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‘Malu’ narra o crepúsculo de uma atriz brasileira – 01/11/2024 – Ilustrada

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'Malu' narra o crepúsculo de uma atriz brasileira - 01/11/2024 - Ilustrada

Lúcia Monteiro

Ainda raros, os filmes brasileiros ambientados nos anos 1990 oferecem, sobretudo para espectadores que viveram o período, o prazer nostálgico de lembrar de situações e elementos escondidos na memória. É dessa época a fatia da vida da atriz Malu Rocha que o cineasta Pedro Freire escolheu contar em “Malu”, seu primeiro longa.

O filme estreou no Brasil com prêmios no Festival do Rio. Além de vencer na categoria de melhor longa de ficção junto de “Baby”, Yara de Novaes, que faz o papel principal, levou o troféu de melhor atriz, enquanto Juliana Carneiro da Cunha, como sua mãe, e Carol Duarte, como filha, dividiram o prêmio de melhor atriz coadjuvante.

A Malu que o filme apresenta tem mais de 50 anos anos e vive numa casa sem reboco, numa comunidade litorânea da zona oeste do Rio de Janeiro. Próximo do que seria uma versão mais recente e brasileira de “Crepúsculo dos Deuses”, de Billy Wilder, o roteiro narra o ocaso da atriz, que na vida real teve papéis importantes em montagens de nomes como Anselmo Duarte e Plínio Marcos, entre outros.

O drama de Malu, porém, não é o drama do envelhecimento. Jamais conformada diante do conservadorismo e da caretice, ela tenta manter o espírito revolucionário em meio a restrições de toda sorte.

Sem trabalho, a protagonista sonha em arranjar dinheiro para construir um teatro ali no terreno onde mora e passa seu tempo entre leituras e baseados, na companhia do amigo Timbira, vivido por Átila Bee e da mãe, Lili, com quem tem uma relação conflituosa. Depois de uma temporada de estudos na França, a filha Joana aparece para uma visita, mas não fica. Vai tentar ganhar a vida como atriz em São Paulo.

A força de “Malu” reside na encenação de alto nível da trinca de atrizes, no cenário construído com minúcia e na beleza dolorida da história, repleta de passagens desprovidas de função narrativa. Por vezes, esses momentos são considerados “tempos mortos”, mas aqui eles são essenciais para a construção do clima.

Mais bonitos do que os diálogos mais “informativos” entre avó e neta, é, por exemplo, a cena em que Juliana Carneiro da Cunha torce os lábios e envesga o olho, contando à neta que foi campeã num concurso de caretas. Mais intensa do que a troca de acusações entre Malu e Lili é a cena em que as duas ouvem uma música de Noel Rosa tocar na vitrola.

Apesar das cenas de festa, da comicidade de algumas sequências e do deleite em ver o Rio de Janeiro dos anos 1990, entre um Fusca verde e uma Caravan caramelo, “Malu” não é um filme leve. A trajetória da personagem-título nos faz pensar no destino não só de atrizes e atores, mas de outros trabalhadores do teatro e da cultura no Brasil, que sempre soube oferecer a seus artistas uma condição de grande precariedade.

É curioso que o realizador, filho de Malu Rocha, tenha focado nas três gerações de mulheres da família – e não tenha colocado no roteiro um filho homem.





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Não há como separar Braga Netto e Bolsonaro no golpe – 18/12/2024 – Bruno Boghossian

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Não há como separar Braga Netto e Bolsonaro no golpe - 18/12/2024 - Bruno Boghossian

Braga Netto era o operador da sociedade golpista formada por militares e Jair Bolsonaro. A missão começou cedo. Meses após assumir o Ministério da Defesa, em 2021, ele deu sinal verde para o patético desfile de blindados que deveria pressionar o Congresso a aprovar o voto impresso. No mesmo ano, indicou o general que trabalhou para tumultuar a fiscalização das urnas no TSE.

Bolsonaro escolheu Braga Netto como vice quando o general já havia apertado os primeiros botões da conspiração. Em meados de 2022, o presidente contava mais com a esperança de virar a mesa do que com a crença de ganhar no voto. A chapa formalizou o núcleo da organização criminosa que, de acordo com a PF, tentaria um golpe de Estado.

Se Bolsonaro era a cara do golpe, Braga Netto atuava como responsável por decisões logísticas e ações ostensivas para levar à ruptura que beneficiaria o então presidente e os militares que haviam acumulado poder naqueles anos.

