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Melhores livros de 2024 conduzem retrospectiva literária – 19/12/2024 – Ilustrada
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Isadora Laviola
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Chega o fim de dezembro e, com ele, a tradição de rever os principais acontecimentos do ano.
A Folha divulgou nesta terça a lista em que quatro críticos elencam os 20 melhores livros de ficção lançados em 2024.
A partir dessa seleção, podemos engatar uma breve retrospectiva do que houve no mundo literário, com despedidas como a de Paul Auster, que deixou o elogiado “Baumgartner”, e outros autores que deram continuidade a trabalhos célebres.
O norueguês Jon Fosse, ainda embalado pela glória do Nobel de 2023, lançou diversos livros no Brasil; o romeno Mircea Cartarescu se transformou num alter ego antiliterário no tijolão “Solenoide”; e Jeferson Tenório, que publicou “De Onde Eles Vêm”, segue como o grande romancista a pautar o racismo brasileiro.
Também vimos ascender fenômenos literários promissores. Odorico Leal faz uma estreia celebrada com as deliciosas “Nostalgias Canibais” e a poeta Adelaide Ivánova soa tão nova quanto ancestral no seu épico “Asma”.
Os eventos literários cumpriram seu papel de lembrar autores que não podem ficar fora de nossas estantes. Camila Sosa Villada foi à Feira do Livro no Pacaembu lançar três livros ao mesmo tempo, todas obras que rejeitam o coitadismo imposto a mulheres trans como ela. Emanuele Arioli esteve na Bienal do Livro para contar da sua descoberta de um texto medieval perdido há 700 anos. E Evandro Cruz Silva foi à Flip discutir seu sensível “O Embranquecimento”.
Acabou de Chegar
“Nem Mesmo os Mortos” (trad. Silvia Massimini Felix, DBA, R$ 104,90, 480 págs.) para o crítico Alex Castro, é um forte concorrente ao título de “grande romance latino-americano”, mesmo tendo sido escrito pelo espanhol Juan Gómez Bárcena. O livro explode fronteiras, segundo o resenhista, tirando seu título de uma citação de Walter Benjamin: “Se o inimigo vencer, e ele não para de vencer, nem mesmo os mortos estarão a salvo, pois a história será reescrita, as lutas, apagadas, e os derrotados, esquecidos”.
“Sobre o Cálculo do Volume 1 e 2” (trad. Guilherme da Silva Braga, Todavia, R$ 69,90 e R$ 49,90 (ebook) cada) são os dois primeiros volumes da septologia da dinamarquesa Solvej Balle. A saga inteira se passa em um único dia, 18 de novembro, data que a protagonista é obrigada a reviver no estilo do filme “Feitiço do Tempo”, com Bill Murray. Mas, segundo o crítico Gabriel Rocha Gaspar, diferentemente do clássico noventista, Balle propõe uma série de reflexões filosóficas sobre como nossa vida é regida pelo hábito de contar o tempo.
“Good Pop, Bad Pop: Um Inventário” (trad. Daniel de Mesquita Benevides, Terreno Estranho, R$ 135, 368 págs.) é uma autobiografia atípica para um rockstar do calibre de Jarvis Cocker. O vocalista da banda de britpop Pulp se revela um sujeito metódico que foge ao clichê do sexo, drogas e rock’n’roll. “Não espere revelações bombásticas”, afirma o crítico André Barcinski. Em vez disso, conhecemos o sonho realizado de um adolescente que sabia exatamente a banda que queria ter.
E mais
“Todo vampiro é imortal. Ou, ao menos, seu legado é”, escreveu a família de Dalton Trevisan sobre o lendário vampiro de Curitiba, que morreu na segunda-feira passada, dia 9, e foi objeto de intensa cobertura da Folha.
Excêntrico e mitológico, um dos maiores contistas do país vivia escondido, fugindo de câmeras e entrevistas, enquanto sua obra era reconhecida nacional e internacionalmente. Vencedor de Jabutis e do Camões, o mais prestigioso reconhecimento a autores de língua portuguesa, Trevisan provocava seus leitores.
Para a curadora Ana Lima Cecilio, Trevisan “inventou uma linguagem, um léxico, uma sintaxe”. Para o jornalista Manuel da Costa Pinto, bastavam poucas palavras para o autor contemplar um universo infernal e asfixiante. E para o tradutor Caetano W. Galindo, perceber a imortalidade de Trevisan ajuda a contornar o luto, afinal, ele ainda vive em cada detalhe da Curitiba que ele próprio criou.
Apesar da reclusão, alguns tiveram a sorte de cruzar o caminho do autor. O romancista Cristovão Tezza conheceu Trevisan em um café em 1968, época em que o escritor falava mais com as pessoas. Quando ainda era estudante de jornalismo, Fernando Granato publicou um texto sobre a tarde que passou com o autor em 1986 e em troca foi “homenageado” com o conto “Chupim Crapuloso”. Em 2015, o jornalista Cristiano Castillo conseguiu tirar fotos do Vampiro de Curitiba em frente a sua casa, mas um telefonema do próprio Trevisan para o jornal impediu que Castillo as publicasse.
