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Menos de 2% dos PMs investigados em São Paulo são condenados por júri

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Gilberto Costa – Repórter da Agência Brasil
Em setembro, a advogada Débora Nachmanowicz tornou-se mestre em “Direito Penal, Medicina Forense e Criminologia” pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Sua dissertação mostra como os policiais militares podem ficar sem punição quando matam. Observando casos de morte cometidas por PMs de São Paulo entre 2015 e 2020, a advogada verificou que de 1.224 inquéritos sobre os crimes, apenas 122 foram denunciados pelo Ministério Público à Justiça (cerca de 10%).
Menos da metade dos casos denunciados (60) foi a júri após decisão do juiz. Após o julgamento, apenas um terço (20 casos), houve condenação – menos de 2% dos inquéritos iniciais.
Além da conta da impunidade da PM paulista, Débora Nachmanowicz acompanhou julgamentos e entrevistou jurados no 1º Tribunal do Júri em São Paulo, onde verificou outro mecanismo que serve para inocentar os réus quando são policiais: o constrangimento.
Os julgamentos são acompanhados na plateia por inúmeros PMs que dispõem de informações sobre cada jurado.
A audiência é “lotada de pessoas que têm acesso ao aparato de violência estatal”, assinala a advogada e acadêmica.
Outro mecanismo, usado pelos advogados, é a alegação da legítima defesa, pouco confrontada porque faltam testemunhas desde o inquérito para esclarecer como se deram os crimes. As testemunhas evitam falar também por constrangimento e medo.
>> A seguir os principais trechos da entrevista de Débora Nachmanowicz à Agência Brasil.


Brasília (DF) 18/12/2024 – Advogada Débora Nachmanowicz, autora do mestrado sobre o julgamento de policias militares de São Paulo. Foto: Fabio Risnic/Divulgação
Agência Brasil: Qual a razão de sua pesquisa tratar dos julgamentos dos PMs?
Débora Nachmanowicz: A origem do meu interesse é ligada à minha história profissional. Eu atuei em casos pelo Instituto Pro Bono, no início da minha carreira, e muitos deles envolviam abordagens policiais, prisões. Existia ali um entendimento de que muitas dessas situações eram, de alguma forma, abusivas ou arbitrárias. Mas um caso foi determinante para a definição da minha pesquisa.
Um cliente que foi preso em 2018 com dez gramas de maconha em Taboão da Serra [região metropolitana de São Paulo]. Consegui soltá-lo com base em decisão do Superior Tribunal de Justiça. Mais ou menos um mês depois, a mãe dele fez contato para contar que o filho foi morto pela polícia. A mãe soube pelos moradores que seu menino foi espancado e colocado na viatura. Mas o que consta nos autos oficialmente é que ele teria roubado um carro e quando a polícia tentou pará-lo, houve troca de tiros, um suposto comparsa teria fugido e assim ele morreu.
Na verdade, não houve nenhuma troca de tiros. A vítima do carro roubado não reconheceu ele como o ladrão. Procuramos a delegacia, contamos a história levantada pela mãe, mas todos os moradores não quiseram testemunhar por medo da polícia. A polícia sabe quem são essas pessoas. O caso foi arquivado com a única versão que existia nos autos, a versão dos policiais.
Agência Brasil: O episódio chegou a ter um inquérito?
Débora Nachmanowicz: Inquérito quase sempre existe quando envolve morte decorrente de intervenção policial. Depois da análise do fluxo dos procedimentos que eu fiz, percebi mais ou menos 90% de arquivamento ainda na fase policial.
Agência Brasil: Conforme sua dissertação, entre 2015 e 2020, foram concluídos 1.224 inquéritos contra policiais militares, mas efetivamente só 122 viraram denúncias do Ministério Público. Por que esse afunilamento?
Débora Nachmanowicz: A maior descoberta não é o grande arquivamento entre inquéritos e denúncias. Isso é objeto de várias outras pesquisas antes da minha.
O grande achado da pesquisa que fiz é como os jurados julgam policiais militares. O que acontece com os casos que viram denúncia. Mesmo quando existe um investimento investigativo, muitas vezes não se consegue angariar elementos suficientes para sustentar a denúncia, para sustentar a acusação.
