Comando do 9º Distrito Naval diz que também estuda a implantação de uma organização militar do Sistema de Segurança do Tráfego Aquaviário em Rio Branco. No ano passado, foram nove inquéritos abertos na capital.
Foto de capa: Maicline teve a perna arrancada após condutor de moto aquática fazer manobra de ‘cavalo de pau’ e perder controle do veículo — Foto: Reprodução/Facebook.
A Marinha do Brasil, através do Comando do 9º Distrito Naval, informou que já abriu um inquérito para investigar o acidente entre motos aquáticas, que acabou com a morte de Maicline da Costa, de 26 anos, no último sábado (12), no Rio Acre.
A jovem teve a perna arrancada na colisão e morreu logo depois no hospital em Rio Branco. Em depoimento à polícia, Hinauara da Costa, de 21 anos, afirmou que o empresário Otávio Costa se negou a prestar socorro à irmã dela. O empresário, segundo a garota, conduzia a moto aquática e teria feito um ‘cavalo de pau’ que causou o acidente.
A jovem diz que ao puxarem a vítima da água e perceberem que ela teve a perna arrancada o empresário teria falado: “deixa ela aí! Deixa ela aí!”.
A reportagem tentou contato com o empresário e o médico Eduardo Velloso, que estava na outra moto aquática com Hinauara, mas não teve sucesso até a última atualização desta matéria.
Em nota, a Marinha se solidarizou com a família disse que uma equipe de inspeção naval da Agência Fluvial de Boca do Acre, subordinada à Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental (CFAOC), esteve no local do acidente para apurar as informações e prestar o apoio necessário.
Um inquérito foi instaurado para apurar as causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente.
Possível agência em Rio Branco
Só em 2018, a Marinha abriu nove inquéritos para investigar acidentes entre embarcações no estado acreano. Questionada se há a possibilidade da instalação de um posto em Rio Branco, a Marinha disse que está analisando a implantação de uma organização militar do Sistema de Segurança do Tráfego Aquaviário na cidade.
“Atualmente, no estado do Acre, a Marinha do Brasil atua por intermédio da Agência Fluvial de Boca do Acre, responsável por atender a cidade de Rio Branco e mais 11 municípios acreanos; da agência fluvial de Eirunepé (AM), que atende outros três municípios do estado; e da agência fluvial de Cruzeiro do Sul, que abrange outros seis municípios”, destacou em nota.
O comando disse ainda que a equipe de Boca do Acre é direcionada constantemente para Rio Branco para fazer atividades de fiscalização e promover campanha de conscientização na região.
Marinha e Bombeiros estão conversando sobre possível convênio para fiscalização — Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros.
Convênio
O subcomandante do Corpo de Bombeiros, tenente-coronel Antônio Velasquez, confirmou o diálogo com a Marinha sobre a implantação da agência fluvial em Rio Branco. Segundo ele, há uma conversa sobre um possível convênio entre as duas corporações para que a necessidade da capital seja suprida.
“É um convênio para que o Corpo de Bombeiros viesse a fazer inspeção naval, que é a fiscalização em Rio Branco, que aí supriria a nossa necessidade que a gente tem nessas questões pontuais, que são os acidentes que ocorrem”, destaca.
Os bombeiros atuariam na fiscalização de equipamentos e na condução de embarcações sendo pilotadas por pessoas embriagadas.
“Quanto a instalação de uma agência fluvial aqui em Rio Branco, a gente conversou e eles falaram que tinham interesse em abrir, mas não tem local. Nessa máxima, a gente vai fazer uma proposição ao governo do estado para saber se a gente tem como fazer algum comodato de algum local onde a gente colocar nossa agência futuramente”, finaliza. Por Tácita Muniz, G1 AC.