Além dos Livros
Na última semana, uma premiação na Academia Rio-Grandense de Letras foi ofuscada por um comentário de cunho racista. Airton Ortiz, presidente da instituição, afirmou que o cenário literário do Rio Grande do Sul era pródigo por causa da imigração italiana e alemã, enquanto em outros estados ocorreu a “imigração escrava”. Ao ouvir isso, Eliane Marques, uma das autoras premiadas da noite, subiu ao palco, acusou a fala de inadequada e racista e exigiu uma retratação pública.
Os plaquetes estão voltando ao mercado editorial e autores de peso como Ruy Castro e Heloisa Seixas embarcaram na tendência. Segundo a reportagem de Paula Jacob, a publicação de poucas páginas volta a ser interessante para editores e escritores por sua versatilidade e por permitir que histórias menores e novos autores cheguem a um público maior.
O romancista e diplomata Edgard Telles Ribeiro foi eleito para a cadeira de número 27 da Academia Brasileira de Letras, antes ocupada pelo poeta Antonio Cicero, que morreu em outubro deste ano. “Eu sou um soldado que está ingressando numa grande instituição”, afirmou o novo membro da ABL. Mais cedo neste ano, Telles Ribeiro já havia se candidatado para a cadeira nove, mas a historiadora e antropóloga Lilia Moritz Schwarcz foi mais votada na ocasião.
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Vídeo: Câmara faz esforço para votar corte de gastos – 18/12/2024 – Brasília Hoje
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47 segundos atrásem
19 de dezembro de 2024 Pedro Ladeira
O plenário da Câmara dos Deputados esteve lotado nesta quarta-feira (18) em esforço concentrado para a aprovação do pacote de contenção de gastos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os deputados concluíram a votação do projeto de lei complementar e, agora, o texto segue ao Senado.
O presidente da casa, Arthur Lira, presidiu os trabalhos, iniciados por volta das 19h após reuniões com líderes da Casa. Os parlamentares continuavam debruçados sobre a matéria até por volta das 23h30.
O Congresso corre contra o tempo na tentativa de concluir a apreciação dessas medidas ainda nesta semana.
A Casa desidratou o pacote e decidiu dar aval ao bloqueio de apenas parte das emendas parlamentares para cumprir os limites do arcabouço fiscal.
Uma emenda aglutinativa apresentada de última hora pelo líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), prevê que o bloqueio de até 15% das emendas valerá apenas para as verbas não impositivas.
A possibilidade de bloqueio das emendas era um dos pontos do acordo mediado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para destravar os recursos carimbados pelos congressistas.
Na prática, significa que o congelamento de despesas em caso de alta nas outras despesas obrigatórias não poderá incidir sobre emendas individuais e de bancada, cujo pagamento é determinado na Constituição Federal.
A proposta não contempla alguns dos pontos centrais do pacote, como o limite ao ganho real do salário mínimo e as mudanças no BPC, mas prevê outros dispositivos relevantes, como a criação de novos gatilhos de ajuste no arcabouço fiscal.
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Keza MacDonald
PC
Tudo começa com uma única máquina: uma cápsula de pouso em um planeta intocado. Depois uma furadeira, construída com ferro extraído pelas próprias mãos. Horas depois, o planeta está coberto por conjuntos organizados (ou não) de extratores e correias transportadoras, máquinas zumbindo confortavelmente enquanto criam suas infinitas coisas. Pode ser um simulador corporativo de mineração a céu aberto, mas é muito absorvente.
PS4/5, PC, Nintendo Switch
Como grande parte da melhor comédia britânica, este jogo pastelão termina com apenas um pouco de desconforto. Como um pequeno caixeiro-viajante, você explora uma cidade do norte com sabor de Viz, resolvendo os estranhos problemas de seus cidadãos (um menino com medo de leite, torta de carne de origem questionável, uma chave de fenda perdida roubada por ratos sencientes). Infalivelmente engraçado.
PS4/5, Xbox, PC, Nintendo Switch
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O que à primeira vista parece ser um jogo para celular de coleta de cartas manipulativamente atraente, com um monte de diferentes moedas inescrutáveis, é… bem, exatamente isso, mas com a adição de batalhas competitivas impressionantemente bem equilibradas, rápidas e divertidas. Ele joga de forma rápida e inteligente e permite a construção criativa de decks e combinações de criaturas que permitem que cada jogador dê seu próprio toque ao jogo.
PS4/5, Xbox, PC
Uma sessão espírita na biblioteca de uma escola dá muito errado neste jogo de aventura, um tributo divertido e assustador ao melhor do terror dos anos 90, tanto em filmes quanto em jogos. Graças à sua história sincera e levemente metafórica e à misericordiosa ausência de sangue, este é o tipo de jogo que até mesmo as pessoas que normalmente odiar horror pode desfrutar.