O que suportaria a denúncia são elementos que anulem a versão da legítima defesa dos PMs, que é o que geralmente sustenta a defesa desses policiais. Mas como disse no caso do meu cliente, as pessoas não querem testemunhar por medo.
Há ameaças veladas e, às vezes, não veladas. A mãe do meu cliente narrou que a polícia ficava fazendo ronda na rua que morava. Quando só tem a palavra do policial e não tem imagens ou não tem testemunhas, sobra muito pouco para sustentar uma denúncia, a não ser quando o caso tem contradições gritantes, e aí os promotores têm como denunciar.
Agência Brasil: Nem todos os casos foram denunciados. O juiz tem que aceitar?
Débora Nachmanowicz: A primeira fase do júri termina com a decisão do juiz, que pode ser de pronúncia, de impronúncia ou de absolvição sumária. Tanto a impronúncia quanto a absolvição sumária terminam o caso e o réu não vai a julgamento.
Agência Brasil: O que quer dizer impronúncia? Qual a diferença com absolvição sumária?
Débora Nachmanowicz: A absolvição sumária é quando foi comprovado que não tem o fato. [O acusado] não foi o autor do crime, o fato não é uma infração penal, ou quando ficar demonstrada causa de exclusão do crime. A impronúncia vai ocorrer quando o juiz não se convence da materialidade do crime. Ou seja, não se convence que aquele fato é um crime ou não se convence que tem indícios suficientes de autoria.
Agência Brasil: Depois do crivo dos juízes, dos 122 casos, apenas 60 foram a júri popular. Necessariamente, tinham que ir a júri popular?
Débora Nachmanowicz: Sim, necessariamente. Porque envolve assassinato. Em 1996, houve uma mudança da lei. A chamada Lei Hélio Bicudo [que alterou os códigos Penal Militar e de Processo Penal Militar] determinou que homicídios dolosos contra civis cometidos por policiais militares deveriam ser julgados pela justiça comum. Antes, eram julgados pela Justiça Militar.
Agência Brasil: É possível imaginar que à época dos julgamentos na Justiça Militar a impunidade já fosse alta?
Débora Nachmanowicz: Sim. Os defensores da volta desses julgamentos para a Justiça Militar alegam que antes da Lei Hélio Bicudo se condenava muito mais. Isso não é verdade. Temos dados de outras pesquisas que demonstram que a porcentagem de absolvição ou de desclassificação do crime para uma tentativa de homicídio ou para uma lesão corporal – o que levava a penas muito baixas – era muito grande. Na prática, era bem benéfico para os policiais.
Agência Brasil: Quanto aos julgamentos no tribunal do júri, a dissertação mostra que só um terço teve condenação, 60 casos apenas tiveram esse desfecho. Por que esse último crivo?
Débora Nachmanowicz: Os meus números de condenação envolvem todos os casos de policiais militares que cometeram homicídio. Isso é muito importante frisar. Não são apenas os casos de morte decorrente de intervenção policial em operações. Outras mortes que foram cometidas por policiais militares também estão nessas 20 condenações. Dessas 20 condenações, somente quatro são de casos decorrentes de algum confronto policial.
O que eu entendo que leva a uma alta absolvição em casos de confronto policial? São vários elementos. Existe um entendimento de que a versão do policial acaba tendo um peso maior quando há a alegação de legítima defesa. ‘Ah, mas se o morto era bandido, tinha histórico, estava em fuga, o policial vai esperar o cara atirar para depois atirar? É ele ou o bandido.’ Além disso, a maior parte dos julgamentos que observei de policiais militares em casos de confronto, julgamentos que acabam sendo midiáticos, são acompanhados na plateia por inúmeros policiais. E isso causa uma sensação de pressão, de constrangimento nos jurados.
Eu distribui questionários para os jurados do primeiro tribunal do júri e questionei sobre essa sensação, se isso poderia causar algum desconforto ou não, se influenciaria de alguma forma. Várias respostas revelam medo de retaliação, porque os advogados, os policiais, e até os réus que são policiais sabem o nome dos jurados e sabem a profissão dos jurados.
