O setor imobiliário de escritórios está indo mal. Muitas vezes a culpa é da pandemia de Covid-19, do teletrabalho, da vontade das empresas de reduzir metros quadrados e de se aproximarem dos centros vivos das metrópoles. Mas a crise é muito mais profunda. O número de bandejas que não encontram compradores continua aumentando. Nos subúrbios interiores de Paris, a vacância atingiu taxas recordes: 25,1% nas comunas vizinhas de La Défense (Hauts-de-Seine) no terceiro trimestre, e até 27,3% no anel interno norte, um arco de círculo que começa em Clichy, em Hauts-de-Seine, até Pantin e Bagnolet em Seine-Saint-Denis, passando por Saint-Ouen e Saint-Denis, segundo dados do BNP Paribas Imobiliário. Em Paris, no centro financeiro, permanece historicamente baixo, em 2,9%.
A maioria das áreas terciárias está concentrada em Ile-de-France, mas o fenómeno é o mesmo na região. No entanto, até agora não existia um panorama nacional que permitisse medir a extensão da crise, ou mesmo simplesmente quantificar o stock de escritórios em França, permanecendo alguns dados nas mãos dos corretores.
Agora está feito. Na França, existem 173 milhões de metros quadrados de escritórios. Entre os imóveis alugados a empresas (89 milhões), mais de 9 milhões estão vazios. E sobretudo, há mais de dois anos que existem 2 milhões de metros quadrados (incluindo 1,2 milhões na região de Paris), garante o Consórcio de Escritórios em França (CBF), que revelou oportunamente estes números e os seus mapas, na véspera do Exposição imobiliária corporativa (SIMI), que acontece em Paris de 10 a 12 de dezembro.
Bairros monofuncionais
Este consórcio, criado na primavera de 2023, reúne três profissionais do setor: Place de l’immobilier, especialista em dados, Foncière de transformimmobilier – subsidiária do grupo Action Logement –, e Linkcity, subsidiária da Bouygues Construction. Para chegar a estes números, que dizem respeito a edifícios com mais de 1.000 metros quadrados, compilaram dados cadastrais, os do Instituto Nacional de Estatística e Estudos Económicos, mas também analisaram cerca de vinte bases de dados públicas. Um serviço oferecido aos corretores e corretores imobiliários também possibilitou a visualização das transações correntes.
Estes números, disponíveis por município, deverão acelerar a sensibilização dos governantes eleitos, espera o consórcio. Porque uma vez que se disse que certos bairros monofuncionais como Rueil 2000, Suresnes, Nanterre, Saint-Denis já não são atraentes, o que devemos fazer com todas estas áreas? Especialmente porque o aumento espectacular do teletrabalho (2,3 dias em média para os empregos em causa) tem mérito. Não explica a extensão do fenômeno.
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