrison, Não atire no pássaro zombeteiro, de Harper Lee, ou O servo escarlateDe Margaret Atwood, existem novos trabalhos, romances, autobiografias ou testes todos os dias.

De acordo com números da American Library Association (ALA), que representa os bibliotecários do país, em 2023, 47 % dos títulos diferidos eram pelo conteúdo que descreveu a experiência de transidentidade ou homossexualidade (como romances gráficos Gênero queer, por Maia Kobabe, e Flamer, de Mike Curato, ou o livro de não ficção Este livro é gay, de Juno Dawson), ou racismo e sua história na América (como O projeto de 1619, Jornalista Nikole Hannah-Jones). Para o único ano letivo de 2023-2024, a Pen America Association, que luta em todo o mundo pela liberdade de expressão de escritores, registrou cerca de 10.046 Livros proibições nas bibliotecas escolares do país, em comparação com vinte e cinco Tentativas de proibir quatro anos atrás.

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Frente fria: SP deve ter semana de chuva; veja previsão – 10/03/2025 – Cotidiano

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Frente fria: SP deve ter semana de chuva; veja previsão - 10/03/2025 - Cotidiano

São Paulo deve ter uma semana com pancadas de chuva e temperaturas máximas próximas aos 30°C. Outras áreas do Brasil terão chuvas intensas e o Sul deve ver queda de temperatura.

O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) aponta que a semana deve ter temperaturas máximas altas nessa semana. Na terça-feira (11), a máxima apontada é de 32°C.

Segundo o Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), as mínimas ficam na casa dos 20°C nesta semana.

Segundo a Defesa Civil de São Paulo, há uma frente fria nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina que já influencia Paraná e parte do Vale do Ribeira, em São Paulo.

A frente fria deve trazer chuvas para as faixas sul e leste do território paulista, inclusive a região metropolitana de São Paulo e a Baixada Santista, ainda de acordo com a Defesa Civil.

A possibilidade de chuvas na capital paulista está na previsão do Inmet e do Cptec. Segundo o Cptec, as maiores chances de precipitações começam na quinta-feira (13).

Já o Inmet tem um alerta, válido até 10h desta segunda (10), de perigo e perigo potencial para chuvas intensas em parte do Norte e Nordeste. O aviso vale para parte dos estados do Amazonas, Pará, Amapá, Rondônia, Roraima, Acre, Maranhão, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Tocantins.

Há ainda alerta de perigo potencial por acumulado de chuva em Pernambuco, Rio Grande do Norte e Paraíba.

Alertas de perigo do Inmet para tempestade também estão em vigor, até 10h desta segunda-feira, para estados do Sul e para São Paulo.

A previsão de chuva levou a Defesa Civil de São Paulo a já montar um gabinete de crise, com participação de concessionárias de energia, abastecimento de água e órgãos públicos. A ideia é a coordenação de ações preventivas para dar resposta a potenciais estragos causados pelas chuvas.

O gabinete fica mobilizado até terça-feira (11).



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