A função desempenhada por Braga Netto naquela divisão de tarefas fez com que ele deixasse pelo caminho mais impressões digitais do que Bolsonaro. O general coordenou a “rataria” que se dedicava à trama que incluía o assassinato de autoridades. Segundo o tenente-coronel Mauro Cid, ele também entregou uma sacola com o dinheiro para bancar protestos e atentados.

Os desdobramentos do plano terrorista, no entanto, dependiam de uma atuação complementar que cabia necessariamente a Bolsonaro. O decreto de estado de sítio em que o presidente trabalhou nas semanas finais de governo era uma peça fundamental para implantar o estado de exceção que garantiria a permanência do grupo no poder.

A tentativa de separar os passos de cada um levou a alguns esforços ridículos. Ainda antes da prisão de Braga Netto, um dos advogados de Bolsonaro quis emplacar a tese de que o capitão era inocente e seria traído por generais que comandariam um gabinete de crise após o golpe. O doutor fez um favor ao reconhecer o peso das provas, mas se esqueceu de ler os papéis apreendidos. Eles diziam que o tal gabinete seria instalado na esteira do decreto assinado por Bolsonaro e deveria assessorar o presidente.


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Câmara revoga novo seguro DPVAT e limita bloqueio de emendas

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Câmara revoga novo seguro DPVAT e limita bloqueio de emendas

Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil

Um acordo entre o governo e os deputados resultou na revogação da lei que criou o novo Seguro Obrigatório para a Proteção de Vítimas de Acidente de Trânsito (SPVAT), antigo DPVAT. O governo também aceitou o bloqueio apenas de emendas parlamentares não impositivas, em vez de todas as emendas.

Os dois pontos foram aprovados em destaques ao primeiro projeto de lei complementar do pacote de corte de gastos. Na noite de terça-feira (17), os deputados tinham aprovado o texto-base por larga margem, 318 votos a favor (eram necessários 257) e 149 contrários. No entanto, a votação dos destaques tinha ficado para esta quarta-feira (18).

O governo fechou o acordo para aprovar os destaques e garantir a continuidade do pacote de revisão de gastos públicos. O projeto segue para o Senado.

Extinta em 2020, a cobrança do DPVAT tinha sido recriada sob o nome de SPVAT, que entraria em vigor em janeiro. A recriação do seguro enfrentava a resistência de governadores.

Emendas

Em relação às emendas parlamentares, o governo concordou em retirar do projeto de lei complementar a autorização para o contingenciamento e o bloqueio de todas as emendas parlamentares. Pelo texto que irá ao Senado, o governo poderá congelar apenas emendas de comissão e emendas de bancadas estaduais não impositivas, até 15% do total. As emendas obrigatórias não poderão ser bloqueadas.

A medida desidrata parcialmente o corte de gastos. Caso as emendas impositivas pudessem ser congeladas, o governo poderia bloquear ou contingenciar R$ 7,6 bilhões em emendas no próximo ano. Agora, o Executivo só poderá cortar R$ 1,7 bilhão, R$ 5,9 bilhões a menos. O levantamento desconsidera as emendas de bancada estaduais não impositivas, cujo valor para 2025 depende da aprovação do Orçamento do próximo ano.

Gatilhos

O principal ponto mantido no projeto de lei complementar foi a criação de gatilhos que proíbem a criação, ampliação ou prorrogação de incentivos tributários caso haja déficit primário (resultado negativo das contas do governo sem os juros da dívida pública) no ano anterior. O projeto também limita a 0,6% acima da inflação o crescimento anual da despesa de pessoal e encargos de cada um dos Poderes na mesma situação, déficit primário no ano anterior.

Além dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), o projeto aprovado pelos deputados limita a 0,6% acima da inflação o crescimento das despesas de pessoal do Ministério Público e da Defensoria Pública no caso de resultado negativo das contas públicas.

As restrições vigoram até que o governo volte a registrar superávit primário anual. A partir do projeto da lei orçamentária de 2027, as duas limitações valerão se os gastos discricionários (não obrigatórios) totais tiverem redução nominal em relação ao ano anterior.

Fundos

De 2025 a 2030, o governo poderá usar o superávit de cinco fundos nacionais para abater a dívida pública. Os saldos positivos somavam, em 2023, R$ 18 bilhões.