O jurado se sente muito exposto estando ali numa plateia lotada de policiais. São policiais à paisana. Eles não estão fardados, mas a presença deles é evidenciada, tanto pelos advogados, que mencionam a presença do apoio do batalhão, que geralmente está assistindo, e até pelo próprio promotor que menciona também isso. Uma plateia lotada de pessoas que têm acesso ao aparato de violência estatal.
Agência Brasil: O constrangimento que existe sobre eventuais testemunhas na fase de inquérito também existe de outra forma sobre o corpo de jurados?
Débora Nachmanowicz: E aí, em paralelo a isso, não digo que seja determinante, mas há o posicionamento de que o policial, sim, vive uma vida de perigo. Esse sentimento paira na sociedade e também pode colaborar com a absolvição. É claro que o policial convive com a violência e está super exposto. Mas isso não permite que ele ultrapasse tantos limites da arbitrariedade.
Agência Brasil: Qual o perfil dos jurados que responderam ao questionário de pesquisa?
Débora Nachmanowicz: Como indicado na dissertação, existe uma sobrerrepresentação de funcionários públicos, compondo aproximadamente 20%-25% dentre os jurados. Há uma grande presença de profissionais da educação e do direito. A ampla maioria dos jurados (aproximadamente 80%) tem alto grau de educação formal (ensino superior ou mais). Com exceção da escolaridade, que é um elemento super importante, o grupo de jurados do 1º Tribunal do Júri é relativamente representativo da cidade de São Paulo.
A gente tem um pouco mais de mulheres do que homens no júri. Quanto às porcentagens de brancos, pardos e pretos também está mais ou menos equilibrado; assim como a renda. Uma grande surpresa foi quanto à localização da residência dos jurados. Temos jurados espalhados por toda a cidade de São Paulo e cidades contíguas. Jurados que julgam em São Paulo que não são da cidade de São Paulo, moram nessas regiões limítrofes. Tem bastante gente da periferia.
Agência Brasil: Dos 20 condenados, quatro casos são decorrentes de algum confronto policial. Por que em um sistema que é tão difícil ser sentenciado, essas pessoas acabaram por ser condenadas? Pressão da opinião pública?
Débora Nachmanowicz: Eu acho que a questão da opinião pública não é tão elementar. Em diversos casos em que houve absolvição havia muita cobertura da mídia. É difícil a gente conseguir identificar exatamente as razões de uma condenação, porque as decisões dos jurados não são fundamentadas.
É tudo muito subjetivo. Eu não pretendi na pesquisa fazer relações de causalidade. Mas creio que os casos em que houve condenação, ficou muito evidente que o réu mentiu ou omitiu informações de uma maneira que não tinha muita justificativa. São casos muito explícitos, quando não há nenhuma possibilidade de sustentar a possibilidade de legítima defesa.
Agência Brasil: A pesquisa para a dissertação de mestrado foi feita no 1º Tribunal do Júri de São Paulo. Como hipótese inicial, é possível generalizar os resultados observados para o resto do país?
Débora Nachmanowicz: Eu acredito que sim e creio que pode ser até pior. Em São Paulo, a gente tem uma formação de jurados que é mais comprovadamente representativa do que em outros lugares. Em diversas capitais de outros estados, os jurados são quase 100% funcionários públicos. Isso pode afetar o resultado dos julgamentos.
Agência Brasil: Ainda falando como hipótese, se um número maior de inquéritos contra policiais tivesse desdobramento em denúncias do Ministério Público, e se essas denúncias fossem encaminhadas a julgamento, avalia que a violência policial diminuiria?
Débora Nachmanowicz: Há um conjunto de coisas aí. Temos em perspectiva o controle administrativo, o controle de orientação do comando. Em um primeiro momento, os policiais que matam podem ser presos, mas depois que o inquérito corre, tudo é arquivado.
