Na foto, Letícia Franco, de 36 anos, voltou a se despedir de amigos e familiares.
Já está na Suíça, a médica com doença rara que decidiu realizar o procedimento do ‘suicídio assistido’, aceito na Suíça, na Europa. Na última postagem, em sua página no Facebook, e já inclusive apagada pela família, a médica cuiabana Letícia Franco, de 36 anos, voltou a se despedir de amigos e familiares, confidenciando que já estaria chegando sua data de viagem à Suíça, onde realizará o procedimento, legalizado naquele país, do ‘suicídio assistido’.
A médica oftalmologista sofre de uma doença rara, a dermatomiosite, também conhecida como dermatopolimiosite. Uma doença crônica que se caracteriza por acometimento inflamatório da pele e dos músculos. Neste final de semana todos os seus perfis nas redes sociais já foram bloqueados.
Uma amiga da oftalmologista – Raiane Leal -, chegou a revelar que muitas pessoas tentaram convencê-la, mas que a médica não conseguia mais lidar com a dor da doença e decidiu pelo procedimento. A médica vinha dizendo que o proceddimento iria deixá-la, enfim, livre da ‘dor e do medo’.
Letícia postou – durante este período que optou em revelar sua decisão por meio de sua rede social -, fotos no hospital, com seu gato que amava profundamente. ED fez um a espécie de mea culpa com a família, pedindo que a família entendesse que ela queria ter um final digno.
Na Suíça, a assistência ao suicídio é permitida desde 2001, no entanto, o critério é que o pedido de assistência seja sério e repetido durante algum tempo e sempre para um paciente que tenha uma doença incurável, com morte previsível.
No dia do procedimento proporciona-se uma solução com 10 gramas de pentabarbital de sódio misturada com um suco que o paciente deve, necessariamente, ser capaz de ingerir com suas próprias forças. Se não fosse assim, se trataria de uma eutanásia e não de suicídio assistido.
A eutanásia é quando uma pessoa mata diretamente outra. Ou seja, por exemplo, quando um médico dá uma injecção letal a um paciente. Já o termo suicídio assistido é usadoa quando uma pessoa ajuda outra a matar-se, mas em todo o procrddimento é a pessoa quem – com suas mãos – ingere, por exemplo, o veneno.
Raianne contou que desde que a conhece a médica, ela sempre sentiu muitas dores. “Ela tem desde muito nova, só que ela vai piorando com o passar do tempo. Faz a pessoa sentir muitas dores, dores fortes. É uma doença rara, poucas pessoas sofrem como ela. Ela já foi até pra fora do Brasil para tentar tratamento”.
A amiga contou que já há algum tempo não estava próxima a Letícia, já que mudou de cidade, mas que a médica era uma pessoa com coração bom. “Ela era sozinha, morava sozinha. Sempre foi muito triste e depressiva. Quando eu mudei de Cuiabá nos afastamos, mas antes saíamos muito. Ela era uma pessoa maravilhosa, coração bom, ajudava todo mundo. Mas é a vida, ainda tenho esperança de Deus operar um milagre, só ele”.
Dermatopolimiosite
A dermatomiosite, também conhecida como dermatopolimiosite, é uma doença crônica que se caracteriza por acometimento inflamatório da pele e dos músculos. O desenvolvimento da doença está relacionado a um distúrbio imunológico e associado a uma predisposição genética, que resultam em um processo denominado vasculite (inflamação dos vasos sangüíneos), de caráter crônico. Infecções por vírus ou bactérias podem preceder o aparecimento dos sintomas. No entanto, o papel destes agentes no desencadeamento da doença ainda é motivo de pesquisa. Por Cárceres Notícias.