PS5, PC (2025)
Usando Final Fantasy VII de 1997 como base, Rebirth cria um mundo maior, mais rico e, claro, muito mais bonito para Cloud Strife e seus companheiros vagarem. Um milagre maximalista de fan service repleto de coisas para fazer e detalhes novos e abrangentes sobre alguns dos personagens e histórias mais amados da história dos jogos.
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Pelo título, você esperaria um jogo sobre uma equipe mágica de operações especiais abrindo caminho através do território inimigo com feitiços e poderes de retrocesso no tempo. Você pode não esperar uma história silenciosamente radical com uma caracterização soberba e a coragem de questionar a moralidade de todo o gênero de tiro militar do qual ela é emprestada – mas você também conseguirá isso.
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Apenas um esplêndido jogo de luta moderno, polido em todos os aspectos. Novos competidores se juntam aos destaques de 30 anos de listas de Tekken (incluindo artistas marciais, ciborgues, um demônio e dois ursos gigantes) para baterem uns nos outros em ataques emocionantes e ostentosos que podem mudar a qualquer momento.
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PS5, Xbox, PC, Nintendo Switch
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Uma compilação de 50 jogos da extinta (fictícia) empresa de jogos dos anos 80, UFO Soft, abrangendo uma variedade incrivelmente criativa de temas e estilos de jogo, mantendo ao mesmo tempo uma aparência fielmente retrô. Quase qualquer um desses jogos individualmente seria um lançamento independente pelo qual valeria a pena pagar. Juntos, eles são um pacote absurdamente generoso.
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É raro jogar um jogo de ação em 2024 que pareça verdadeiramente original. Black Myth: A espetacular abordagem de Wukong em Journey to the West é tão chamativa quanto Devil May Cry e (quase) tão gratificantemente desafiadora quanto Dark Souls. Uma jornada cuidadosamente selecionada através de lendas budistas e paisagens de cair o queixo.
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A premissa deste atirador de sucesso é tão simples e tão bem trilhada: quatro jogadores pousam em um planeta cheio de alienígenas insetóides e explodem tudo em pedaços. Mas tudo, desde a sensação das armas ao ritmo de cada missão até à sátira chauvinista, é concebido com precisão para entreter e, com os amigos certos, cada sessão tem o potencial de se transformar em hilaridade pastelão.
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PS4/5, Xbox, PC, Nintendo Switch, smartphones
O maior sucesso indie do ano, esta versão psicodélica do pôquer pode fazer horas desaparecerem. Crie mãos ultrajantes com baralhos de cartas que se transformam a cada jogada, aumentando cada vez mais sua pontuação (se você souber o que está fazendo). As vitórias são ilusórias, mas cada tentativa o aproxima tentadoramente.
PS4/5, Xbox, PC
Direção de arte extraordinária, uma trilha sonora de ópera e batalhas teatrais entre robôs de fantasia em transformação e monstruosidades boschianas grotescas adjacentes a humanos se unem em um apelo apaixonado pela adoção de uma sociedade multicultural e pelo fim da política divisiva. Um jogo de RPG tão inteligente quanto grandioso, combinando postulações filosóficas com intensa estranheza e estilo ultrajante.
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Não é tecnicamente uma sequência da obra-prima da fantasia sombria de 2022, mas pode muito bem ser. Shadow of the Erdtree adiciona dezenas de horas, inimigos perturbadores de forma mais criativa e locais ainda mais fascinantemente contaminados ao reino incomparável da FromSoftware. Revigora um jogo já excelente com uma sensação renovada de perigo e possibilidade.
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Um lindo robô azul e branco e suas centenas de amiguinhos brincam por uma galáxia de planetas repletos de diversão, auxiliados por macacos mochila, luvas de boxe extensíveis para sapos e uma galinha movida a foguete. Com mais de 10 horas de diversão pura e concentrada da equipe Asobi da Sony, esta aventura inventiva e adorável mostra exatamente o que a tecnologia avançada dos consoles modernos pode acrescentar ao negócio da diversão.
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Estarão as tácticas russas e ucranianas a ser moldadas pelo regresso de Donald Trump? | Guerra Rússia-Ucrânia
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19 de dezembro de 2024General russo assassinado em Moscovo numa sofisticada operação ucraniana.
Um general russo foi assassinado pela Ucrânia em Moscovo.
Kiev o acusou de usar armas químicas no campo de batalha.
O ataque ocorre num momento em que as forças russas ganham mais terreno na Ucrânia e o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, apela ao fim da guerra.
Apresentador:
James Baías
Convidados:
Anatol Lieven – Diretor do Programa Eurásia do Instituto Quincy e membro do Valdai Club, um think tank russo
Pavel Felgenhauer – Analista independente de defesa e militar
Oleksiy Melnyk – Codiretor do Centro Razukov, um instituto ucraniano de pesquisa de políticas públicas
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