O policial que foi alvo de inquérito é solto e volta para o batalhão, volta para a rua. Mas se houvesse um controle maior sobre esses casos, para que fossem julgados de uma maneira mais rígida – assim como, por exemplo, acontece com todos os acusados de roubo e tráfico -, isso poderia alterar a maneira como a polícia age. Haveria sim uma chance de reduzir a violência policial.
Agência Brasil: Recentemente o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, admitiu que as câmeras nas fardas dos policiais militares são “instrumento de proteção da sociedade e do policial.” Há expectativa que a câmera no uniforme vire um dispositivo comum no uniforme dos PMs?
Débora Nachmanowicz: Espero muito que isso aconteça e que seja feito com controle mais estrito, ou seja, com a câmera ligada 100% do tempo e gravando.
Também espero que haja punição imediata de qualquer policial que seja flagrado tentando burlar a captação das imagens.
Agência Brasil: Há mais alguma outra descoberta nas pesquisas?
Débora Nachmanowicz: Sim, uma coisa essencial: a informatização dos procedimentos de alistamento, requisição e sorteio dos jurados. Em São Paulo, na 1ª Vara do Júri, existe um programa que informatizou o alistamento. Esse programa eletrônico é atualmente utilizado somente no 1º Tribunal do Júri.
Eu entendo que precisa ser expandido para os outros quatro tribunais da cidade de São Paulo e para o restante do estado, de forma a melhorar o funcionamento dos cartórios e de todos os procedimentos que estão ao redor do alistamento e da convocação dos jurados.
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Publicado em 11 de março de 202511 de março de 2025
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O governo Trump descarta quase metade do pessoal do Ministério da Educação

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Espetacular, mas esperado. O Ministério da Educação dos EUA anunciou em comunicado na terça -feira 11 de março, tendo começado ” uma redução em sua força de trabalho que afeta quase 50 % de sua equipe ”, Uma nova ilustração da vontade do governo de Donald Trump para reduzir o peso do estado federal.
O governo Trump já reduziu a força de trabalho da agência – originalmente estimada em cerca de 4.100 pessoas – através de ofertas de partida e demissões de funcionários durante um período de teste. O movimento anunciou terça -feira diz respeito a mais de 1.300 funcionários que serão colocados em licença administrativa a partir de 21 de março.
Essas demissões “Reflita o compromisso do Ministério da Educação em favor da eficiência, da responsabilidade e da garantia de que os recursos são implantados onde têm mais: com alunos, pais e professores”sublinha a ministra, Linda McMahon, no comunicado à imprensa.
O departamento também encerrou edifícios em cidades como Nova York, Boston, Chicago e Cleveland. Autoridades do ministério disseram que continuaria a desempenhar suas principais funções, como a distribuição da ajuda federal para escolas, gerenciamento de empréstimos para estudantes e supervisão de bolsas de estudos.
Linda McMahon deve “se colocar desempregados”
Várias mídias americanas relataram na semana passada que Donald Trump, que nunca fez o mistério de seu desejo de suprimir o Ministério da Educação, preparou seu desmantelamento. Essas mídias, diário de le Wall Street na cabeça, apoiou -se em um rascunho de cobrança de decreto Mmeu McMahon, ex-patrão da principal empresa de luta livre nos Estados Unidos, para desmantelar seu próprio ministério.
De acordo com o texto do rascunho, o ministro será responsável por “Tome todas as medidas necessárias para facilitar o fechamento do Ministério da Educação” Em “O limite do que é apropriado e permitido por lei”.
Donald Trump havia prometido durante sua campanha presidencial que se livraria deste ministério para transferir suas atribuições aos estados americanos, que já têm o essencial das habilidades nessa área. Ele também havia nomeado Linda McMahon com a missão de “Fique desempregado”.
Criado em 1979 sob a presidência de Jimmy Carter, o Ministério da Educação não pode ser completamente desmontado sem a adoção de uma lei que exige 60 votos no Senado, onde atualmente os republicanos têm 53 cadeiras.
O mundo com AP e AFP
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Duterte em voo para Haia após prisão no mandado da ICC – DW – 11/11/2025

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11 de março de 2025
Antigo Filipinas O presidente Rodrigo Duterte foi preso no aeroporto de Manila na terça -feira após o Tribunal Penal Internacional (ICC) emitiu um mandado de prisão relacionado à sua chamada “guerra contra as drogas”.