Os fundos são os seguintes:

•     Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD), formado por multas pagas ao governo: superávit de R$ 2 bilhões

•     Fundo Nacional de Segurança e Educação de Trânsito (Funset): superávit de R$ 1,6 bilhão

•     Fundo do Exército: superávit de R$ 2,5 bilhões

•     Fundo Aeronáutico: superávit de R$ 8,7 bilhões

•     Fundo Naval: superávit de R$ 3 bilhões

O relator do projeto, deputado Átila Lira (PP-PI), retirou da proposta original do governo os seguintes fundos: Fundo Nacional Antidrogas (Funad), Fundo da Marinha Mercante (FMM) e Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac). Segundo o parlamentar, esses recursos são usados para investimentos importantes.



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‘Fale com o treinador’: Amorim responde aos comentários de Rashford sobre saída | Manchester United

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'Fale com o treinador': Amorim responde aos comentários de Rashford sobre saída | Manchester United

Jamie Jackson

Ruben Amorim disse que quando era jogador teria falado com o seu treinador sobre a demissão em vez de reagir na mídia, como fez Marcus Rashford. O técnico do Manchester United está indeciso sobre como lidar com o atacante, embora se acredite que ele o tenha deixado de fora da convocação para as quartas de final da Carabao Cup, na quinta-feira, contra o Tottenham.

Rashford disse em entrevista ao jornalista Henry Winter na terça-feira que estava “pronto para um novo desafio”. Isso aconteceu depois que o jogador de 27 anos, que tem lutado para manter a forma nas últimas duas temporadas, foi dispensado do United Vitória por 2 a 1 sobre o Manchester City no domingo.

Amorim foi questionado na quarta-feira sobre o que ele teria feito se estivesse em uma posição semelhante à de Rashford durante sua carreira de jogador. O jogador de 39 anos representou Belenenses, Braga, Benfica e Al-Wakrah e somou 14 internacionalizações por Portugal. “Eu falaria com o gerente”, disse ele, enfaticamente.

“É difícil explicar o que vou fazer. Estou um pouco emocionado”, acrescentou Amorim sobre a entrevista de Rashford. “Preciso me preparar para o jogo e depois veremos. Vamos nos concentrar na equipe e não nos jogadores individuais.”

Acredita-se que Rashford não estava com seus companheiros que viajaram para Londres na tarde de quarta-feira, antes do jogo dos Spurs. No entanto, Alejandro Garnacho, que também ficou de fora da convocação para o clássico de domingo, teria estado com a convocação.

Perguntaram a Amorim se a sua abordagem à situação seria avançar rapidamente. “É uma situação difícil de comentar”, disse ele. “Se eu der muita importância, isso terá grandes manchetes nos jornais e se eu disser que isso não é um problema, então meus padrões estão diminuindo. Meu foco é não desviar a atenção do jogo e do time e do que fizemos no último jogo.”

Acredita-se que Amorim ficaria feliz em vender Rashford em janeiro como parte de uma reinicialização cultural ele considera necessário transformar o clube, com a hierarquia do United disposta a ouvir ofertas para um jogador que ganha £ 365.000 por semana.

O treinador principal insistiu na quarta-feira que deseja que Rashford permaneça em Old Trafford e pediu-lhe que abraçar o “maior desafio” de provar seu valor em seu clube de infância, mas ele também admitiu que seria impotente para manter o jogador se sua mente estivesse realmente decidida a agir.

Ruben Amorim (à esquerda) disse que ele e a sua equipa ainda “acreditam” em Marcus Rashford. Fotografia: Martin Rickett/PA

“Eu não controlo isso, o que posso controlar é a forma como vejo as coisas para levar os meus jogadores aos jogos e aos treinos”, disse Amorim, acrescentando que não discutiu o futuro a longo prazo de Rashford com os executivos do clube. “A entrevista foi (terça-feira). Estou focado no Tottenham e meu foco é preparar o time para esse jogo. Nada mudou, acreditamos em Marcus.

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“Temos aqui um novo desafio. É difícil. Para mim é o maior desafio do futebol porque estamos numa situação difícil e já disse que este é um dos maiores clubes do mundo. Eu realmente espero que todos os meus jogadores estejam prontos para este novo desafio.”

A equipe de Amorim para a vitória no clássico de domingo foi divulgada antecipadamente, mas ele diz que não tomará nenhuma atitude para descobrir como isso aconteceu.

“Hoje em dia todos os treinadores sabem disso”, disse ele. “Expliquei muito sobre o time, como quero que joguemos, as posições etc, porque entendo que os treinadores tenham essa informação apenas uma vez vendo como o Manchester United joga.

“Também não consigo controlar (vazamentos). É mais importante para os meus jogadores irem para um jogo com uma ideia clara de como fazê-lo do que tentar evitar o vazamento do onze inicial.”



Leia Mais: The Guardian



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