“No início da manhã, a Interpol Manila recebeu a cópia oficial do mandado de prisão da ICC”, disse o escritório do presidente Ferdinand Marcos em comunicado.
O advogado de Duterte e outros em seu círculo disseram que o ex -presidente havia embarcado em um avião para A Haia na Holanda por volta das 21h (1300 UTC).
“Enquanto escrevo isso, ele está sendo levado à força para Haia hoje à noite”, disse sua filha vice -presidente Sara Duterte.
As autoridades disseram que o Duterte, de 79 anos, estava de boa saúde e foi examinado por médicos do governo.
Aliados protestam pela prisão de Duterte
Duterte foi preso depois de voltar para as Filipinas de Hong Kong. Aliados do ex -presidente protestaram no aeroporto, dizendo que eles, e o médico que eles trouxeram, não conseguiram se aproximar de Duterte.
O mandado de prisão afirmou que havia motivos para a detenção de Duterte com base na suposição de que ele não apareceria voluntariamente por sua convocação na corte.
“Consciência do risco resultante de interferência nas investigações e à segurança de testemunhas e vítimas, a Câmara está satisfeita com a necessidade de a prisão de Duterte”, dizia o mandado.
O ex-presidente Duterte levou a Haia para enfrentar a ICC
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A China disse que estava “monitorando de perto” a situação e alertou o TPI contra a “politização” e “padrões duplos”, de acordo com um briefing do porta -voz do Ministério das Relações Exteriores Mao Ning.
Por que o ICC prendeu Duterte?
O ICC acusou Duterte de “o crime contra a humanidade do assassinato”.
A presidência de Duterte do país do Sudeste Asiático de 2016 a 2022 viu milhares de pessoas mortas. A “guerra às drogas” foi a principal promessa de campanha que ajudou Duterte a se tornar presidente em 2016.
Segundo a polícia, 6.200 suspeitos foram mortos durante operações antidrogas, mas os ativistas dizem que o verdadeiro número de repressão foi muito maior.
Filipinas: Duterte ‘deve enfrentar o acerto de contas’ para a guerra às drogas
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A agência de notícias Reuters disse que o mandado de prisão citou pelo menos 43 pessoas que foram mortas durante esse período.
Durante seu tempo no cargo, Duterte retirou as Filipinas da ICC, que iniciou uma investigação sobre os assassinatos extrajudiciais.
O inquérito formal lançado em setembro de 2021 foi suspenso dois meses depois devido ao reexame de Manila de mortes relacionadas a drogas, mas retomado em julho de 2023 Depois que um painel de cinco juízes rejeitou a objeção jurisdicional das Filipinas.
Marcos coopera com ICC
Presidente Ferdinand Marcos Jr., que sucedeu a Duterte em 2022 e se envolveu em uma amarga disputa política com o ex -presidente e seu Filha, Sara Dutertedecidiu não se juntar à ICC.
Mas o governo de Marcos disse que cooperaria se o TPI solicitar a polícia internacional que levasse Duterte sob custódia por meio de um chamado aviso vermelho, um pedido às agências policiais em todo o mundo para localizar e determinar temporariamente um suspeito de crime.
Philippine Cafe mantém vivos a memória das vítimas de ‘guerra às drogas’
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O próprio Duterte contestou a prisão.
“Por que você me levará ao órgão internacional quando não formos mais um membro? Ponderá seriamente, porque isso terá implicações”, disse Duterte à polícia enquanto estava sob custódia, de acordo com uma transmissão ao vivo no Instagram por sua filha mais nova, Veronica Duterte.
“Se eu cometi um pecado, me processe nos tribunais das Filipinas, com juízes filipinos e me permitirei ser preso em minha própria nação”.
O TPI, com sede em Haia, na Holanda, pode intervir quando os países não estão dispostos ou incapazes de processar suspeitos pelos crimes internacionais mais hediondos, incluindo genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
Editado por: Louis Oelofse
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